203- Camisa do Marília AC

A 203ª camisa de futebol do site veio do interior paulista e foi adquirida no dia da final da Copa Paulista contra o XV de Piracicaba (confira aqui como foi!).

Naquela tarde, o sol radiante brilhava sobre o Estádio Bento de Abreu Sampaio Vidal, o “Abreuzão”.
As arquibancadas foram ficando repletas de torcedores ansiosos, vestidos com as cores azul e branca do Marília Atlético Clube, aguardando o início da decisão e em companhia aos amigos da família Pavão, entrei na festa também! O Bene jogou no time do MAC e era (e ainda é) um craque!

O time foi fundado em 12 de abril de 1942, ainda como Esporte Clube Comercial.

Em 1943, o Comercial foi campeão da 25ª região do Campeonato Amador do Interior, mas perdeu no mata mata para o Noroeste, que seria campeão.

Em 1944, disputando um grupo com muito mais times, e a AA São Bento de Marília sagrou-se campeão da região.

Em 11 de julho de 1947, disputou seu último campeonato com o nome “EC Comercial” e perde o título do Setor para o EC Municipal, de Vera Cruz.

O time passa a se chamar Marília Atlético Clube e trilhou um longo caminho, com bons e maus momentos, escrevendo uma história incrível, que faz dele o xodó da cidade, até hoje!

Em 1953, o MAC decide se tornar profissional, porque o outro time da cidade, a Associação Atlética São Bento, fundada em 1926, acabou se licenciando.

O MAC até que fez uma boa estreia na Segunda Divisão, sendo vice campeão da série verde, na primeira fase e terminando em 5º lugar da classificação geral.
Em 1955 liderou o seu setor e terminou em 3º lugar da classificação final.

Mas o futebol profissional não é fácil, e em 1957, após um mal campeonato, o Marília, se licenciou e voltou ao amadorismo.
Este é o time de 1962:

Em 1965, o MAC volta ao profissionalismo, disputando a Terceira Divisão Profissional, que equivalia ao quarto nível do futebol paulista, mas termina a primeira fase em 2º e não avança para as finais.
O time passa por outro afastamento do profissionalismo e só retorna em 1970, na Primeira Divisão Profissional, o segundo nível do Campeonato.
Em 1971, o MAC sagra-se campeão da Primeira Divisão Profissional, terminando em 2º lugar na primeira fase (a série Arthur Friedenreich), também em 2º na segunda fase, mas termina a fase final como campeão, conquistando o acesso à elite do futebol paulista.

Em 1974, o MAC teve como presidente Pedro Pavão (cuja família é até hoje apaixonada por futebol e com quem eu fui assistir ao jogo citado lá em cima).
Logo no primeiro ano, conquistou o Troféu José Ermírio de Moraes Filho, praticamente equivalente à atual Copa Paulista. Foto do Jornal da Manhã de Marília.

Ganhou também o “Paulistinha 74“, uma competição que classificava seis times para a disputa do Paulista.
O Marília então vai disputar o Paulistão de 1975, com o time abaixo: (fonte: Site “História do Marília Atlético Clube”).

Olha o Bene agachado no time de 75 ainda!!

Aqui, o time de 1978 e olha a galera que acompanhava o time!

Em 1979, o MAC escreveu mais uma linda página em sua história, conquistando a Copa São Paulo de Futebol Júnior, vencendo o Fluminense por 2×1 na final. Fotos do site História do Marília AC.

O Marília permaneceu na elite do Futebol Paulista com campanhas no máximo medianas, até que em 1985 acabou rebaixado para a Segunda Divisão.
Nos anos seguintes, o time bateu na trave por várias vezes, até 1990, quando termina na 4ª colocação e retorna à elite. Foto do site Zé Duarte Futebol Antigo.

Mas os anos 90 seriam um tormento para a torcida do MAC, e em 1993, novo rebaixamento para A2, e em 1994, uma queda ainda pior, agora para a série A3.
Em 1996, o impensável acontece: o Marília foi rebaixado para a Série B1-A (quarto nível do Futebol Paulista).
Em 1999, retorna à Série A-3 com o vice-campeonato da Série B1-A.
Chegamos a 2001, e o MAC termina em 5º lugar, mas o acesso que antes era somente para dois clubes, com a criação da Liga Rio-São Paulo, recebeu mais 3 vagas, garantindo o time na série A2.
Em 2002, mais uma campanha histórica com o título da Série A2, tendo como técnico, Luiz Carlos Ferreira, o rei do acesso, que chegou para o último jogo da final. Mesmo tendo perdido o primeiro jogo por 2×0, venceu o segundo por 3×0 sagrando-se campeão!! Foto do site História do Marília Atlético Clube.

