Pra quem (assim como eu) critica a seleção brasileira

Antes de mais nada, situe-se que este é um texto escrito em 2008 e é um dos dois posts que já fiz sobre a seleção. Veja aqui o outro: http://asmilcamisas.br/com/2009/06/25/selecao-brasileira/

A seleção brasileira nunca enfrentou tantas críticas de seus torcedores quanto nos tempos atuais. Um pouco devido à campanha pífia nas eliminatórias, ou pelo jeito “Dunga” de trabalhar, e pelo recente “jejum” de mundiais que enfrenta.

Mas na verdade a identificação do brasileiro com a seleção começou a desandar há tempos. Em 82 e 86 o time jogava bonito, dava show. Mas não ganhou nenhuma Copa do Mundo, e não adianta que torcedor de seleção não se contenta com Copa América.

Em 90, com Sebastião Lazaroni, iniciamos a era Dunga, e além de não ganharmos, ainda exibimos um futebol pouco convincente.

O que justificou a formação da seleção de 94, com Parreira no comando e um time metódico, sem graça e jogando pro gasto, que só não recebeu mais críticas porque acabou campeão.

Veio 1998 e novo fracasso, mas pior que isso a era dos “novos deuses” chegava ao seu auge. Representados principalmente pelo “fenômeno” Ronaldinho, a seleção brasileira exibia atletas que cada vez mais dominavam o mercado do futebol europeu, transformando-se em astros. Bom, quando a coisa ameaçava ficar realmente feia, veio 2002 e um pouco da volta da emoção do futebol. Mesmo com um time cheio de estrelinhas, Felipão soube colocar as coisas no lugar e foi uma das últimas vezes que eu vi dedicação dos atletas.

2006 trouxe um novo fiasco. Dava impressão que a maioria dos jogadores foi à Copa somente para aumentar sua visibilidade no mercado e garantir novos contratos publicitários. E pra piorar, 2010 está por vir e não parece transmitir muita esperança. Mas o que mudou? O que aconteceu? Será que foi sempre assim? Buscando no passado, pude encontrar algumas provas de que jogar pela seleção brasileira já foi levado bem mais a sério. A primeira partida da seleção brasileira ocorreu em 21 de julho de 1914. O adversário foi o Exeter City, equipe inglesa que estava pelo Brasil. O time brasileiro jogou com Robinson. Marcos, Píndaro e Nery; Lagreca, Rubens Salles e Rolando; Abelardo, Oswaldo Gomes, Friendereich, Osman e Formiga, e venceu por 2×0. Buscando pela net, achei o distintivo da então Federação Brasileira de Sports.

Segundo dizem, Arthur Friedenreich saiu sem 2 dentes com a camisa (branca na época) coberta de sangue, mas jogou o tempo todo  e ajudou a seleção a conquistar seu primeiro resultado. Aliás, existe um livro sobre ele. Em breve posto algo aqui, por hora dê uma olhada na cara do Tigre:

Quem da seleção atual faria isso? Eu não sei responder. Infelizmente, pra mim, esses atuais atletas encaram a seleção como um emprego, e ao que me parece eles sequer gostam do que fazem.

Se o futebol é profissional, acredito que falta profissionalismo de muitos desses atletas. Se o futebol é questão de paixão, então falta-lhes amor ao uniforme que vestem.

O futebol moderno está perdendo cada vez mais a graça… Vamos nos mexer pra evitar essa tragédia anunciada.

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