Finalizando nosso rolê pelos Balcãs, chegamos à Romênia, para conhecer sua bela capital Bucareste e o futebol local.
Tudo graças à Tarom, companhia aérea da Romênia!
A Romênia tem uma história super interessante, muito antiga (há registros de habitação desde a pré história) e dinâmica. Existe uma série de museus na cidade que ajudam a contar essa história, como o Museu Nacional de história:
Um dos mais importantes é o Museu Nacional de Arte da Romênia, que fica dentro do Palácio Real na Praça da Revolução, no centro de Bucareste. Possui coleções de arte romena medieval e moderna, bem como a coleção internacional montada pela família real romena.
Nos portões da frente havia uma intervenção com nomes de todos que morreram durante os protestos de 1989 (quando o então presidente Nicolae Ceauşescu foi deposto e depois executado).
Além de ser época de fim de ano, a cidade (e o páis) estavam em festa porque em dezembro eles celebraram os 100 anos da unificação da Transilvânia, Bucovina e Bessarábia ao Reino da Romênia, praticamente o nascimento do país como ele é hoje.
Então, um brinde à Romênia!
Várias manifestações em homenagem a este centenário!
Tem rock por lá?
Pra mim, o que chamou mais a atenção em Bucareste foi a arquitetura dos prédios e as largas avenidas…
E se a ideia é falar de arquitetura e grandiosidade, que tal o prédio do parlamento… É uma coisa impensável, simplesmente gigantesco!
Ele representa bem a ideia do sistema de governo que tentava se chamar de comunista, mas que tinha muita coisa em desacordo com o “comum”…
Não que eles não tivessem conseguido fazer muita coisa bacana, mas era uma grande concentração de poder na mão dos governantes, enquanto o povo ralava pra segurar essa conta, uma visão errônea do que poderia ter sido um real sistema socialista.
Mas falar da Romênia é também lembrar da lenda de Vlad Tepes, o “empalador” que ficaria conhecido no livro / filme Drácula de Bram Stoker, que realmente viveu no século XV na região de Bran.
E sim, tem um monte de coisa relacionada ao tema.
E já que estávamos na Romênia,decidimos ir até Bran, onde fica o castelo eternizado pelo filme do drácula!
Oficialmente, o Castelo do Drácula se chama “Castelo de Bran” e situa-se na fronteira entre a Transilvânia e a Valáquia e abriga um museu e do lado de fora um cenário muito bacana.
Antes de chegarmos lá, passamos no Castelo de Peles.
Mas, claro que de terror o lugar não tem nada, ao contrário, é um ponto de turismo bastante visitado.
O dia estava gelado e a neve dava um clima ainda mais frio.
Em frente ao castelo existe essa cruz que dá asas à imaginação de quem espera por vampiros e mortos vivos.
Existe ainda todo um comércio nas proximidades, e claro que tem atrações baseadas nesse clima de terror.
Mas, fora a lenda do Drácula, a Romênia tem um dia-a-dia bastante similar ao nosso…
A comida por lá é muito boa! E tem suas particularidades, mas também tem as coisas do dia-a-dia.
Em homenagem ao deácula, que tal uma sanguinária sopa de tomates?
Vale até curtir uma dança típica no restaurante!
E que tal esse exército de soldadinhos de chumbo!
Também tivemos a oportunidade de curtir um pouco da poesia visual vendo os pássaros espantarem o frio comendo umas frutinhas…
As ruas de Bucareste ganharam nossos corações…
O centro velho possui uma série de Pubs e atrações pra curtir a noite!
A cidade é bastante arborizada e possui vários parques.
Enfim… Bucareste se mostrou uma cidade muito aprazível e, cabendo no seu orçamento, recomendo a visita!
Mas… Agora chegou a hora de falarmos do futebol da cidade, começando pelo FC Dinamo!
O FC Dinamo nasceu em maio de 1948, num a época em que o mundo vivia o pós guerra e formava seus dois macro blocos: capitalistas x socialistas.
Além da competição no âmbito político e econômico, os esportes também representavam um importante cenário de disputa.
Assim, a União Soviética incentivou a criação de times e o desenvolvimento do futebol em todos os países do eixo comunista.
E a Romênia também fez parte deste cenário. Assim, da fusão do Ciocanul București e do Unirea Tricolor București nascia o Dinamo Bucareste.
A noite cai rápido no inverno romeno e mesmo sendo pouco mais de 5 da tarde, parecia tarde da noite quando finalmente fomos conhecer o Estádio do Dinamo Bucaresti.
Conseguir adentrar ao estádio ainda era uma incerteza, quando finalmente chegamos a uma catraca que nos deu acesso à parte interna!
O Dínamo é considerado um dos grandes times romenos, e já conquistou 18 campeonatos nacionais, entre a temporada de 1954/55 e a de 2006/07 (data da sua última conquista)
O Stadionul Dinamo tem uma bela atmosfera, imagine estando lá sem mais ninguém e nessa escuridão!
Veja o mesmo estádio “iluminado”:
O curioso é que o local por onde entramos nos levou às arquibancadas atrás do gol.
Dá pra ver que existem arquibancadas em ambas as laterais do estádio:
Cenário marcante para o resto de nossas vidas!
O estádio foi inaugurado em 1952, e atualmente tem capacidade para 15.138 torcedores, como você (não) pode ver nas fotos abaixo:
Mesmo no escuro, dá pra perceber que ele fica no meio de um bairro residencial, cheio de prédios que se levantam com a chegada e desenvolvimento do capitalismo na Romênia.
