Outra cidade visitada durante nosso rolê pelo Leste Europeu no fim de 2018 foi Sófia, a capital da Bulgária, onde vivem quase um milhão e meio de pessoas.
A cidade tem investido no turismo para atrair uma nova fonte de renda, e história é o que não falta para Sófia!
A Bulgária sofreu diversas invasões: dos romanos, do Império Bizantino, do Império Otomano, dos Russos, além das guerras com Grécia, Sérvia, Romênia, Macedônia e Trácia.
Somente em 1989 conseguiu sua independência.
Mas as marcas das diversas invasões são encontradas pela cidade de Sófia até hoje, como por exemplo a Igreja de Sveta Petka Samardzhiiska, do século XIV (época do Império Otomano).
São uma série de igrejas e monumentos distribuídos pela cidade, como pela estátua de Sveta Sofia, que foi erguida em 2000, no lugar da estátua de Lenin (da época recente da Bulgária comunista).
Sem contar as ruínas dessas diferentes épocas, que fazem parte do cenário urbano de Sófia.
Em pleno centro da cidade, existe um grande sítio arqueológico com muita coisa do período do domínio Sérdico.
A maioria dos búlgaros seguem a religião da Igreja Ortodoxa Búlgara, mas a cidade está repleta de templos religiosos de diferentes religiões.
Assim como vimos em Sarajevo, existe um bairro em Sófia, chamado de “Quadrado da Tolerância” que reúne uma igreja católica, uma ortodoxa, uma sinagoga e uma mesquita!
Passamos por todas elas e ainda fomos além, conhecendo também a Igreja Russa:
Fomos também à Catedral de Alexandre Nevski, a maior catedral ortodoxa da cidade, dedicada ao Santo Alexandre Nevsky, erguida em homenagem aos soldados russos caídos em combate durante a Guerra Russo-Turca de 1877-1878, que libertaram a Bulgária do jugo otomano:
Mas, Sófia é uma cidade como outra qualquer no que se refere ao dia-a-dia das pessoas. A rotina escola, trabalho, família, rolê… E por quê não, as roupas no varal…
Outro ponto especial é o Monumento ao Soldado Desconhecido, erguido em honra dos soldados falecidos na Primeira Guerra Mundial:
E tava frio hein…
A única coisa que me deixou um pouco triste é que por uma questão de idioma não trouxe um livro sequer… E ficou tanta coisa que eu queria ter aprendido sobre a cidade… Fica de lição de casa.
Os grandes prédios onde centenas de famílias vivem, são outra característica da cidade.
O centro da cidade guarda ainda a Boulevard Vitosha, um calçadão cheio de lojas que termina em um parque, com vários museus e até um shopping. Encontrei aí, uma loja de discos bem legal:
Bom, espero ter ajudado a desmistificar a ideia de que Sófia (assim como outras cidades do Leste Europeu) é um lugar perigoso, ou que não vale a pena de ser conhecido.
E assim, vamos ao foco do nosso blog: o futebol. Escolhemos 3 estádios para visitar e assim tentar entender um pouco do futebol local, e decidimos iniciar pelo CSKA (Centralen Sporten Klub na Armiyata, ou Clube Esportivo Central do Exército).
O nome completo do time é PFC CSKA Sófia (PFC significa Professional Football Club). Em búlgaro, CSKA se escreve ЦСКА.
O time foi fundado em maio de 1948 e manda seus jogos no Balgarska Armiya Stadium, ou Estádio do Exército Búlgaro. E… lá fomos nós conhecer o Българска Армия.
Para chegar ao estádio, foi preciso atravessar o mais antigo parque de Sófia, o Borissowa Gradina (Jardim do Rei Boris).
Um dia de inverno como o que estávamos dá um certo ar “sombrio” ao parque e ao estádio.
Mas, basta seguir as placas…
O local é todo “ilustrado” pela torcida local. Ver um jogo aqui como visitante não deve lá ser muito legal…
Em frente ao estádio fica uma sede do clube. Mas não havia ninguém por lá…
O distintivo do clube é praticamente parte da natureza local…
Adesivos então… Estão por todos os lados!
Há de se comentar que boa parte das mensagens estão ligadas ao hooliganismo, e, infelizmente, muita coisa ligada ao racismo e ao nazismo que eu prefiro nem postar aqui.
Eles também pegam bastante no pé da polícia…
E aí, próximo à entrada do estádio… um pequeno monumento aos torcedores rivais (em especial, o Levski Sofia, rival local)… uma árvore decorada com camisas, cachecóis e demais lembranças de brigas antigas.
Ainda existem um bar que serve de ponto de encontro da torcida:
Embora tudo estivesse deserto, o portão de acesso ao estádio estava aberto, então… vamos lá!
