7ª rodada do Campeonato Paulista Feminino e o Estádio Bruno José Daniel, em Santo André recebe o derbi paulistano: Palmeiras x Portuguesa
Mais uma vez o futebol pulsa no Brunão, numa noite gelada!
Em campo, as meninas do Palmeiras com apenas uma derrota enfrentam a Lusa, com apenas 2 empates em 6 jogos.
O jogo começou e logo, as palestrinas já demonstraram sua força empurrando a Lusa para o seu campo de defesa.
Aos 10 minutos, Duda Santos aproveita um desses ataques e abre o placar.
Uma pena que pouca gente estava presente para comemorar o primeiro gol…
Em campo, vale ressaltar a luta do time da Portuguesa frente ao forte time do Palmeiras.
Mas as minas do Palmeiras estavam implacáveis e aos 26 minutos, mais uma bola teve que ser pega no fundo das redes da Lusa: Bia Zaneratto fez o segundo.
A noite fria atrapalhou os planos de ter um estádio cheio, mas dentro de campo, o jogo seguia quente, afinal estamos falando do Campeonato Paulista!
O primeiro tempo teve poucas chances da Lusa…
A goleira do Palmeiras teve pouco trabalho…
E o Palmeiras seguia apertando a Lusa!
Aqui, um lance de contra ataque da Portuguesa:
Será uma reação lusitana?
No último lance do primeiro tempo, já nos acréscimos, o juiz marcou um penalty! Mesmo perdendo a cobrança, Ary Borges completou no rebote e fez 3×0!
Vamos aproveitar o intervalo pra registrar a torcida do Palmeiras que compareceu para apoiar as Palestrinas.
Algumas torcedoras e torcedores da Lusa também compareceram ao Brunão para apoiar a equipe do Canindé!
A Lusa voltou disposta a demonstrar pelo menos seu esforço nesse Campeonato.
Do outro lado, o Palmeiras voltou podendo tirar o pé, afinal o placar já estava garantido.
Mas aos 5 minutos…
Olha aí o banco de reservas do Palmeiras:
E as minas da Lusa no aquecimento:
O Palmeiras ainda pode trocar sua goleira para colocar a reserva Julie para pegar ritmo de jogo.
O frio era grande, acabei saindo antes do 5º gol alviverde. E o fim da partida. Palmeiras 5×0 Portuguesa.
O estádio a ser visitado hoje é oficialmente chamado de Allianz Parque, mas muitos de seus torcedores ainda prefiram lembrar dele como o Parque Antártica ou Palestra Itália.
A última vez que estive no Estádio do Palmeiras foi pra ver o Ramalhão, mas é completamente diferente de estar ali no meio da torcida do Palmeiras e ver de perto a enorme movimentação que levou quase 40 mil pessoas ao Estádio para acompanhar esse incrível derbi paulistano.
Esqueci de como é difícil chegar em cima da hora e entrar no estádio num dia como esse…
Das semelhanças com a realidade que vivemos aqui no Santo André, temos o cuidado com o gramado sintético, que precisa ser bastante molhado para diminuir a temperatura.
Uma vez lá dentro, consegui achar lugares para mim e para um par de amigos que vieram do Perú para conhecer um pouco do futebol do Brasil.
Hora do jogo começar… E a torcida do Palmeiras parece não caber nas arquibancadas… E ocupam não só seus lugares, como até mesmo o ar… É um som único!
Se por um lado os jogos com torcida única tiraram muito da festa e da disputa nas bancadas, por outro, permitiu ao time mandante criar uma festa incrível já que se ocupa 100% do estádio…
De verdade, a realidade do futebol que acompanhamos em 99,9% dos nossos posts é muito diferente do que vimos ontem. E não posso negar que a torcida do Palmeiras transformou a arquibancada em um verdadeiro espetáculo.
Em campo, o Palmeiras mostrou porque tem levantado tantas taças recentemente. O técnico português Abel Ferreira tem o time na mão e transformou o verdão em uma equipe extremamente competitiva. Não a toa estão invictos no paulistão 2022.
E a pressão do time alviverde dá resultado, e de penalty Rafael Veiga faz 1×0:
O Corinthians chega ao empate (também de penalty), mas após o escanteio (que se originou nesse lance) o Palmeiras chega ao segundo gol dando números finais ao jogo.
Foi uma experiência diferente das que costumo ter, mas muito interessante, para renovar a visão sobre a realidade do futebol brasileiro desses grandes times que movimentam verdadeiras multidões!
Ainda que as arenas tenham inúmeros pontos que não se adequam ao estilo de futebol que mais me agrada, é legal ver a proximidade da torcida com os times e com o banco de reservas.
Fica um abraço aos amigos que me acompanharam nessa jornada: Renato, Luis Felipe y Fiorella.
Um último olhar antes de irmos embora… E vamos com mais uma boa memória sobre o futebol!
Enquanto escrevo este post, passamos por uma semana super chuvosa dentro da primavera (já no fim de outubro de 2021) e fico lembrando da secura que estava esse dia que passamos por Guararapes… Até o céu parecia empoeirado…
Guararapes tem um nome curioso, que nasce de um vocábulo indígena que significa “o caminho dos lobos”. O nome só foi adotado a partir de 1934, mas a ocupação surgiu em 1908, com uma primeira família (“Pinto de Oliveira”) que adquiriu terras na localidade.
