O Estádio Miguel Lima em Timón-MA

Em julho de 2025 estivemos no Piauí, dando um super rolê por diversas cidades e aprendi que a capital Teresina fica ao lado de Timon, já no Maranhão, sendo divididas pelo rio Parnaíba.

O rio Parnaíba é o maior rio nordestino, navegável em toda sua extensão, sendo super importante para a economia do Piauí, não só para a pesca mas potencializando as atividades agropastoris, o transporte, a produção de energia elétrica, além do abastecimento urbano, lazer e turismo.

E atravessando o rio… Chegamos a Timon, já no estado do Maranhão!

Timon é a quarta cidade mais populosa do Maranhão mas faz parte do dia a dia da grande Teresina.
Com base nos estudos sobre a presença indígena na área, pode-se supor que diversos grupos tenham habitado a região como os Gamela que transitavam entre o leste do Maranhão e o oeste do Piauí, povo agricultor e caçador, e que acabaram catequizados ou escravizados entre os séculos XVII e XVIII.
Além dos Gamela, também haviam os Tremembé, os Timbira (que eram uma espécie de confederação de povos Jê), além de certa influência dos Tupinambá e Tabajara. Pedi pra IA uma imagem de como seriam os Gamela e olha aí o que veio:

A ocupação da região começou no século XVIII, por estar no traçado da estrada real que ligava os dois estados (Piauí e Maranhão) e fez com que fazendeiros, jesuítas e aventureiros acabassem se estabelecendo ao longo do caminho que de tão florido deu o nome ao lugar de… “Flores“.
Somente em 1940, ocorreu a mudança de nome do município de Flores para Timon, numa homenagem ao intelectual maranhense João Francisco Lisboa, que deixou uma obra com o título Jornal de Tímon, numa referência ao célebre filósofo da Antiga Grécia.

Além disso, também no início dos anos 1940, tendo o Sr. Urbano Martins como interventor nomeado por Getúlio Vargas, foi construído campo que seria o Estádio Miguel Lima.

Atualmente, quem manda seus jogos la é o Timon Esporte Clube.

O TEC é um time recente, fundado em 2005 e que passou a disputar a série B do Campeonato Maranhense em 2007.
Depois disputou as edições de 2010, 2014, 2017, 2018, 2019, 2020 (quando acabou rebaixado para a terceira divisão, pela perda de 16 pontos por uma irregularidade), 2021 (não houve terceira divisão e acaba voltando pra segunda), 2022, 2023, 2024 e 2025.
O time chegou a bater na trave do acesso por várias vezes…

Outro time da cidade é a Sociedade Esportiva Juventude Timonense, fundado em 14 de janeiro de 2008, que atuava focado no futebol feminino mas que mais recentemente passou a ter equipes de base no masculino também.

A SEJ Timonense foi campeã do Campeonato Maranhense de Futebol Feminino de 2019, representando o Maranhão na série A2 do Campeonato Brasileiro de 2020.
Em 2019 e 2022 também conquistou o título estadual.

E cruzando as ruas da cidade, enfim chegamos à casa do futebol de Timon…

Então é hora de conhecer o Estádio Miguel Lima, onde meninas e meninos escrevem suas histórias no futebol profissional e amador!

Como as portas estavam abertas, fomos dar um rolê e conhecer um pouco deste estádio já tradicional na história do esporte da cidade.

Vale um registro com sua bela arquibancada de fundo!

O gramado estava em dia, principalmente se considerarmos o forte calor da região e a falta de chuva do seco inverno piauiense.

O Estádio possui ainda uma pista de atletismo em torno do campo, que permite a prática de outros esportes à população.

O banco de reserva é de cimento.
Pode não ser tão estiloso, mas dura mais…

Ali atrás do gol, um ginásio esportivo que complementa o equipamento municipal.

Acima da arquibancada, temos várias cabines de rádio em uma estrutura simples mas muito bem planejada.

