O futebol profissional em Campo Largo – PR
Cansado de ler sobre equipes paulistas? Vamos mudar o foco e falar do futebol em uma cidade paranaense: Campo Largo, município da região metropolitana de Curitiba, onde vivem cerca de 130 mil pessoas.
Paramos na cidade, quando íamos de Curitiba até a Colônia Witmarsum.
Campo Largo serviu de lar para indígenas de diferentes etnias (principalmente Tinguis e Cabeludos) muito antes da chegada do europeu. A partir de 1531, surgiram expedições em busca de ouro, usando o Peabiru, caminho indígena que ligava o litoral brasileiro ao Peru.
Se atualmente a região ainda é muito bonita, no passado, os vastos campos e rios exuberantes deviam ser um verdadeiro paraíso. Não a toa foram surgindo povoamentos de apoio aos exploradores de ouro e tropeiros que seguiam para Sorocaba. Nessa época, já denominavam a região de “Campo Largo“, mas só em 1882 Campo Largo da Piedade foi elevado a cidade.
Na estrada que chega à cidade encontra-se o Monumento a Antônio Tavares, trabalhador rural, assassinado pela polícia, em maio/2000 durante uma manifestação do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) que se dirigia a Curitiba para reivindicar crédito e terra. Antônio Tavares tinha 38 anos e cinco filhos. Antonio Tavares presente. Agora e sempre!
Deixando essa triste memória de um país que ainda precisa entender sua história e fazer as pazes com seu passado, falemos um pouco do futebol da cidade, começando pelo Internacional Esporte Clube.
O Internacional Esporte Clube foi fundada em 30 de Maio de 1945 e manda seus jogos no Estádio Atílio Gionedis, o “Ticão”.
O Internacional passou a maior parte de sua história em disputas amadoras, mas no ano 2000 fez sua estreia na Terceira Divisão do Campeonato Paranaense, terminando a primeira fase na liderança do grupo B, mas sendo eliminado no mata-mata da segunda fase.
Infelizmente o time preferiu retornar ao futebol amador. O que não significa que sua torcida apaixonada tenha deixado de seguir o time, ao contrário! Essa é a Mancha Negra, principal organizada do Internacional!
E junto dos chamados “torcedores comuns (ou autônomos)”, seguem lotando o Estádio nas conquistas do time.
Uma das conquistas mais comemoradas foi a do Campeonato Amador Sul-Brasileiro de 2011, que reuniu os campeões estaduais amadores de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O representante de São Paulo era o União Vila Sá, aqui de Santo André! Foto abaixo do jornal Gazeta do Povo (leia mais sobre a conquista clicando aqui).
10 anos depois… cá estamos nós no mesmo estádio, para conhecer a casa do Internacional
Aí está a bilheteria do Estádio Atílio Gionedis:
Vamos dar uma olhada na parte interna:
Essa é a parte onde ficam os mesários.
Uma olhada no meio campo:
O gol da direita:
O gol da esquerda:
Olha que cuidado com a bandeira do escanteio do Estádio Atílio Gionedis:
A arquibancada em toda a lateral do campo, onde cerca de 3 mil torcedores podem se posicionar.
Os bancos de reserva:
Hora da entrevista?
O jogo que aconteceu logo após nossa visita não foi com o Internacional, mas sim: GRECAL 2×4 Paranavaí.
O gramado estava bem cuidado para receber o jogo na seguida!
Há um espaço para a torcida Visitante:
Se for pro gol, me chama que eu vou!
Assim, finalizamos o registro do Estádio Atílio Gionedis.
Hora de falar sobre outro time bastante tradicional no futebol de Campo Largo, o Fanático Futebol Clube.
O Fanático FC foi fundado em 29 de Dezembro de 1944, e orgulha-se dos títulos de campeão da Taça Paraná (a principal competição de futebol amador do estado) em 1968, 1976, 1978, 1979, 1983, 1986, 2015 (time da foto abaixo), 2016 e 2017.
