Atravessar a capital paulista rumo ao oeste em direção de Santana de Parnaíba, uma das cidades mais antigas do Estado, fundada em 1580 com o apelo de uma localização privilegiada às margens do Rio Tietê
É esquisito pela dualidade entre o cenário da ocupaç˜ão urbana, enquanto ali ao lado corre o rio Tietê, lindo, mesmo que ainda poluído.
Na época da chegada dos portugueses o local se tornou a saída das expedições Bandeirantes, rumo ao interior, em busca de indígenas, minerais e pedras preciosas.
A cidade criou um grande monumento dando visibilidade aos personagens históricos do século XVI, indígenas, bandeirantes e moradores da região.
Nosso destino era o Estádio Municipal Prefeito Gabriel Marques Silva, a casa do FC Ska Brasil.
O Futebol Clube SKA Brasil surgiu em 2019 ocupando o lugar do Osasco Futebol Clube, que nasceu em 1992, a partir do Monte Negro Futebol Clube, time de 1971, que por sua vez nasceu no lugar do Grêmio Água Branca FC. Todos estes disputaram divisões de acesso do Campeonato Paulista.
O nome homenageia a combatividade, irreverência e o improviso do ritmo jamaicano “ska” que ficou conhecido não apenas na ilha caribenha, como na Inglaterra graças aos rude boys dos anos 70 e 80, como é o caso da banda The Specials.:
O Ska Brasil tem como presidente o ex jogador Edmílson, e como sócios um grupo de japoneses (da empresa Skylight Inc.). Foto abaixo do site “O defensor“:
O pentacampeão levou a equipe de Osasco para Santana de Parnaíba, para jogar no Estádio Municipal Prefeito Gabriel Marques da Silva.
Em 2020, o FC Ska Brasil disputou sua primeira temporada na série B do Campeonato Paulista, mandando seus jogos ainda no Estádio José Liberatti, em Osasco e o time acabou eliminado nas oitavas de final. Foto do Insta do Ska Brasil:
Em 2021, abandonou o campeonato profissional limitando sua ação nas equipes de base, incluindo o futebol feminino. Foto do Insta do Ska Brasil:
Assim, chegamos a 2022, na última rodada da segunda fase da série B do Campeonato Paulista!
O FC Ska Brasil já se encontra eliminado, pela má pontuação nos primeiros 5 jogos desta fase.
Assim, o time entra em campo já eliminado, mas com o desafio de honrar suas cores e seu distintivo enfrentando a AA Itararé, da cidade homônima.
Mas, um jogo que prometia novas experiências e um registro importante do futebol acabou se tornando uma grande frustração…
O Estádio Municipal Prefeito Gabriel Marques da Silva surgiu sob as ruínas do chamado “Campo Municipal do Centro“, que graças a uma grande reforma tornou-se uma verdadeira obra de arte em meio à mata.
Com tanta natureza ao redor, foi optada a grama sintética para o campo.
Suas arquibancadas recém inauguradas tem capacidade para cerca de 7.200 torcedores.
Mas nada disso foi suficiente para garantir a aprovação dos laudos exigidos pela Polícia Militar para liberação do público na última rodada do Campeonato Paulista da segunda divisão.
Acabei tendo que assistir do lado de fora…
Na verdade, houve a liberação de 50 ingressos para um grupo basicamente formado por familiares dos atletas dos dois times e uma minoria de apaixonados por futebol. Para outras pessoas, restou o lado de fora.
Dentro de campo, um jogo morno no primeiro tempo. Poucas chances claras de gol, com alguns lances de bola parada.
No segundo tempo, o time local abriu 1×0, aos 26 minutos com Marcos Vinicius, resultado que eliminava a AA Itararé. Mas França e Denilson viraram o jogo para a Caçula, garantindo o time nas quartas de final.
Alegria para o time visitante que vem láááá quase na fronteira com o Paraná, tristeza para o time local e para o idiota aqui que gastou uma grana e um tempão indo até Santana de Parnaíba pra registrar o jogo do lado de fora. Ao menos, o ambiente “aberto” permitiu o registro das imagens do campo. Aqui, o meio campo:
Aqui, o gol da esquerda:
E aqui, o gol da direita:
Aqui, um olhar de traz do gol:
Do lado de fora dava pra ficar quase tão perto do campo quanto de dentro do campo, mas definitivamente não era a mesma coisa.
Resultado fechado: 2×1 para a AA Itararé, muitos kilometros rodados e muita dor de cabeça mesmo tentando conseguir com a PM, o clube e a Prefeitura, a liberação da entrada para mero registro fotográfico. Ficam aí os últimos registros, de um estádio que não pretendo voltar.