Tradicional registro do gol da direita:

O gol da esquerda:

E o meio campo:

Para finalizar, não podíamos deixar de falar de outro time sediado em Timon, mas que não manda seus jogos nem em sua cidade natal, nem mesmo em seu Estado natal: o Esporte Clube Timon!

O Esporte Clube Timon disputa os campeonatos no estado do Piauí, sendo filiado à Federação de Futebol do Piauí, desde 2015.
O time foi vice-campeão da Segunda Divisão do Campeonato Piauiense de 2019, conquistando o acesso para a 1ª divisão do estadual de 2020.

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Especial As Mil Camisas no Piauí – parte 8: o futebol em Parnaíba

Em julho de 2025 viajamos até o Piauí e foi incrível.
Até o momento descrevemos o rolê em 7 posts:
1) O Estádio Albertão,
2) O Estádio Lindolfo Monteiro,
3) O CT do River AC e a Loja do Clube Atlético Piauiense,
4) O Estádio Felipão, onde nasceu a AA Altos,
5) O Estádio Ytacoatiara, em Piripiri, a casa do 4 de Julho EC,
6) O Estádio Municipal Doca Ribeiro e o Parque Nacional Sete Cidades em Piracuruca,
7) O Estádio Municipal Manoel Freitas Soares, o Duduzão, em Luís Correia.
Fizemos um vídeo para cada um desses posts, tipo esse:

Ainda no litoral piauiense, depois de termos curtido as lindas praias de Luis Correia, fomos conhecer Parnaíba, a segunda maior cidade do estado, e talvez uma das mais conhecidas por conta do delta do rio Parnaíba.

Embora seja um local maravilhoso, a gente não fez esse passeio, mas sem dúvidas é uma das razões para voltarmos ao Piauí, afinal este é o terceiro maior delta em mar aberto do mundo, apenas o Nilo (Egito) e Mekong (Vietnã) estão a frente.

Passeamos pela cidade, mas nos deliciamos mesmo foi na lagoa do portinho que fica na divisa de Parnaíba com Luís Correia. São de lá, essas imagens:

A região também é conhecida como os lençóis piauienses, combinando sutilmente as dunas com a lagoa.

Água quentinha e perfeita pra passar algumas horas tomando banho…

E a lagoa é bem grande, tem inclusive um certo movimento náutico por ali.

Agora, falando do bom e velho futebol, nossa primeira parada foi o antigo e mágico Estádio Petrônio Portela.

Mágico porque na minha cabeça só isso explica um estádio ainda estar ali mais de 100 anos depois de sua construção. O que mais ao seu redor ainda tem o mesmo uso há mais de um século?
Sua construção se deu pela força do futebol local, impulsionado pelos ingleses que moravam em Parnaíba e formaram dois times: o Camisa Azul, homenagem ao Everton, de onde nasceria o Parnahyba Sport Club, fundado em 1913, sendo o mais antigo clube ainda em atividade no Piauí…

… e o Camisa Vermelha, homenagem ao Liverpool e que daria origem ao International Athletic Club oficialmente fundado em 1917. Distintivos vindos do Site Escudos Gino:

O Estádio Petrônio Portela foi construído na década de 1920 pela Casa Inglesa (um conglomerado econômico daquela época que atuava em diferentes frentes comerciais) e foi inaugurado com o nome de Estádio Internacional, atendendo o time homônimo citado acima.

Encontrei no Portal PHB uma foto do estádio naquela época:

A pouco mais de 1 quilômetro dali, foi construído um estádio bastante parecido ao Estádio Internacional, para o Parnahyba SC (no local onde atualmente fica o Colégio São Luiz Gonzaga).
Veja no Google Maps como eles ficavam próximos:

Encontrei no incrível site História do Futebol uma foto que mostra o antigo Estádio do Parnahyba SC com arquibancada em madeira.

