A Vila Olímpica Elzir Cabral – a casa do Ferroviário AC

O fim de 2022 nos reservou uma ótima surpresa: uma inesperada possibilidade de viajar até Fortaleza!!!

Sabe o que isso significa? Tempo de praias!!!

Rios que se encontram com o mar…

Paisagens inesquecíveis…

Rolê de buggy…

E também tempo pra conhecer um novo lugar e sua história… Seja bem vindo a Fortaleza!

O local em que hoje está a cidade tem sido ocupado por seres humanos há mais de 2 mil anos: os primeiros a chegar foram os indígenas tapuias. Num segundo momento, os tapuias acabaram expulsos para o interior pelos tupis que chegavam da Amazônia, entre eles os potyguara, os “comedores de camarão”.

Fortaleza guarda ainda um mistério: será que foi ali que em janeiro de 1500, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón teria desembarcado antes de Cabral?

A partir de 1603, os portugueses iniciaram a ocupação batizando o povoado de Nova Lisboa. Tempos depois, sofrem uma tentativa de ocupação holandesa que é duramente combatida. Vitoriosos, os lusos passam a se fazer cada vez mais presentes, invadindo os sertões, sendo enfrentados com muita luta e resistência pelos indígenas.

Em 1726, o povoado do forte foi elevado à vila. Em 1799, Fortaleza foi escolhida capital e em 1823 a vila se tornou a cidade. A partir do século XX cresce rapidamente, tornando-se uma verdadeira metrópole, mas que ainda mantém uma alma própria bastante simpática!

Vale reforçar que Fortaleza teve um posicionamento abolicionista muito forte que terminou em um levante popular em 1881, protagonizado pelos jangadeiros liderados por Dragão do Mar, que findou o tráfico de escravos na capital.

Foi lá que demos oficialmente início a este ano de 2023!

E como o ano não poderia começar sem um grande Estádio, fomos conhecer a Vila Olimpica Elzir Cabral, a casa do Ferroviário Atlético Clube!

Já escrevemos sobre as camisas do Ferroviário AC (confira aqui como foi), mas vale a pena ressaltar a origem operária do time, fundado em 9 de maio de 1933 (naquele momento com o nome Ferroviário Football Clube) por trabalhadores do Setor de Locomoção da Rede de Viação Cearense (RVC),

Mas tive que abrir espaço nos armários porque tem uma nova (e linda!!) camisa do Ferrão chegando!!!

Comecemos então a dividir o visual do Estádio, pelo seu pórtico de entrada:

Como podemos ver, o Estádio Elzir Cabral é todo decorado nas cores tricolores.

Veja como era a entrada na época da inauguração do estádio, em 1967:

Em frente o estádio está a praça dos Ferroviários, com uma estátua sem identificação… Quem seria?

Adentrando ao estádio, chegamos nas arquibancadas que ficam atrás do gol:

E antes de adentrar ao campo de jogo fui conhecer a incrível sala de troféus do Ferroviário AC.

Po, no meio de tantas taças eu fui encontrar uma que eu desejo demais… a da série D!

Também passamos pelo painel da imprensa e pude entrevistar a nova contratação do Ferrão!

Mas acho que chegou a hora de adentrar ao campo…

Há arquibancadas também na lateral do campo, onde pode se ver quatro cabines (3 pra imprensa e uma pra PM)…

Além de reforçar que você está na casa do primeiro campeão brasileiro da capital cearense!

O estádio não costuma receber grandes jogos, porque tem uma capacidade de público pequena, mas é um verdadeiro alçapão!!

Aí está o banco de reservas do FAC:

Como sempre fazemos, segue o registro do meio campo (aqui, olhando do lado da arquibancada):

O gol da esquerda, onde pode se ver um pequeno prédio que serve de apoio:

Aqui dá pra se ter ideia da estrutura:

Aqui, o gol da direita (foi por ali que entramos!):

Atrás do gol também temos a arquibancada tricolor!

O gramado estava pronto pra receber o treinamento daquela tarde, que serviria de preparação para o jogo da “Pré-Copa do Nordeste” que rolaria no dia depois de nossa volta 🙁

Aqui, a visão estando do outro lado, o meio campo:

O gol da esquerda:

E o gol da direita:

O estádio tem vários espaços diferentes com muito cuidado com a imagem do time.

Po, e que tal esse momento com o craque e agora treinador Paulinho Kobayashi?

Um último olhar estando nas arquibancadas atrás do gol por onde entramos:

Um grande abraço ao amigo Lenílson, que fez possível esse nosso registro. Ele é o assessor de imprensa do Ferroviário e tem feito um belo trbaalho de resgate de memória e valorização do clube!

