Sábado, 7 de outubro de 2023. Dia de decisão.
O Estádio Ulrico Mursa recebe a primeira partida da final da Copa Paulista.
Em campo, dois clubes de enorme tradição no futebol paulista:
Estivemos do lado da torcida local, da Associação Atlética Portuguesa, a Portuguesa Santista, fundada em 20 de novembro de 1917, se liga como estava a entrada do Estádio:
Aos que não conhecem o time da baixada, a Portuguesa Santista é conhecida como Briosa e esta partida contra o São José mais uma vez mostrou que o apelido é certeiro!
Ingressos em mãos depois de certa dor de cabeça… Afinal, na 6ª feira eles haviam se esgotado e pra conseguir esse aí tive que fazer um baita corre desde cedo em Santos, achando que não conseguiria na hora. Óbvio que paguei mais caro e na hora tinha váááárias pessoas vendendo até a R$ 10 na porta…
Mas vamos ao jogo, porque não para de chegar gente!
A atual capacidade oficial do Estádio Ulrico Mursa é de 7.635 torcedores e a previsão era de lotação total, o que acabou não se confirmando por algumas poucas centenas de lugares vagos.
É até difícil pensar onde estariam essas pessoas olhando as diferentes áreas do Estádio Ulrico Mursa que pareciam cheias mesmo antes da partida começar.
Mas faz sentido, afinal, depois de muitos anos, independente do resultado dessa final, a Briosa volta ao cenário nacional (Copa do Brasil ou Série D do Brasileiro) e o torcedor está pra lá de feliz!
Será que aqueles trabalhadores lá em 1917 decidiram fundar um time que representasse a colônia portuguesa imaginavam que mais de 100 anos depois a AA Portuguesa ainda representaria tamanha paixão do povo santista, indo além da própria colônia lusa???
Aliás, quantos anos você tinha quando percebeu que a Portuguesa Santista é a primeira “Portuguesa” do Brasil? A faixa ali na bancada ajuda a torcida local a relembrar este fato!
A torcida visitante também fez bonito e se fez presente em bom número, apoiando o jogo todo!
Abraços ao amigo Lucas Barbosa, que acompanha o time do São José por toda a parte!
E dessa forma o Ulrico Mursa viveu um dia de diferentes cores competindo nesta decisão…
Sem dúvida uma tarde que coloca frente a frente dois times que tem muitas glórias. Já falamos um pouco da história do São José EC (veja aqui como foi), quando estivemos por lá acompanhando o Ramalhão nessa mesma Copa Paulista.
Mas as glórias da AA Portuguesa também não são de agora, o seu primeiro título é de 1920: a segunda divisão da Associação Santista de Esportes Athléticos (Asea), dando direito à disputa da primeira divisão, onde conquistaria o título por 11 vezes (1923, 1924, 1926, 1927, 1931,1932,1933, 1934, 1958, 1962 e 1963). Ainda foram quatro conquistas da série A2 em 1932, 1933, 1934 e 1964.
Aqui, o time de 1958, do site Varzea Santista:
Mas, sem dúvidas, os dois times vivem no presente mais uma vez um bom momento, ambos em ascensão e essa final serve de celebração.
É hora da festa começar, os times estão para entrar em campo e o Ulrico Mursa se transforma em um verdadeiro caldeirão de cores, sons e sentimentos!
E logo, o Estádio que começou a ser construído em 1919 e foi inaugurado em 5 de dezembro de 1920, com uma goleada de 6×0 em cima do Clube Sirío, recebe as duas equipes para a cerimônia de abertura:
Um detalhe bacana é que o goleiro do São José é o Luis Augusto, que conhecemos quando defendeu o Ramalhão e é muito legal ver o baita profissional que ele se tornou.
O Estádio Ulrico Mursa foi o primeiro estádio da América Latina a ter cobertura de concreto e ela nunca foi tão valorizada quanto na hora da chuva de hoje…
O maior público aconteceu em 1952, contra o Corinthians, com 12.500 torcedores. Incrível pensar que é quase o dobro do público de hoje…
Pô, vale um destaque importante para a culinária de estádio do Ulrico Mursa, com oportunidades únicas, como os Doces do mineiro:
E os tremoços… O que dizer dessa incrível iguaria?
E pra nós é sempre uma grande honra poder vivenciar um dia como este em meio ao pessoal da Briosa!
E vem a Briosa pra cima!!! Confesso que me surpreendi com o time da Portuguesa Santista no primeiro tempo tomando a iniciativa e indo pra cima, mas faltava bater no gol…
Ou, faltava pontaria…
Pra mim, o grande momento da Briosa tem como principal responsável este homem: Sérgio Guedes.
E na bancada, a torcida não para!!!
A Força Rubro Verde fica aí atrás do gol, e é daí que vem a festa!
Tirantes, gente na bancada ou mesmo colada no alambrado…
Após uma noite e uma manhã abafadas, começou a garoar, e a bandeira ajudou alguns a se proteger da água…
Outros sequer perceberam a água que começava a cair e seguiram em um transe apaixonado fazendo a sua parte em busca de um placar que desse vantagem à Briosa no jogo de volta.
O amigo Luis Augusto se tornou o principal vilão para a torcida local, atuando com segurança “irritante”.
Acabou sendo “homenageado” pela torcida várias vezes…
O São José também atacava e contra-atacava levando perigo. Era uma decisão de verdade!
A chuva foi apertando e deixando a arquibancada e o gramado em condições mais adversas…
Ficou difícil até pra ver o jogo…
E se pra ver estava difícil, pra jogar, imagine pra jogar…
As arquibancadas cobertas eram os únicos espaços secos.
Mas quem disse que o coração se importa se está seco ou molhado? Se o time da Portuguesa é conhecido como Briosa, pode se dizer que sua torcida também o é!
A água era tanta que as lentes da câmera ficaram encharcadas e cheias de manchas…
Parece que conforme a chuva aumentava, crescia a gana, a raiva mesmo do torcedor contra um resultado que não interessava ao time da baixada.
A chuva castigava, mas para a torcida local, quem maltratava mesmo era o placar.
E o relógio ia passando com o cair dos pingos…
10, 20… 40 minutos… 45 minutos….
Um empate definitivamente tornaria a missão da Portuguesa santista bastante complicada, mas… Seu lema é não desista!
Assim, acompanhe os melhores momentos e o que aconteceu após os 45 minutos do segundo tempo e entenda porque a Portuguesa Santista é a mais briosa!!!