Em 1973, o governo estadual adquiriu e doou o estádio Internacional para o Parnahyba Sport Club, gerando muito ciúme nos demais times do estado.
Pergunta aos pesquisadores piauienses: com a doação, o Parnahyba ficou com dois estádios? Ou o Estádio Internacional foi substituído?
Em 2008, iniciou-se um projeto de restauração e ampliação, transformando-o em Centro de Treinamentos para as categorias profissional e de base do clube.
Atualmente as obras continuam, agora no muro da frente.

Atualmente, o estádio funciona como Centro de Treinamento do time e foi nessa condição que a gente fez a nossa visita!

O local ainda carece de melhorias mas ao menos está funcionando para o seu propósito e mantém vivo por ali o centenário sonho do futebol…

Por uma daquelas incríveis coincidências, o treinador do Parnahyba SC é o professor Betinho, ex atleta que teve importantes passagens pelo futebol paulista, no Juventus, Palmeiras, Portuguesa e em especial pelo Santo André!

Assim, aproveitamos para bater um papo rápido com o professor que teria uma tarde cheia de trabalhos com o time para uma partida decisiva pela série D contra o Sampaio Correia.

Dando uma olhada geral, o gramado parece em boas condições como se pode conferir olhando para o gol da direita.

Aqui, o meio campo, onde se pode perceber que ainda existem torres de iluminação, quem sabe garantindo partidas noturnas:

E o gol da esquerda:

Ali ao fundo, sem muito glamour e meio deixada de lado, encontra-se um vestígio da história incrível: parte da arquibancada original que por tantas décadas serviu ao futebol parnaibano profissional e também aos times amadores!

Além do valor histórico que encontramos com a visita, confesso que o mais legal foi estar ali e ver aquele clima de jogo, com os atletas presentes se preparando para mais uma tarde de treinamentos pensando na partida decisiva…

Quantas faltas foram ensaiadas com esta barreira?

Aqui, imagem do site PhBemNota que apresenta a cabine de rádio do Estádio Petrônio Portela em jogo de 1962:

O Estádio Petrônio Portela foi bastante usado até a construção do estádio “Mão Santa”, o atual Pedro Alelaf e por isso a segunda parte do nosso rolê boleiro por Parnaíba nos levou ao atual campo onde o Parnahyba SC manda suas partidas.

O Estádio tem como alcunha o “Maior Estádio da Planície Litorânea” e por ter sido construído pelo governador Mão Santa, também é reconhecido por este nome.

É difícil explicar a sensação de visitar um Estádio com tanta história e principalmente com tanta coisa acontecendo no presente, pela primeira vez.
Tem tanta coisa pra olhar, tantas possibilidades…

Estando do lado de fora, ainda existe todo aquele receio de não conseguir entrar e perder uma oportunidade que talvez demore anos pra se repetir…

Enfim… São muitas emoções compartilhadas.
E o momento mais legal, sem dúvida é a hora de entrar!
Aliás, ao invés de segmentar em vários filmes, eu juntei tudo em um vídeo maior, que estará lá no fim do post.

E olha que bonita a arquibancada coberta.
São apenas 7 degraus, mas tem o seu charme!

O campo estava sendo muito cuidado para receber a partida com o Sampaio Correia.
Aí, o gol da direita:

O gol da esquerda:

E o meio campo:

Presença registrada em um estádio a cada dia mais importante, com a presença do Parnahyba na série D do Brasileiro!

Dali do campo, olha como fica linda a arquibancada coberta!

Close na área dedicada às cabines de imprensa:

Olha o gol!

Taí o filme mostrando o rolê pelos dois estádios:

Ah, vale reforçar que além do Parnahyba SC a cidade tem outro clube de futebol profissional, o Ferroviário Atlético Clube (FAC). Distintivos vindos do sempre incrível Escudos Gino.

Chamado de “Ferrão do Delta” foi fundado em 1946 por funcionários da então Estrada de Ferro Central do Piauí. Em 2025 disputam novamente a segunda divisão estadual!

