Sábado, 7 de outubro de 2023. Dia de decisão. O Estádio Ulrico Mursa recebe a primeira partida da final da Copa Paulista. Em campo, dois clubes de enorme tradição no futebol paulista:
Estivemos do lado da torcida local, da Associação Atlética Portuguesa, a Portuguesa Santista, fundada em 20 de novembro de 1917, se liga como estava a entrada do Estádio:
Aos que não conhecem o time da baixada, a Portuguesa Santista é conhecida como Briosa e esta partida contra o São José mais uma vez mostrou que o apelido é certeiro!
Ingressos em mãos depois de certa dor de cabeça… Afinal, na 6ª feira eles haviam se esgotado e pra conseguir esse aí tive que fazer um baita corre desde cedo em Santos, achando que não conseguiria na hora. Óbvio que paguei mais caro e na hora tinha váááárias pessoas vendendo até a R$ 10 na porta…
Mas vamos ao jogo, porque não para de chegar gente!
A atual capacidade oficial do Estádio Ulrico Mursa é de 7.635 torcedores e a previsão era de lotação total, o que acabou não se confirmando por algumas poucas centenas de lugares vagos.
É até difícil pensar onde estariam essas pessoas olhando as diferentes áreas do Estádio Ulrico Mursa que pareciam cheias mesmo antes da partida começar.
Mas faz sentido, afinal, depois de muitos anos, independente do resultado dessa final, a Briosa volta ao cenário nacional (Copa do Brasil ou Série D do Brasileiro) e o torcedor está pra lá de feliz!
Será que aqueles trabalhadores lá em 1917 decidiram fundar um time que representasse a colônia portuguesa imaginavam que mais de 100 anos depois a AA Portuguesa ainda representaria tamanha paixão do povo santista, indo além da própria colônia lusa???
Aliás, quantos anos você tinha quando percebeu que a Portuguesa Santista é a primeira “Portuguesa” do Brasil? A faixa ali na bancada ajuda a torcida local a relembrar este fato!
A torcida visitante também fez bonito e se fez presente em bom número, apoiando o jogo todo!
Abraços ao amigo Lucas Barbosa, que acompanha o time do São José por toda a parte!
E dessa forma o Ulrico Mursa viveu um dia de diferentes cores competindo nesta decisão…
Sem dúvida uma tarde que coloca frente a frente dois times que tem muitas glórias. Já falamos um pouco da história do São José EC (veja aqui como foi), quando estivemos por lá acompanhando o Ramalhão nessa mesma Copa Paulista.
Mas as glórias da AA Portuguesa também não são de agora, o seu primeiro título é de 1920: a segunda divisão da Associação Santista de Esportes Athléticos (Asea), dando direito à disputa da primeira divisão, onde conquistaria o título por 11 vezes (1923, 1924, 1926, 1927, 1931,1932,1933, 1934, 1958, 1962 e 1963). Ainda foram quatro conquistas da série A2 em 1932, 1933, 1934 e 1964. Aqui, o time de 1958, do site Varzea Santista:
Mas, sem dúvidas, os dois times vivem no presente mais uma vez um bom momento, ambos em ascensão e essa final serve de celebração.
É hora da festa começar, os times estão para entrar em campo e o Ulrico Mursa se transforma em um verdadeiro caldeirão de cores, sons e sentimentos!
E logo, o Estádio que começou a ser construído em 1919 e foi inaugurado em 5 de dezembro de 1920, com uma goleada de 6×0 em cima do Clube Sirío, recebe as duas equipes para a cerimônia de abertura:
Um detalhe bacana é que o goleiro do São José é o Luis Augusto, que conhecemos quando defendeu o Ramalhão e é muito legal ver o baita profissional que ele se tornou.
O Estádio Ulrico Mursa foi o primeiro estádio da América Latina a ter cobertura de concreto e ela nunca foi tão valorizada quanto na hora da chuva de hoje…
O maior público aconteceu em 1952, contra o Corinthians, com 12.500 torcedores. Incrível pensar que é quase o dobro do público de hoje…
Pô, vale um destaque importante para a culinária de estádio do Ulrico Mursa, com oportunidades únicas, como os Doces do mineiro:
E os tremoços… O que dizer dessa incrível iguaria?
