A cidade de Piquete tem sua história ligada ao exército desde cedo. O próprio nome da cidade vem porque as pessoas chamavam de “piquete” um destacamento militar que ficava na região para cobrança do fisco de quem passava por ali vindo das minas de Itajubá. Ao fundo, a serra que separa SP de MG e que dá ao horizonte uma beleza sem igual. Em 1902, o exército volta a ser protagonista na história de Piquete, ao definir que ali seria instalada uma fábrica de pólvora sem fumaça. Logo, chegaria o ramal férreo e com ele, as melhorias que fez da cidade o que ela é hoje. Atualmente, a tranquilidade da cidade parece até uma brincadeira pra quem está acostumado com a loucura das grandes metrópoles. Os casarões do passado ainda podem ser vistos pela cidade. A nossa visita à Piquete, tinha como objetivo visitar e registrar o Estádio da Fábrica de Pólvoras e Explosivos Presidente Vargas. O Estádio da Fábrica de Pólvoras e Explosivos Presidente Vargas foi a casa do time que durante décadas representou Piquete no futebol profissional, o Esporte Clube Estrela. O Esporte Clube Estrela foi fundado em dezembro de 1914, como Sport Club Strella. Aqui, um raro registro da época da fundação: O nome do time vem da “Vila Militar da Estrela”, onde fica a sede do clube. Assim como muitas equipes, o Estrela começou jogando as competições amadoras, mesma situação dos dias atuais. Aqui, uma foto do time de 1948: O Estádio foi inaugurado em 1 de maio de 1937 com o nome de Estádio Fábrica de Pólvora e Explosivos Piquete. A fábrica, inaugurada em 1909, produzia pólvora sem fumaça. O próprio diretor da fábrica, o coronel Achilles Veloso Pederneiras, foi o doador da área para o estádio, que ainda hoje mantém o distintivo do Estrela em suas paredes. Em 1957, o Estrela disputou pela primeira vez o Campeonato Paulista de Futebol, jogando a série A3, conseguindo o acesso já no ano seguinte, quando fez a final da A3 contra o Nevense. Assim, em 1959, disputou uma das mais sensacionais edições da Série A2 (clique aqui e veja como foi), mas acabou rebaixado para a série A3. Neste ano, venceram, por 3×2, uma partida amistosa contra a seleção do Exército, que tinha Pelé entre seus titulares. De 1960 até 1971 jogou a terceira divisão, quando novamente conseguiu uma vaga para a disputa da Segunda Divisão. Este era o time 61: Esse é o time de 1962: Aqui, o de 1965: O Estrela jogou ainda a “A2” de 1972, 1973 e 1975. Por fim, deu adeus ao profissionalismo jogando a quarta divisão de 1977 e se licenciando da Federação Paulista. De lá para cá, o estádio segue de pé, sendo a casa do futebol amador da cidade.
Conversamos com algumas pessoas de Piquete, entre eles o atual dono do bar e zelador do estádio, e o que todos confirmaram é que nos tempos de glória do Estrela, a cidade toda abraçava o time. Muitas pessoas vieram para a cidade pela oportunidade de jogar futebol, mesmo tendo que trabalhar na fábrica. Vamos dar uma olhada na parte interna do estádio. A grande rivalidade era contra o Hepacaré, de Lorena que lotava as arquibancadas do Estádio Fábrica de Explosivos. Pra se ter ideia geral do estádio, aqui a vista do meio campo: Aqui o gol direito: E aqui, o esquerdo: O Estádio possui três lances de arquibancadas cobertas: Do outro lado um lance de arquibancadas acompanha a lateral do campo no meio campo: O gramado segue bem cuidado. Ao fundo, a natureza mostra sua força e beleza: Algumas placas registram os fatos históricos do Estádio, como sua inauguração: E suas duas principais ampliações em 1959 e 1974: Na hora de ir embora, pudemos fazer uma foto lá do alto (a cidade fica no meio das montanhas): Vale o registro da camisa comemorativa ao centenário, lançada em 2014: E na hora de irmos, que tal curtir a serra da Mantiqueira, a caminho de Minas Gerais?