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Especial As Mil Camisas no Piauí – parte 5: o Estádio Ytacoatiara em Piripiri

Em julho de 2025 viajamos até o Piauí e foi incrível.
Começamos o rolê pela capital Teresina, onde visitamos o Estádio Albertão, o Estádio Lindolfo Monteiro, o CT do River AC e a Loja do Clube Atlético Piauiense.
Na sequência, fomos até Altos, ver o Estádio Felipão, onde nasceu a AA Altos, aliás, olha o vídeo que fizemos dessa parte do rolê:

Agora, é hora de dividir o rolê que fizemos em uma cidade que já ocupou a cabeça de todo mundo que ama o futebol.
Falamos de Piripiri, a terra querida!

Olha aí, que bonito: Em Piripiri, cada amigo é um irmão!

Taí o antigo armazém da estação ferroviária, por onde chegavam e saiam tantas pessoas, fazendo de Piripiri uma cidade bastante movimentada.

E o motivo dessa cidade fazer parte do imaginário de todo apaixonado por futebol é a data que comemora a emancipação política da cidade: 4 de julho.
Ela dá nome à uma importante avenida na cidade…

Mas também deu nome a um verdadeiro patrimônio da cidade, o CA 4 de julho!

O 4 de Julho Esporte Clube é também chamado de Colorado de Piripiri e foi fundado em…. 4 de julho de 1987 e tem 4 títulos estaduais: 1992, 1993, 2011 e 2020, além de ser campeão da Copa Piauí em 2017.
Para saber mais sobre a história do time, vale a pena visitar o post que fizemos sobre a camisa do time.

O grande momento do time foi quando derrotou o São Paulo pela Copa do Brasil de 2021, mas este jogo não foi em Piripiri e sim em Teresina.

A casa do 4 de julho em Piripiri é o Estádio Ytacoatiara, a Arena Colorada!

O Estádio fica bem no meio da cidade, então deu pra ver um pouco do dia-a-dia de Piripiri antes de chegar na Arena Colorada!

Pena que a loja oficial do time estava fechada, ela fica ali ao lado da entrada do estádio.

A parte alta do rolê foi entrar dentro do estádio e poder registrar o campo!

Olha que arquibancada, embaixo de um céu lindo desse nosso nordeste…

Pô, fiquei feliz de poder estar neste estádio tão importante!

Vem dar um rolê com a gente pra conhecer o estádio por dentro:

Aqui, o registro do meio campo:

O gol da esquerda:

E o gol da direita:

O Estádio tem arquibancadas dos dois lados e é muito charmoso!

Parece que essa área antes era coberta. O que terá acontecido?

E é quente a cidade…

Mesmo com tanto calor, o gramado está super bem cuidado. Recebe irrigação diariamente.

Junto às arquibancadas tem uma grande área para a imprensa.

Achei legal essa cerca viva formada por flores entre o gramado e a arquibancada.

Olha como fica diferente da área que não a tem:

Fizemos um vídeo que registra esse nosso rolê:

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Especial As Mil Camisas no Piauí – parte 4: o Estádio Municipal Felipe Raulino em Altos

Em julho de 2025 viajamos até o Piauí e foi incrível.
Começando pela capital Teresina, tema dos primeiros posts (sobre o Estádio Albertão, o Estádio Lindolfo Monteiro e o CT do River AC e a Loja do Clube Piauiense).

Agora é a vez de dividirmos como foi o rolê pelo Estádio Municipal Felipe Raulino, a casa do time sensação do momento em Piauí, que neste momento caminha em busca do acesso à série C do Campeonato Brasileiro: a Associação Atlética de Altos, fundada em 19 de julho de 2013.

Então, seja bem vindo(a) a Altos, cidade que faz parte da Grande Teresina e que tem como data oficial de fundação 1922.
Atualmente cerca de 47 mil pessoas vivem no que antes era chamado de São José dos Altos, de João de Paiva, depois Altos de João de Paiva, e finalmente Altos.