E pra nós é sempre uma grande honra poder vivenciar um dia como este em meio ao pessoal da Briosa!
E vem a Briosa pra cima!!! Confesso que me surpreendi com o time da Portuguesa Santista no primeiro tempo tomando a iniciativa e indo pra cima, mas faltava bater no gol…
Ou, faltava pontaria…
Pra mim, o grande momento da Briosa tem como principal responsável este homem: Sérgio Guedes.
E na bancada, a torcida não para!!!
A Força Rubro Verde fica aí atrás do gol, e é daí que vem a festa!
Tirantes, gente na bancada ou mesmo colada no alambrado…
Após uma noite e uma manhã abafadas, começou a garoar, e a bandeira ajudou alguns a se proteger da água…
Outros sequer perceberam a água que começava a cair e seguiram em um transe apaixonado fazendo a sua parte em busca de um placar que desse vantagem à Briosa no jogo de volta.
O amigo Luis Augusto se tornou o principal vilão para a torcida local, atuando com segurança “irritante”.
Acabou sendo “homenageado” pela torcida várias vezes…
O São José também atacava e contra-atacava levando perigo. Era uma decisão de verdade!
A chuva foi apertando e deixando a arquibancada e o gramado em condições mais adversas…
Ficou difícil até pra ver o jogo…
E se pra ver estava difícil, pra jogar, imagine pra jogar…
As arquibancadas cobertas eram os únicos espaços secos.
Mas quem disse que o coração se importa se está seco ou molhado? Se o time da Portuguesa é conhecido como Briosa, pode se dizer que sua torcida também o é!
A água era tanta que as lentes da câmera ficaram encharcadas e cheias de manchas…
Parece que conforme a chuva aumentava, crescia a gana, a raiva mesmo do torcedor contra um resultado que não interessava ao time da baixada.
A chuva castigava, mas para a torcida local, quem maltratava mesmo era o placar. E o relógio ia passando com o cair dos pingos… 10, 20… 40 minutos… 45 minutos…. Um empate definitivamente tornaria a missão da Portuguesa santista bastante complicada, mas… Seu lema é não desista! Assim, acompanhe os melhores momentos e o que aconteceu após os 45 minutos do segundo tempo e entenda porque a Portuguesa Santista é a mais briosa!!!
A história de São José dos Campos como a de todo Brasil é anterior à chegada dos europeus. Há milhares de anos, a região era habitada por diversos povos indígenas, como os Guayanases, Guainás, Aimorés e Puris (retratados abaixo por Van de Velden), entre outros. Cada um com sua cultura, língua e modo de vida em harmonia com a natureza.
A chegada dos europeus efetivou um processo de desapropriação das terras indígenas, resultando em conflitos e até mesmo no extermínio de comunidades inteiras. Os sobreviventes tiveram que aceitar a política de aldeamento implementada pelos jesuítas.
Com a chegada da ferrovia (olha aí a estação), em 1876 potencializou-se a expansão da cafeicultura no Vale do Paraíba, e São José dos Campos se desenvolveu economicamente.
Curiosamente, o futebol não se desenvolveu junto da Ferrovia como estamos acostumados a ver, mas sim, junto às indústrias. Entre os anos de 1920 e 40, São José dos Campos recebeu indústrias de cerâmica (como a Cerâmica Weiss) e tecelagem (Tecelagem Parahyba e a Cia. Rhodosá de Rayon, do grupo Rhodia, fabricante de fios sintéticos). A cidade ainda iria passar por outras fases mais modernas de industrialização (lembre-se que aí fica a sede da EMBRAER), mas foram as fábricas do início do século que movimentaram o futebol local.
A cidade teve nada menos que 9 times disputando as competições profissionais do futebol paulista:
Vamos relembrá-los por ordem cronológica de fundação. O mais antigo deles é a Associação Esportiva de São José, fundada em 15 de agosto de 1913 com o nome de “São José Futebol Clube“, rebatizada como Associação Esportiva São José em 23 de maio de 1918.
