
Em dezembro de 2025, pegamos a estrada até Brodowski para acompanhar a final do Amador do Estado entre o CA Bandeirante e União FC de Atibaia (veja aqui como foi a conquista do 5º título do Band).

Antes de chegar na cidade, aproveitamos para dar uma parada na cidade vizinha: Jardinópolis!


Sempre importante lembrar que antes do nome, antes mesmo da cidade e das linhas no mapa, já havia vida, cultura e história correndo por aqui.
Segundo estudos (vale ler esta sucinta matéria), a região de Jardinópolis era habitada originalmente pelos Caiapós, chamados de “Tapuias” (algo como “bárbaros”) pelos Tupis.
Os Caiapós cultivavam milho e mandioca e eram semi-nômades, caçando, pescando e coletando mel e frutas nativas.
Estes são alguns Caiapós em foto de 1876 que está no museu de antropologia da Alemanha:

A partir do século XIX, os europeus e mamelucos começam a ocupar a região e surgem as primeiras fazendas.
Uma delas ficou conhecida como “Ilha Grande“, devido a uma ilha no leito do Rio Pardo e parte dela foi doada para ser transformada em um povoado, que a partir de 1898, passou a ser chamado de Jardinópolis.
A agricultura é muito importante para a cidade, conhecida como a “capital da manga”.

As mangas jardinopolenses passaram a ser levadas para São Paulo e de lá para outros centros do Brasil, pelas estradas de ferro, já que o município era cortado pelas linhas da antiga Companhia Mogiana.

Jardinópolis foi berço do incrível Rubens Francisco Lucchetti, um verdadeiro mestre da literatura de terror brasileira, e roteirista de José Mojica Marins, em alguns dos filmes e HQ’s de Zé do Caixão. Luchetti faleceu em 2024.

Mas, o município de 45 mil habitantes possui também grande cultura futeboleira.
Uma prova disso é que Jardinópolis teve a primeira partida de Futebol Feminino ainda em 1921.

Esta partida se deu em um dos palcos mais antigos do futebol de Jardinópolis: o campo da Associação Olímpica Jardinópolis!

Li que na época, havia um time chamado São Paulo de Jardinópolis que mandava ali seus jogos, mas a Associação Olímpica também já existia, pois foi fundada em 1919.
Aqui, matéria do Correio Paulistano de 1920 citando o time:

Estivemos por lá conversando com o Agnaldo e ele nos mostrou diversas fotos históricas do time, como esta de 1951:

Neste ano, o Correio Paulistano comprova que o time disputou o Campeonato Amador do Interior, bem como o São Paulo e o Jardinópolis, todos da cidade.

Aqui, a classificação de seu grupo em 1956:

Em 1958, a possível criação de uma zona local com times da região para jogarem a 3ª divisão animou a Associação Olímpica!

Outras fotos bacanas que o Agnaldo mostrou pra gente:



Como estávamos a caminho da final do Campeonato Amador do Estado, importante lembrar que a Associação já conquistou esse título em 1985 e 1993!
Fiquei contente de ter o amigo Mário ao meu lado em mais um registro histórico de um estádio de futebol do interior paulista, o Estádio Alexandre Jorge Saquy, a casa da Associação Olímpica de Jardinópolis!


Sinta o clima do estádio durante nossa visita:
O estádio mantém sua arquibancada coberta, afinal, o sol em Jardinópolis é mesmo forte…



Vemos o distintivo do clube exposto em diversos locais.


Aqui, o gol da esquerda:

O meio campo:

E o gol da direita:

Se você tem interesse em uma camisa dessa fale com o Agnaldo pelo Instagram do clube.

E o pessoal da cidade abraça o clube, tem orgulho em vestir a camisa e fazer o dia-a-dia acontecer.
Esta branca é a camisa do centenário e é um sucesso na região!

Mas tem essa rubro negra que também é muito bonita!

E este outro modelo branco:

O clube tem registrado e guardado muito de sua história via as fotos que resgataram em 2019, ano de seu centenário…


E também tem guardado outros souvenirs como as medalhas que o time sub14 ganhou recentemente.

O Agnaldo nos contou um pouco sobre os projetos da Associação com as categorias de base e é muito legal ver o orgulho que ele tem ao nos falar disso!

Mais do que um passado, o campo da Associação Olímpica carrega o futuro do futebol em Jardinópolis!

A Associação Olímpica é mais que centenária e é motivo de orgulho para a cidade.

Por isso, é muito emocionante ver a bandeira do time seguir tremulando mesmo após tanto tempo.

Espero poder voltar um dia para acompanhar uma partida oficial!