Foi bem fácil chegar ao Estádio, porque ele fica quase do lado da estrada, como você pode ver no mapa abaixo do Google:

Sendo assim… Aí estamos nós no Estádio Municipal Felipe Raulino, o “Felipão“, inaugurado em 1992!

É mais um templo do futebol que visitamos e registramos, mas que atualmente vive um grande dilema…

A tradicional Revista Piauí chegou a fazer uma matéria onde relata que uma desavença política teria feito o time local passar a mandar seus jogos na vizinha Teresina.
Uma pena para a população local, que ou simplesmente deixou de acompanhar ou passou a ter que gastar tempo e dinheiro para se deslocar até a capital pra ver o time da sua cidade em campo…
E o campo do Felipão até que está em boas condições…

Suas arquibancadas seguem por lá torcendo para que este imbróglio se resolva e a torcida volte a lotar o Felipão!

Dá uma olhada em como é o campo:

Aparentemente todos os cuidados estão sendo tomados para o campo seguir com bom uso:

Olha aí o banco de reservas e outras estruturas:

O nosso tradicional registro do gol do lado esquerdo:

Do lado direito:

Um zoom no nosso gol:

E o meio campo:

Do lado de onde fiz estas fotos, existe mais uma arquibancada com uma área dedicada às cabines de imprensa:

Ela acompanha a lateral toda do campo.

Imagino que um jogo aqui com casa cheia seja um verdadeiro caldeirão!

Olha como foi uma final lá dentro:

O que nos resta é torcer para que o Estádio volte a receber jogos do Altos e quem sabe até em jogos válidos para a série C.
Aliás, especula-se até a construção de um novo estádio na cidade…

Fizemos um vídeo para recordar pra sempre esse rolê e esse momento, espero que reflita pelo menos uma parte do que sentimos.

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Especial As Mil Camisas no Piauí – parte 2: o Estádio Municipal Lindolfo Monteiro, em Teresina

Em julho de 2025 tivemos a oportunidade de viajar até o Piauí e foi incrível.
Começando pela capital Teresina, que já foi tema da primeira parte destes posts (veja aqui o post sobre o Estádio Albertão).

Só pra acrescentar um pouco mais do que Teresina tem pra entregar, fomos visitar o Museu de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Federal do Piauí, que fica lá mesmo no campus.

História, fósseis e cultura local lado a lado com a vida universitária.

E como sempre, foi nas ruas que encontrei uma daquelas cenas que me fazem parar: uma série de casas “corolidas” (sim, com L mesmo, porque tem mais cor em “corolida” do que em “colorida”). Arte urbana espontânea em forma de fachada.

Mas o foco de hoje é outro estádio importante da capital: o Estádio Municipal Lindolfo Monteiro, carinhosamente chamado de “Lindolfinho”.

Inaugurado em 1944, ele foi, por muitos anos, o principal palco do futebol teresinense, até a chegada do Albertão. E agora está de cara nova!

O estádio foi recentemente reinaugurado após reformas no gramado e nos vestiários, fruto de uma parceria entre a Federação de Futebol do Piauí e a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel).

A arquibancada coberta ganhou o charme de uma mini floresta ao redor, e no meio do campo há outra área coberta que traz sombra e memória. Do lado oposto, o outro gol guarda o cenário com o Ginásio Arena Verdão ao fundo, quase como uma moldura moderna.

Mas tem também uma área coberta no meio campo:

Quem nos recebeu por lá foi o Bandeira, figura histórica do futebol local, tanto no amador quanto no profissional. Daquelas pessoas que carregam décadas de arquibancada na história.

O nome do Estádio homenageia o ex prefeito de Teresina dos anos 40 e mesmo com a reforma recente, o Lindolfinho ainda guarda aquele charme de estádio antigo, com concreto gasto, alambrado baixo e uma certa intimidade que só os campos do futebol raiz conseguem oferecer.