E um abraço especial também pro pessoal da torcida Resistência Coral!

Só nos restava fazer parte “teoricamente” do jogo da noite seguinte…

O rolê por Fortaleza foi mágico. O Nordeste brasileiro tem algo de apaixonante… O povo, a natureza, o clima… Espero poder voltar. E boa sorte ao Ferroviário AC nas disputas de 2023!

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O Ferroviários Atlético Clube de Bragança Paulista

Mais uma vez, bem vindo a Bragança Paulista!

Temos visitado a cidade com certa frequência graças aos jogos do Campeonato Paulista (na quarta de final de 2022 e na primeira fase de 2023) e porque estivemos lá em um dia sem jogo para conhecer o Estádio Nabi Abi Chedid com mais tranquilidade e para registrar o Estádio do Legionário EC (veja aqui):

Bragança Paulista tem uma linda história indígena que ganha novos capítulos a cada dia (o passado não para!). Recentemente foi encontrada uma canoa além de cinco flechas pequenas, um tacape, uma borduna (um tacape maior) e uma flecha de três metros de comprimento provavelmente pertencentes a uma aldeia tapuia que ocupava a área antes da chegada dos bandeirantes e demais europeus.

Em pleno 2023 ainda existem construções do século passado de pé…

E claro, tem várias igrejas que fortaleceram o estabelecimento da população na região, que atualmente chega a mais de 165 mil pessoas.

Mas ainda não falamos sobre Bragança Paulista é da Estrada de Ferro Bragantina e sua importância para a cidade.
A foto abaixo é do incrível site “Estações Ferroviárias“:

A Estrada Ferroviária Bragantina, inaugurada em 1884, interligava a São Paulo Railway em Campo Limpo Paulista até Bragança Paulista para o escoamento da produção dos fazendeiros locais até o porto de Santos.
A ferrovia foi desativada em 1967, e de recordação, existe uma Maria Fumaça exposta no centro da cidade.

Mas existe outra herança que orgulha a cidade no que se relaciona ao trem: o Ferroviários Atlético Clube (no plural mesmo: “Ferroviários”).

O time nasceu em 1º de junho de 1948, pelos trabalhadores da Estrada de Ferro Bragantina, fruto da fusão do São Paulo Railway Atlético Clube com um time do bairro São José.
O Ferroviários AC passam assim a usar o campo do SPR, que acredito ser o atual Estádio Olympio Rodrigues, na Avenida Imigrantes, 38 no Bairro do Taboão.

No final da década de 60, a Estrada de Ferro Bragantina encerrou suas atividades, exigindo que o clube andasse com as próprias pernas.
E o Ferroviários AC construiu uma linda história no futebol amador de Bragança e do estado de São Paulo como um todo!

E por isso, merece um capítulo no nosso site!

Assim, sendo, apresente sua carteirinha e vamos avante, locomotiva!

A primeira parada é no acervo histórico do time. De fazer inveja em muitos times profissionais…

São troféus de diferentes fases da história do clube.

Destaque para o troféu de 2014 do título de Campeão Amador do Estado:

Esse foi o time de 2014:

Vale lembrar que o Ferroviários AC também sagrou-se campeão do estado em 2013, 2016, 2018 e 2019 e vice campeão em 2017. Aqui o time de 2013:

O de 2016:

E o de 2018:

E o time de 2019:

Viu porque tantos troféus?

Aqui o material oficial da Federação apresentando os “campeões de 2018” e o Ferroviários AC entre eles:

Aqui, uma foto mais antiga, do time campeão amador regional em 1976, em jogo final em Atibaia:

A conquista do Amador do Estado dá acesso ao Campeonato Sul Brasileiro de Amadores que reúne os campeões estaduais amadores de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Ferroviários foi vice campeão em 2015 e em 2018.

Voltando ao seu campo, aqui temos uma visão do meio campo:

O gol da esquerda:

O gol da direita:

Uma olhada geral no estádio:

A arquibancada está passando por reformas, perdeu alguns degraus debaixo para aumentar o campo, e vai ganhar alguns degraus para cima:

Um lindo espaço que mantém o futebol amador não apenas vivo mas em altíssimo nível em Bragança!

Toda a estrutura do campo tem as cores grená e as letras FAC:

Um último olhar para a casa do FAC, antes de seguirmos adiante!

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O futebol em Martinópolis

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê até Bataguassu-MS. Veja os posts já feitos sobre essa viagem:
1) Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo
2) Estádio Gilberto Moraes Lopes, em Piraju
3) Estádio Municipal Clube Ferroviário em Bernardino de Campos
4) Estádio Municipal Arnaldo Borba de Moraes, em Ipaussu
5) Estádio do Clube Atlético Ourinhense e o Estádio Djalma Baia, em Ourinhos
6) Estádio Romeirão, em Ribeirão do Sul
7) Estádio Manoel Leão Rego e Estádio Miguel Assad Taraia, em Palmital
8) Estádio Francisco Guímaro, “O Pirangueiro“, em Presidente Epitácio
9) Estádio Municipal “João Pereira de Souza”, em Bataguassu (MS)
10) Estádio Municipal José Francisco Abegão (antigo Estádio Antônio J. Andrade), em Presidente Venceslau
11) Estádio Municipal José Spaus da Silva, em Santo Anastácio
12) Estádio Dr Arthur Ramos e Silva Jr, em Presidente Bernardes
13) Estádio do Paulista FC em Álvares Machado
14) Estádio Municipal Amadeu Poleto e o Estádio Capitão Whitaker em Indiana

Agora é a hora de conhecer um pouco da história do futebol em Martinópolis e o Estádio Coronel João Gomes Martins!

Mais uma cidade do oeste paulista que foi criada afugentando os indígenas que ali residiam e abrindo espaço em meio a densa floresta, seja para a agricultura ou para as residências dos que chegavam em busca de uma vida melhor.

Como toda aquela terra “não tinha dono”, em meados do século XIX, José Teodoro de Souza e Francisco de Paula Moraes se tornaram proprietários de enormes extensões. Logo, muitos imigrantes (em especial os japoneses) chegaram para trabalhar no agronegócio.

Em 1930, na Cachoeira do Rio Laranja Doce foi construída a Usina Hidrelétrica considerada a “avó” das usinas existentes nos rios Paranapanema e Paraná.

Em paralelo, a Estrada de Ferro Sorocabana inaugurou a estação local em 1917, que colaborou para a chegada de cada vez mais pessoas. Era o casamento perfeito entre café e ferrovia. (Foto do site Estações Ferroviárias):

Na década de 20 foi construída a Paróquia Santa Bibiana.

Como o agro era muito forte na região, foi natural ver o futebol surgir dentro das fazendas, como o Fazenda Capão Bonito, o FAC, dos anos 40 e que se fez conhecido por disputar campeonatos e jogos com times de outras fazendas e de cidades próximas e que tinha como padrinho o “coronel” João Gomes Martins. O uniforme ostentava na camiseta do uniforme um ramo de café com grãos vermelhos.
Olha aí a galera da fazenda reunida em uma foto disponível na Fanpage Museu Virtual de Martinópolis (as demais fotos dos times posados também são desta fanpage):

Se você se interessa por futebol da região, precisa conhecer o site Osmardeamigos, vale a pena conhecer!
Outro que surgiu na agricultura foi o time da Fazenda Laranja Doce:

No final dos anos 30, surgiu uma nova potência no futebol local: o Martins Futebol Clube.

O time mandava seus jogos no campo ao lado da Cerâmica Martins (atual bairro Jardim Pioneiro) e se apresentou na festa de emancipação do município, em 29 de janeiro de 1939.
Em 1942, o Martins EC disputa o Campeonato do Interior, jogando o grupo da 11a região:

Em 15 de fevereiro de 1944 seria refundado como Martins Esporte Clube.

Em 1947, o Martins Esporte Clube joga novamente o Campeonato Paulista do Interior.

Aqui,o time de 1948:

Alguns atletas do time:

Martins EC, campeão amador regional em 1961.

Time de 1962:

Time do fim dos anos 70:

MEC de 1975:

Martins Esporte Clube, em 1988.

A equipe mais recente, em 2005.

Ainda nos anos 40, foi fundado o Operário FC:

O Operário FC disputou o Campeonato do Interior de 1944:

Outro importante time que existe em Martinópolis é a Associação Martinopolense de Esportes Atléticos (AMEA), fundado em 26 de novembro de 1946, do antigo time Operário FC e que logo se tornou rival do Martins Esporte Clube.

O time da AMEA na Vila Alegrete, década de 1960.

Time da AMEA em 1966.

A cidade teria ainda o time “Pimenta“, que surgiu nos anos 50, por funcionários da empresa Martins Pimenta.

O Pimenta tinha como grande rival o Esporte Clube Vasco da Gama, fundado em 1950.
Outro time importante é o Bocafogo Atlético Clube, fundado em 1975 por Lourival Fagundes Odilon, o Buzza, proprietário de um famoso bar próximo da estação da Fepasa. O campo do Bocafogo se localiza no Jardim O Pioneiro.
Aqui, o time nos anos 90:

O Teçaindá Esporte Clube foi fundado em 3 de novembro de 1955.

