20 de setembro de 2025.
Celebramos o aniversário da Mari com um rolê pelo tradicional Circuito das Águas Paulistas, e aproveitei para conhecer 3 novos estádios.
Os dois primeiros deles foram em Socorro, começando pelo Estádio Nego Bonetti.

O Estádio Nego Bonetti é a casa da AA Socorrense:

Segundo a própria Federação Paulista, a Associação Atlética Socorrense foi fundada em 28 de abril de 1918 e eu gostaria muito de saber porque no estádio e em outros locais do clube, eles dizem 1919…

Sua sede fica na Av Doutor Renato Silva, 222, mas nós entramos pelo acesso direto ao estádio que fica na pracinha da rua Ferrucio Beneduzzi.
O time tem muita história!
Começou disputando amistosos e estreou em competições oficiais em 1921 no Campeonato do Interior, organizado pela APEA e jogando a Zona Mogiana.
Neste ano, só pra vc ter ideia da importância desse campeonato, o Comercial de Ribeirão Preto foi o vencedor da Zona Mogiana e o Paulista de Jundiaí foi o campeão.


A AA Socorrense participa também do Campeonato de 1930, dessa vez jogando na 2ª região, que teve o Amparo AC como vencedor.

O time retorna às disputas em 1943, e no campeonato de 1944, acontece o dérbi socorrense com o União FC.

O União FC foi fundado em 1942 e atua até os dias de hoje!

Em 1945, a AA Socorrense jogou a 6ª região, em um grupo com 23 times, que teve a Ponte Preta campeã da região, e também vice campeã geral (o título foi do Batatais).

Disputando a forte 3ª Zona, a AA Socorrense fez história ao bater o Guarani (que seria campeão da Zona e vice campeão geral), como noticiado pelo Diário da Noite.

Não a toa ganhou apelidos regionais como o “Tigre da Mogiana” e “Esquadrão de Aço”.
Em 1947, sagrou-se campeã do Setor 7, classificando-se para a fase de “Zona”.

Os setores de 5 a 9 jogavam a Zona 2, e desta vez quem se classificou foi o Bragantino, mas o campeão final foi o Rio Pardo FC.

Em 1947, a FPF instituiu a divisão profissional do interior, paralela à divisão amadora do interior e em 1948, instituiu a Lei do Acesso, transformando a divisão profissional do interior na segunda divisão profissional e a AA Socorrense participa deste Campeonato histórico jogando a Série Vermelha!

O campeonato amador do interior continuou a ser disputado até hoje, com o nome de Campeonato Amador do Estado e nestes muitos anos, várias vezes a AA Socorrense se fez presente.
A Gazeta Esportiva trouxe na edição de 22 de abril de 1955 uma foto do “Esquadrão de aço” campeão do setor 11 e Zona 2 do Campeonato Amador daquele ano:


A IA deu uma mexida na foto:

É deste ano também a reportagem da mesma Gazeta sobre o bravo goleiro Wando:


Além de uma matéria sobre mais uma “vítima” do time de Socorro (que queria a anulação do jogo porque o juiz escalado para a partida não compareceu).

Voltando ao presente, aí estamos nós, em frente a essa arquibancada incrível do Estádio Nego Boretti, a casa da AA Socorrense, que tantas partidas presenciou…

Ao fundo, as montanhas marcam o visual típico da região.

O campo está sofrendo os efeitos da dura seca do inverno de 2025… Mas segue sendo cuidado.

Olhando pela arquibancada, este é o gol da esquerda:

Este é o meio campo, com o ginásio ao fundo:

E o gol da direita:

Mas o grande ponto desse estádio é sua arquibancada em madeira…

Interessante notar os detalhes como essa pequena cerca que separa a arquibancada dos bancos de cimento…



O telhado também é muito bonito.

O futebol é mesmo essa mistura de arquitetura, geografia, história e emoções.

O banco de reserva também construído com materiais que parecem de outros tempos…

O segundo estádio que estivemos presentes, ainda em Socorro, foi o Estádio João Orlandi Pagliusi (imagem da Fanpage “Postais de Estádio”):

Já fez um drive trhu de estádio? Seja bem vindo:
O terceiro novo estádio deste rolê foi o Estádio Municipal Pedro Tortelli, em Lindóia, mas isso fica para o próximo post.
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
Rolê Independência & Bola! Estádios em São José do Rio Pardo (Parte 8 de 21)

Bom dia! Aperte os cintos de segurança e vamos lá!
A estrada nos leva à oitava parte do nosso rolê.

Depois de fotografar os estádios de Pirassununga, Descalvado, Santa Rita do Passa Quatro, Tambaú, Santa Rosa de Viterbo e Santa Cruz das Palmeiras e Vargem Grande do Sul é hora de falar sobre a cidade de São José do Rio Pardo e seus 2 estádios!

A cidade que no passado foi uma região das mais produtivas do café, com dezenas de fazendas faturando com a produção do chamado “ouro verde”, graças ao uso da mão de obra escravizada no século XIX teve que se reinventar com o passar do tempo.
Primeiro substituindo os escravizados pela mão de obra imigrante (principalmente italiana) e pela própria presença dos estrangeiros como proprietários de novas terras.
Aqui a cidade em 1910:

A religião se mostra presenta na cidade por meio de várias igrejas, conseguimos fotografar a Igreja Matriz de São Roque (estilo romano,segundo a Mari) e inaugurada em 1942. Atualmente abriga os monges da ordem Cistercienses e fica na praça Monsenhor Arnold:

Foi em São José do Rio Pardo que Euclides da Cunha escreveu “Os Sertões“, uma das obras mais importantes sobre a história do nosso país: a sangrenta e trágica Guerra dos Canudos.
Mate sua saudade sobre a história de Antonio Conselheiro e seu povo autogerido:
A cidade foi servida por ferrovia entre 1884 e 1989, quando os trilhos foram retirados e no local foi construído uma avenida, fizemos uma foto de um local em que provavelmente serviu de estação:

Mas, nosso foco futeboleiro era conhecer as casas de dois times da cidade, comecemos pela Associação Atlética Riopardense!

