São Marcos

Boas Palavras, entre outros predicados) agora pela manhã, ainda sob o efeito da classificação do Palmeiras na noite de ontem. Com exceção da torcida do Sport, mesmo aqueles que torcem para outros times (como é o meu caso) devem ter se emocionado com a atuação do goleiro ontem. Boa leitura:

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PEGOUUUUUUUUU!!!Marcos Roberto Silveira Reis, para os mais crédulos (e desde  hoje até para os ateus) São Marcos é a grande entidade do não-gol. Escrevo essa homenagem ostentando com orgulho o manto da camisa comemorativa dos 400 jogos pelo Palmeiras. Seu único time, sua vida, nossa paixão. Em 49 anos de coração verde nunca presenciei uma partida na qual o goleiro foi tão fundamental para o resultado final. A cada minuto passado o gol diminuía para o Sport e Marcos se agigantava. O Leão (não o ótimo goleiro e péssima pessoa) do Recife até conseguiu colocar uma bola nas redes, mas foi pouco. Serviu para preparar o banquete final, para que a comemoração fosse  parar nas devidas mãos. Nas santas mãos de quem ama o que faz e por isso faz melhor do que os outros. Marcos, desculpem, São Marcos não é um ótimo profissional. É um apaixonado, um louco que se reinventa com a coragem de quem não teme. Nem treme. Aos 36 anos de coração verde é um menino desajuizado. Um senhor para o mundo normal do futebol. Um velhinho saltitante para os seus doloridos e feridos músculos. Coleciono as fotos do meu ídolo nas páginas dos jornais esportivos e elas poderiam estar nas exposições de qualquer museu do planeta. O olhar insano de quem acredita digno de um van Gogh, a força de uma escultura de Michelangelo e, ok , a face ferida de uma obra de Munch. Nessa fusão modernista e nada abstrata, um heroi. Solitário sob as traves. Solidário em seu amor a um clube. Padroeiro de uma nação. Que venha o Papa e abençoe as traves do Parque Antárctica. Desde hoje, Estádio Marcos Roberto Silveira Reis. Amém, Marcos. Deus proteja seus adversários. Tão importante quanto o gol celebrado é o gol certo evitado.
(Fernando Piccinini)
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