Viajando pelo Brasil…

Assim como no ano passado, a idéia foi visitar um lugar que ainda não conhecessemos, aproveitar sua cultura e aprender um pouco mais sobre o futebol local. No ano passado, fomos para o interior de SP e Sul de Minas Gerais, lembra? Veja aqui como foi. Esse ano, fomos mais audaciosos e decidimos conhecer o estado de Alagoas, um verdadeiro paraíso tropical. Nossa base foi a capital, Maceió. Ficamos no Pajuçara Hotel (o primeiro hotel com piscina na frente, na foto abaixo). Logo na ida, uma agradabilíssima surpresa para os amantes do futebol! Ficamos quase 2 horas esperando o nosso vôo sentados ao lado de Dorival Júnior, que estava em viagem também. Dorival foi muito gentil e simpático e nos aguentou até a hora do embarque. Bom, agora eu tenho que adiantar uma parte da história antes que você me pergunte “Pô, por que não tirou uma foto ao lado do cara??”. Eu tirei. E tirei fotos de todas as praias e passeios que fizemos. E também das aventuras boleiras, dos estádios  e do jogo do CRB. Mas essas fotos não estarão nesse post porque consegui perder a câmera no último dia do passeio. Foda né? Ainda não sei se a deixei cair em um dos taxis que pegamos no último dia, quando fomos conhecer o centro de Maceió, ou se fui furtado (o que não consigo aceitar, já que fiquei o tempo todo prestando atenção à mochila que estava comigo e onde levava câmera e carteira). Bom, mas deixemos as lamentações pra lá, o que eu vou fazer é colocar fotos que estão aí pela internet pra ilustrar o que fizemos, e vc e eu fingimos que são as que eu havia tirado com a minha câmera, ok? Então, pra resumir a parte “não boleira” da viagem, os passeios que fizemos (e recomendamos) foram:

Praia do Pajuçara

Era a praia em frente ao hotel que a gente estava. Assim como quase todas as praias de Maceió, oferece passeios de jangada até as piscinas naturais formadas pelos corais e recifes.

Praia do Francês

Todo mundo disse “Se for pra desistir de um passeio, escolha a Praia do Francês”. Mas como não costumamos dar ouvidos sem antes ver com nossos próprio olhos, lá fomos nós à Praia do Frances, uma praia bonita e bem próxima de onde estávamos. Tem como diferencial, a presença de um grande recife a poucos metros da orla, que praticamente divide a praia em duas partes. Conseguimos emprestado um par de snorkels (é assim que escreve??) e ficamos quase 3 horas mergulhando e vendo os peixes. Almoçamos num quiosque em frente a praia (opções para vegetarianos: purê de batatas, arroz e feijão, batata frita e saladas).

Paripuera

Paripuera é uma praia ao norte, pouco mais de meia hora de carro da Pajuçara. É uma daquelas praias meio isoladas e consequentemente, com poucas pessoas. Fomos mergulhar nas piscinas naturais lááááá no meio do mar (fomos de scuna). Um passeio bonito e inesquecível. Depois do passeio, já em terra, fomos almoçar num restaurante que serve como ponto de base dos turistas que vão à praia. Conhecemos dois casais muito gente boa. Um de argentinos (torcedores do Independiente) e outro de paraguaios (hinchas do Cerro). O paraguaio inclusive me prometeu uma camisa do Cerro Portenho, mas não o encontrei depois para cobrar a promessa hehehe.

Maragogi

Maragogi é uma Paripuera aina melhor, principalmente pela cor da água. A grande dica são os sequilhos vendidos na praia. Deliciosos! O rolê de buggy também é bacana (eu preferi pegar o pequeno e eu mesmo ir dirigindo, mas confesso que não vale muito a pena… Vai com o maior só curtindo mesmo). Ah, e depois dê uma caminhada pro lado direito (pra quem olha pro mar) para ver o encontro da água de um rio com o mar.

