Em novembro de 2025, resolvi celebrar meu aniversário reunindo a família na pacata cidade de Águas de Santa Bárbara, mas, como o interior é cosmopolita, aproveitei para dar um pulo na cidade de Óleo e em Manduri, onde aproveitei para registrar mais um estádio.
Já estivemos em Óleo e escrevemos sobre o futebol local, veja aqui, dessa vez aproveitei para rever a linda estrada que dá acesso à Fazenda Nova Niagara, onde meus avós viveram por alguns anos no início do século passado…
Guardando a entrada da Fazenda, uma família de lagartos…
Ah, que dia lindo para relembrar o passado…
O rolê serviu para conhecer e registrar Manduri, cidade no meio do caminho entre Águas de Santa Bárbara e Óleo, começando pela antiga estação de trem, onde meu avô costumava descer quando, morando em Indiana desejava visitar os amigos que viviam em Óleo. Ali em Manduri, um compadre que possuía um “carro de praça” (era assim que chamavam os taxis) o levava até a Fazenda Niagara…
Da estação ao Estádio Municipal Márcio José Cabral é um pulo! E esta é a sua fachada, em 2025.
Vamos ver a parte interna do Estádio?
Além de ser a atual casa do futebol amador da cidade, o campo também recebeu os jogos do Manduri AC, time fundado em 1954. O distintivo abaixo é do site Arquivos Futebol Brasil:, mas não parece com o da camisa nas fotos abaixo:
O site Acontece Botucatu trouxe uma foto com a seguinte formação do time que disputava a Liga de Futebol de Piraju: Vandinho, Flavião, Mané do Jango, Luiz Antonio, Cacá, Dito, Vantielli e o treinador Renê. Agachados: Passarelli, o mascote China, Pedro Arbex, Zé Airton e Zé Eugênio Almeida.
O pessoal do Diário de Manduri coloriu a foto:
A Gazeta Esportiva de 7 de outubro de 1955 traz uma notícia relacionada ao Setor 42, zona 12 do Campeonato Amador: a vitória do Manduri AC sobre o EC Ferroviário de Bernardino de Campos.
Também encontrei uma notícia sobre um amistoso de 1956, contra o Paulistinfa:
E não é que o troco veio no ano seguinte?
Somente em 14 de abril de 1957 é inaugurado o Estádio Municipal:
Em 1958 disputa novamente o Campeonato do Interior:
Outro time da cidade foi o Graminha FC, distintivo do site Escudos Gino:
Tudo isso, há apenas 60 anos atrás… O gol era objeto de respeito e continua bem cuidado!
Olha aí o banco de reservas!
O gol da direita mostra como o gramado está em perfeitas condições:
O gol da esquerda:
O meio campo:
Curta o clima do estádio!
As árvores mantém a arquibancada bastante fresca.
E dependendo do horário, até o goleiro curte uma sombrinha…
Conhecer a cidade e o futebol local é um desejo antigo meu. Toda a tradição do futebol da Francana aguçou ainda mais esse desejo, por isso decidimos passar a noite na cidade (até porque se vc está acompanhando toda a saga desse rolê, vai lembrar que chegamos à Ituverava já anoitecendo).
A cidade respira esporte. É muito legal ver os lambe-lambes convidando para os jogos da “feiticeira”.
E não só o futebol, o basquete local também é muito respeitado e incentivado, e tem um timaço!
Foi por causa de um jogo do Franca Basquetebol contra a equipe do Bauru (que se hospedou no mesmo hotel que a gente, lembrando uma outra viagem) que a partida entre Francana e Comercial, pela fase final de grupos, acabou sendo adiado para segunda feira… Ou seja, perdemos a partida 🙁
Mas, ainda existia o nosso desejo de conhecer o Estádio Municipal Doutor José Lancha Filho, casa da Associação Atlética Francana.
A Associação Atlética Francana foi fundada em 12 de outubro de 1912. O primeiro Estádio da Francanca foi o campo da Bela Vista (também chamado de Nhô Chico), que teve suas arquibancadas inauguradas em 1947 (num amistoso contra o São Paulo) e utilizado nas disputas até 1969, quando foi construído o atual Estádio Municipal Dr. José Lancha Filho. Essa é a entrada do “Nhô Chico“:
Aqui algumas fotos mostrando um pouco do campo no presente…
E no passado:
A partir de 1948, a AA Francana passou a disputar as competições profissionais da Federação. A Francana foi Vice-campeã da série A2 em 1969 e 2002 e Vice campeão Série A3 de 1996. Em 1977, obteve o acesso para o Campeonato Paulista ao sagrar-se campeã da Divisão Intermediária (a A2 da época).
