Muita gente acha que o Brasil é o país do futebol, mas cada vez mais percebo que o brasileiro não gosta de futebol, ele gosta é do time dele, e quando está ganhando, caso contrário, ao invés de ver o jogo ele prefere sair com o pessoal e se divertir.
O próprio presidente do Corinthians foi flagrado almoçando outro dia enquanto o timão fazia seu jogo da volta à série A (veja essa história no blog do Juca, num post do dia 10/11, clique aqui para ler).
Além disso, repare quão pequena é cultura nacional gerada em torno do esporte. Quando esse post foi escrito, em 2008, ainda eram poucos os livros, filmes e estudos abordando a tal “paixão nacional”. Agora, em 2020, direto do futuro, eu posso dizer que esse cenário mudou um pouco. Tentando colaborar nesse sentido, esse post nasce com a idéia de se contar um pouco sobre a história da bola de futebol aqui no Brasil. A história que se é contada e repetida pela imprensa paulista é que as primeiras bolas teriam sido trazidas ao Brasil por Charles Miller e Hans Nobiling em 1894. Charles trabalhava na São Paulo Railway Company (que depois viria a ser a Estrada de Ferro Jundiaí – Santos, que atualmente liga a capital ao ABC). Baseado nisso, alguns historiadores citam o Campo do Serrano, de Paranapiacaba como um dos primeiros do país. Porém, também dizem que em 1872, os padres do Colégio São Luís, em Itu, no interior de São Paulo, já organizavam partidas entre seus alunos. Já no Recife, Guilherme de Aquino Fonseca, pernambucano que viveu por muitos anos na Inglaterra, teria sido o responsável pela primeira bola da região. No Rio de Janeiro se fala em Oscar Cox como o responsável por trazer a pelota em 1897 (ano que chegou ao país). Mas ainda em 1878, teria ocorrido uma partida no Rio, em frente à residência da princesa Isabel, entre marinheiros britânicos que ao final do jogo levaram a bola embora. Fala-se também em Thomas Donohoe, um inglês contratado pela fábrica Bangu que teria trazido uma bola por volta de 1891. E foi no Rio de Janeiro, mais precisamente em Petrópolis, no começo do século 20, que surgiu o primeiro fabricante de bola de couro cru do Brasil, obra do sacerdote Manuel Gonzales, do Colégio Vicente de Paula. No sul, as primeiras bolas de futebol apareceram na cidade portuária de Rio Grande e cidades próximas da fronteira com o Uruguai. Existem relatos de jogos nas cidades de Uruguaiana e Santana do Livramento antes de 1900. Podemos citar o alemão Johannes Christian Moritz Minnemann e Cândido Dias da Silva como pioneiros.As bolas daquela época eram bem diferentes das nossas atuais. Tinham uma abertura por onde entrava uma câmera inflável de borracha, e pra fechar tal abertura era usado um cadarço que ficava amarrado para o lado de fora, dando chance dos jogadores se machucarem nas cabeçadas, por isso era tão comum se utilizar aquelas touquinhas. Abaixo duas fotos de bolas da época:
Nos anos 40, as bolas passaram a ter costura interna, sem a abertura e o cordão. Mas seu couro encharcava nos dias de chuva, tornando-as extremamente pesadas, lembrando as bolas de capotão que a molecada usava na década de 80. Em 1962, estreou a pelota com 18 gomos, mais leves e estáveis. Na copa de 70 foi usada uma bola com 32 gomos, totalmente de couro e costurada a mão. Em 78 surgiu o grande ícone, a bola “Tango” produzida pela Adidas para a Copa do mundo, e que foi base pras todas as bolas desenvolvidas até 2002. A partir dos anos 90, muito se inventou na área da tecnologia, para melhorar a performance dos chutes, e velocidade da bola, assim como os modelos utilizados. A Copa de 2002 usou a Fevernova: Na Copa de 2006, foi a vez da Teamgeist: Para constar, a bola oficial de futebol, como determina a regra, deve ter uma circunferência superior a 68cm e inferior a 70cm. Seu peso, no início da partida, deverá ser de 450g no máximo e de 410g no mínimo. A pressão deverá ser igual a 0,6 -1,1 atmosferas (600 – 1.100 g/cm²) ao nível do mar. Isso na teoria, porque na prática, pra quem ama futebol, a bola é o de menos, valem latinhas massadas, limões, bola de plástico e o que mais se quiser usar pra atender aos chamados e a vontade dos deuses do futebol. ]]>