Em 2002, conquista o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, com o vice-campeonato da Série C.
Em 2003, chega ao quadrangular final da série B.
Em 2004, o time fez uma boa participação no Campeonato Paulista, terminando na 10ª posição.
Aqui, o time de 2007 (Foto do site Ze Duarte Futebol Antigo):

Em 2008, acaba rebaixado na série B do Brasileiro e no ano seguinte, no Paulistão de 2009, foi rebaixado para a Série A2.

2011, mais um rebaixamento, desta vez da Série A2 do Paulistão para a Série A3. Na Série C de 2011 o time foi rebaixado para a Série D.

Em 2012 o MAC deu adeus às competições nacionais, ao empatar com o Cianorte e ser desclassificado da briga ao acesso à Série C.

A vida de torcedor do MAC não é fácil, mas a Série A3 de 2013 veio o tão sonhado acesso, após 2 anos na terceira divisão Paulista.

E a fase parecia boa, já que em 2014 retorna à Série A1! Foto do site MAC Multimídia.

Mas a série A1 havia se tornado uma competição extremamente difícil e o MAC não conseguiu permanecer por lá um ano sequer, até porque naquele ano tivemos o descenso de 4 equipe.
E como tudo nessa vida é um fluxo, assim como a ascensão ocorreu de maneira rápida, a queda também se deu assim e em 2016, o time volta para a série A3.
Em 2018, o time volta à série B do Campeonato Paulista.
Em 2019, volta para a série A3, com o vice campeonato (Paulista campeão).
Desde então tem lutado para voltar à série A2, sendo que em 2022 e 2023 acabou desclassificado no quadrangular final.

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Final da Copa Paulista 2022

Como é que algumas pessoas ainda não perceberam a grandeza e o barato que é apoiar os times da sua região no interior??

Como as marcas não percebem o potencial de patrocínio?? E como a própria mídia não enxerga a Copa Paulista como uma competição incrível para ser trabalhada??

Não sei responder… Mas no sábado, 15 de outubro de 2022 fui até Marília para registrar uma tarde de celebração do nosso futebol do interior.

Por ser uma final, existe todo um tempero extra, e grande presença de público garantida, mas sem dúvida, essa última partida da Copa Paulista 2022 trouxe de volta aquele sentimento do que foi o futebol até meados dos anos 80, quando quase toda cidade do estado tinha um time para apoiar (ok… um dia precisaremos falar sobre o lado político desta ação, mas por hora, celebremos essa final!).

Acompanhei o jogo pela torcida local, para matar a saudade de uma família muito ligada ao MAC, uma amizade que construímos há décadas.

O responsável por essa turma apaixonada por futebol é o Benê, ex atleta do Marília e da AE Cafeilandense. Em homenagem a ele, a família fez uma camisa retrô igual ao que ele usava quando jogou pelo MAC, nos anos 70.

Fomos cedo para o Estádio Bento de Abreu Sampaio Vidal, o “Abreuzão”, o que me permitiu acompanhar a festa da torcida na recepção do ônibus do time.

Mais de 2 horas antes do jogo, o lado de fora do Abreuzão já fervia!

Deu até pra pegar uma camisa do MAC pra em breve contarmos a história do clube com mais detalhes. Na foto abaixo, o amigo Amarildo, historiador do futebol de Paraguaçu Paulista e o Derly, ambos não deixam de acompanhar os times da região!

Nem bem os portões se abriram e a parte coberta do estádio estava repleta, afinal, mesmo sem um sol direto, o calor prometia ser forte nessa tarde.

E se a torcida chegou… A festa começou!

Ainda no momento do aquecimento dos atletas a torcida dava o seu recado: EU ACREDITO!

Em campo, o time se mostra unido!

E pra quem anda desanimado, vale registrar que uma nova geração de Maqueanos esteve presente na bancada nesta final!

Mas a turma das antigas também estava lá, vivendo um momento de glória para se somar aos tantos outros que viveram no passado!

E dá lhe festa na arquibancada colorida de azul e branco!!!