A AA Rioperdense foi fundada em 1º de janeiro de 1930, e a partir de 1948 passou a disputar as competições oficiais da Federação Paulista jogando a segunda divisão até 1951, quando se licenciou.

Aqui, o time de 1943:

Em 1982, o time voltou ao profissionalismo para uma única disputa da terceira divisão.
Desde então, dedica-se ao futebol amador.

Muitas pessoas tratam o estádio apenas de “Estádio da AA Riopardense“.
Mesmo se você buscar pela Internet é difícil achar o nome verdadeiro do Estádio.
Até porque como o estádio fica dentro do clube, as coisas se misturam.


Mas, logo dentro do clube, existe uma placa que esclarece os mistérios e mostra o real nome do local: Estádio Moacyr de Ávila Ribeiro.

O pessoal do clube foi bem bacana em permitir que a gente entrasse pra fazer umas fotos!

A essa altura do campeonato estávamos na estrada há várias horas e o calor era absurdo… Então imagina como ficamos ao ver esse visual…

Mas, há que se manter o foco.
O nosso desafio era registrar o Estádio, que agora sabíamos, se chamar “Moacyr de Ávila Ribeiro“, e pra chegar lá, era necessário atravessar a quadra!

Atravessou? Então vamos lá! É hora de conhecer mais um campo histórico do futebol de São Paulo!
É impossível olhar para esse visual e não sentir uma mágica volta ao tempo… Olha que lindo essa arquibancada coberta!


E olha como tudo começou…

Naquela época, a entrada do estádio era pela rua Mossoró.

Ao fundo, o crescimento da cidade começa a aparecer, com direito até a arranha-céu…

Aqui o time rival da cidade, o Rio Pardo FC, em 1948, posando no campo da Associação:

Olha o “arquitetônico” banco de reservas.

O Estádio possui um sistema de iluminação que permite partidas noturnas (coisa que o meu Ramalhão até 2017 estava sem).

Detalhe para o setor das “cadeiras cobertas” no estádio, denominado “Camarote Tricolor”.

Mas o estádio tem também a ala do rock! Olha só essa parte atrás do gol com menções aos Stones, Marcelo D2, Pink Floyd e até uma foto/grafite do Chorão…

Dá vontade de não ir embora né? Mas a cidade é grande o suficiente para ter um segundo time, então é hora de nos despedimos do Estádio Moacyr de Ávila Ribeiro, a Associação Atlética Riopardense!

Assim, andamos um pouco e logo estávamos em frente ao Rio Pardo Futebol Clube!

O Rio Pardo Futebol Clube foi fundando em 2 de abril de 1909 e entrou pra história ao disputar quatro edições do campeonato paulista da segunda divisão (de 1948 a 51).

Aqui o time de 1951:

Pra quem gosta dessas fotos históricas, tem aí outras imagens de fases diferentes:


Mas o Rio Pardo FC também disputou três edições da quarta divisão (1963, 1964 e 1967) e mandavam seus jogos aqui! Na sede do clube:

Mas assim como no caso da Riopardense, as pessoas constumavam se referir a ele como o “Estádio do Rio Pardo FC”, mas… existe um nome! E ele é… Estádio Lupércio Torres.

No lugar em que esta placa está, parece que existia um tipo de pórtico de entrada:

E aí estamos nós!


Um pouco depois há um outro possível pórtico!

O clube é cercado por um muro e em várias partes dele existe o distintivo pintado na parede.


Aqui é a entrada do clube atualmente:

Vamos dar uma olhada na parte interna pra ficar triste?
É… Chegamos tarde…. As necessidades práticas do clube falaram mais alto que a memória histórica (e é claro que essa é uma decisão válida, uma vez que o clube segue vivo).

Pelo que entendi era aqui que ficava o campo:


Curiosamente, veja essa foto do time rival (Associação Atlética Riopardense) no próprio campo do Rio Pardo FC:

Bom, deu pra conhecer um pouco do estádio. Valeu a pena!

Assim como vale a pena ler a descrição encontrada no site www.cidadelivredoriopardo.com.br a descrição sobre o dia de um derbi:
“O campo da Associação está repleto. Arquibancadas e gerais são redutos discriminatórios. Dois grandes grupos antagônicos se formam. As torcidas não se misturam. Nas arquibancadas e gerais daquele lado espremem-se os apaixonados da Associação, os “estegomias”. Na metade oposta, nos barrancos e laterais, os “bexigas-pretas”, torcedores do Rio Pardo. Gritos ofensivos cruzam o campo vazio. Mulheres, com roupas de festa, são sopranos e contraltos dos coros gritantes das torcidas, com urras, piquepiques, quadrinhas, “slogans”, hinos dos clubes, insultos, vaias…
Guarda-chuvas, sombrinhas e muitos eucaliptos sombreiam o contorno do campo.”
E por aí vai a história, leia lá no http://cidadelivredoriopardo.com.br.


Ah, antes de ir embora ainda deu pra cruzar com o Estádio do time local do Vasco da Gama (limitado ao futebol amador).

O time, embora se limite ao futebol amador, é bastante tradicional!

No caminho para a nossa próxima parada (a cidade de Cajuru) ainda pudemos pirar com o visual do Rio Pardo (eu nem sabia da existência da barragem lá…).





Olha que lindo vídeo da barragem:
