Em julho de 2025 estivemos no Piauí, dando um super rolê por diversas cidades e aprendi que a capital Teresina fica ao lado de Timon, já no Maranhão, sendo divididas pelo rio Parnaíba.
O rio Parnaíba é o maior rio nordestino, navegável em toda sua extensão, sendo super importante para a economia do Piauí, não só para a pesca mas potencializando as atividades agropastoris, o transporte, a produção de energia elétrica, além do abastecimento urbano, lazer e turismo.
E atravessando o rio… Chegamos a Timon, já no estado do Maranhão!
Timon é a quarta cidade mais populosa do Maranhão mas faz parte do dia a dia da grande Teresina. Com base nos estudos sobre a presença indígena na área, pode-se supor que diversos grupos tenham habitado a região como os Gamela que transitavam entre o leste do Maranhão e o oeste do Piauí, povo agricultor e caçador, e que acabaram catequizados ou escravizados entre os séculos XVII e XVIII. Além dos Gamela, também haviam os Tremembé, os Timbira (que eram uma espécie de confederação de povos Jê), além de certa influência dos Tupinambá e Tabajara. Pedi pra IA uma imagem de como seriam os Gamela e olha aí o que veio:
A ocupação da região começou no século XVIII, por estar no traçado da estrada real que ligava os dois estados (Piauí e Maranhão) e fez com que fazendeiros, jesuítas e aventureiros acabassem se estabelecendo ao longo do caminho que de tão florido deu o nome ao lugar de… “Flores“. Somente em 1940, ocorreu a mudança de nome do município de Flores para Timon, numa homenagem ao intelectual maranhense João Francisco Lisboa, que deixou uma obra com o título Jornal de Tímon, numa referência ao célebre filósofo da Antiga Grécia.
Além disso, também no início dos anos 1940, tendo o Sr. Urbano Martins como interventor nomeado por Getúlio Vargas, foi construído campo que seria o Estádio Miguel Lima.
Atualmente, quem manda seus jogos la é o Timon Esporte Clube.
O TEC é um time recente, fundado em 2005 e que passou a disputar a série B do Campeonato Maranhense em 2007. Depois disputou as edições de 2010, 2014, 2017, 2018, 2019, 2020 (quando acabou rebaixado para a terceira divisão, pela perda de 16 pontos por uma irregularidade), 2021 (não houve terceira divisão e acaba voltando pra segunda), 2022, 2023, 2024 e 2025. O time chegou a bater na trave do acesso por várias vezes…
Outro time da cidade é a Sociedade Esportiva Juventude Timonense, fundado em 14 de janeiro de 2008, que atuava focado no futebol feminino mas que mais recentemente passou a ter equipes de base no masculino também.
A SEJ Timonense foi campeã do Campeonato Maranhense de Futebol Feminino de 2019, representando o Maranhão na série A2 do Campeonato Brasileiro de 2020. Em 2019 e 2022 também conquistou o título estadual.
E cruzando as ruas da cidade, enfim chegamos à casa do futebol de Timon…
Então é hora de conhecer o Estádio Miguel Lima, onde meninas e meninos escrevem suas histórias no futebol profissional e amador!
Como as portas estavam abertas, fomos dar um rolê e conhecer um pouco deste estádio já tradicional na história do esporte da cidade.
Vale um registro com sua bela arquibancada de fundo!
O gramado estava em dia, principalmente se considerarmos o forte calor da região e a falta de chuva do seco inverno piauiense.
O Estádio possui ainda uma pista de atletismo em torno do campo, que permite a prática de outros esportes à população.
O banco de reserva é de cimento. Pode não ser tão estiloso, mas dura mais…
Ali atrás do gol, um ginásio esportivo que complementa o equipamento municipal.
Acima da arquibancada, temos várias cabines de rádio em uma estrutura simples mas muito bem planejada.
Tradicional registro do gol da direita:
O gol da esquerda:
E o meio campo:
Para finalizar, não podíamos deixar de falar de outro time sediado em Timon, mas que não manda seus jogos nem em sua cidade natal, nem mesmo em seu Estado natal: o Esporte Clube Timon!
O Esporte Clube Timon disputa os campeonatos no estado do Piauí, sendo filiado à Federação de Futebol do Piauí, desde 2015. O time foi vice-campeão da Segunda Divisão do Campeonato Piauiense de 2019, conquistando o acesso para a 1ª divisão do estadual de 2020.
Agora, é hora de dividir o rolê que fizemos em uma cidade que já ocupou a cabeça de todo mundo que ama o futebol. Falamos de Piripiri, a terra querida!
Olha aí, que bonito: Em Piripiri, cada amigo é um irmão!