Os times entram em campo e realmente o clima é de final de campeonato. Emocionante!

O time do XV de Piracicaba fez questão de aplaudir as centenas de torcedores que esgotaram seus ingressos para acompanhar o jogo final.

O time do MAC também veio saudar sua torcida!

Bandeira de mastro? Tá liberada!

Pirotecnia? Hoje é final, vale tudo!!!!

E dá-lhe cantoria!!!

As bandeiras e faixas das torcidas estavam todas ali também!

E bexiga com o brasão do MAC? Olha ela aí!

E o mascote, você pode perguntar… Estava ali?? Sim!!!

A torcida do XV de Piracicaba fez bonito também e coloriu de preto e branco a sua área do estádio!

Tudo pronto para o início da partida! O técnico Guilherme olha para seu relógio e prepara-se para os 90 minutos mais importantes dos últimos anos…

Como sempre, fico muito orgulhoso de participar desse dia tão importante!

Lá nas cabines da imprensa o amigo Mário também acompanha a partida, fico contente de ver que cada dia mais ele tem se tornado um jornalista importante para o futebol paulista!

Outra que esteve na arquibancada foi a amiga Fernanda, filha do Benê, que não só curte o time do MAC como sempre jogou futebol!

O jogo começa quente e a vibração da torcida parece contagiar o time em campo. O Marília Atlético Clube vai ao ataque com sede!

E se o estádio já era um caldeirão, aos 15 minutos do primeiro tempo, Heitor Roca joga gasolina no fogo e explode a torcida alviceleste… Marília 1×0 !

Acho que foram os 10 minutos de maior empolgação que o Abreuzão viu nos últimos anos… O título estava bem próximo do time e da torcida do MAC:

Mas o time do XV de Piracicaba não chegou à final por acaso. E começou a pressionar o time do Marília!

Mas, aos 24 minutos do primeiro tempo, Vinícius empatou o jogo.

Um verdadeiro balde de água fria na torcida local…

Aos 43 minutos do primeiro tempo, o árbitro foi chamado para conferir no VAR um lance que acontecera no lance anterior…

Penalty para o XV de Piracicaba e Vitor Braga vem para a cobrança para desempatar o jogo e colocar o XV de Piracicaba na frente: 2×1 contra o Marília.

Acabando o primeiro tempo, valeu uma olhada para entender o que estávamos vivendo… Esse é o lado esquerdo do campo:

O meio campo:

E o lado direito:

Em campo, o time conversava, tentava buscar ânimo para seguir a partida e realizar um milagre em campo!

Mais do que o resultado em si, agora era uma questão de honra para o time local ao menos buscar o empate e manter a série invicta dentro de casa.

O jogo estava insano… E se o XV teve um pênalti a seu favor, o MAC buscou o empate também em um gol de pênalti de Ariel Palácio.

O Marília ainda tentou, mas não conseguiu transformar as chances criadas em gol…

A tradicional turma dos quero-quero também tentou dar uma força pra apoiar os donos da casa, mas… não deu certo…

A torcida do XV de Piracicaba já tomava para si a festa que a torcida local planejara para si.

E ficou ainda mais feliz ao ver aos 33 do segundo tempo o gol que selou o placar e a vitória do XV por 3×2, marcado por Felipe Benedetti.

Era o fim para o Marília, mas … Ao mesmo tempo, um recomeço.

O time tem uma boa base para a série A3 de 2023, terá ainda uma partida pelo menos na Copa do Brasil e motivos de sobra para estarem esperançosos quanto ao futuro.

Algumas cenas do desenrolar da partida:

Olha que linda essa imagem, mostrando todos os setores completos no estádio!

Ao fim do jogo, claro que existia muita frustração no lado azul e branco da cidade, mas o que se viu foi uma grande integração entre torcida e time, como deveria ser sempre…

Mesmo com a derrota, a torcida Maqueana aplaudiu seu time após o final da partida!

O XV de Piracicaba sagrou-se campeão merecidamente! E a festa que tanto vimos no lado azul e branco da arquibancada, enfim se fez no lado alvinegro.

O amigo Mário mandou essa foto da comemoração dentro de campo:

E parabéns à amiga Monique que desde cedo estava ali no meio e que ficou mais do que feliz com a conquista!

Aliás, essa festa seguiu até Piracicaba, com o ápice no próprio Estádio Barão da Serra Negra.

