201- Camisa do CA Juventus

A 201ª camisa de futebol do nosso blog vêm de um time que já acompanhamos por várias vezes: o Clube Atlético Juventus.

Por favor, nunca cometa o erro de chamar “o” Juventus de “a” Juventus. “O” é da Mooca e “a” é de Turim.

O CA Juventus foi fundado em 20 de abril de 1924 por imigrantes italianos que trabalhavam na Cotonifício Rodolfo Crespi, uma fábrica de tecidos que viveu intensamente a greve geral de 1917, muito graças à Liga Operária da Mooca que difundiu a ideia da paralisação, concretizando o movimento.

Até pouco tempo, o prédio abrigava um supermercado Extra, mas a rede acabou fechando suas portas no Brasil e agora é um mercado Assaí.

O time nasceu sob o nome de Cotonifício Rodolfo Crespi Futebol Clube com jogadores dos times Extra São Paulo FC e Cavalheiro Crespi FC formados na mesma fábrica.
Distintivos vindos direto do site Escudos Gino:

O CR Crespi FC disputou as divisões intermediárias da APEA e em 1929, conquistou o campeonato da Primeira Divisão, equivalente ao segundo nível do campeonato. A matéria abaixo foi encontrada pelo Hamílton do site Manto Juventino.

Em 19 de fevereiro de 1930, o time adota uma sugestão do Conde Crespi e passa a se chamar “Clube Atlético Juventus“.

Teve uma estreia interessante na Divisão Principal da APEA em 1930, terminando na 10ª colocação, ganhando seu apelido (Moleque Travesso) ao vencer o Corinthians fora de casa por 2×1.

Destaque também para o Campeonato da APEA de 1932, onde conquistou a 3ª colocação.

Em 1933, o Juventus se licencia da APEA e passa a disputar o campeonato da Federação Paulista de Futebol com o nome de Clube Atlético Fiorentino, .

E não é que o time acaba campeão paulista pela Federação Paulista de Futebol em 1934?

O CA Fiorentino ainda bateu a Ferroviária de Pindamonhangaba, campeã amadora do interior, e se tornou campeão amador unificado da FPF.

O time volta a jogar como Juventus e nos anos 40, destaque para o campeonato de 1943, quando terminou em quarto lugar.

Em 1949, Crespi afastou-se da diretoria do Juventus, colocando fim a duas décadas da sua família no comando do clube.

Em 1953, o clube conquistou o Torneio Interestadual Jânio Quadros, competição que também reuniu Bonsucesso, Portuguesa Santista e Ypiranga e ainda realizou uma excursão à Europa jogando na, então, Iugoslávia, Espanha, Suiça, Itália, Suécia, Alemanha, entre outros.

Em 1954, o clube foi rebaixado pela primeira vez, mas uma manobra da FPF, fez o clube ser promovido através de convite da federação à divisão principal em 1956.

Em 1963, terminou na quinta colocação.

Em 1982, fez um ótimo campeonato paulista, terminando a 1ª fase em 4º lugar.

No segundo turno, o Juventus termina em 7º:

A campanha no Paulista garantiu uma vaga na elite do Campeonato Brasileiro de 1983, da qual acabou eliminado ainda na primeira fase.
Mas o regulamento daquele ano levou o time às oitavas de final da Taça de Prata.
Assim, o Juventus eliminou Itumbiara, Galícia e Joinville, chegando à final contra o CSA, perdendo por 3×1, em Alagoas, ganhando de 3×0 na Fazendinha (campo do Corinthians) e 1×0 no jogo desempate também no estádio corintiano.
O Juventus era campeão brasileiro da segunda divisão!

Em 1986, nova campanha de destaque no Campeonato Paulista: 5ª colocação!

Nos anos seguintes, o Juventus teve campanhas fracas, até que em 1993 acabou rebaixado para a Série A2.
A volta para a série A1 se deu no ano seguinte, sendo vice campeão da A2-1994.

De volta à série A1, foram mais três campanhas fracas, mas em 1997 conquistou o vice-campeonato da Série C, subindo para à Série B de 1998. Infelizmente em 98 foi rebaixado na série B do Brasileiro e no Paulista da série A1.

O time voltaria ao Paulistão em 2002, graças a uma mudança na disputa (os grandes disputaram o Rio-SP e abriram novas vagas para o campeonato) e terminou em 4º lugar.
Em 2004, o clube foi novamente rebaixado para a Série A2.
Em 2005, a torcida grená teve um motivo para festejar, após o clube se sagrar campeão da Série A2 na final contra o Noroeste, retornando à elite do futebol paulista.

