O futebol em Mogi Guaçu

Já estivemos em Mogi Guaçu por diversas vezes para acompanhar partidas do CA Guaçuano.

Até um acesso com direito a invasão de campo, a gente já curtiu!

Também estive visitando o Estádio em 2010:

Em abril de 2023, retornamos à cidade para conferir o momento atual do futebol.
Após alguns anos parado, desde 2022, o CA Guaçuano está de volta, às categorias de base (sub 15 e 17 começaram no fim de semana!).

Mas se a boa novidade é a volta do Mandi, a má notícia é que o tradicional Estádio Municipal Alexandre Augusto Camacho segue em reforma. Fomos lá pra dar uma conferida, mas fomos impedidos de entrar pela equipe da obra.

Oficialmente, o Estádio Municipal Alexandre Augusto Camacho completa 72 anos em 2023.
Em 30 de agosto de 1951, o projeto de Lei n° 77, assinado pelo prefeito Orlando Chiarelli, alterou o nome da Praça de Esportes de Mogi Guaçu, o “Campo do Mandi”, criado em 1930, para o atual.

O estádio homenageia Alexandre Augusto Camacho, cidadão da Ilha da Madeira (Portugal) que veio para o Brasil e fez sua vida em Mogi Guaçu, sendo o presidente da fundação do clube até sua morte, em 1951.
Ele foi um dos responsáveis pela construção do estádio.

Olhando de longe é difícil dizer o que está sendo feito atualmente de reforma no estádio…

Mas vi uma matéria mostrando algumas fotos referentes à fase de reformas internas:

Demos uma volta em torno do campo, mas só deu mesmo para registrar “fragmentos” da parte interna do estádio.

Espero de verdade que para 2024, tenhamos 2 novidades: o retorno do time ao profissionalismo e também a reinauguraç˜ão do estádio.

Mas enquanto o Estádio Municipal Alexandre Augusto Camacho segue em reforma, aproveitamos para registrar um outro estádio que ganhou visibilidade: o Estádio Municipal Carlos Nelson Bueno, o “Furno”.

O nome provavelmente vem dessa antiga indústria:

Já no ano passado, nas competições “paralelas”, como a Paulista Cup e mesmo em diversas competições amadoras, o estádio já foi bastante usado, mas sem dúvida 2023 é um ano mágico para ele.

Olha aí o gol da direita:

O meio campo:

E o gol da esquerda:

Um estádio meio bucólico, integrado em meio a certa natureza e num local meio afastado da cidade. Sem dúvida, muito bacana!

Lá ao fundo está uma pequena arquibancada que permite a presença de cerca de 500 torcedores.

E assim, mais um estádio do futebol paulista fica registrado aqui no site!

Já escrevemos um pouco sobre a história do Clube Atlético Guaçuano quando mostramos a camisa que doamos para o acervo oficial do time, a cuidados inicialmente do Samir Gimenez e atualmente pela diretoria do clube. Muitas das fotos deste post vieram do trabalho organizado por ele e do site oficial do clube: www.atleticoguacuano.com.br/

Vale a pena reforçar um pouco a história do futebol local.

Um dos primeiros times de futebol da cidade foi o “Mo­gi-Guassú Sport Club“, que inaugurou a praça de espor­tes da cidade com um duelo contra o Sport Club Itapiren­se, em 2 de julho de 1911.

O CA Guaçuano, fundado em 26 de fevereiro de 1929.

De lá pra cá teve uma série de outros escudos:

O time foi fundado como “Club Athletico Guassuano”. Aqui, o time de 1933:

Após uma fase de amistosos e torneios locais, a partir de 1946, passou a disputar o Campeonato do Interior, na 3ª zona da 7ª região:

Em 1957, venceu a sua regional!

Em 1958 sagrou-se Campeão do Regional, vencendo o derbi contra o Cerâmica Clube (falaremos dele daqui a pouco).

Em 1959, o time se licenciou e permaneceu parado até 1975, quando voltou ainda mais forte, estreando no profissional, já que outro time da cidade, o Grêmio Esportivo Guaçuano (também falaremos dele na sequência) abandonou as competições.
Assim, o CA Guaçuano passa a disputar a Segunda Divisão (terceiro nível do futebol paulista) de 1975, liderando a fase de classificação:

Acredite ou não, a Federação se atrapalhou e não teve tempo pra dar sequência ao campeonato, que terminou sem um campeão. Os líderes de cada um dos 3 grupos (Mirassol e Dracena FC) se declararam campeões daquele ano.

Em 1976, o CA Guaçuano faz uma péssima campanha na Série Professor João Carvalhaes e acaba rebaixado para a Terceira Divisão (o quarto nível do futebol paulista).

Em 1977, lidera a primeira fase, sagrando-se campeão da “Série Petronilho de Brito“.