As últimas cenas do dia… O incrível copo da final:

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196 – Camisa do Moto Club – MA

A 196ª camisa do blog vem lá das terras quentes e lindas do Maranhão… Ah, que saudades dos lençóis maranhenses…

E… que saudades do açaí… Foram os dias que mais comi açaí na minha vida…

Fazer amigos nas ilhas do rio Preguiças também foi inesquecível…

E foi emocionante poder registrar o momento em que ele se encontra com o mar…

A cidade de Barrerinhas é um lugar bem gostoso pra se passear.

Claro que estando em São Luís, fomos visitar o Estádio Castelão

E também o Estádio Nhozinho Santos

Além disso, o Maranhão já passou aqui pelo blog quando falamos da camisa do Maranhão Atlético Clube

E, claro, quando falamos da camisa do Sampaio Correa FC

Mas finalmente chegou a hora de conta a história do Moto Club!

O Moto Club foi fundado em 13 de setembro de 1937, tendo como mascote o bicho papão (por isso, é chamado de “Papão do Norte“).

O Moto Club manda seus jogos no Estádio Nhozinho Santos.

Também manda as maiores partidas no Estádio Castelão.

O time foi campeão do Campeonato Maranhense de Futebol por 26 vezes, sendo a mais recente em 2018:

O Moto Club tem ainda um feito histórico no futebol local: o heptacampeonato entre 1944 e 1950. O poster abaixo é do site Futebol Maranhense Antigo:

Além disso, o Moto Clube também fez história no futebol nacional, com destaque para as 11 participações na série A, sendo a última em 1984.

Em 2022, disputou a série D do Brasileiro.

A sua torcida é bastante apaixonada…

Mas pra mim, o grande destaque é a galera do Moto Bangers, reduto dos rockeiros nas arquibancadas do time!

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Estádios do Oeste Paulista: 1- Marília

Nossa primeira parada foi a cidade de Marília, onde passamos a noite após várias horas de viagem. A dica de um lugar legal pra comer é a pizzaria Buga, onde jantamos um belo rodízio de pizza e massa. O endereço é Rua Bandeirantes, 284 e o telefone é (14) 3413-7333…

Aproveitamos a visita para reencontrar uma família muito especial, amigos há mais de 15 anos.

Abraços à Fernanda, Benê e Nilda, e parabéns por terem guardado tantas recordações da história do Marília Atlético Clube.

Olha só um dos materiais históricos que o Benê guarda do MAC: Outro detalhe bacana da cidade é a vocação para indústria alimentícia. Além da conhecida Marilan, os tradicionais salgadinhos Dori tem sua fábrica na cidade. Eu não sabia, mas Marília é um foco de estudos de Paleontologia. Tem até um museu na cidade dedicado aos dinossauros.

Assim como boa parte das cidades da região, Marília é cortada pela ferrovia, mas infelizmente o transporte sobre trilhos não tem sido utilizado mais… Após passear um pouco pela cidade, fomos finalmente conhecer o Estádio Municipal Bento de Abreu Sampaio Vidal, o “Abreuzão”.

O estádio fica bem no centro da cidade, na Avenida Vicente Ferreira.

O nome do estádio é uma homenagem a um dos fundadores da cidade.

O Abreuzão foi inaugurado em 1967 e foi palco de grandes momentos da história do futebol local.

Hora de dar um rolê e entender um pouco da casa do MAC!

Como dá pra ver, o estádio tem uma diferença muito bacana, ele possui não apenas um, mas dois setores cobertos, além de outros dois lances de arquibancadas descobertas, que circulam o campo todo.

Aqui dá pra ver os dois lados cobertos e a Mari ali no meio hehehehe!

Sua capacidade máxima é de 19.800 pessoas. A inauguração do estádio foi em 1967, e já no ano seguinte, ganhou seu sistema de iluminação. O engraçado é que ninguém sabe dizer qual foi a primeira partida disputada no estádio… Alguém arrisca um palpite?

Pra fechar o passeio com chave de ouro, uma rápida passagem na loja oficial do time!

A entrada da loja está repleta de fotos de times históricos!

Aliás, por que ninguém mais faz fotos de times assim, em ângulos diferentes e bacanas?

Esse é o time de 1984:

Hora de um último olhar ao estádio e seguir caminho.

Última foto, em frente à bilheteria…

E vamos para Lins, enquanto tentamos entender a arquitetura das arquibancadas do MAC!

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