Taí o antigo armazém da estação ferroviária, por onde chegavam e saiam tantas pessoas, fazendo de Piripiri uma cidade bastante movimentada.
E o motivo dessa cidade fazer parte do imaginário de todo apaixonado por futebol é a data que comemora a emancipação política da cidade: 4 de julho. Ela dá nome à uma importante avenida na cidade…
Mas também deu nome a um verdadeiro patrimônio da cidade, o CA 4 de julho!
O 4 de Julho Esporte Clube é também chamado de Colorado de Piripiri e foi fundado em…. 4 de julho de 1987 e tem 4 títulos estaduais: 1992, 1993, 2011 e 2020, além de ser campeão da Copa Piauí em 2017. Para saber mais sobre a história do time, vale a pena visitar o post que fizemos sobre a camisa do time.
O grande momento do time foi quando derrotou o São Paulo pela Copa do Brasil de 2021, mas este jogo não foi em Piripiri e sim em Teresina.
A casa do 4 de julho em Piripiri é o Estádio Ytacoatiara, a Arena Colorada!
O Estádio fica bem no meio da cidade, então deu pra ver um pouco do dia-a-dia de Piripiri antes de chegar na Arena Colorada!
Pena que a loja oficial do time estava fechada, ela fica ali ao lado da entrada do estádio.
A parte alta do rolê foi entrar dentro do estádio e poder registrar o campo!
Olha que arquibancada, embaixo de um céu lindo desse nosso nordeste…
Pô, fiquei feliz de poder estar neste estádio tão importante!
Vem dar um rolê com a gente pra conhecer o estádio por dentro:
Aqui, o registro do meio campo:
O gol da esquerda:
E o gol da direita:
O Estádio tem arquibancadas dos dois lados e é muito charmoso!
Parece que essa área antes era coberta. O que terá acontecido?
E é quente a cidade…
Mesmo com tanto calor, o gramado está super bem cuidado. Recebe irrigação diariamente.
Junto às arquibancadas tem uma grande área para a imprensa.
Achei legal essa cerca viva formada por flores entre o gramado e a arquibancada.
Agora é a vez de dividirmos como foi o rolê pelo Estádio Municipal Felipe Raulino, a casa do time sensação do momento em Piauí, que neste momento caminha em busca do acesso à série C do Campeonato Brasileiro: a Associação Atlética de Altos, fundada em 19 de julho de 2013.
Então, seja bem vindo(a) a Altos, cidade que faz parte da Grande Teresina e que tem como data oficial de fundação 1922. Atualmente cerca de 47 mil pessoas vivem no que antes era chamado de São José dos Altos, de João de Paiva, depois Altos de João de Paiva, e finalmente Altos.
Foi bem fácil chegar ao Estádio, porque ele fica quase do lado da estrada, como você pode ver no mapa abaixo do Google:
Sendo assim… Aí estamos nós no Estádio Municipal Felipe Raulino, o “Felipão“, inaugurado em 1992!
É mais um templo do futebol que visitamos e registramos, mas que atualmente vive um grande dilema…
A tradicional Revista Piauí chegou a fazer uma matéria onde relata que uma desavença política teria feito o time local passar a mandar seus jogos na vizinha Teresina. Uma pena para a população local, que ou simplesmente deixou de acompanhar ou passou a ter que gastar tempo e dinheiro para se deslocar até a capital pra ver o time da sua cidade em campo… E o campo do Felipão até que está em boas condições…
Suas arquibancadas seguem por lá torcendo para que este imbróglio se resolva e a torcida volte a lotar o Felipão!
Dá uma olhada em como é o campo:
Aparentemente todos os cuidados estão sendo tomados para o campo seguir com bom uso:
Olha aí o banco de reservas e outras estruturas:
O nosso tradicional registro do gol do lado esquerdo:
Do lado direito:
Um zoom no nosso gol:
E o meio campo:
Do lado de onde fiz estas fotos, existe mais uma arquibancada com uma área dedicada às cabines de imprensa:
Ela acompanha a lateral toda do campo.
Imagino que um jogo aqui com casa cheia seja um verdadeiro caldeirão!
Olha como foi uma final lá dentro:
O que nos resta é torcer para que o Estádio volte a receber jogos do Altos e quem sabe até em jogos válidos para a série C. Aliás, especula-se até a construção de um novo estádio na cidade…
Fizemos um vídeo para recordar pra sempre esse rolê e esse momento, espero que reflita pelo menos uma parte do que sentimos.
