Sábado, 9 de novembro de 2024.
Quem diria que após algumas horas de estrada, finalmente acompanharíamos um jogo do Grêmio Novorizontino ao lado de sua torcida.
Pra mim, estar ao lado da torcida do Grêmio Novorizontino era um sonho há décadas, desde o time anterior, o Grêmio Esportivo Novorizontino que tanto chamou a atenção naquela final caipira do paulistão de 1990…
Como a distância é grande para um bate e volta no fim de semana, preferimos dormir em Bauru para ganhar tempo no retorno.
E já que estávamos por lá, antes da partida fomos ver como está o campo do Estádio Alfredo de Castilho, a casa do Noroeste na série A1 de 2025.
Também deu tempo pra um alô no pessoal da Sangue Rubro, torcida do Noroeste que tem sua sede em frente ao portão principal do Estádio!
Abraços ao Pavanello e demais amigos que nos receberam muito bem, como sempre!
Também fomos visitar o local onde ficava o Estádio Lusitana que hoje é um supermercado. Estes são os dois painéis que ainda estão no mercado:
O fim de semana já tinha começado em alto estilo com um encontro com o ex-jogador Gamarra, eterno rei da zaga paraguaia!
Mas, nosso objetivo do fim de semana era acompanhar a torcida do Novorizontino no Estádio Doutor Jorge Ismael de Biasi, o tradicional “Jorjão”!
Mais que um jogo, trata-se de uma verdadeira decisão com o Operário Ferroviário (time de Ponta Grossa-PR) pelo acesso à série A do Campeonato Brasileiro, por isso é dia de casa cheia no Estádio Dr. Jorge Ismael Di Biasi!
Este poderia ser o último jogo do Novorizontino como participante da série B, e por isso, os torcedores da cidade e da região compareceram!
Até as cadeiras cobertas lotadas!!
Dr. Jorge ficaria orgulhoso deste momento…
Visitantes presentes! O pessoal de Ponta Grossa, a torcida Trem Fantasma, compareceu mostrando que acredita no Operário Ferroviário Esporte Clube nesta reta final pelo acesso para a série A do Brasileirão!
Estivemos na companhia do Rico, que também apresenta o podcast Papo de Andreense e representa a nova geração de apaixonados pelo futebol raiz do Brasil.
Olha como estava bonito o Estádio…
Empolgado com a torcida, o Grêmio pensava em vencer de qualquer forma para garantir ainda nesta rodada seu acesso!
Até o mascote do Novorizontino estava rosnando dentro da jaula do Estádio Doutor Jorge Ismael de Biasi !!
Cada um mostra seu amor e apoio pelo time como deseja. Esse pessoal estava usando a dança para animar a torcida. No intervalo eles foram pra dentro de campo fazer a festa!
Pra quem saiu do ABC embaixo de chuva, o dia bastante ensolarado em Novo Horizonte nos surpreendeu…
E será que o sol atrapalhava a visão?
Estratégias para se proteger do sol não faltaram. Dos tradicionais chapéus…
Até um tecido TNT (tipo um feltro fininho) amarelo que além de colorir o estádio, ainda foi usado por baixo do boné (no canto inferior direito da foto) para uma proteção ainda mais eficaz!
Posso dizer que meu boné salvou…
O calor estava tão grande que até um sheik apareceu para apoiar o Grêmio Novorizontino!
E teve até quem aproveitou a desculpa de se proteger do sol pra dar celebrar o amor…
Em campo, o Grêmio tomava as iniciativas mas as chances criadas acabavam desperdiçadas, e o Operário ainda levava perigo não só nos contra-ataques como também criando oportunidades reais.
Mas o Grêmio apertava! Parecia que o gol era questão de tempo!
A torcida fez uma festa a parte! Você que está lendo precisa lembrar que Novo Horizonte possui uma população de pouco mais de 40 mil pessoas… Tem ideia do que significa pra essas pessoas o time chegar à série A do Brasileiro?
Não tem anda mais legal que ver o envolvimento das pessoas com, talvez o mais precioso bem cultural da cidade: o seu time de futebol!
O lado das cadeiras cobertas tradicionalmente não canta muito, mas pelo menos apresentou uma padronização bem interessante quanto ao uso de camisas e bandeiras!
E hoje poder ver ao vivo a torcida pintando o Estádio Jorjão de amarelo e preto foi inesquecível!
O grande problema é que por mais que se esforçasse, o time não estava empolgando em campo e acabou criando-se uma certa tensão ao ver o primeiro tempo terminar empatado em 0x0.