Outra foto da Wikipedia pra dar uma ideia do estádio iluminado:
Mesmo sendo uma visita noturna (e não muito oficial hehehehe) valeu muito a pena.
Falar da torcida é ter a certeza de um fanatismo e dedicação total ao time! Aqui, assim como em boa parte da Europa, se vive a cultura dos Ultras!
O ódio ao futebol moderno é um tema comum por lá, principalmente porque o futebol romeno tem sido invadido por capital externo.
Mais uma bilheteria para a nossa coleção!
Deixamos o estádio sabendo que iríamos sentir o que eu sinto agora… Uma saudade absurda daqueles poucos minutos em que pudemos viver por ali…
Uma última recordação frente ao distintivo do Dinamo…
Ao sair, pude reparar melhor num detalhe importante, logo na entrada do estádio existe uma estátua em homenagem ao ex jogador Catalin Hildan.
Fui descobrir só depois que trata-se de um atleta que morreu em campo e desde então é reverenciado pela torcida.
O outro time da cidade de Bucareste que decidimos dedicar atenção foi o Steaua Bucuresti, o “Estrela Bucareste“
A história recente do time passou por uma enorme reestruturação. O distintivo atual do time é esse:
O time foi fundado em 1947 por soldados do exército romeno e logo tornou-se o principal clube do país, vencendo 26 edições do campeonato nacional (a última em 2015).
A equipe alcançou o auge de sua glória na temporada 1985/1986, quando bateu o Barcelona nos pênaltis e sagrou-se campeão da antiga Taça dos Campeões, atual Champions League.
O time mandou seus jogos no Estádio Ghencea até 2015, quando a disputa entre o Departamento de defesa romeno e o empresário responsável pelo time impediu de uma única vez o uso do nome do time e também do estádio.
Pois bem, este estádio lindo que viu os principais times do Estrela de Bucareste jogar, infelizmente … foi ao chão.
O curioso é que foram os militares que decidiram”desistir” da gestão do time, em 1998 e passaram às mãos da gestão particular.
O mais louco é que desde 2017, o exército decidiu criar um time e trazer a marca “Steaua Bucuresti” de volta à ativa…
Ou seja… Existem atualmente dois Estrelas de Bucareste… Um, que não pode usar o nome original e se chama FCSB e o time que usa o nome de sempre mas que nasceu apenas em 2017…
Fomos até lá para comprovar o que sobrou do estádio…
O estádio é de fácil acesso, embora não fique muito perto do centro.
Os muros são tomados por pixações da torcida.
Adesivos também:
Mas ao entrarmos, já não existe mais nada do estádio…
Só um imenso vazio no local onde antes havia a vida futeboleira de Bucareste!
Mas, a atmosfera da entrada do estádio ainda é inacreditável…
Nunca imaginei que pudéssemos estar num lugar tão mágico pro futebol… O estádio do time do leste europeu que desbancou o Barcelona numa Champions…
Quem sabe um dia voltamos pra ver um jogo no estádio reconstruído?
E falando em contruir, reconstruir, destruir, é necessário uma rápida citação sobre o outro time de Bucareste: o Rapid Bucareste!
Fundando em junho de 1923, o time passou por uma crise tão grande, que em 2016 acabou sendo excluído da liga romena de futebol e voltando apenas em 2018 para a então IV divisão do futebol local.
O time mandou seus jogos no Estádio Giulești Valentin Stănescu, mas em decorrência das dividas será fechado em 2019.
A partir de então, o Rapid Bucareste passará a mandar seus jogos na Arena Nationala, a casa da seleção romena e também de clássicos.
Fomos até lá para conhecer a Arena, mas, infelizmente ela estava fechada:
Olhando pelo Google dá pra se ter uma ideia de quão grandiosa ela é:
Ela faz parte de um centro esportivo que conta com ginásio e um parque.
Uma espiadinha lá dentro…
Fica mais um registro de um grande estádio no leste europeu!
Uma coisa interessante é que soube do Uniti Sub Tricolor, um grupo de Ultras que apoiam a seleção Romena.
Um último olhar e hora de irmos embora!
No dia seguinte, ainda tivemos tempo de conhecer o Estádio de Cotroceni, a casa do FC Progresul Bucuresti!
O estádio foi construído em 1995, sendo o primeiro estádio construído, após a Revolução Romena de 1989. Possui capacidade para 14.542 torcedores.
O FC Progresul Bucureşti é também conhecido como FC Naţional Bucureşti e disputa a Liga IV.
Infelizmente o estádio foi comprado pelo Banco Nacional e eles não permitem entradas 🙁
A pior situação possível.. O estádio ali … e nós do lado de fora…
Pra fechar o ciclo do futebol romeno, lembra que fomos até o castelo do drácula, lá na Transilvania? Pos bem, naquela noite, pudemos visitar a cidade de Brasov.
Demos um rolê pelo centro da cidade…
A cidade conta com um time de futebol defendendo suas cores, o FC Brasov.
O clube nasceu em 1936 e chegou à Primeira Divisão em 1957.
O FC Brasov manda seus jogos no Estádio Silviu Ploeșteanu e embora não tenhamos conseguido visitá-lo, seguem algumas fotos:
E assim, com certa dor no coração, de saudades e de nostalgia, nos despedimos da Romênia, encerrando assim o ciclo de posts sobre o futebol no leste europeu.
Espero que tenham curtido!