Quem diria… Nós na casa do CSKA Sófia, um dos times mais alternativos e inesperados… Com um estádio bem bacana, com capacidade para 22.500 torcedores.
O CSKA é um time grande na Bulgária, já tendo conquistado 31 vezes o campeonato nacional (a mais recente conquista, na temporada 2007/09), 23 Copas (a última vez em 2016) e 3 Supercopas da Bulgária (2008, a última conquista).
Mesmo dentro do estádio, as árvores secas dão um ar de filme de suspensa ao lugar…
Existem quatro setores no estádio, delimitados e separados, sendo que o setor coberto abriga 2.100 lugares.
Olha o time de 73, posando em frente à parte coberta:
O Estádio foi construído em 1923 para o AS-23, que tinha o leão em seu distintivo:
Nessa época, o estádio ficou conhecido como Athletic Park até 1944, quando o AS-23 se fundiu com outros dois clubes para formar o Chavdar Sofia.
De 1944 até 1948 foi chamado Estádio Chavdar, e entre 1948 e 1990, ficou conhecido como o Estádio do Povo do Exército e, desde 1990, é o Estádio Balgarska Armia.
O Estádio foi reconstruído novamente em 1982, e somente então recebeu o sistema de iluminação com seus holofotes e desde 2000, possui um novo sistema de som surround.
Aqui, o gol do lado direito:
Aqui, o gol do lado esquerdo:
O placar eletrônico e um setor mantido sem cadeiras, no cimentão:
Mas o estádio possui cadeiras em quase sua totalidade:
Realmente uma aventura incrível, que vai ficar pra sempre na nossa memória.
O outro time escolhido para ilustrar nossa visita à Bulgária foi o PFK Levski Sofia (em búlgaro: ПФК Левски София).
O PFK Levski Sofia também é um grande time da Bulgária, fundado em maio de 1914 e manda seus jogos no Estádio Georgi Aspraruhov. Fomos até lá pra conhecê-lo e registrar mais um estádio do leste europeu.
O alfabeto cirílico é mesmo louco, não? Tenta entender o que estava escrito ali:
O Levski Sófia sagrou-se campeão búlgaro por 26 vezes (a última dela na temporada de 2009), além de 26 conquistas da Copa da Bulgária (sendo em 2007 a última vez).
A primeira vista, o estádio parecia fechado, então fomos ver a loja do time que ainda estava aberta. Perguntei pra moça que trabalhava ali se dava pra gente entrar no estádio pra tirar umas fotos mas ela respondeu: “Impossible”.
A Mari já estava satisfeita de poder se proteger do frio e ficar ali no sofá da própria loja…
Se você acha que do lado azul a torcida é menos fanática que o lado vermelho, dá uma 0lhada no que os torcedores do Levski fizeram na apresentação do técnico Iwajlo Petew que diziam ser torcedor do CSKA:
Já estávamos indo embora quando mais uma vez, um portão entreaberto me chamou a atenção. Ainda bem que decidimos seguir sem perguntar….
Durante o regime comunista na Bulgária, o clube teve que mudar seu nome para FC Vitosha. Com a queda do Muro de Berlim e a consequente queda do comunismo, o time voltou a se chamar LevskiSófia.
Dali deu pra ver as arquibancadas que permitem a presença de quase 30 mil torcedores.
Que cara de mané kkkkk!
O estádio também é conhecido como Gerena e foi inaugurado em março de 1963, em uma partida contra o PFC Spartak de Pleven, na época, tendo capacidade para 38 mil torcedores.
Somente em 1971, passou a ser chamado de Georgi Asparuhov e chegou a ter uma área coberta.
O Estádio possui arquibancada em todo o entorno do campo.
Olha que legal o distintivo do clube lá embaixo do placar.
Por fim… Mas não menos importante, demos uma rápida passada no Estádio Nacional Vasil Levski , a casa da Seleção Nacional e as finais da Copa da Bulgária.
O seu nome homenageia o revolucionário e herói nacional búlgaro Vasil Levski.
O Estádio tem uma fachada um pouco sem graça, mas é um baita campo! Peguei essa foto do Google, pra ilustrá-lo:
Ele foi inaugurado em 1953, e atualmente tem capacidade para 43 mil torcedores. Cuirosamente ele fica no mesmo quarteirão do parque onde fica o estádio do CSKA. Vale lembrar que ele passou por importantes renovações em 1966 e 2002.
E assim, nos despedimos de Sófia e da Bulgária, fica a espectativa de um futuro post falando da camisa da seleção búlgara (a única aquisição nessa viagem).
Excelente toda a matéria…
Valeu, Marques!