No carnaval de 2024, tivemos a oportunidade de fazer mais um rolê misturando futebol, natureza, cultura e estrada.
Nossa primeira parada foi a cidade de Itobi, passamos também por Casa Branca, Mococa, Arceburgo (MG) e agora chegamos a Guaranésia.
A região era ocupada há milhares de anos por diversos povos como Guaranis, Kayapós, Puris, entre outros, e logo foi ocupada por europeus já que ficava no caminho para as minas de ouro. Pintura de Oscar Pereira da Silva.
Em 1901, a localidade foi elevada a cidade, com o nome de Guaranésia.
Logo ao entrar na cidade você percebe sua característica geográfica: somente 20% do relevo do município de Guaranésia apresenta-se plano… É morro pra cá e pra lá.
O primeiro trecho do ramal ferroviário ligando Guaxupé a Guaranésia foi inaugurado em 1912.
Hoje o que sobrou são apenas lembranças… Materializadas em uma locomotiva eternamente estacionada em frente onde ficava a estação.
Já visitamos Guaranésia em 2009, para conhecer o Estádio Francisco Lopes (veja aqui como foi) e veja abaixo como eu era 15 anos mais jovem e já com meus tradicionais bermudões pretos.
Naquela rápida visita ficamos chateados por não ter conseguido adentrar ao Estádio Francisco Lopes e aguardava uma nova oportunidade para fazê-lo.
Eis que esse dia chegou!
Olha que linda vista aérea disponível no site Guaranésia Memórias:
No início do Século XX já se jogava futebol em campos improvisados em Guaranésia.
Os primeiros times da cidade foram a Associação Atlética Esportiva e a SAGI Futebol Clube (Sociedade Anônima Guaranésia Industrial), fundada em 11 de Novembro de 1923, que daria origem ao Clube Operário de Recreios e Esportes (CORE).
Aqui, matéria de 1938 sobe a SAGI:
No mesmo 1938, jogo com o Arceburgo FC:
Aqui, jornal de 1940 fala de um jogo do CORE contra o J Nicola FC, de Mococa.
E outro contra o Guaxupé EC:
Aqui, o time de 1949:
Já em 1930, surgiriam o Santa Margarida Futebol Club e o Aliança Futebol Clube.
Aqui, uma das primeiras formações do Aliança:
Em 1932, o Aliança FC sofre um revés por 8×0, em um amistoso contra o Radium e decidem encerrar o time, e fazer surgir em seu lugar o Guaranésia Futebol Clube.
O primeiro estádio da cidade era o do Clube Operário Recreativo (CORE), e ficava no centro, mas em 1937, o Sagi Futebol Club prometia também construir o seu próprio campo.
Porém, o terreno do campo do CORE (onde o Guaranésia mandava seus jogos) foi entregue para a construção da Fábrica de Tecidos Santa Margarida…
Veja nesse mapa atual, como a fábrica fica perto do atual campo do Guaranésia:
Nessa foto mais antiga dá pra ter ideia de como era o local em 1923 (a foto é do site da própria Santa Margarida).
Aqui, um recorte do jornal Monitor Mineiro de 1934, falando sobre uma partida entre a Esportiva e a SAGI FC:
Também em 1934, uma nota no mesmo jornal sobre uma partida entre o Guaranésia FC e a AA Riopardense:
1944:
Após a doação do campo para a construção da fábrica, o Guaranésia Futebol Clube passou a utilizar o Estádio Marinho Ribeiro Lima Filho, o “campo das almas” (por estar perto do cemitério) e que hoje é chamado de Campo do Cruzeiro.
Passamos por lá pra registrá-lo:
Olha uma foto do time do Cruzeiro:
Só depois disso é que veio o atual Estádio Municipal, e que infelizmente, mais uma vez estava fechado e não permitiu que registrássemos melhor sua arquibancada.
Só o que fizemos foi fazer umas fotos do lado de fora:
Bem que tentei entrar pelo portão de traz, mas… também estava fechado.
Recentemente o time do Guaranésia Futebol Clube chegou na final da Copa Alterosa de Futebol Amador perdendo para a Seleção de Campo Belo e também a final da COPA AMOG.
E esse é o uniforme atual do time: