O futebol profissional em Itapeva

A volta do rolê que fizemos até o Paraná no ano passado, nos permitiu visitar algumas cidades paulistas bem distantes, como já mostramos no post sobre o futebol de Itararé e agora Itapeva.

Itapeva é a evolução da Vila de Faxina, criada pelos invasores europeus em 1769 como um ponto para ocupar a terra e combater os indígenas que ali viviam e que insistiam em não serem expulsos nem mortos.

Logo, passou a ser pouso de tropeiros e para seguir crescendo seus moradores usaram o trabalho escravo para construir a Catedral de Sant’Anna, que além de igreja servia também como cemitério para os católicos. Mais informações sobre a cidade, acesso o site da prefeitura (é só clicar aqui…).

O futebol local tem muita história, e embora o primeiro time da cidade tenha sido o Faxinense Foot-Ball Club, fundado em 1914, Itapeva ficou conhecida por outros 2 times que disputaram o futebol profissional. Nossa ideia era registrar um pouco da história deles, começando pelo Esporte Clube Santana (veja os distintivos que o clube já usou).

O EC Santana teve seu “embrião” nascido em 1929, aqui, uma foto de 1931 (ainda sobe a denominação “Sport Clube Sant’Anna“):

Em 1938, a cidade até então chamada “Faxina“, muda de nome para Itapeva e no ano seguinte, começou a construir o Estádio Itapevense, em um terreno às margens do atual Córrego do Aranha.

Nesta foto, pode-se ver 3 atletas de 1938: Elias Lages Magalhães, Epaminondas Tecchio (Nondas) e Eleutério Belézia.

Já em julho de 1940, o campo passou a receber partidas, mesmo não acabado.

Time de 1947:

A década de 50 ficou marcada pela sequência invicta de 18 jogos de dezembro de 1954 a junho de 1955. A quebra da série ocorreu contra o C. A. Butantã (este em uma série de incríveis 43 jogos de invencibilidade).

Destaques do time de 1955, em pé: Hugo Mendes, agachado do lado direito: João Batista Alves de Oliveira (Batista) e do lado esquerdo: De Burro.

E aqui, o time de 1956:

Mas o grande momento chegou em 1962, quando pela primeira vez, Itapeva teve seu nome no futebol profissional, logo de cara com dois times na 3ª divisão (que equivalia ao quarto nível do futebol paulista): o EC Santana e o São Mateus Futebol Clube.

Enquanto o time do São Mateus FC não passou da penúltima colocação na primeira fase, o Esporte Clube Santana foi bem e classificou-se para o octogonal final, onde terminou na última posição

Aqui, uma foto histórica do São Mateus FC:

Já em 1963, o E.C. Santana foi “aceito” na segunda divisão (o terceiro nível do futebol paulista) e para se tornar uma potência na cidade, acabou se unindo ao time do São Mateus F.C. . Mais uma vez o time classificou-se para a segunda fase.

Disputou a segunda fase no grupo “Deputado João Mendonça Falcão”, mas terminou em terceiro lugar, e não se classificou para a fase final.

Esse foi o time que disputou o campeonato de 63 (Nilzo, José Henrique Mendes, Barbosa, Antônio Benedito de Barros (PI), Neco, Ítalo Pignagrandi, Waldecir Alves Janeiro, Juvenil. Agachados: João Batista Moreira Costa (Zando), Jabá, Jacó, Carlos Pinn, Moura, Quirino e Félix dos Santos

Em 1964, o time foi muito mal e só não terminou rebaixado porque se recuperou nas últimas partidas.

Em 19965, o time chegou a ameaçar abandonar o Campeonato da Segunda Divisão (o terceiro nível do futebol paulista), por dificuldades econômicas, mas um último esforço conseguiu fazer o EC Santana zerar suas dívidas e mais uma vez disputar o profissional, mas em campo, o time foi muito mal, terminando na última colocação.

Em 1966, não haviam grandes expectativas e o time seguiu com uma campanha apenas intermediaria, o que levou a diretoria a dispensar todo seu plantel e também a solicitar junto à F.P.F. o licenciamento das competições oficiais.

Era o fim da era do futebol profissional em Itapeva. Durante todo esse tempo, o EC Santana se orgulhou de mandar seus jogos no Estádio dos Eucaliptos.

Com o fim do EC Santana, o Estádio passou ao Itapeva Clube., fundado em 1976.

E fomos lá pra registrar como estão as atuais instalações.

Por pouco não chegamos tarde demais. O atual zelador disse que a parte do campo foi vendida e que já não tinha autorização para liberar nossa entrada, mas sugeriu que eu desse a volta pelo outro lado de onde ainda podia se ver o campo. Só não contava que ao invés de um cão de guarda, eles tivessem um cavalo de guarda…

Ainda não sei se ele queria um pouco de atenção ou se realmente ficou incomodado com a invasão… Mas espero que ele entenda que era preciso…

Só daquele lugar podia ter a triste visão das arquibancadas derrubadas…

Embora o campo ainda esteja lá, a estrutura ao fundo deixa claro que vem aí um novo projeto imobiliário.

Aqui, dá pra ter ideia do campo:

Eu deveria ser maduro e entender que a nova empreitada vai gerar uma porção de (sub) empregos e desenvolvimento para a cidade…

Mas… eu só consigo ver a história sendo apagada…

De tanto olhar, encontrei um pedacinho da arquibancada ainda de pé…

Um último olhar para o campo que ainda está por ali…

Hora de se despedir do amigo…

Antes de ir embora ainda demos uma passada no Estádio Municipal Ali Mohamad Ali Weizani, dedicado ao futebol amador.

Infelizmente estava fechado…

Navegando pela Internet encontrei essa foto que permite a visualização do campo:

E olha que linda arquibancada! Uma pena que o futebol profissional não tem uma previsão de retorno tão cedo…

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Buscando um lado bom para a Copa…

Como disse no post anterior, fico indignado com as sacanagens relacionadas à Copa do Mundo. Além disso, escrevo esse texto atrasado. Os 7×1 já passaram por cima da euforia da torcida brasileiro aniquilando a até então fervorosa paixão pela seleção. Mas, não posso negar o quanto me agradou a possibilidade de vivenciar essa “salada multicultural” proporcionada pela Copa.

Por isso, decidi dividir com vocês, mais algumas aventuras que vivi graças à Copa.

Pode parecer bobo, mas a começar pelo simples, mas alternativo outdoor que aproximou Guarulhos e sua população da seleção do Irã.

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E por que estou comentando sobre um outdoor de Guarulhos se vivo em Santo André? É que no feriado de Corpus Christi tivemos a oportunidade de ir até Maceió pra curtir algumas das mais belas praias do mundo!

E se Guarulhos já estava no clima, dentro do Aeroporto pudemos vivenciar um pouco mais dessa mistura e assistimos em meio a muitos chilenos a eliminação da Espanha, ainda na primeira fase.

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O Aeroporto de Guarulhos criou um espaço só para se assistir aos jogos. Aí, já viu né… Virou point de encontro de torcedores do mundo todo.

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Desse jeito, o tempo passou rápido e em pouco mais de 2 horas de vôo, já estávamos baixando em terras alagoanas, no Aeroporto Zumbi dos Palmares!

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Se esse fosse um blog dedicado ao turismo e às praias, gastaria um bom tempo falando sobre as praias de Maceió. São lindas e mesmo no inverno, pegamos temperaturas acima dos 30 graus.

Essa era a vista do nosso hotel, da praia do Pajuçara:

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Mas, para colaborar com a divulgação das belezas naturais do nosso país, vou destacar algumas praias, a começar pela bela São Miguel dos Milagres, pra mim, um dos lugares mais loucos que já vi… Olha a cor da água…

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E aí estou,com a camisa que ganhei dos amigos Juventinos Veganos!

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Outra praia que merece destaque é Paripuera. Além dos tradicionais passeios até às piscinas naturais, também tem um belo encontro entre mar e rio (as chamadas barras).

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Uma última dica (não que não existam muitas outras, mas só pra resumir o rolê praieiro) é a incrível Praia do Gunga. Você pode chegar de carro ou atravessando um pequeno rio de barco (sai da barra de São Miguel).

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A praia é cercada de coqueiros e recebe visitantes de vários locais.

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A população local de lagartos escondida nas casinhas de barro é incrível!

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E a água, uma delícia!

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Dá pra passar o dia inteiro no mar ou na água doce que também desemboca ali, do outro lado desse mar de guarda sol.DSC00149

Bom, chega de mergulhos e praias lindas, vamos falar um pouco do lado boleiro da cidade. Lembrando que já falamos bastante do futebol local, graças ‘a visita que fizemos anos atrás, quando no nosso último dia perdemos a câmera.

Você pode relembrar esse rolê lendo o post que fizemos sobre ele, na verdade foram dois, então se você clicar aqui, vai ver um pouco mais, ou ainda pode ler os posts sobre as camisas do CRB e do CSA.

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A primeira coisa para se falar sobre o futebol em Maceió é que a cidade não foi sede da Copa, mas pude sentir o gostinho da competição graças à seleção de Gana, que se hospedou na cidade.

DSC00258 A torcida local abraçou o time e tinha até bandeira da seleção passeando pela orla. Difícil era chegar perto do hotel… Nada menos que o BOPE estava de plantão…

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Por sorte, alguns integrantes da comissão técnica sairam pra um role e deu pra trocar umas ideias…

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Mas, se a Copa tentou dar uma força ao futebol local, a realidade dos clubes de Maceió não está em sua melhor fase.

Infelizmente, mais uma vez acompanhamos um processo que me parte o coração: a morte de um estádio, e dessa vez, a vítima foi o Estádio Severiano Ribeiro, ali na Pajuçara mesmo, onde o CRB treinava e chegou a mandar alguns jogos.

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Quando estivemos ali, anos atrás, pudemos até assistir uma partida do CRB, mas dessa vez, infelizmente o Estádio já não pertencia mais ao clube, mas sim a uma rede de supermercados que construirá ali mais uma obra prima do capitalismo. E venderá muito mais do que a antiga “Boutique do CRB”…

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Pra piorar, o estádio parecia estar todo fechado, mas… quando pensávamos em nos limitar a registrar o entorno do estádio, encontramos um portão aberto…

DSC00088 Ao adentrar em mais um templo do futebol, a surpresa… Onde está o estádio?

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Opa, ali a placa que confirma, não estou no lugar errado, estou mesmo no lugar que foi o Estádio…

A arquibancada que tantas emoções recebeu já se prepara para seu triste fim, provavelmente demolida… DSC00092 Do lado oposto, a arquibancada descoberta começa a ser coberta pelo mato…

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  O gol, símbolo mor do nosso futebol, já não resiste. Caiu.

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O mato, em áreas que costumavam ser o gramado, em alguns lugares chega a ter quase 30cm de altura…

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Claro, não se pode negar as questões econômicas, que guiam não só o futebol. Por conta das dívidas e as dificuldades financeiras, o CRB teve que se desfazer do estádio. Mas também não dá pra negar a tristeza no Brasil que se auto proclama o “País do futebol” ter um estádio derrubado para dar lugar a um supermercado…

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DSC00102 Por outro lado, ao hospedar a seleção de Gana, a cidade de Maceió viu o Estádio Rei Pelé em alta.

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Pena que no dia em que passamos por lá, os treinos estavam fechado para o público.

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Só o que pudemos fazer foi passear pelo entorno do estádio, admirando sua beleza!

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