Outras equipes como a da Fazenda Swift, Fazenda Junqueira, Vila Escócia, Vila Martins, e de bairros rurais como o Jacaré fizeram história também, mas nenhuma teve tanta visibilidade quanto o Clube Atlético Martinópolis.

O CA Martinópolis foi fundado em 1º de janeiro de 1942, e nasceu como um verdadeiro selecionado de jogadores do Martins EC e pela AMEA.
Além de muitos Campeonatos amadores, o CA Martinópolis entrou pra história ao colocar a cidade nos campeonatos profissionais da Federação Paulista, disputando a 4a divisão em 1966. E a boa surpresa é que o time se classificou para a segunda fase.

Na 2a fase, o time se juntou a outras 4 equipes para jogar a “4a série”, e o time acabou em terceiro lugar, uma posição intermediária, mas que colocou fim no campeonato de estreia do time.

Em 1967, o time até se preparou para disputar o campeonato, mas acabou desistindo antes do campeonato. Mas o CA Martnópolis já havia entrado pra história!
E toda essa história do futebol da cidade, inicialmente aconteceu em campos bem amadores, mas nos anos 30, Martinópolis ganhou um estádio bastante importante para o futebol local: o Estádio Coronel João Gomes Martins, que fica na Rua Antônio J. Senteio.

A área do Estádio foi doada por João Gomes Martins Filho.

Olha a vista aérea do campo (também do site Osmardeamigos):

E aqui, um olhar do seu belo gramado:

E essas deliciosas mangas esperando amadurecerem…

A bilheteria do estádio ainda está lá…

Atrás do gol, existe um pequeno lance de arquibancadas.

Aqui o meio campo:

Na lateral do campo, também há uma pequena arquibancada:

Como não conseguimos entrar no campo, só conseguimos algumas parcas imagens feitas do lado de fora:

Mas nem por isso, menos bonitas…

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20- Camisa do Ferroviário AC

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Ambas as camisas do Ferroviário foram presentes da Mari e foram adquiridas lá no Estádio Elzir Cabral, a “Vila Olímpica”, em Fortaleza, num rolê que ela fez em 2007!

O Ferroviário Atlético Clube, conhecido como Ferrão ou FAC, tem uma história bem interessante. Fundado por trabalhadores em 9 de maio de 1933, no Setor de Locomoção da Rede de Viação Cearense o clube é um dos que mantém viva a raíz operária, tão comum no início do século XX.

É uma das três grandes potências do futebol cearense (completam o quadro Ceará e Fortaleza).

De acordo com Ernani Buchman, ex-presidente do Paraná Clube, o Ferroviário não só é um dos maiores vencedores entre mais de uma centena de times de origem ferroviária no país, como é o que demonstra hoje a maior vitalidade, seguindo forte diante de tantas dificuldades que assolam o futebol brasileiro. Pra quem curte a mistura “futebol e trem”, vale ler esse livro (pode ser adquirido aqui):

O time nasceu dos operários que realizavam a manutenção nas locomotivas da RVC (Rede deViação Cearense) e que muitas vezes tinham que esperar entre um turno e outro.

Pra matar o tempo, jogavam bola, numa relva diferenciada, formada por Matapasto e Jurubeba, ervas que dariam nome aos dois times que mais jogavam por ali e que acabariam se unindo para formar o Ferroviário. Ali, muitas vezes as traves eram feitas de peças retiradas das Maria Fumaças.

Seu mascote é um tubarão.

simbolomascote

Aqui, o time de 1938:

O time foi 9 vezes campeão estadual, sendo a primeira em 1945, com o time abaixo:

Os outros 8 títulos vieram em 1950, 1952, 1968, 1970, 1979, 1988, 1994 e 1995. Você pode conhecer todos os elencos campeões no site do Ferroviário (clique aqui). Esse foi o time da última conquista estadual em 1995:

O time de 88 tinha em seu elenco o Arnaldinho, que fez história aqui no EC Santo André.

Em 2018, o time sagrou-se Campeão Brasileiro da série D!

Olha aí a Mari com o troféu!

Seu estádio é o Vila Olímpica Elzir Cabral e tem capacidade para cinco mil pessoas. Estivemos lá em 2023, veja aqui como foi.

O site oficial do time é: www.ferroviario.com.br .

Além disso conta com uma torcida incrível, a Resistência Coral, que leva às arquibancadas diversão e política, cantando pelo Ferrão e contra o Capitalismo. O blog deles é : http://resistenciacoral.blogspot.com/ e o site http://br.geocities.com/resistenciacoral/ .

Vale a pena a tradicional olhada pelas arquibancadas ocupadas por estes anarquistas e comunistas do Ceará.

Abraços!

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