Pra quem não vive a realidade do futebol, são apenas imagens, pra gente que respira esse dia-a-dia ver um estádio como este dessa maneira é uma verdadeira vitória, independente do placar!
Fomos dar um rolê pelo estádio no intervalo e se em campo o time não resolveu as coisas, no bar o faturamento foi certo!!
Foi bacana ver a diversidade de público no estádio, de crianças ao pessoal mais velho, todo mundo curtindo o momento único da cidade!
Espero que daqui alguns anos essa torcedora possa lembrar de quando ainda usava mamadeira no estádio.
O segundo tempo começou e o Operário manteve o controle do jogo, ainda levando perigo em algumas cobranças de falta e bolas paradas.
Alguns reclamavam que o técnico Eduardo Batista demorava pra mexer no time. Mas eu considero que ele tem muita moral pela fase atual do Novorizontino.
Formou-se um círculo vicioso: o gol não saia, com isso o nervosismo ia aumentando, fazendo aumentarem os erros…
Nessas horas, os deuses do futebol não tem piedade… E mesmo em frente essa multidão de torcedores, colorindo de amarelo as bancadas do Jorjão, o gol não saiu…
O placar insistia no 0x0…
A Garra do Tigre (principal organizada do Novorizontino) estava gigante!
E mesmo transformando a bancada em um verdadeiro show dos Ramons, o gol não saiu…
E quando parecia que não tinha como piorar para a torcida local, vem a bomba… Conforme disse um torcedor do nosso lado: “O futebol pune!”
Veja no canal do GE o gol do time visitante:
Foi uma decepção para todos…
Confesso que achei um pouco exagerada a reclamação da torcida por um time que está bem próximo da série A…
Refletores acesos como um sinal amarelo… Será que o tão sonhado acesso só virá no próximo jogo, também em casa, contra o Payssandu?
O fim do jogo foi chegando, a pressão do Novorizontino aumentando, mas sabe aqueles dias em que nada dá nada certo?
Os raios de sol começavam a baixar, mostrando que a tarde caia e que o jogo chegava ao fim…
E sem sentimento algum, o árbitro trilou seu apito e encerrou o jogo deixando parte da torcida em silêncio como que não acreditando que a festa programada para o jogo não fosse ser realizada…
Novamente, agradeço a oportunidade de participar desse momento histórico ainda que sentindo um pouco do amargo da derrota do dia… Mas, confesso estar na torcida pelo acesso do Tigre do Vale em homenagem a essa pequena cidade que desafia os gigantes do futebol!
Abraços ao Rico, que nos acompanhou pela primeira vez em um rolê como este.
A hora de ir embora misturou emoções…
Por um lado, felicidade em ter vivenciado momentos tão incríveis ao lado da torcida do Novorizontino, por outro, triste pelo resultado que no mínimo adia o sonho do acesso.
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
União Barbarense 1×3 Grêmio Novorizontino – O futebol em Santa Bárbara d'Oeste – parte 1
Sábado, 10 de setembro de 2022, 9hs da manhã. Em um horário quase “escolar”, fomos até o Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães registrar a molecada do UA Barbarense e do Grêmio Novorizontino pela terceira fase do Campeonato Paulista sub 15 da Federação Paulista de Futebol.
Já se vão 10 anos desde nosso último rolê por este incrível estádio. (Veja aqui como foi aquele União Barbarense x Palmeiras B, em 2012).
Dessa vez, aproveitei pra dar um pulo na entrada do clube que fica ali ao lado do Estádio.
E 10 anos depois, o Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães segue por lá… E, de verdade, revê-lo foi o principal motivo para ter vindo até Santa Bárbara d’Oeste.
O UA Barbarense vem numa fase difícil, licenciado das competições profissionais desde 2021, disputando apenas as categorias de base. Mas nem sempre foi assim, e torço pra que o futuro seja melhor! E essas glórias e histórias justificam a identificação do time com a cidade.
Emocionante registrar o Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães recebendo dois importantes times para uma partida que apresenta as futuras peças para ambos!
Aí o time do Grêmio Novorizontino:
E aqui, os meninos do União Agrícola Barbarense Futebol Clube:
Vou aproveitar esse registro para iniciar uma série de 4 posts sobre a história do futebol em Santa Bárbara d’Oeste, afinal foram 4 times participando das competições oficiais da Federação Paulista:
Assim, começamos pelo União Agrícola Barbarense, fundado em 22 de novembro de 1914, sob o nome de União Foot-Ball Club, conhecido como Leão da 13 já que o Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães fica localizado na rua 13 de maio, em Santa Bárbara d’ Oeste.