Praia do Gunga

Cara, acho que esse é o lugar mais maravilhoso, daqueles que parecem filmes. Pequeno, com estrutura simples, mas tranquila, a maré sobe e baixa a cada 6 horas, então você começa com guarda sol praticamente dentro da água e sai dali com a água longe. Levei uma queimada de “Cebola” (um tipo de água viva). Dói pracaramba. Ao redor, só plantação de coqueiros. Pra se chegar vai de barco ou de carro. Nós fomos de barco. O que enjoa é que só toca forró. E eu não gosto de forró. Nem um pouco.

Bordadeiras e Rendeiras do bairro Pontal da Barra

Como a Mari é uma profissional da moda, na volta da praia do Gunga paramos no Pontal da Barra para conhecer o tão comentado trabalho das Bordadeiras. Muito legal. Fiquei sabendo inclusive que o movimento anarquista da região atua por ali com os pescadores.

Feira do Rato

Bom, a gente ainda procura manter uma atitude mais punk e ao invés de só fazer o rolê de turista, tentamos conhecer um pouco do verdadeiro dia a dia das pessoas. Assim, ao invés de fazermos um últimos passeio, decidimos tirar o dia para conhecer os museus e também para conhecer o centro da cidade. O primeiro destino: “A feira do Rato”, também conhecida como “Feira do trem” pois a mesma é montada em cima de um trilho e quando o trem passa… É aquele corre. O lugar é legal, mas vc tem que estar ligado, porque é mais ou menos como uma 25, só que sem nenhum policiamento. Ao lado da feira estão o mercado de artesanatos e o mercado municipal. Fomos nos dois, mas sofremos um pouco porque entramos pelo lado do açougue no mercadão e para dois vegetarianos não é assim o melhor dos passeios.

Centro de Maceió

Centro é centro. Não tem segredo. Camelódromos, vendedores ambulantes, gente apressada…

Museus

Visitamos quase todos os Museus do Centro da cidade, e embora as empresas de turismo não dêem muita atenção (alegam que é o próprio turista que não quer ver museu, quer ir pra praia) nós recomendamos um dia para se visitar a cidade e ao menos conhecer por fora os Museus. Destacamos o Museu doPalácio Floriano Peixoto, o Museu Théo Brandão, o Museu de Arte Brasileira e o Museu da Imagem e do Som – MISA, que se vê na foto acima. Bom, como tá um pouco tarde, até o final dessa semana eu escrevo um novo post contandoo sobre a parte boleira do nosso rolê!!! Aguarde…

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52- Camisa do Botafogo (PB)