Seu campo ficava no local onde hoje está o Ginásio Poliesportivo Linneu de Moura.
Sua estreia no profissionalismo se deu em 1922 quando disputou a Divisão do Interior da APSA (Associação Paulista de Sports Athléticos) e terminou em último lugar, as se torna o primeiro time de São José a figurar nas competições oficiais.
A Esportiva de São José termina na mesma colocação em 1923, mas segue fazendo história no futebol paulista.
Em 1927, disputa o Campeonato do Interior da LAF (Liga dos Amadores de Futebol) jogando a Seção Sul da Zona Central do Brasil. Em 1930 e 31 disputa o Campeonato do Interior da APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos). Aqui, o time de 1942 que também jogou o Campeonato do Interior:
A Esportiva de São José disputou ainda os campeonatos de 1943, 44 e 1946 quando foi campeão da 1ª Zona do Campeonato do Interior (grupo com os times abaixo), perdendo o título da região para o Cruzeiro FC:
Em 1957, a Associação Esportiva São José decidiu extinguir seu departamento de futebol. Mas o clube social segue vivo!
A Associação Atlética Santana do Paraíba é o segundo time mais antigo, tendo sido fundada em 10 de outubro de 1913, poucos meses depois da AE São José.
O campo da AA Santana do Paraíba ainda está de pé, mas acabamos não o visitando desta vez, até porque atualmente o time manda seus jogos no AD Parahyba (que vamos mostrar mais abaixo):
O time disputou uma única edição oficial do futebol paulista: o Campeonato do Interior da LAF, em 1928, jogando a Seção Sul da Região Central do Brasil. Naquele ano, o time era denominado Sant’Anna FC.
Aqui, a AA Santana do Paraíba nos anos 40. Em 1942, 43 e 44 disputou o Campeonato do Interior.
Na sequência, foi fundado o Esporte Clube São José em 13 de agosto de 1933.
Até por levar o nome da cidade, o time logo ganhou o carinho dos torcedores, ainda que tenha se mantido por décadas disputando apenas as competições amadoras. Como São José dos Campos tinha muitas formigas, o time ficou conhecido como “Formigão“.
Duas equipes da cidade, o Klaxon Clube e o Internacional FC, se fundiram para fortalecer ainda mais o São José, o que acabou aumentando a rivalidade com o outro time da cidade, a Associação Esportiva São José. Na foto abaixo, um encontro entre os dois times.
Em 1943, estreou no Campeonato do Interior, jogando até 47. Em 1957, o time faz a estreia no futebol profissional, jogando a 3ª divisão, com o time abaixo:
Após aquela aventura, o EC São José se licenciou e só retornou ao profissionalismo em 1964, desta vez na 4ª divisão, da qual foi campeão, obtendo o acesso para a Terceira Divisão do ano seguinte.
Em 1965, o Formigão do Vale brilhou na fase inicial da Terceira Divisão, liderando a sua série:
Mas o time foi mais longe, sagrando-se Campeão da Terceira Divisão de 1965, garantindo o acesso para a segunda divisão do Campeonato Paulista. Aqui, a fase final do Campeonato:
Esse é o time de 1965:
Assim, em 1966 disputa a 2ª divisão do Campeonato Paulista.
Aqui, o time de 1967 que disputa a segunda divisão:
Foi nesse período que o clube revelou o goleiro Emerson Leão, que veio das categorias de base.
De 1970 a 76 disputou a 2ª divisão, sendo que em 1972, conquistou o título do Campeonato, classificando-se em 2º na primeira fase, atrás do SAAD…
Na segunda fase, vingou-se do time de São Caetano chegando à final contra o Garça FC:
O Formigão venceu por 3×0 em casa e empatou por 0x0 em Garça mas não subiu pra primeira, porque o acesso estava suspenso pela Federação Paulista.
Infelizmente, o time custava mais do que arrecadava e passou a se afundar em dúvidas. O time permaneceu jogando a segunda divisão até 1976, quando para vencer as dívidas encerrou sua existência, mudando seu nome e dando origem ao atual São José EC (já já falaremos dele).