Em 1982, foi rebaixada com o time abaixo:
Disputou o Campeonato Brasileiro de 1979, sendo eliminado na primeira fase. Em 1997, chegou ao quadrangular final do Campeonato Brasileiro da Série C, terminando na 3ª colocação e perdendo o acesso à Série B do ano seguinte na última rodada.
Em 2015, a “Veterana” foi rebaixada para a Segunda Divisão de 2016, após terminar a Série A3 na lanterna. Fomos até o Estádio Municipal Dr. José Lancha Filho, onde a Francana tem mandado seus jogos.
O estádio é mais conhecido por Lanchão. E marca aí mais uma bilheteria pra nossa conta!
O estádio fica bem localizado e é de fácil acesso.
O Estádio foi inaugurado em 1969.
Já teve capacidade para mais de 15 mil torcedores, mas atualmente não passa de pouco mais de 10 mil pessoas.
Essa é a entrada principal, para a torcida local.
Andando ao redor do estádio, temos a….
Entrada dos Visitantes! Do jeito que o diabo gosta hehehehe.
Uma pena que não conseguimos entrar, mas tudo bem, fica para uma próxima vez para podermos acompanhar a Francana! Ao menos, ta aí um pouco do entorno do estádio:
Pra quem ficou na vontade de saber mais, seguem algumas imagens do Facebook Oficial da Francana, mostrando o estádio lotado, nesses últimos jogos da série B de 2018:
É mesmo uma torcida apaixonada! Mas, dizemos um “até logo” esperando retornar em breve.
Enquanto isso, vamos conhecer o outro time da cidade que já disputou o profissional, o Palmeiras Futebol Clube!
O Palmeiras F.C. foi fundado em 25 de dezembro de 1917 e também representou a cidade de Franca no profissionalismo, em 16 participações.
Nasceu como Palestra Itália de Franca Futebol Clube logo transformou-se no “Palmeirinhas” (assim como os demais times que homenageavam a Itália, Alemanha e outros representantes do nazi fascismo na segunda guerra mundial), porém, desde 2010, voltou a se chamar oficialmente por Palestra Itália de Franca Futebol Clube.
Disputou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão em 47, 48, 49 e 1953, além da Terceira de 83 a 87 e de 91 a 1993, a Quarta de 1988 a 1990 e por fim, a Quinta Divisão em 1994.
Manda seus jogos no Estádio da Rua Santos Pereira, com capacidade para cerca de 1.000 torcedores.
A entrada é simplesmente linda! Parece que o mundo parou nos anos 20…
É sempre muito bom poder estar presente em um templo do futebol como este!
E pra não perder o trocadilho, em frente ao estádio do Palmeiras, existem… “palmeiras” plantadas…
Pudemos encontrar algumas fotos no site do Jogos Perdidos, como essa do time de 81:
Ou as do time de 84:
E que tal essa do time de 87:
Enfim, com tantas participações nas competições oficiais, e com tantos anos de vida, o Palmeiras FC é mesmo uma potência na região, e o mais importante: segue vivo, jogando as competições amadoras.
Vamos dar uma olhada no campo?
E nós aqui… pisando na grama do Palestra Itália de Franca!
Ao fundo a arquibancada coberta.
Linda, não?
O gol da esquerda (pra quem olha da arquibancada coberta):
O placar, ainda manual:
E se tem Palmeiras a frente do estádio, quem passa o dia sobrevoando o campo são os periquitos e maritacas.
Olha eles aí pousados em uma árvore, ao lado do campo:
Aqui, o gol da direita (olhando da arquibancada coberta):
Todo o estádio está repleto de detalhes, que as grandes arenas preferem ignorar…
Aqui dá pra se ter uma ideia melhor da arquibancada coberta:
Olha a placa oficializando a fundação do Palmeiras FC:
Aqui o meio campo:
Um último olhar, antes de seguir nossa viagem!
Não sem antes dizer um tchau pro pessoal que tava ali disputando uma partida de bocha!