O Guaçuano acabou desclassificado na segunda fase, que teve o Primavera de Indaiatuba como classificado e na sequência campeão.

Em 1978, novamente classifica-se para a segunda fase, mas não chega às finais.

Campanha similar em 79:

Em 1980, a Federação diminuiu para 3 o número de divisões do Campeonato Paulista, e o CA Guaçuano voltou à Segunda Divisão (o terceiro nível), jogando o Grupo Verde, e enfrentando 16 equipes não se classificou mas atingiu um honroso 3º lugar.

Em 1981, mais um campeonato maluco…. O CA Guaçuano foi mal no primeiro tuno, terminando na sexta colocação do Grupo Azul…

Entretanto no segundo turno, terminou como líder.

Houve assim um enfrentamento entre os vencedores de cada turno e após dois empates, um terceiro jogo foi marcado em campo neutro (Limeira) e por 4 a 3. o CA Guaçuano bateu o Mogi Mirim, chegando ao hexagonal final, mas terminando fora da decisão do campeonato.

Ainda em 1981, sagrou-se campeão estadual de juniores, mostrando que a fase estava boa!

Com a boa campanha de 81, o time garantiu presença na Segunda Divisão de 1982 (equivalendo ao segundo nível do campeonato), e o Mandi sentiu o peso da nova divisão, terminando em último lugar do seu grupo.

Em 1983 e 84 o time fez campanhas medianas. Em 85, escapou do rebaixamento no chamado “torneio da morte” com a Saltense, caindo o Jaboticabal e o Dracena.
Em 1986, mais uma campanha mediana, mas em 87 veio o encaminhado rebaixamento de volta à Segunda Divisão (o terceiro nível do campeonato), onde permaneceu com campanhas medianas até 1992, quando montou um time forte e terminou a primeira fase em primeiro lugar do seu grupo.

Veio a segunda fase em um grupo bastante disputado e novamente o Mandi terminou em 1º lugar, após jogo decisivo com o C.A.U. Iracemapolense.!

Chega então a fase final, e mesmo com um bom aproveitamento, acabou perdendo o título para o Oeste de Itápolis.

Entretanto, dos 4 times, apenas o Paraguaçuense vai disputar a Intermediária (segundo nível) do Paulistão em 1993, porque a Federação impede os acessos alegando que os estádios n˜ão tinham capacidade mínima.
O CA Guaçuano acaba não disputando nada e retorna em 1994, na recém criada Série B1B (quinto nível estadual).
Em 1996, o clube terminou a primeira fase na liderança do grupo com 18 equipes.

Mais uma vez na fase final, o time patinou 🙁

Em 2001, disputa o 6º nível do futebol paulista agora chamado de B3 e em, no seu primeiro ano nessa divisão, o Mandi até se classifica para a segunda fase, mas não chega às semifinais.
Porém no ano seguinte disputa a B2, graças à desistência do Corinthians de Presidente Prudente, do EC São Bernardo e à exclusão da Santacruzense.
Ainda assim, volta a fazer más campanhas, até que em 2005, a Federação unifica a série B em uma única, formando o quarto nível da competição.
Na primeira fase, liderou seu grupo.

Mas na segunda fase acaba caindo frente a dois adversários mais fortes: Penapolense e Santacruzense.

Em 2008 mais uma vez passa da primeira fase (mesmo tendo perdido 6 pontos no “tapetão”)…

Na segunda fase, classifica-se em segundo lugar!

No grupo final, que daria vaga para a final e o acesso pra série A3, perdeu um jogo decisivo para o Batatais, em casa, por 3×0…

Em 2009 e 2010, também passa por 2 fases antes de ser eliminado.
Em 2011, mais uma vez classifica-se para a segunda fase da série B.

Passa também pela segunda fase…

E lidera seu grupo na terceira fase.

Agora é o quadrangular de onde saem 2 acessos e um finalista, e o time perde a vaga na final por um gol de saldo, mas conquista a volta à série A3.

Estivemos acompanhando o time na ultima rodada contra o CA Votuporanguense que valeu o acesso. Leia aqui como foi.

Em 2012, na Série A3, faz uma campanha brilhante, liderando grande parte do campeonato, classificando-se em 3º lugar.

Na fase decisiva, um empate em casa com o Marília AC acabou com o sonho do acesso à A2, em um Estádio Camachão com mais de 10 mil torcedores.

Em 2013, disputou o campeonato inteiro com os portões fechados e escapou do rebaixamento na última rodada diante da A. A. Flamengo de Guarulhos.

Em 2014 a Federação Paulista não permitiu a utilização do Estádio Alexandre Augusto Camacho e o Mandi mandou seus jogos em Itapira. Longe de sua torcida, acabou rebaixado, em último lugar, de volta à série B.

Em 2015, licenciou-se dos Campeonatos e somente em 2022 voltou a disputar as competições de Base organizadas pela Federação Paulista de Futebol.