O EC São José mandava seus jogos no antigo “Estádio da Rua Antonio Saes“, que desde 1942 era oficialmente denominado Estádio Martins Pereira, que viria a ser também o nome do Estádio atual.
Tentei fazer uma sobreposição imaginando onde seria o Estádio nos dias atuais…
Não resistimos e fomos até a atual Igreja que ocupa o espaço imortalizado pelo futebol, pra imaginar como era…
Antes que crucifiquem a Igreja Universal (que trocadilho hein?), vale dizer que a área foi ocupada por um supermercado Jumbo Eletro depois do Estádio.
No site do Museu do Futebol encontrei essa foto da torcida do Esporte Clube São José no 0 X 0 contra o Fernandópolis, em 1960:
Sua capacidade era de apenas 5 mil torcedores, motivo pelo qual a cidade se organizou para a construção do novo Martins Pereira. O Museu do Futebol tem também uma foto que registra a última partida disputada no Estádio da Rua Antonio Saes: o amistoso EC São José 2X0 DERAC, de Itapetininga.
O time seguinte a ser fundado foi o Rhodosá Atlético Clube, em 13 de fevereiro de 1948.
O time foi formado por trabalhadores da Companhia Rhodosá de Rayon SA, indústria química, instalada no bairro de Santana.
O time se filiou à Federação Paulista de Futebol (FPF) e passou a disputar o Campeonato Amador pela Zona de Lorena. Aqui, o time de 1949 que disputou competições e torneios amadores e com outras indústrias.
O Rhodosá Atlético Clube se tornou bicampeão amador em 1959 e 1960, levando o time a se tornar o 1º time profissional de São José dos Campos, disputando a 4ª divisão em 1965, ainda que sem conseguir realizar uma grande campanha:
De qualquer forma, o time fez história no futebol e isso não se apaga jamais!
O Rhodosá AC teve até um time feminino!
Mandava seus jogos no Estádio Dr Roberto Moreira (nome do presidente da Rhódia na época) construído junto à fábrica, no bairro de Santana, e inaugurado em 1956.
Como o endereço em mãos fomos até lá para ver se o Estádio ainda existe, mesmo com o fechamento da indústria. Próximo do local, encontramos esta linda e gigantesca árvore:
Olha aí a frente do Estádio:
Olhando do lado de fora, deu pra ver que o que encontraríamos não era mais um estádio de futebol…
A entrada para o antigo estádio é esse portão:
Pedimos permissão para o “caseiro” da atual área e fomos tentar encontrar algo do antigo estádio. Olhando assim, parecia apenas uma casa, mas… o que parece aquilo no andar de cima?
Subi essa escada, sabendo onde chegaria…
Aí está a arquibancada do Estádio Dr Roberto Moreira, o Campo do Rhodosá!
Presença registrada em mais uma arquibancada histórica!
Agora, olhando da arquibancada, aqui está (está ???) o gol da esquerda:
O gol da direita:
E o meio campo:
Encontrei uma imagem que mostra o campo algumas décadas atrás:
Missão cumprida, ainda que os registros não sejam muito animadores…
Dando sequência, é vez de falar do Corinthians Futebol Clube de São José dos Campos, fundado em 3 de janeiro de 1954.
Lá no Mercado Municipal já havia visto (e registrado) esse poster do time, no bar em que ouvimos aquele senhor cantar.
Inicialmente, o Corinthians FC usava um campo que ficava na Praça Duque de Caxias, 48, no bairro do Jardim Paulista. Esse é o time de 1961, vice campeão local:
Em 1976, decide disputar a 3ª divisão, mas infelizmente acaba abandonando a competição ao fim do primeiro turno.
Falemos agora do Grêmio Olimpico Futebol Santanense, fundado em 5 de setembro de 1975. Distintivo direto do site Escudos Gino:
O clube surgiu por iniciativa de atletas da equipe juvenil do Esportivo Futebol Clube, que queriam levar o futebol adiante, fazendo surgir o Grêmio Olímpico de Futebol Santanense. Aqui, o time de 1981:
Depois de muitos campeonatos amadores e locais, o time decidiu se profissionalizar e disputar o Campeonato Paulista da Terceira Divisão em 1986.
