último post sobre o nosso rolê por Portugal! Já dividimos com você nossa passagem por Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Santarém, Fátima, Vouzela e Viseu, Nazaré, Óbidos e Queluz, além de ter feito quase “ao vivo” um post sobre o jogo entre o Estoril e o Feirense. Hoje vamos finalizar falando da nossa estadia em Carvalhal da Azoia, Sintra e Estoril! O nosso rolê começou com um fato inusitado… O Rio Mondego teve uma grande cheia, impedindo sua travessia em alguns pontos. E não é que ao chegarmos ao povoado de Montemor o velho, já quase em Carvalhal da Azoia encontramos tudo parado? Mas, para nossa alegria, o trânsio só estava suspenso momentaneamente por conta de uma visita especial…
Era água pra caramba…
Pouco tempo depois seguimos viagem e em menos de 15 minutos estávamos na casa do nosso amigo Vasco (se você segue o nosso blog há algum tempo, vai lembrar que o Vasco é filho de portugueses, vive na Alemanha e foi nosso guia, quando lá estivemos para conhecer um pouco do punk e do futebol de Dortmund!).
Dessa vez, como ele estava visitando os pais, em Carvalhal da Azoia, fizemos questão de conhecer a sua aldeia, que fica no concelho de Soure. O lugar é mágico e essencial pra quem quer tirar do coração toda a tristeza urbana das grandes capitais! Embora seja um povoado bem pequeno, quem disse que não tem uma igreja histórica por lá? Essa é a Capela da Nossa Sr.ª dos Aflitos: E desde já fica aí nosso agradecimento à família dele pela recepção 🙂 Passear por Carvalhal da Azoia significa um rolê de poucos minutos, até se caminhar por todas as ruas, como se você tivesse voltado ao século passado, quase sem carros, sem barulho, o ser humano interagindo diretamente com a natureza … Só que o passeio acabou ficando muito mais longo porque, mesmo sendo poucas pessoas, todos (sim, todos) os moradores conhecem o Vasco e não o viam há muito tempo. A consequência foram taças e mais taças de vinho, em casas de pessoas que nunca tínhamos visto antes… O fim do dia foi um verdadeiro espetáculo da natureza! No dia seguinte, antes de irmos embora, o Vasco nos levou a Montemor-o-Velho para conhecer o Castelo que tem referências documentais desde o século IX. Tempos depois, o Rei Fernando Magno de Leão entregou o castelo ao Conde Sesnando. Não há futebol em Carvalhal da Azoia, mas tudo bem. A amizade e a natureza foram mais do que suficiente para que a felicidade enchesse nossos corações e nos levasse à próxima parada: a cidade de Sintra! Lá, vale a pena destacar o rolê por dois lugares, o primeiro deles, o Palácio Nacional da Pena, construído no estilo romântico, já no século XIX. Desde 1995, o Castelo é Património Mundial da UNESCO. O Palácio da Pena é bem diferente dos castelos que acostumamos a ver. É colorido, multicultural, parece ter sido reconstruído várias vezes (e foi). Pode ser dividido em quatro partes: as muralhas, o castelo em si, o Pátio dos Arcos frente à capela, com a sua parede de arcos mouriscos e a a zona palaciana. Se você olhar a foto acima, perceberá um detalhe meio sinistro… Trata-se de Tritão, monstro mitológico meio homem, meio peixe, sinistro hein? Levei a bandeira do Ramalhão para mostrar que esteja onde estiver, sempre nos lembraremos de quem somos! O outro lugar mágico de Sintra é o Castelo dos Mouros. Na verdade, é um castelo em ruínas que fica no alto da Serra de Sintra, no meio da floresta. O castelo foi contruído a partir do século VIII, época da invasão de Portugal pelos Mouros Muçulmanos do Norte da África, mas acabou abandonado com a reconquista cristã e restaurado no século XIX pelo Rei Fernando II. Crónicas árabes dizem que Sintra era uma região muito rica em campos de cultivo e o Castelo dos Mouros foi um dos castelos mais importantes nesta região. Quem recuperou o castlo foi o rei Afonso VI de Castela, em 1093 mas os muçulmanos o recuperaram nos anos seguinte. Depois, a segunda cruzada, em 1147 finalmente colocou o castelo nas mãos dos cristãos portugueses. O Castelo dos Mouros estava destinado a ser esquecido até que o Rei Fernando II, um apaixonado pela Idade Média ordenou sua reconstrução. E pra chegar lá é só subir a montanha, numa caminhada cansativa, mas prazeirosa. Mas… Além dos castelos, Sintra também tem muito futebol. A começar pelo Sintra Football. A história do time é muito louca! O Club Sintra Football foi fundado por um jogador de futebol (Dinis Delgado, atual presidente do clube) e dois amigos, em 27 de agosto de 2007. E mesmo sendo um time novo, já coleciona vitórias, sendo atualmente um dos clubes com mais acessos na última década e em Portugal, e por hora, sem nunca ter sido rebaixado! Claro que o time enfrentou (e ainda enfrenta) mil e uma dificuldades de estrutura e financeira, como por exemplo, não ter seu Estádio. Por enquanto, o Sintra joga no