
Mas já foi esse que tem desenhado na camisa, no início dos anos 90:
O time, conhecido como os “leões da capital” tem feito muitos investimentos graças ao seu “proprietário”, o milionário russo-israelita (que também tem título de cidadão frances) Arcadi Gaydamak, acusado de uma série de “desvios comportamentais” coomo envolvimento com o tráfico de armas, entre outras cositas…
Particularmente não me agrada essa tendência de um time de futebol depender de um “figurão” cheio de dinheiro, para poder sobreviver, mas a coisa é mais comum do que se parece, principalmente nos países onde o futebol ainda não se desenvolveu muito profissionalmente.
Aliás, que paradigma não? Se evolui perde a graça, se não evolui, aparecem os tais figurões endinheirados e dominam o clube.
E pra quem pensa que falamos de um clube novo, vale dizer que o Beitar Yerushalaim é um clube bastante tradicional, fundado em 1936.
Segundo o ótimo livro “The ball is round: A Global History of Football” (compre aqui), o futebol chegou a Jerusalém com o exército britânico e logo se envolveu nos conflitos amargos da cidade.
Em 1929, um menino judeu chutou uma bola em um jardim árabe. Na briga que se seguiu, o menino foi morto e seu funeral foi o estopim para grandes tumultos.
Os judeus de Jerusalém assumiram a organização do futebol no início dos anos 30, e as equipes da cidade se dividiram segundo as mesmas linhas políticas que caracterizavam outros aspectos do sionismo (movimento que defende a existência de um Estado judeu).
Três times caracterizam os extremos ideológicos, o Hapoel a esquerda, o Maccabi o centro, e o Beitar a direita.
Com a guerra dos seis dias , Jerusalém se expandiu e transformou-se na “capital eterna” de Israel, o que ajudou o Beitar a chegar à primeira divisão, fazendo com que, apesar de toda sua marginalidade autodeclarada, o time se tornasse popular.
Mas o Beitar ainda não conseguia chegar ao topo do futebol israelense. A velha guarda, como o Maccabi Haifa e o Maccabi Tel Aviv, mantiveram sua vantagem, continuando a estimular o senso de marginalidade da torcida do Beitar. Somente com a chegada de Arcadi Gaydamak, é que foi póssível conquistar o campeonato.
O time joga no Teddy Stadium, com capacidade para 21.600. A própria seleção israelense costuma mandar seus jogos lá.
Alguns jogadores que passaram e marcaram época foram Sebastian ‘El loco’ Abreu, atacante uruguaio e o brasilerio Rômulo. Segundo João Vitor, leitor e colaborador do blog, Sebastian voltou pro River e o Rômulo voltou pro Cruzeiro.
Os torcedores do Beitar se mostram cada vez mais como militantes antiárabes e pró-assentamentos. Sua torcida organizada é a La Familia, ultras que importaram as técnicas do futebol italiano.
Segundo Guy Israeli, o “chefão” do La Familia “O governo espera que o futebol promova a paz. Mas nós não queremos paz. Nós queremos guerra. Não é possível obter paz sem guerra.”
Todo esse ódio, além da chegada de Gaydamak e o aumento do racismo vêm minando o verdadeiro amor dos antigos torcedores com o time. Triste não?
Como sempre, segue um vídeo com a visão das arquibancadas de lá:
E que o amor ao futebol fale mais alto que o ódio aos inimigos étnicos, culturais, políticos e religiosos. E que cante mais bonito que as guerras.
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gostaria de obter uma camisa deste time, com faço?
grato valdemir.
Bom, essa um amigo foi até Jerusalém buscar, mas tendo em vista os conflitos envolvendo Israel e a Palestina, atualmente, eu sugiro uma busca pela internet…
muito louca essa camisa….tenho uma deles da adidas, numero 20. quem veste é o ganes derrek boateng
só nao entendi esse escudo do Brescia na camisa tbm..
Olá, como vai?
Lendo sua história aqui, vou fazer um comentário.
Clubes que dependem de um figurão cheios de dinheiro geralmente acabam por se destacar, porque esses endinheirados elevam o time para outros patamares.
Claro que o ideal seria que o sucesso de um clube fosse apenas pelo agrupamento e a paixão de sua torcida que, somada, daria condições para as suas conquistas.
Um caso típico no estado de São Paulo é o Bragantino. A família Chedid, de origem libanesa, cujo membro mais famoso foi o brasileiro naturalizado, Nabi Abi, teve e ainda tem negócios diversificados, sendo o mais destacado o ramo de transportes.
Graças ao entusismo dos Chedids pelo futebol, o Bragantino chegou ao ápice de um clube de uma pequena para média cidade. E agora está mais reforçado do que nunca através da parceria com a empresa de bebida energética.
Enquanto mais de uma centena de cidades pelo Brasil, maiores que Bragança Paulista, não conseguem chegar sequer na série B do Campeonato Brasileiro, o Bragantino está na elite do futebol paulista e nacional há vários anos.
Saudações.
Mas é esquisito depender de uma pessoa pra um time sobreviver né?
A Leila no Palmeiras também tem um pouco dessa visao na gestão, não acha?