Correndo pelo futebol

Domingo de sol, dia perfeito (até rima) com futebol. Mas… Eu e a Mari tinhamos outros planos… Decidimos desafiar nossos limites e correr os 10km da prova “Mexa-se”, organizada pela rede cooperativista de supermercados COOP (antigo patrocinador do Santo André). Assim, nem bem eram 7 da manhã e já estávamos lá, juntos de milhares (17 mil para ser preciso) de pessoas.

E se cada um arruma uma desculpa para correr, a minha era simples, corria como promessa para o Santo André não cair para a série C do Brasileirão.

Não sei se ajudei muito o time (aliás, ácho que esse time nem com promessa…), já que fiquei entre os últimos lugares. Durante o trajeto pensei em algumas coisas para definir o que é correr uma prova de 10 km. No km 1 você pensa “Cara, acho que eu nunca corri na vida…. Estou completamente cansado e nem começou a prova” No 2 a certeza “Não acabo essa prova nem a pau”. No 3 começei a perceber que já tinha gente indo para a parte final da corrida (a Mari, entre elas). No 4 vi como eu sou um cara democrático. Já havia sido ultrapassado por pessoas de todas as cores, credos, sexo, idade, peso… Até um cara que corria empurrando um carrinho de bebê com o próprio filho, me deixou para traz com facilidade.

No quinto quilômetro sua mente é inundada por pensamentos filosóficos e palavras como “perseverança”, “resistência”, “bravura”, “coragem”, “Rocky Balboa”… No km 6 é a hora da matemática, já foi mais da metade da prova mas mais do que o dobro da minha capacidade de aguentar esforço físico. Chega o quilometro 7 e até que eu já não me sinto tão esgotado, além disso sinto minha autoestima aumentar muito após várias ultrapassagens que faço. Explicação: É que eu havia alcançado o grupo da caminhada. Km 8: Maldito grupo da caminhada… Não consigo ultrapassá-los, são muitos e na maioria senhoras que andam absurdamente devagar bloqueando toda a avenida. Opa, cheguei no 9 e já ouço a música do ponto de concentração, sei que devia me sentir um vencedor, mas percebo que só tem gente caminhando. Arrisco um pique. Desisto. Mantenho a velocidade e chego ao extremo cansaço.

Km 10: Um pouco atordoado, termino a prova. Nem bem entreguei o chip e ganho um beijo. Era a Mari que após muito tempo esperando me encontra. Frutas, bebidas, brindes, promotores de dezenas de marcas…. Meu cérebro está cansado também. Não quero saber da Claro, até aceito um ADES, por um momento penso ter perdido a medalha (prova da minha proeza). Olho para o palco e vejo o prefeito e o presidente da COOP discursando. Ambos gordões, piores que eu. As 17 mil pessoas olham e mais uma vez lembram o que é o mundo da política e das corporações: “Faça o que eu falo, não faça o que eu faço”. Ufa… Parabéns pra gente, Mari!

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6 comentários em “Correndo pelo futebol”

  1. Nem acredito que conseguimos, não há muito como explicar a sensação de ter completado essa prova!!!

    E pensar que há um tempo atrás minha meta era correr de casa até o shopping, ter completado 10km é um marco na minha vida.

    o primeiro de muitos!

    1. Eeee grande companheira!!!
      Te amo!
      Obrigado por estar sempre ao meu lado (ainda que nessa corrida tenha estado muito mais a frente hehehe)

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