De 1986 a 92 disputou a 3ª divisão.
Destaque para a campanha de 1988, quando se classificou em segundo lugar na primeira fase:
Liderou a fase 2:
E só acabou desclassificado na penúltima fase.
O Grêmio Santanense mandou seus jogos no campo da ADC Parahyba, o campo que surgiu junto à Tecelagem Parahyba presente em São José de 1925 até 1995. Hoje ainda há produção de cobertores por meio de uma cooperativa de ex- funcionários. Ficou conhecida com a marca CobertoresParahyba.
Como o Estádio ADC Parahyba, também conhecido como o “Campo da Tecelagem”, ainda está lá, fomos fazer uma visita para registrá-lo:
Diferente do estádio do Rhodosá, confira que lindo está o Campo da Tecelagem:
Então, vamos eternizar mais este lugar com nossa humilde câmera digital kkkk
Olha que charmosa a arquibancada que lembra a geral dos tradicionais estádios brasileiros:
Lä do outro lado também existe um lance de arquibancada, o que totaliza mais ou menos 5 mil lugares para a torcida.
A manutenção do local garantiu mais um momento histórico para o futebol local, ao receber jogos da Copa Libertadores de América de Futebol Feminino de 2011 a 2014.
Aqui o gol da esquerda:
Aqui, o meio campo:
Aqui, o gol da direita:
Ali ao fundo, os bancos de reserva e vestiários:
A arquibancada é única e realmente inesquecível!
Agora, é a hora de falar do time mais expressivo e tradicional da cidade: o São José Esporte Clube.
Pra isso, devemos voltar a 1976, com o antigo EC São José completamente endividado. A solução para a situação foi “encerrar” o antigo clube e realizar uma reformulação da identidade, fazendo surgir um novo São José. O Formigão deixava de existir para em seu lugar surgir a Águia do Vale. O preto e branco deram lugar ao azul, amarelo e branco, as tradicionais cores da cidade.
Assim, em 24 de dezembro de 1976, surge o São José EC e que logo no ano seguinte, passa a disputar a 2ª divisão (a Intermediária) e logo no primeiro ano, termina em 3º lugar:
Mesma posição do ano seguinte (1978):
E também a de 1979:
Finalmente em 1980, chegou a vez do São José EC realizar uma campanha quase perfeita e finalmente subir para a Primeira Divisão. Essa foi a primeira fase:
Liderou também a segunda fase:
Depois vieram as semifinais contra o Aliança de São Bernardo (0x0 no ABC e 2×1 em São José), depois as finais com o Grêmio Catanduvense (ganhando como visitantes por 1×0 e 4×0 em casa) e sagrando-se assim campeão, com o meu ídolo Tonho, no gol.
Sua estreia na 1ª divisão em 1981 foi incrível! Em um campeonato maluco, chegou à fase final, após 2 turnos, em um grupo ao lado de Palmeiras, Santos e Ponte Preta, mas não se intimidou…
Assim, fez a final do turno com o São Paulo, vencendo em São José por 1×0 e perdendo por 3×2 no Morumbi, em um jogão!
Em 1982, o São José realizou uma campanha mediana, mas em 83, acabou rebaixado, e acabou se licenciando até 1985 quando voltou a disputar a segunda divisão, mas teve uma campanha fraca, assim como em 1986. Mas, em 1987, novo bom momento: com o vice campeonato da 2ª divisão, o São José estava de volta à elite!
Assim de 1988 a 93, a Águia voou pela 1ª divisão, com campanhas interessantes, um 3º lugar em 88, um vice campeonato em 1989, com o time abaixo (olha o goleirão Rafael no time!):
Em 1990, 91e 92, novamente campanhas medianas, culminando no rebaixamento de 1993. Assim, em 1994 o São José EC jogava mais uma série A2. Mas, em 1996, um terceiro lugar devolvia a Águia à principal divisão do futebol paulista.