A 52a camisa de futebol do blog veio da Paraíba, e foi presente do “seo” Milton, avô da Mariana, que esteve viajando pelas belas e quentes praias da região, este ano. Joao Pessoa A camisa pertence ao Botafogo Futebol Clube que defende a cidade de João Pessoa, capital da Paraíba. Eu conheci o Botafogo “pessoalmente” no ano de 2003, quando o time formou o quadrangular final da série C, contra o rival local Campinense, além do Ituano e do meu Santo André. Esse era o time daquele ano: botafogo pb 2003 Na ocasião, no penúltimo jogo do campeonato, o Santo André perdeu em casa para o Botafogo, quando uma vitória colocaria o Ramalhão na série B. Mas mesmo com esse resultado, subiriam, após a última rodada, os dois times paulistas. Foi assim: Mas lembremos um pouco da história do clube. O Botafogo nasceu numa Assembléia, no dia 28 de setembro de 1931, onde participaram os fundadores Beraldo de Oliveira, Manoel Feitosa, Livonete Pessoa, José de Melo, Edson de Moura Machado e Enock. [caption id="attachment_2641" align="aligncenter" width="114" caption="Beraldo de Oliveira"]Beraldo de Oliveira[/caption] O início do time foi humilde, a verba para compra dos primeiros materiais esportivos veio de dona Sebastiana de Oliveira, mãe do então fundador e primeiro presidente do clube, Beraldo de Oliveira. O time também é chamado de Belo, apelido que nasceu da vibração de um gol do então conselheiro do time  Antônio de Abreu e Lima que gritou o adjetivo com tanta vontade e por tantas vezes, que levou os torcedores a se unirem e gritarem juntos. O time é o maior vencedor de campeonatos estaduais da Paraíba, com 26 títulos, e essa história de conquistas começa pela extinta Liga Suburbana, quando em 1936 conquistou seu primeiro título decidindo contra o time do Sol Levante. Abaixo, uma lembrança do time campeão daquele ano: botafogo-1936 Logo, o clube se filiou à Liga Desportiva Paraibana, também já extinta e aos poucos foi montando uma equipe forte, com reforços de grandes times como o Palmeiras e o Vasco.  O goleiro Pagé era um dos destaques. Abaixo uma foto da equipe que conquistou o Paraibano de 1957: botafogo pb Até os anos 70, o Botafogo era alvinegro, mas graças a José Flávio Pinheiro Lima, um sãopaulino que assumiu a presidência do Botafogo, o vermelho foi acrescentado às cores do time em homenagem ao time tricolor. botafogo-pb Em 1982, o Botafogo-PB foi apelidado pela revista Placar, como o “Matador de Tricampeões”. Essa denominação surgiu devido as vitórias sobre o Flamengo e o Internacional no Brasileirão. Esses dois clubes chegaram à competição como tricampeões de seus estados e foram derrotados por um dos melhores elencos da história do Belo. matador de tricampeoes No ano de 1998, o Botafogo realizou uma de suas melhores campanhas no futebol estadual de todos os tempos. Campeão dos 3 turnos, disputou a final contra o Campinense, diante de um público de 44.268 pessoas. Sagrou-se campeão com um 2×0. botafogo-1998 Mas o Campinense não é o maior dos rivais do Botafogo. Esse cargo fica para o Treze que possui uma boa torcida no estado. Juntos fazem o “Clássico Tradição“, disputado desde o início da década de 1940.

treze

O Mascote do Botafogo é o Xerife, e segue a versão criada por Juarez Corrêa, um dos maiores desenhistas de mascotes de times de futebol.

mascote botafogo paraiba

O Botafogo possui uma bela loja oficial na praia de Tambaú, em João Pessoa onde vende vários produtos e serve também como ponto de encontro para os torcedores em dias de jogos. Manda seus jogos no Estádio Almeidão, com capacidade de 40 mil alvinegros. Almeidao1 Almeidao2 Almeidao3 As duas últimas fotos do estádio eu peguei do excelente blog do pessoal do “Jogos Perdidos“. Uma coisa interessante é que para alguns estudiosos, houve um erro na contagem do Gol 1000 de Pelé, e na verdade ele teria acontecido no amistoso contra o Botafogo, em 14 de novembro de 1969. Encontrei um vídeo sobre este jogo:

Maiores informações sobre o time, acesse o site oficial: www.botafogopb.net O time possui várias organizadas, como a “Torcida Jovem do Botafogo” (1997), a “Torcida Organizada Império Alvi-Negro” (2004), a  “Torcida Organizada Fogomania” e a G.R.S.C. ONG. Bota Paz nos Estádios (2008). Existe também um site bem completo feito por torcedores: www.belonet.net. Há um vídeo bem legal que, aparentemente, foi feito pelo pessoal desse site:

Além disso, existe um livro lançado em sua homenagem, chamado “Memória do Botafogo“, do professor Raimundo Nóbrega. E vale comentar a homenagem feita pela ESPN, no fantástico programa Loucos por Futebol:

Pra terminar, normalmente comemoramos um gol do time junto da torcida, mas que tal inverter e comemorar um gol de um torcedor, no Almeidão?

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49- Camisa do Santa Cruz – PE

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Após tantos posts sobre camisas da Europa, já estava com saudades de falar de um time bem brasileiro! E por isso, a 49a Camisa de Futebol pertence ao glorioso Santa Cruz Futebol Clube, clube da bela cidade de Recife (PE).

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Fundado no dia 3 de fevereiro de 1914, por um grupo de jovens, o nome do time é uma homenagem à Igreja de Santa Cruz, em cujo pátio costumavam jogar, já que naquela época não existiam campos. Possui enorme rivalidade com outros dois clubes que já passaram pelo nosso blog. São eles, o Sport , com quem faz o “Clássico das Multidões” e com o Náutico, com quem disputa o “Clássico das Emoções”.