O estádio foi reaberto após ter ganho reparos no gramado e nos vestiários graças a uma parceria entre Federação de Futebol do Piauí e a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel). O retorno ao futebol se deu com o jogo válido pela série D entre Altos e Sampaio Correia sem a presença do público:

É um lugar onde cada banco, cada sombra e cada marca no cimento parece contar uma história, daquelas que não aparecem no placar, mas ficam pra sempre na lembrança de quem viveu.
Olha aí o gol do fundo!

Bonito né?

Os bancos de reserva estão novinhos, indicando que o Lindolfinho continua sendo casa do futebol piauiense.

Olha aí a placa da série D:

Ao fundo, o Ginásio Arena Verdão:

Andar por ali foi como folhear um álbum de figurinhas do futebol nordestino. Imaginar a torcida apertada gritando ali atrás do gol.

Tudo isso dá um valor imenso ao Lindolfinho.
Que bom que ele segue vivo e que continue sendo cenário de novas memórias por muito tempo.
Reuni todos os vídeos mais longos sobre os estádios de Teresina em um só link, dá uma olhada e me diz o que achou!

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Especial As Mil Camisas no Piauí – parte 1: o Estádio Albertão, em Teresina

Em julho de 2025 tivemos a oportunidade de viajar até o Piauí e foi incrível.

Visitamos várias cidades e aprendemos muito com cada pessoa que conversamos. Obrigado por isso, futebol…
Tudo começou na capital do estado: Teresina!

Única capital nordestina fora do litoral, Teresina tem sua realidade ambientada por 2 importantes rios: o Poty (esse abaixo) e o Parnaíba.

Fomos apresentados ao abacaxi temperado (alguém já conhecia de outro lugar?) que é a metade de um abacaxi servido na casca mesmo, coberta com pimenta, sal e leite condensado.

Além disso, só posso dizer que Cajuína é vida.

Essa é a Ponte Estaiada do Sesquicentenário Mestre João Isidoro França, um marco para celebrar os 150 anos da cidade, inaugurada em 2010. Mas não rola mais visitas à parte superior (a vista deve ser linda).

Abaixo da ponte, uma rica cena esportiva e cultural com uma das faixas de trânsito fechada aos carros para que a população possa aproveitar.

É muito difícil tentar resumir uma cidade tão linda e tão importante como Teresina em um mero post…
O que posso fazer é enumerar alguns pontos como a Central de Artesanato Mestre Dezinho.

Um suco de Tamarindo combina bem com tanta arte.

Além da grande riqueza artística e artesanal, o espaço guarda uma parte triste da nossa história como país: ainda há no local um porão que foi utilizado como sala de tortura, durante o período da Ditadura Militar.

Também fomos até o mercado central pra sentir um pouco da vibe do centro da cidade. E adoramos!

Esse é o nosso país. E é bom ver um montão de frutas, verduras e legumes produzidos no nosso próprio território e que poderiam gerar um Brasil ainda mais igual e com menos fome.

Nossa passagem por Teresina foi uma aula viva sobre o Brasil que muitos ainda não conhecem.
A arquitetura, a culinária, o sotaque, os mercados e a força do povo piauiense.

Cada conversa que tivemos, cada sorriso que recebemos e cada rua que caminhamos foi uma confirmação de que viajar é também um ato de escuta e aprendizado.

E tem também uma série de produtos ligados à cultura nordestina que também tem que ser visto como motivo de orgulho para o piauiense e para o brasileiro em geral.

A literatura de cordel sobrevive!!

Ali bem próximo do mercado está o outro rio tão importante: o Parnaíba.
A outra margem já é área do Maranhão (cidade de Timón).

O primeiro Estádio que fomos registrar nesse rolê foi o Governador Alberto Tavares Silva, o “Albertão“.
E olha a fachada que te recebe logo na chegada!

Arquitetura muito bonita e moderna pra um estádio que em 2023 completou 50 anos!

O pessoal que trabalha lá no estádio foi bastante receptivo e permitiu que a gente desse uma volta na parte interna para registrar o chamado “Gigante da Redenção“.