Porém, nossa visita à cidade em 2023 também permitiu que registrássemos outro time que também chegou ao profissional: o Cerâmica FC, atual Cerâmica Clube.

Vale reforçar que não só o clube, mas toda a cidade se desenvolveu muito em torno da indústria de cerâmica.
As 3 maiores foram a Martini, a Chiarelli e a Armani (sem contar as várias olarias como a Brunelli, a Irmãos Ramalho, Toso e Fantinato, entre outras).
E foi a Cerâmica Martini, fundada em 1908 por Luigi Andréa Martini e sua esposa, Emília Marchi Martini, que fundaram o Cerâmica Clube.
O Cerâmica Futebol Clube foi fundado em 2 de janeiro de 1948, mas infelizmente acabou trocando sua tradição no futebol por um moderno clube social.

O distintivo na parede em uma espécie de “nova cerâmica” ajuda a entendermos que o mundo realmente mudou…

Algumas coisas do passado, como o arco do estacionamento, ainda foram mantidas:

Mas só o que pudemos ver em nossa visita, em um feriado chuvoso foram muros…

Olha aí como é a frente do clube:


Existe uma outra entrada em uma rua paralela:

Da época áurea da cerâmica, sobraram dois cartões postais da cidade: a antiga chaminé da Cerâmica


E a Capelinha de Nossa Senhora Aparecida

Os compradores da antiga cerâmica, decidiram preservar a Capelinha, mas não tiveram a mesmo ideia em relação ao estádio.
Alguém deve ter pensado “já tem um campo do outro lado da rua”…
Pra entender como era, eu fiz a montagem abaixo, perceba como a área do clube (e da própria cerâmica) era enorme e como o campo ficava literalmente em frente o “Camachão“!

Mesmo o CA Guaçuano sendo mais antigo, o Cerâmica FC foi o primeiro time da cidade a atuar no profissional. Existem poucas lembranças do time, mas essas duas fotos do juvenil são incríveis!!! Olha as chaminés de fundo!

O pessoal do Jogos Perdidos esteve por lá e conseguiu algumas fotos incríveis (acesse e veja a matéria original deles aqui). Aqui, o time de 1958 que disputou o Campeonato Amador e a Terceira Divisão:

Na Terceira Divisão, o time fez uma boa campanha, classificando-se mesmo em um grupo com 2 times fortes!

Na fase final, não fez feio mas não conseguiu chegar à final.

Depois de se ausentar em 1959 e 60, voltou a disputar o Campeonato em 1961, com uma campanha apenas mediana…

Jogou também a edição de 1962, classificando-se como vice líder da Série Sr. Laudo Natel.

Na segunda fase, o time acabou desclassificado, terminando no 4º lugar.

Em 1963, termina a primeira fase em 4º lugar, classificando-se para a fase seguinte.

Na segunda fase, disputa a Série Doutor José Ermírio de Moraes Filho, mas termina na última colocação.

Em 1964, uma campanha irregular, e o time termina no 9º lugar.

E por fim chegamos a 1965, a última participação do Cerâmica no profissionalismo, em uma campanha bastante fraca.

O time acabou se licenciando e hoje segue como opção de lazer para a população local.

Por fim, a cidade ainda viu o surgimento do Grêmio Esportivo Guaçuano, fundado em 10 de junho de 1960:

O site História do Futebol apresenta outros dois distintivos:

Aí está o primeiro time do GE Guaçuano, ainda em 1960:

O Grêmio Esportivo Guaçuano estreou no Campeonato Paulista Profissional em 1969 na Quarta Divisão com uma boa campanha, em turno único o time terminou em 3º lugar.

Depois disputou a Terceira Divisão de 1970 e fez uma campanha mediana, jogando o grupo “1ª série”. O Rio Branco de Ibitinga seria o campeão.

Em 1971, terminou a 1ª fase como líder do seu grupo:

Naquela época, era comum celebrar a conquista dessa fase como se fosse um título, por isso, há fotos do Grêmio com as faixas de campeão…

Na 2ª fase, o time não chegou a final por apenas um pontinho… E o campeão foi o Sertãozinho.

Em 1972, mais uma boa campanha na Série “Independência“, mas infelizmente o 2º lugar não valeu de muito, pois apenas o líder chegou a final (o Pirassununguense fez a final com o José Bonifácio EC, que sagrou-se campeão!) :

Em 1973, desiste da competição antes do seu início.
Em 1974, o Grêmio Esportivo Guaçuano se despede do profissionalismo, com uma campanha bem irregular, terminando em penúltimo lugar na primeira fase.

Com seu mal desempenho. jogou a o grupo B da Série dos perdedores:


Infelizmente, após este campeonato o Grêmio Esportivo Guaçuano também se licenciou e atualmente se limita à competições amadoras.

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