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Possui um grande número de conquistas estaduais. Até 2009 são 24 títulos. Mas, assim como tantos times que já passaram aqui pelo blog, o Santa Cruz tem seus altos e baixos, desde o princípio. Aliás, para mim, o que faz um clube ser respeitado é exatamente sobreviver aos maus momentos. O Santa sempre foi polêmico, contestador. Desde cedo, possuía em seu elenco jogadores negros, o primeiro deles, ainda no início do século XX, foi Teófilo Batista de Carvalho, o “Lacraia”. Hoje parece sem sentido, mas era uma coisa rara naquela época. Por esta e outras atitudes do clube, o Santa foi se tornando cada vez mais popular. E para caber toda essa gente, na década de 1970 foi inaugurado o Estádio “José do Rego Maciel”, ou “Repúblicas Independentes do Arruda” e daí “Arrudão”. EGRD_67_foto_arruda_visao_aerea Estivemos por lá em 2022 para conhecer essa maravilha de perto! Confira aqui o post.

A partida inaugural do Arruda ocorreu em 1972, contra o Flamengo (RJ), terminando em um empate sem gols diante de 47.688 pagantes. arruda Hoje, o Arruda é um grande aliado do time, com sua torcida marcando presença, independente da colocação do time, nas tabelas. bandeirao1[2] Em 1975, o Santa chegou a semifinal do Campeonato Brasileiro depois de ter eliminado o Palmeiras (na época a “Academia”) e o Flamengo, em etapas anteriores. Perdeu a vaga para a final para o Cruzeiro, em jogo marcado pelos erros de arbitragem do famoso Armando Marques. Abaixo a foto do time da época, retirada do excelente blog: www.blogdosantinha.com .

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Seu mascote é a cobra coral, com as já imortais cores do time, mas vale lembrar, que o Santa Cruz nasceu alvi-negro, só adotando depois o vermelho para se diferenciar de seu rival local da época, o Flamengo.

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Se por um lado o time está sempre na briga pelo título estadual, o mesmo não pode ser dito sobre o torneio nacional, prova de que também no futebol, existem reflexos da desigualdade social entre as regiões do nosso país. Após uma boa participação nas décadas de 70 e 80, o Santa Cruz passou um tempo na Segundona e só em 1999 a torcida coral pode comemorar o retorno à Série A do Brasileirão, com o Vice-campeonato da Segundona. seriea99 Outro acesso memorável à série A, aconteceu em 2005, quando o time terminou como Vice-campeão da competição.

Entretanto, em 2006 começou um novo calvário para time e torcedores. Na série A do Brasileiro, o Santa acabou rebaixado para a Série B novamente. Em 2007 , além de não ir bem no Campeonato Pernambucano e ser eliminado na primeira fase da Copa do Brasil, teve uma campanha pífia na série B, levando o clube para a Terceira Divisão do Brasileiro de 2008. Em 2008, novamente foi eliminado da Copa do Brasil, na primeira fase, e teve de disputar o Hexagonal da Morte do Campeonato Pernambucano, para se livrar do rebaixamento estadual. Na Série C, sua última chance do ano para se recuperar, fez o impensável… Foi rebaixado para a então criada série D, que inauguraria-se em 2009.

santa para d

O Santa Cruz disputou em 2009 a recém-criada Série D, mas não passou da primeira fase, ou seja, futebol agora, só em 2010 (e escrevo isso ainda em julho). Veja um pouco da história do clube no vídeo feito em homenagem aos 95 anos do Santa Cruz.

É sem dúvida uma das fases mais complicadas do clube, que entretanto consegue contar com sua torcida apoiando não só nos estádios, como fora deles, criando associações e buscando métodos para ajudar o clube do coração. Veja um pouco da torcida do Santa em ação:

O site do clube é: www.coralnet.com.br Além disso existem vários blogs e outros sites que merecem destaque, como o www.loucospelosanta.com.br e o já citado www.blogdosantinha.com. Boa sorte, Santa Cruz!

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