Em julho de 2025 tivemos a oportunidade de viajar até o Piauí e foi incrível. Começando pela capital Teresina, que já foi tema da primeira e segunda parte destes posts (veja aqui a primeira parte sobre o Estádio Albertão e aqui a segunda parte sobre o Estádio Lindolfo Monteiro). Agora é a vez de dividirmos duas últimas experiência boleiras na capital piauiense, começando pela nossa visita ao CT Afrânio Nunes!
O Centro de Treinamento Afrânio Nunes é a casa do River Atlético Clube.
O espaço fica em uma região um pouco mais distante do centro da cidade, mas super de boa de chegar.
O clube aproveitou para criar uma sala de troféu bem bacana, afinal são muitas conquistas!
O CT possui também essa quadra dedicada ao futsal.
Outro equipamento importante é a sala de imprensa que tem boa capacidade para receber a imprensa local.
O pessoal que estava por lá trabalha com muito afinco e carinho pelo clube e pelo espaço. Agradeço a boa recepção de todos com quem conversamos.
A grande estrela do CT é mesmo o campo de jogo, ou no caso, de treino.
Olhando do lado da chegada ao CT, esse é o gol da direita:
Esse o gol da esquerda, ali atrás estão os equipamentos como piscina, quadra e etc.
E aqui o meio campo (aquele gol ali é um gol “móvel” não é o gol oficial).
E existe até uma arquibancada ali na lateral do campo.
O gramado está super bem cuidado e está todo cercado para que a bola não vá parar muito longe.
Enfim, uma pena não ter conseguido ver um jogo, nem sequer um treino, mas ainda assim fiquei contente de participar um pouco do dia a dia do River.
O segundo rolê deste post foi nossa visita à loja do CA Piauiense.
O Clube Atlético Piauiense, também chamado de CAP ou Atlético Piauiense foi fundado em 14 de novembro de 2019 mas se profissionalizou apenas em 2024, quando sagrou-se vice campeão da segunda divisão do Campeonato Piauiense, conquistando o acesso para a primeira divisão. E o time tem conquistado vários corações na cidade, muito graças à sua boa organização. Prova disso é sua loja em uma região importante da cidade: a Av Raul Lopes.
Em julho de 2025 tivemos a oportunidade de viajar até o Piauí e foi incrível. Começando pela capital Teresina, que já foi tema da primeira parte destes posts (veja aqui o post sobre o Estádio Albertão).
Só pra acrescentar um pouco mais do que Teresina tem pra entregar, fomos visitar o Museu de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Federal do Piauí, que fica lá mesmo no campus.
História, fósseis e cultura local lado a lado com a vida universitária.
E como sempre, foi nas ruas que encontrei uma daquelas cenas que me fazem parar: uma série de casas “corolidas” (sim, com L mesmo, porque tem mais cor em “corolida” do que em “colorida”). Arte urbana espontânea em forma de fachada.
Mas o foco de hoje é outro estádio importante da capital: o Estádio Municipal Lindolfo Monteiro, carinhosamente chamado de “Lindolfinho”.
Inaugurado em 1944, ele foi, por muitos anos, o principal palco do futebol teresinense, até a chegada do Albertão. E agora está de cara nova!
O estádio foi recentemente reinaugurado após reformas no gramado e nos vestiários, fruto de uma parceria entre a Federação de Futebol do Piauí e a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel).
A arquibancada coberta ganhou o charme de uma mini floresta ao redor, e no meio do campo há outra área coberta que traz sombra e memória. Do lado oposto, o outro gol guarda o cenário com o Ginásio Arena Verdão ao fundo, quase como uma moldura moderna.
Mas tem também uma área coberta no meio campo:
Quem nos recebeu por lá foi o Bandeira, figura histórica do futebol local, tanto no amador quanto no profissional. Daquelas pessoas que carregam décadas de arquibancada na história.
O nome do Estádio homenageia o ex prefeito de Teresina dos anos 40 e mesmo com a reforma recente, o Lindolfinho ainda guarda aquele charme de estádio antigo, com concreto gasto, alambrado baixo e uma certa intimidade que só os campos do futebol raiz conseguem oferecer.
O estádio foi reaberto após ter ganho reparos no gramado e nos vestiários graças a uma parceria entre Federação de Futebol do Piauí e a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel). O retorno ao futebol se deu com o jogo válido pela série D entre Altos e Sampaio Correia sem a presença do público:
É um lugar onde cada banco, cada sombra e cada marca no cimento parece contar uma história, daquelas que não aparecem no placar, mas ficam pra sempre na lembrança de quem viveu. Olha aí o gol do fundo!
Bonito né?
Os bancos de reserva estão novinhos, indicando que o Lindolfinho continua sendo casa do futebol piauiense.