Em 2007, o time daria um título incrível à sua torcida: campeão da Copa Paulista. Relembre com a incrível Rede Vida como foi:

Em 2008, o time volta à série A2 e em 2009…. o pior momento do time: a queda para a série A3
Teve que disputar as edições de 2010 a 2012 para voltar à A2.

Desde então, o time vem passando por altos e baixos: voltou pra A3 ao terminar a A2 de 2013 em último lugar. A volta à A2 se deu apenas no Campeonato de 2016, onde se mantém até 2023.

Antes de terminar, vale relembrar a história do seu incrível estádio: o campo da Rua Javari, ou oficialmente o Estádio Conde Rodolfo Crespi.

Sua inauguração ocorreu em 10 de novembro de 1929 com um amistoso contra a Roma, vencida por 2×1 pelos italianos.

Em 1941, um amistoso contra o Corinthians levou nada menos que 15 mil torcedores à Javari!! (vitória dos visitantes por 3×1.

Já estivemos lá por várias vezes acompanhando o Juventus, relembre o que você preferir, seja em 2009, contra a Portuguesa Santista pela Copa Paulista, em 2010, no duelo futebol tradicional x moderno (Juventus x RedBull), ou na incrível goleada contra o Palmeiras B, ou quem sabe em 2015 no clássico JuveNal?

Última, mas importante citação, é em relação às duas torcidas do time: a Ju Jovem, fundada em 1981, e que tinha como representante, o inesquecível Sérgio Mangiullo (foto do museu do futebol), que faleceu em 2013 (10 anos já…).

A outra torcida do Juventus é a Setor 2, uma Barra que há anos vem fazendo a festa atrás do gol da rua Javari, cola lá pra conferir!

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Juventus 1×2 Flamengo (série A3-2011)

20 de março de 2011.
Um domingo aprazível só pode ser melhorado com uma manhã de futebol, e assim lá fomos nós para a Mooca acompanhar Juventus e Flamengo de Guarulhos pela série A3 do Campeonato Paulista.

Saí tarde de casa mas cheguei a tempo de comprar os deliciosos canoles tão característicos da Javari.
O estádio não estava cheio, mas sem dúvida o Juventus conseguiu formar uma legião de seguidores fiéis e consequentemente transformou a ida à Javari em um rolê cultural, muito interessante (pra alguns virou hipster demais…).

A torcida do Flamengo, também esteve presente, afinal, Guarulhos é bem próximo da Moóca.

Ambos os times estavam em situações intermediárias correndo tanto o risco de cair para a série B, quanto de se classificar entre os 4 do grupo que vão para a segunda fase, em busca do acesso para a série A2.

O Juventus tratou de alegrar sua torcida e fez 1×0, com bom domínio do jogo.
Parecia que era a tarde do Moleque Travesso.

Mas o que se viu na sequência do segundo tempo foi uma queda de rendimento e muitos erros dentro de campo.
E fora também, após ser expulso e ter que ouvir algumas da torcida, o atacante Rafinha arremessou um copo d´água em direção à torcida Juventina, levando os grenás à loucura…

A consequência foi a festa da torcida do Flamengo e a virada do jogo para 2×1 para o time de Guarulhos.

O time da capital até que tentou correr atrás do empate, mas já não havia tempo.

A proximidade com que a torcida assiste os jogos na Javari cria uma relação diferente entre torcida e time. Uma relação que vai além da admiração e da torcida.
O que se via na Javari era revolta não com a derrota momentânea, mas com o processo pelo qual o time vem passando.

O clima amistoso, descontraído e muito agradável foi substituído pela tristeza, inconformismo e chateação.
O time segue na mão de empresários que alegam estar fazendo o possível para melhores resultados mas…
A verdade é que há anos o time grená vem sofrendo sem que o retorno à série A1 pareça concreto.

Por outro lado, o Flamengo de Guarulhos, conseguiu sobrevida na luta pelo acesso, para a alegria de seus jogadores e sua torcida.

Do lado grená sobraram reclamações…
Mais uma derrota leva o time à zona de rebaixamento para a série B.

Ao final do jogo a policia precisou intervir para retirar do estádio a inconformada torcida juventina.

Mais do que uma derrota ou até mesmo o rebaixamento, a situação do Juventus, uma das poucas equipes que consegue manter-se como “time do bairro”, é uma clara prova de que o futebol moderno está vencendo. Qual será nosso futuro, ó torcedor?

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