Para quem acha que o futebol do Piauí não tem representatividade, se liga nesse mapa dos times só de Teresina:

Esse busto do Governador Alberto Tavares Silva está na parte interna do estádio.

Tem até uma foto dele batendo um penalty na inauguração do estádio.

Então é hora de finalmente conhecer mais este templo do futebol, o mais importante do estado do Piauí! Vem com a gente!

O estádio tem capacidade para 44.200 torcedores, mas atualmente a Federação tem liberado apenas metade desse número.

Mas é bonito demais não?

Aí eu te pergunto…
Aí no seu estado é “cadeira cativa” ou “cadeira perpétua” que se fala?

Essa marquise imponente chama a atenção…

Tem uma história pesadona do dia da inauguração do estádio (26 de agosto de 1973), quando jogavam o Tiradentes local contra o Fluminense do RJ.
Uma histeria coletiva causada por alguém que gritou que o estádio estava cedendo tirou a vida de ao menos 5 torcedores, além de ferir quase uma centena de pessoas.
É triste. Sempre penso na família e nos amigos que ficaram e realmente é uma situação muito difícil…

Espero que as muitas tardes de alegria que o futebol proporcionou neste lugar tenha ajudado a diminuir essa “bad vibe” que marcou a estreia.

Aí está o astro rei do nosso futebol: o gol!

Uma pena não ter conseguido assistir nenhum jogo nessa arquibancada…

Mas só de estar presente ali já foi uma experiência incrível!!
Estar ali dentro do Albertão foi como entrar num território sagrado.
Mesmo vazio, o estádio pulsa.
Dava pra ouvir o eco dos nossos passos nas arquibancadas ressoando como se carregasse vozes antigas, gritos de gol, vaias, aplausos…
É fechar os olhos e ouvir a torcida cantando (será que tomei muita cajuína??)

O concreto envelhecido, os assentos gastos, as curvas da marquise, os bancos de reserva… tudo conta uma história.
É como se o estádio estivesse dormindo, à espera do próximo domingo, do próximo hino, do próximo gol.
E mesmo assim, sem jogo, ele já nos entrega um espetáculo.

A cada passo, tentava imaginar como seria ver um jogo ali de verdade.
A bateria das torcidas, a tensão de uma cobrança de falta, a alegria de um gol aos 46 do segundo tempo…

É sempre legal pensar que um monte de gente viveu momentos inesquecíveis nesse lugar, pais com filhos, amigos de infância, jogadores que realizaram sonhos.

Vamos embora?
Antes, parei no meio da arquibancada, respirei fundo e só agradeci.
Por estar ali. Por poder ver com meus olhos algo que tantas vezes só vemos pela televisão ou em registros antigos.
Foi um encontro com o futebol em seu estado mais puro: concreto, sol, silêncio, memória. E foi lindo. Muito obrigado, Albertão.

Fizemos esse montão de foto pra pelo menos guardar bastante lembrança desse momento incrível!

Ao sair do Albertão, carregávamos um misto de respeito e admiração por tudo que ele representa para o futebol do Piauí. Não é apenas um estádio: é um palco onde milhares de histórias se cruzaram, de gols incríveis a momentos difíceis como aquele da inauguração, que marcou tantas vidas.

Nos próximos posts vamos mostrar outras 3 aventuras boleiras em Teresina e depois estádios de outras cidades piauienses que nos acolheram com o mesmo carinho: Altos, Piripiri, Piracuruca, Luis Correia, Parnaíba, Buriti dos Lopes e Campo Maior.

Seguimos com nossa missão de documentar estádios, clubes, histórias, cores, rostos e realidades que não cabem nos grandes centros e que merecem ser lembradas com o mesmo entusiasmo. Porque o futebol está em todo canto, e a cultura que o envolve é sempre maior do que o próprio jogo.

Ah, fizemos 7 vídeos sobre o rolê misturando música, fotos e vídeos dos estádios visitados, confira o primeiro deles que mostra um pouco mais do Estádio Albertão:

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