Aos poucos novas famílias foram chegando, impulsionadas pelo avanço da Estrada de Ferro Noroeste e com o surgimento da Estação Ferroviária.
A estrada que liga Araçatuba à Guararapes estava bastante florida!
A igreja no centro da cidade:
A cidade pode se honrar em ter um Estádio Muncipal de Beisebol, o “Wilton Motomatsu“.
Nosso objetivo em Guararapes era conhecer e registrar o Estádio Municipal Adelmo Almeida, a casa do futebol profissional (e do amador também) da cidade! Essa é uma das entradas do Estádio:
O Estádio atualmente está sem identificação, o que é uma pena…
Só o pessoal da pixação que tem identificado seus nomes ali na bilheteria…
Essa é outra entrada, no lado da arquibancada:
Não encontrei (ainda) um documento que comprove a data da inauguração do Estádio Municipal Adelmo Almeida, mas vários sites dizem que o Estádio foi “pensado” pelo próprio senhor Adelmo Almeida, quando ele esteve na inauguração do Estádio do Pacaembu (abril de 1940). Aqui uma imagem de quando o campo ganhou cara:
Aqui, a arquibancada antiga do estádio:
E aqui, quando seu primeiro cercamento de madeira foi construído:
O estádio tem capacidade para quase 5 mil torcedores. Essa é sua principal arquibancada!
Esse é o gol do lado esquerdo:
Esse é o gol do lado direito:
Embora muito bem cuidado, a seca machucou o gramado… Mas é sempre um lindo visual, ver um gol e a arquibancada ali ao lado…
Vamos dar uma volta por ele, pra você poder conhecer melhor o visual do Estádio Municipal Adelmo Almeida.
Esse é o outro lado (por onde entrei):
Ao fundo, o detalhe da cidade ainda bastante horizontal, sem nenhum prédio para romper o céu empoeirado…
A pedra fundamental do campo trazia apenas uma informação sobre a iluminação do Estádio.
Aqui dá pra ver melhor a arquibancada e ao meu lado o banco de reservas:
Aliás, a arquibancada possui ainda uma estrutura dedicada à imprensa, naquelas cabines amarelas.
O entorno do campo é bastante utilizado pelas pessoas que gostam de caminhar ou correr e possui lindas e frondosas árvores.
Para falar da história do futebol profissional em Guararapes é necessário lembrar a trajetória de 3 times. O primeiro deles é o Grêmio 8 de dezembro, que nasceu em 1962, com uma ligação tão forte com a cidade que seu distintivo era o brasão da cidade e seu nome a data da emancipação da cidade!
O Grêmio 8 de dezembro defendeu a cidade em 2 edições do Campeonato Paulista da Quarta Divisão: 1963 e 64. E nesses mesmos 2 Campeonatos, não é que a cidade teve um outro participante? Tratava-se da Sociedade Esportiva Palmeiras, fundada em 1956 por torcedores do verdão, e que justo naqueles 2 anos decidiu participar do profissional.
Aqui, a classificação dos times em 1963:
Aqui, a classificação dos times em 1964:
Após o campeonato de 1964, as duas equipes acabaram se licenciando e para o seu lugar, surge o Guararapes Esporte Clube.
O time era um resgate ao seu homônimo que surgira anos atrás, da fusão do Star Futebol Clube e da Associação Atlética Brasil. Mas essa primeira tentativa, que ocorreu em 1960 acabou não dando certo.
Assim, o “novo” Guararapes Esporte Clube foi fundado em 2 de dezembro de 1964, para dar sequência à história do futebol profissional na cidade, e em 1965 passa a disputar a Quarta Divisão, terminando o campeonato na 4a colocação do seu grupo (a 6a série):
Em 1966, o time foi melhor e classificou-se para a segunda fase em 3º lugar do seu grupo:
O Gurarapes EC acabou desclassificado na segunda fase, terminando na segunda colocação .
Infelizmente as duas participações do time na quarta divisão acabaram não gerando as condições de manter o time no profissional e o Guararapes EC acabou se licenciando e deixando a cidade sem representante no futebol profissional.
O resgate do futebol em Guararapes se daria apenas em 1981, com o retorno do Guararapes EC disputando a série A3 daquele ano. Essa foi a primeira fase:
E essa a classificação da segunda fase:
O Guararapes EC disputou a Terceira Divisão até 1992, quandio novamente se licenciou.
Destaque para a campanha de 1991, quando esteve a um passo da fase final que garantiria o acesso. O time começou bem e liderou a primeira fase (jogavam contra os times da sua série (G) e de outras três séries que completavam o Grupo IV).
A segunda fase era um quadrangular com times das outras séries que completavam o Grupo IV.
A terceira fase reunia os campeões dos grupos e o time do Guararapes EC acabou perdendo a classificação para a fase final ao empatar em casa com o São Caetano.
Navegando pela fanpage dos fãs do time encontrei várias fotos dos times que disputaram estes campeonatos, infelizmente muitas delas sem a data, mas vale a pena conferir:
O “Lobo guará” ainda tentou um retorno ao futebol, para disputar a Quinta Divisão do futebol paulista (na época a série B2) de 1999 e a de 2000, mas… Aquele seria o último respiro do futebol profissional em Guararapes…
O urubu nas cabines mantém seu olhar para o campo, como se algo ali tivesse morrido… Será?
Uma cidade importante… Uma história tão rica no futebol… Será mesmo que nunca mais veremos o Guararapes EC em campo?