De volta à primeira divisão, o São José EC conseguiu se segurar até 1999 quando acaba rebaixado mais uma vez. Mas dessa vez, após 4 anos na A2, a águia foi parar na A3. Daí em diante, o time passou por muito sobe e desce, jogando a A3 em 2005 e 06, a A2, de 2007 a 2014, a A3 em 2015 e 16, a Segunda Divisão de 2017 a 2020, a A3 de 2021 a 23, quando finalmente volta à série A2.
Vale reforçar a importância e o sucesso do time feminino do São José, criada em 2001. O time foi vice campeão Paulista de 2010. Em 2011, garantiu vaga na Copa Libertadores por ser sede do torneio, do qual sagrou-se campeã!
Em 2012, conquistou seu primeiro título da Copa do Brasil e o Campeonato Paulista. Em 2013, o bicampeonato da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.
Em 2014, além da Libertadores, o São José conquistou o Torneio Internacional de Clubes, derrotando o Arsenal.
Desde 2017, infelizmente, vive um período de declínio na modalidade.
Mas a cidade de São José dos Campos ainda tinha inspiração para mais times e em 1º de outubro de 1998 foi fundado o Clube Atlético Joseense.
O time nasce com foco nas categorias de base, participando dos campeonatos sub-20, 17 e 15, além da Copa São Paulo de Futebol Jr, a partir de 2001, quando também participa da Série B3 do Campeonato Paulista. Termina em 5º lugar e consegue o acesso para a Série B2, onde ficou até 2004, quando subiu para a Série B (a quarta divisão, na prática).
Aqui, o time de 2010:
Em 2012, garantiu acesso à Série A3 do Campeonato Paulista, a ser disputada pela primeira vez em sua história no ano de 2013. Em 2014 mudou seu nome para São José dos Campos Futebol Clube, mas a ideia não foi muito bem aceita pela população local que considerou que o time estava tentando tomar o lugar do tradicional “São José EC”.
Em 2017, decidiram voltar ao nome de origem. Em 2018, acaba rebaixado para a Segunda Divisão, onde está até os dias de hoje. Este é o time de 2022:
O último time fundado na cidade foi o Futebol Clube Primeira Camisa, fundado em 2 de março de 2007.
O time surgiu de uma iniciativa do zagueiro Roque Júnior em parceria com as categorias de base do São José.
Em 2008, o time se profissionalizou e passou a disputar a 4ª divisão, onde ficou até 2011, quando se licenciou.
Em 2007, fez uma parceria com o São José EC e os atletas do Primeira Camisa representaram a Águia do Vale na Copa São Paulo, tendo a melhor campanha de um time de São José dos Campos na Copa São Paulo, chegando nas quartas de final, quando perdeu para o Cruzeiro, em um Martins Pereira, com mais de 20 mil torcedores e com gente do lado de fora.
29, de julho de 2023. Sabadão a noite. O rolê pra hoje não tem taaaanto glamour, já que a Copa Paulista não é a competição mais apreciada pelos torcedores, mas em campo, temos um encontro que há tempos não se via.
Assim, repetindo o que torcedores do Ramalhão já faziam nos anos 70, pegamos a Dutra e fomos até o belíssimo Estádio Martins Pereira para acompanhar a partida frente o São José, que vem em uma retomada dentro do cenário futebolístico.
Antes do jogo, fomos dar um rolê pela cidade e foi bacana ver a loja do São José, lá no centro da cidade:
A loja faz a diferença na “materialização” do time em pleno centro da cidade.
Uma série de cartazes espalhados pela cidade ajudam a divulgar os jogos do São José na Copa Paulista:
Refletindo o bom momento do time, a torcida local compareceu e fez uma bela festa!
Uma pena que ali do local destinado aos Visitantes, não deu pra fazer uma foto frontal.
Massacrado por uma incrível sequência de maus resultados, o Ramalhão tenta se reerguer juntando ao time de “pratas da casa” alguns nomes que chegaram para a Série D, da qual foi eliminado há uma semana. E começou o jogo indo pra cima do São José EC:
Será que bem aqui em São José dos Campos o Ramalhão iniciaria uma incrível reviravolta chegando ao título da Copa Paulista, conquistando também a Copa do Brasil 2024 e voltando à Libertadores em 2025? Olha aí outro ataque do Santo André que nos deixava esperançosos:
O São José EC respondia nos contra ataques e em bolas paradas:
Falta para o Santo André e um desvio quase “mata” o bom goleiro Ariel. Aliás, o seu reserva é o nosso amigo Luis Augusto! Seguimos na torcida pra que ele tenha uma carreira vitoriosa!