campo da AD Oeiras, o Estádio Municipal de Oreiras, mas já jogou também no Estádio 1º de Dezembro, e no Estádio do Real SC. Normalmente o time joga para uma média de 300 torcedores, que é um ótimo público para as competições de acesso (eles já subiram do dsitrital para o Campeonato de Portugal), incluindo o Ultras 2007. Outro time da cidade é o Sport União Sintrense. Fundado em 7 de Outubro de 1911, o Sintrense também disputa as categorias de acesso do futebol português e manda seus jogos no seu próprio estádio (eles chamam de Estadio do Sport União Sintrense). Veja algumas fotos do excelente site “O gol”, de Portugal. Mais informações, você pode acessar o site deles: www.susintrense.pt Por fim, a Sociedade União 1º Dezembro. A Sociedade União 1º Dezembro foi fundada em 1 de Dezembro de 1880!!!!!! Um time do século XIX, é mole? Já disputou a 3ª Divisão do nacional e atingiu a quarta eliminatória da Taça de Portugal contra o Sporting Clube de Portugal. Mandam seus jogos Estádio Conde Sucena. Dá pra ver as fotos do Estádio novamente no site “O gol” E asssim, chegamos à última cidade do nosso rolê: Estoril Na verdade estivemos em Estoril e CasCais, que é a cidade vizinha, colada mesmo à Estoril e que também possui uma linda praia. A gente só tem o fim de ano pra conseguir viajar, isso significa que só conhecemos o inverno europeu, por isso, ver o sol na praia é algo animador!Tinha até uma galera pegando um mar…
É interessante essa mistura entre castelos e o litoral! Em Estoril, uma das razões da cidade ser bem visitada é o “Casino Estoril“: O litoral é bem diferente do Brasil, mas é muito bonito! Essa é a piscina oceânica… Uma piscina formada pela água do mar. Pena que não tava tããão quente… Deu até pra curtir um rolê romântico e pegar um por do sol… Falando sobre o futebol e Estoril, a cidade é representada no profissionalismo pelo Grupo Desportivo Estoril Praia. O Grupo Desportivo Estoril Praia foi fundado em 17 de Maio de 1939. Desde 2000, constituiu uma SAD (empresa de direito privado), tema que gera miuta polêmica entre os torcedores portugueses. O time manda seus jogos no Estádio António Coibra da Mota. E fizemos questão de visitá-lo num dia normal, sem partida. Mais uma bilheteria pra nossa coleção: Olha que legal a pixação ao lado do estádio: “Apoia a tua equipa local”. No dia da nossa visita encontramos alguns torcedores locais acompanhando o treino. Aliás, graças a nossa visita ficamos sabendo que dias depois teria uma partida (a que a gente foi assistir). O Estádio António Coimbra da Mota foi inaugurado em 1 de Janeiro de 1939 e tem capacidade para 8 mil torcedores. O time do Grupo Desportivo Estoril Praia é chamado de “Canarinhos”, uma referência ao seu uniforme e homenagem à selecção brasileira. O Estoril Praia já chegou a jogar a 1.ª divisão, a primeira vez, na temporada 1944/45, quando meteu um 8×1 no F.C. Porto, mas atualmente, após acessos e descensos, o clube vem jogando a segunda divisão de Portugal, para a alegria dos seus Ultras. Mas o Estoril Praia chegou a jogar a Liga Europa da UEFA de 2013–14, jogando a fase de grupos ao lado do FC Slovan Liberec, o SC Freiburg e o Sevilla Fútbol Club. E na temporada seguinte , defrontando PSV Eindhoven, Panathinaikos e Dínamo de Moscovo. Olha um dos adesivos deles lá no estádio, pra quem acha que tem espaço no futebol pra xenofobia… Esse é o gol do lado direito. Este o do lado esquerdo: E o meio campo: O estádio possui uma área central coberta e um grande anel descoberto em torno do campo. Que golaço, essa visita! Assim, prometemos que voltaríamos pro jogo e… dito e feito! Clique aqui e veja como foi. Pudemos conhecer ao vivo os Ultras do Estoril! E tem punk aê? O amigo Calhal diz que sim! Além do GD Estoril Praia, a cidade ainda conta com o União Recreativa e Desportiva de Tires (URD Tires). O URD Tires foi fundado a 8 de Dezembro de 1962 e disputa o Distrital, quarto escalão da região de Lisboa. Manda seus jogos no Estádio Dr. A. F. Santos Neves, com capacidade para 600 torcedores. Bom, pessoal, aqui chegamos ao fim do nosso rolê por Portugal. Muitas experiências incríveis, estádios, natureza, um doce melhor que o outro, várias pessoas incríveis… E agora seguimos no dia de hoje, 8 de Maio de 2020, em plena quarentena, sem previsão de quando poderemos fazer um role desses de novo. Primeiro por conta do Coronavirus que nos obriga ao isolamento social (necessário para o controle da pandemia) e segundo porque sabe-se lá quando conseguiremos juntar o dinheiro necessário pra uma viagem dessas. Assim, se por acaso você estiver lendo isso já no futuro, quando escaparmos dessa situação, faça aí o seu comentário sobre o que mudou e se já podemos viajar pra ver um jogo, nem que seja pra uma cidade pertinho… Abraços a todos e em especial ao bom povo português!