O Fanáticos FC manda seus jogos no seu Estádio Angelo Antonio Cavalli.
Aí está a bilheteria do Estádio Angelo Antonio Cavalli.
O apelido do time é “o Leão da raça”.
Mesmo sendo atualmente um time amador da cidade, o Fanáticos tem uma incrível estrutura, junto do campo do futebol há uma quadra poliesportiva e por isso o local é chamado “Centro Esportivo Fanático“.
Em 2004, não consegui descobrir o que deu o acesso, mas o Fanático FC disputou a 2a divisão e teria se classificado para a segunda fase, mas acabou eliminado no “tapetão”:
Como se vê, o Fanáticos tem uma grande história e tradição no futebol local, mas o Estádio Angelo Antonio Cavalli é a casa de outros times que disputam o profissional, como o “GRECAL” – Grêmio Recreativo Esportivo Campo Largo.
O Grêmio Recreativo Esportivo Campo Largo foi fundado em 15 de junho de 2007, mas apenas em 2009 se filiou à Federação Paranaense. Em 2011, faz sua estreia no futebol profissional disputando a Terceira Divisão e embora não tenha conquistado o acesso em campo, a boa campanha o fez ser convidado a jogar a divisão de acesso em 2012 (mesmo ano que o Paraná Clube jogou).
Infelizmente, uma má campanha o levou de volta à Terceira Divisão onde ficou de 2013 até atualmente (2021). Esse foi o time de 2016:
E aqui 2018 (foto do site Do rico ao pobre):
E se você acha que o Estádio Angelo Antonio Cavalli já está bem movimentado, imagine que ainda existe um terceiro time mandando seus jogos lá: o Clube Andraus Brasil, o “CAB” (seria um Boca Juniores paranaense?).
O Clube Andraus Brasil foi fundado no dia 22 de maio de 2003 e embora tenha como grande objetivo revelar jogadores, em 2010 se filiou à Federação e passou a disputar a Terceira Divisão do Campeonato Paranaense.
Em 2014, conquistou o título da Terceira Divisão e desde então, passou a disputar a Segunda Divisão. Foto do site O tiro de canto:
Em 2018, caiu para a Terceira Divisão, mas logo em 2019 sagrou-se campeão e voltou para a Segunda divisão, onde está até hoje mandando seus jogos no Estádio Angelo Antonio Cavalli, aliás… Vamos dar uma olhada nele!
Essa é a visão do meio campo, com a arquibancada ao fundo!
Somando à capacidade dessa singela e linda arquibancada coberta os demais espaços, o estádio comporta cerca de 2 mil torcedores.
Esse é o gol da direita:
Esse, o gol da esquerda
Olha aí o banco de reservas!
Os “demais espaços” são esses dois lances de arquibancada descoberta na outra lateral do campo:
Como chama a atenção essa arquibancada hein?
Aqui, uma visão de traz do gol.
Agora, olhando do outro lado (de quem está na arquibancada coberta), esse é o gol da esquerda:
Este o gol da direita:
Perceba que ali ao fundo do gol também existe um espaço para se ver o jogo de pé.
Desde 2013, a arquibancada leva o nome de Marcos Kaminski, uma homenagem ao ex atleta e diretor do clube.
E é com esse 0x0 que a gente se despede da cidade de Campo Largo, muito contentes por termos conhecido dois novos estádios, dessa vez em terras paranaenses!
O Andraus Brasil é o maior credor do Santo André… Imagino que os pagamentos mensais que o Ramalhão é obrigado a fazer na Justiça sejam a principal fonte de renda do clube paranaense.
Não apenas o Santo André. Eles tem uma política de formação que garante dinheiros de variadas fontes. No caso do Ramalhão, mais do que o valor do pagamento mensal, eles tem e uma grande segurança de saber que esse dinheiro vai pingar por muuuuuuitos anos…