O jogo era mesmo de rivalidade! Teve cordão de policiamento separando e tudo!
O primeiro tempo virou 0x0. Mas com a chegada da Fúria Andreense, as emoções se concentraram mais na arquibancada do que no próprio campo.
Fico contente de ver a nossa turma sempre presente mesmo em um momento tão difícil do time.
É óbvio que ninguém gosta de perder, e participar diretamente do pior momento do time nos últimos anos, mas estar na arquibancada com os amigos é sempre um prazer!
Nossos sonhos de vitórias foram interrompidos aos 28 minutos do 2º tempo, quando Matheus Serafim colocou os donos da casa na frente do placar! A torcida local foi à loucura!
O que fazer do nosso lado, se não responder cantando e apoiando ainda mais…
Loucura? Inocência? Não há porque seguir apoiando? Fala isso pra Fúria, então, que canta a plenos pulmões mesmo nos piores momentos….
Mas, somos realistas. Sabíamos dos limites deste time e principalmente deste ano, com um time montado sem grandes esforços comerciais, e aos 36’ do 2º tempo, Nicholas fez 2×0 e matou o jogo…
É um momento de extrema satisfação para a torcida do São José que tem acompanhado esse novo momento do time, de volta à série A2, após chegar à Segunda Divisão, o quarto nível do futebol paulista e agora luta para conquistar uma vaga na série D do Brasileiro de 2024…
A nós? Resta a resiliência em aguardar um 2024 melhor (já que nossa principal dívida termina de ser paga em outubro-2023) e a disposição de tentar levar a frente ideias de como a diretoria pode melhorar a gestão do time…
Após o jogo, ainda pudemos celebrar o aniversário do amigo e também torcedor do Ramalhão, Furlan! Feliz aniversário, meu amigo e que os próximos jogos sejam melhores presentes kkkk
Por fim, a síntese de curtir o futebol se resume a isso: diferentes times, rivais sempre, mas inimigos nunca. Abraços aos amigos Lucas, que acabei encontrando no estádio e também na pizzaria em que fomos comemorar, e ao Castanhare, que não deu pra trombar no rolê!
O Estádio leva esse nome em homenagem aos irmãos Nelson e Mário, fundadores do São José (aqui valelembrar que ainda não tenho a camisa do time, assim que conseguir eu posto por aqui).
Quem vê de fora não consegue ter a idéia certa sobre o Estádio, até porque ele merecia uma nova mão de tinta…
Mas por dentro, mesmo nas escadarias já começa a ter mais vida, mais cor…
A estratégia de divulgação dos jogos é simples, barata e eficaz, e já mostra quem é o dono do Estádio.
Vale dizer que o Martins Pereira é daqueles estádios grandes, que ocupa todo o quarteirão.
O estádio tem capacidade para 15.317 pessoas.
Abaixo, dá pra ter uma idéia de como cabe gente por ali…
Lá dentro, um outdoor muito bem planejado pela equipe que cuida da Comunicação da Sabesp… É difícil ver gente utilizando o espaço do futebol com uma temática própria e criativa.
Como sempre, não perco a chance de materializar a minha presença em mais um glorioso Estádio de futebol.
Aliás, eu e Mari não perdemos a chance…
Cuirosamente os dois maiores momentos do estádio envolveram as equipes do São José e do São Paulo.
Em 1989, deveria ter sido disputada nele uma das finais do Paulistão, mas o time do Vale foi roubado na cara dura e os dois jogos foram no Morumbi
O segundo detalhe envolvendo o São Paulo é quanto ao recorde de público, oficialmente num jogo de 1987 (19 mil pessoas), e não oficialmente num jogo de 1997, quando 25 mil pessoas estiveram ali (embora 6 mil tenham entrado de graça).
Bom, deu pra ter uma idéia do estádio, certo?
Na sequência falarei de outros dois estádios da região.