Em 1918, o time adotou o nome de Athlético Barbarense Foot-Ball Club, já em 1919, Sport Club Athlético Barbarense e em 1920 após fusão com o 7 de Setembro da Fazenda São Pedro adotou o nome Sport Club União Agrícola Barbarense. Mas no fim de 1920, o time adota o nome atual União Agrícola Barbarense Futebol Clube. Para saber mais sobre o time, acesse o link da Fundação Romi.
A partir de 1921, o União Barbarense se associa à APSA (Associação Paulista de Sports Athléticos) e passa a disputar a Divisão do Interior daquele mesmo ano.
Em 1922, novamente disputa a Divisão do Interior com uma campanha mediana.
Em 1923, também não se classifica para a fase seguinte.
Ausenta-se em 1924, e em 1925, nova participação na Divisão do Interior agora da APEA.
Em 1927, lá estava no agora Campeonato do Interior da APEA:
Apenas em 1930, uma nova participação, ao lado dos rivais regionais.
Além do Campeonato do Interior, também havia o foco na LBF (Liga Barbarense de Futebol). Mas em 1942, já pela Federação Paulista de Futebol, o União Barbarense disputou o maior dos grupos (a 15ª região) do Campeonato do Interior (o campeão do grupo foi o XV de Piracicaba), ao lado de outros times da cidade: O CA Usina Santa Bárbara, a Fiação e Tecelagem Santa Bárbara FC, o Usina Furlan FC e o Cillos FC.
Em 1943, nova participação no grupo que teve como campeão o outro time da cidade: o Clube Atlético Usina Santa Bárbara – CAUSB.
Aqui, o grupo de 1944:
E em 1945, com mais três times de Santa Bárbara d’Oeste no grupo: o CAUSB, o Cillos FC e o time da Usina Furlan FC:
Esse é o time do Cillos FC:
Assim, o União Barbarense seguiu na disputa do Campeonato Paulista do Interior até que em 1964 fez sua estreia no profissionalismo jogando a 3ª divisão (que equivalia ao quarto nível do futebol). O primeiro jogo foi uma derrota de 3×0 frente à Associação Atlética Alumínio. Mesmo assim, terminou em 3º lugar (o Palmeiras da Usina Furlan foi o líder).
Em 1965, seu grupo teve também outros dois times da cidade: o Palmeiras da Usina Furlan e a Internacional, mas não conseguiu se classificar para a segunda fase.
Em 1966, o time classifica-se para a segunda etapa, ao terminar em 3º lugar do grupo:
Na fase seguinte, embora tenha terminado na segunda colocação, não se classificam para o hexagonal final.
Em 1967, liderou seu grupo na primeira fase, sofrendo apenas 2 derrotas.
Segundo o livro “125 anos de Futebol” da Federação Paulista, a fase final teve apenas jogos de ida, onde o União Agrícola Barbarense sagrou-se campeão da Segunda Divisão Profissional,!o terceiro nível do futebol paulista.
Estes foram os campeões:
Assim, a partir de 1968, passa a disputar a Primeira Divisão Profissional (que equivalia à atual série A2 do Campeonato Paulista). Em 1971, vem a primeira campanha de destaque, classificando-se para a segunda fase.
Mas na segunda fase, não fez uma boa campanha.
Não disputa o profissional de 72, e permanece na Primeira Divisão de Profissionais até 1976, com destaque para a campanha de 1975, quando termina a primeira fase em segundo lugar.
Na segunda fase, o time perde a chance de chegar na final nos critérios de desempate… Lembrando que naquele ano não houve acesso.
O time se licencia e só retorna em 1979 para jogar a Terceira Divisão (equivalente ao 5º nível do futebol) classificando-se para a segunda fase:
Na segunda fase o time acaba desclassificado nos critérios de desempate…
A partir de 1980 o União Barbarense disputa a Segunda Divisão, com destaque para o time de 1983 que por um ponto não chega na fase final do campeonato, com este time:
Em 1984, lidera seu grupo nas duas primeiras fases… Mas caí no quadrangular final…
Esse foi o time daquele ano:
Em 85 sequer passa de fase e em 1986 mais uma vez só é eliminado no quadrangular final…
A fraca campanha de 87 leva o time ao terceiro nível do futebol em 1988, a “Segunda Divisão”, e por pouco o acesso não vem logo no ano de volta. O time para na penúltima fase do campeonato.
O Barbarense repete a campanha em 89, não chegando ao triangular final, mas em 1990, conquista o acesso após classificar-se em 2º no seu grupo.
E liderar seu grupo na fase final! Só perde o título para o Jaboticabal porque naquele ano o time de melhor campanha foi declarado campeão
De volta ao segundo nível do futebol paulista, agora denominado Divisão Intermediária, disputa a edição de 1991 e 92 sem grande sucesso, mas em 93 chega ao quadrangular final e pela diferença de 1 ponto perde o título para o Paraguaçuense!
A partir de 1994 disputa a série A3, sem grandes campanhas até 97, quando após liderar seu grupo na primeira fase…
O Barbarense chega à última partida precisando vencer o Mirassol, em casa, para sagrar-se campeão, mas perde o jogo por 1×0 e vê o título dizer adeus…
Passa a disputar a série A2 em 1998, e logo na sua estreia, classifica-se para o quadrangular final…
E no quadrangular final deixa pra traz outros times importantes e sagra-se campeão paulista da série A2!
Estes foram os campeões:
Em 1999, a série A1 só inseria os chamados “grandes” na segunda fase, e o Barbarense até chegou a disputar a segunda fase, mas sem grandes resultados, mas foi considerado o Campeão do Interior.
A mesma coisa ocorreu em 2000:
Em 2001, foi vice-campeão da Copa Federação Paulista de Futebol mas quase caiu para a A2. Em 2002 acabou no meio da tabela, mas em 2003, já disputando a primeira fase com os grandes, classificou-se para as quartas de final mas perdeu para o Corinthians em jogo único por 2×1.
Em 2004, novamente chega aos mata matas mas perde as quartas de final para o Santos.
No mesmo ano, sagrou-se Campeão Brasileiro da Série C, classificando-se em primeiro no grupo inicial.
Depois, o Barbarense eliminou nos mata-matas Portuguesa Santista, Rio Branco e Iraty-PR chegando ao quadrangular final, de onde saiu campeão.
O ano incrível de 2004, desmoronou em 2005 com o time sendo rebaixado para a série A2 do paulista …
E para a série C do Brasileiro.
Em 2006 a queda continuou, agora para a série A3.
Em 2007, ficou em uma posição intermediária, mas em 2008 consegue voltar para a série A2, como vice campeão.
Em 2009 termina a A2 em uma posição intermediária, e em 2010 chega à segunda fase, mas não consegue o acesso.
Em 2011 quase cai para a série A3, mas em 2012, consegue novamente o acesso para a série A1, sendo vice campeão após dois empates contra o time do São Bernardo FC.
Em 2013, foi rebaixado para a Série A2.
Em 2014 e 2015 ficou em posições intermediárias no campeonato, mas em 2016 chegou ao mata-mata, mas perdeu as quartas de final para o Mirassol. Porém, a partir de 2017, o sonho vira pesadelo: o Barbarense cai para a série A3, e no ano seguinte, para a série B. Em 2019 e 20 sequer classifica-se para a segunda fase, levando o time a se licenciar em 2021 e apenas manter-se nas competições das categorias de base, o que nos leva de volta à partida entre o Barbarense e o Novorizontino.
O Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães foi inaugurado em 21 de maio de 1921.
E logo na entrada, vc se depara com o leão da 13!
O estádio passou por várias melhorias e reformas, trocando as antigas arquibancadas de madeira para as de concreto e o lance que hoje pertence as cadeiras numeradas.
Pela proximidade entre as arquibancada e o gramado o estádio é chamado de “jaula do leão” e “caldeirão da 13 de Maio.”
Além disso, existe uma linda área coberta.
Em campo, o time da casa abriu o placar e dominou o primeiro tempo.
A arquibancada atrás do gol é simplesmente incrível!
O outro gol, na entrada do estádio também possui uma arquibancada bem próxima dele.
Aqui, um olhar pelo outro lado.
Ainda que a parte de baixo seja um pouco assustadora …
Por se tratar de uma partida sub 15, o público era pequeno…
Mas o Barbarense possui duas organizadas: a TUSB (Torcida Uniformizada Sangue Barbarense), de 1984 e a Torcida Inferno Barbarense.
O Estádio está muito bem cuidado e com pequenos detalhes que dão orgulho pra qualquer torcedor…
O segundo tempo trouxe más notícias para a torcida local… O Novorizontino virou o jogo para 3×1.
Nosso tradicional olhar do meio campo:
Do gol da direita:
E do gol da esquerda:
Um último olhar antes de nos despedir da casa do União Agrícola Barbarense FC e de toda a história que está enterrada junto desse gramado…
Que os torcedores locais possam continuar enxergando mais do que simples arquibancadas…
Ficar sem seu time nas disputas profissionais significa perder um pouco da cultura do povo de Santa Bárbara d’Oeste a cada dia. É um risco muito alto, ou como o próprio estádio ilustra… perigo de morte!