Olha aí a placa da série D:
Ao fundo, o Ginásio Arena Verdão:
Andar por ali foi como folhear um álbum de figurinhas do futebol nordestino. Imaginar a torcida apertada gritando ali atrás do gol.
Tudo isso dá um valor imenso ao Lindolfinho. Que bom que ele segue vivo e que continue sendo cenário de novas memórias por muito tempo. Reuni todos os vídeos mais longos sobre os estádios de Teresina em um só link, dá uma olhada e me diz o que achou!
Em julho de 2025 tivemos a oportunidade de viajar até o Piauí e foi incrível.
Visitamos várias cidades e aprendemos muito com cada pessoa que conversamos. Obrigado por isso, futebol… Tudo começou na capital do estado: Teresina!
Única capital nordestina fora do litoral, Teresina tem sua realidade ambientada por 2 importantes rios: o Poty (esse abaixo) e o Parnaíba.
Fomos apresentados ao abacaxi temperado (alguém já conhecia de outro lugar?) que é a metade de um abacaxi servido na casca mesmo, coberta com pimenta, sal e leite condensado.
Além disso, só posso dizer que Cajuína é vida.
Essa é a Ponte Estaiada do Sesquicentenário Mestre João Isidoro França, um marco para celebrar os 150 anos da cidade, inaugurada em 2010. Mas não rola mais visitas à parte superior (a vista deve ser linda).
Abaixo da ponte, uma rica cena esportiva e cultural com uma das faixas de trânsito fechada aos carros para que a população possa aproveitar.
É muito difícil tentar resumir uma cidade tão linda e tão importante como Teresina em um mero post… O que posso fazer é enumerar alguns pontos como a Central de Artesanato Mestre Dezinho.
Um suco de Tamarindo combina bem com tanta arte.
Além da grande riqueza artística e artesanal, o espaço guarda uma parte triste da nossa história como país: ainda há no local um porão que foi utilizado como sala de tortura, durante o período da Ditadura Militar.
Também fomos até o mercado central pra sentir um pouco da vibe do centro da cidade. E adoramos!
Esse é o nosso país. E é bom ver um montão de frutas, verduras e legumes produzidos no nosso próprio território e que poderiam gerar um Brasil ainda mais igual e com menos fome.
Nossa passagem por Teresina foi uma aula viva sobre o Brasil que muitos ainda não conhecem. A arquitetura, a culinária, o sotaque, os mercados e a força do povo piauiense.
Cada conversa que tivemos, cada sorriso que recebemos e cada rua que caminhamos foi uma confirmação de que viajar é também um ato de escuta e aprendizado.
E tem também uma série de produtos ligados à cultura nordestina que também tem que ser visto como motivo de orgulho para o piauiense e para o brasileiro em geral.
A literatura de cordel sobrevive!!
Ali bem próximo do mercado está o outro rio tão importante: o Parnaíba. A outra margem já é área do Maranhão (cidade de Timón).
O primeiro Estádio que fomos registrar nesse rolê foi o Governador Alberto Tavares Silva, o “Albertão“. E olha a fachada que te recebe logo na chegada!
Arquitetura muito bonita e moderna pra um estádio que em 2023 completou 50 anos!
O pessoal que trabalha lá no estádio foi bastante receptivo e permitiu que a gente desse uma volta na parte interna para registrar o chamado “Gigante da Redenção“.
Para quem acha que o futebol do Piauí não tem representatividade, se liga nesse mapa dos times só de Teresina:
Esse busto do Governador Alberto Tavares Silva está na parte interna do estádio.
Tem até uma foto dele batendo um penalty na inauguração do estádio.
Então é hora de finalmente conhecer mais este templo do futebol, o mais importante do estado do Piauí! Vem com a gente!
O estádio tem capacidade para 44.200 torcedores, mas atualmente a Federação tem liberado apenas metade desse número.
Mas é bonito demais não?
Aí eu te pergunto… Aí no seu estado é “cadeira cativa” ou “cadeira perpétua” que se fala?
Essa marquise imponente chama a atenção…
Tem uma história pesadona do dia da inauguração do estádio (26 de agosto de 1973), quando jogavam o Tiradentes local contra o Fluminense do RJ. Uma histeria coletiva causada por alguém que gritou que o estádio estava cedendo tirou a vida de ao menos 5 torcedores, além de ferir quase uma centena de pessoas. É triste. Sempre penso na família e nos amigos que ficaram e realmente é uma situação muito difícil…
Espero que as muitas tardes de alegria que o futebol proporcionou neste lugar tenha ajudado a diminuir essa “bad vibe” que marcou a estreia.
Aí está o astro rei do nosso futebol: o gol!
Uma pena não ter conseguido assistir nenhum jogo nessa arquibancada…
Mas só de estar presente ali já foi uma experiência incrível!! Estar ali dentro do Albertão foi como entrar num território sagrado. Mesmo vazio, o estádio pulsa. Dava pra ouvir o eco dos nossos passos nas arquibancadas ressoando como se carregasse vozes antigas, gritos de gol, vaias, aplausos… É fechar os olhos e ouvir a torcida cantando (será que tomei muita cajuína??)
O concreto envelhecido, os assentos gastos, as curvas da marquise, os bancos de reserva… tudo conta uma história. É como se o estádio estivesse dormindo, à espera do próximo domingo, do próximo hino, do próximo gol. E mesmo assim, sem jogo, ele já nos entrega um espetáculo.
A cada passo, tentava imaginar como seria ver um jogo ali de verdade. A bateria das torcidas, a tensão de uma cobrança de falta, a alegria de um gol aos 46 do segundo tempo…
É sempre legal pensar que um monte de gente viveu momentos inesquecíveis nesse lugar, pais com filhos, amigos de infância, jogadores que realizaram sonhos.
Vamos embora? Antes, parei no meio da arquibancada, respirei fundo e só agradeci. Por estar ali. Por poder ver com meus olhos algo que tantas vezes só vemos pela televisão ou em registros antigos. Foi um encontro com o futebol em seu estado mais puro: concreto, sol, silêncio, memória. E foi lindo. Muito obrigado, Albertão.
Fizemos esse montão de foto pra pelo menos guardar bastante lembrança desse momento incrível!
Ao sair do Albertão, carregávamos um misto de respeito e admiração por tudo que ele representa para o futebol do Piauí. Não é apenas um estádio: é um palco onde milhares de histórias se cruzaram, de gols incríveis a momentos difíceis como aquele da inauguração, que marcou tantas vidas.
Nos próximos posts vamos mostrar outras 3 aventuras boleiras em Teresina e depois estádios de outras cidades piauienses que nos acolheram com o mesmo carinho: Altos, Piripiri, Piracuruca, Luis Correia, Parnaíba, Buriti dos Lopes e Campo Maior.
Seguimos com nossa missão de documentar estádios, clubes, histórias, cores, rostos e realidades que não cabem nos grandes centros e que merecem ser lembradas com o mesmo entusiasmo. Porque o futebol está em todo canto, e a cultura que o envolve é sempre maior do que o próprio jogo.
Ah, fizemos 7 vídeos sobre o rolê misturando música, fotos e vídeos dos estádios visitados, confira o primeiro deles que mostra um pouco mais do Estádio Albertão:
Como dissemos no post sobre o Estádio André Avelino, o rio São Francisco divide os estados de Sergipe e Alagoas representados respectivamente pelas cidades de Canindé de São Francisco e Piranhas.
E é hora de conhecer um pouco sobre o lado alagoano do São Francisco!
Também dissemos no post sobre Canindé do São Francisco, que há milhares de anos esta região já era ocupada por povos de diferentes culturas, que buscavam a região pela facilidade que a proximidade com o rio oferecia. A peça abaixo está exposta no MAX – Museu de Arqueologia do Xingó, do outro lado do rio.
Com a chegada dos europeus, a vida local mudou e o século XVII viu surgir uma ocupação “moderna” que recebeu a denominação de Tapera e que depois foi mudada para Piranhas, graças a um tal riacho das Piranhas que eu não consegui encontrar…
Assim como muitas das cidades de São Paulo que visitamos cresceram, Piranhas também se desenvolveu graças à Ferrovia, que ligou Piranhas à Recife. Essa era a antiga estação, que hoje abriga o Museu da Cidade (que infelizmente está em reformas…) onde existem várias fotos de Lampião.
Mas a navegação também ajudou, conectando a cidade a Penedo, lá no litoral alagoano.
Piranhas é uma cidade mágica. Se eu não tivesse a conhecido, diria que é algo da imaginação de algum escritor do século XIX. Um verdadeiro paraíso no sertão alagoano, cortado pelo rio São Francisco.
Pouco mais de 25 mil pessoas vivem em Piranhas, mas a cidade recebe um grande número de turistas durante todo o ano, seja pra conhecer as atrações do rio São Francisco, seja para curtir a pacata cidade, única do Nordeste tombada como Patrimônio Histórico.
Outro importante ponto que eu quis visitar é a sede da Prefeitura da cidade. Talvez você não reconheça o local porque eles mudaram a escada de formato…
Mas foi nessa escadaria que as cabeças de Lampião e de parte da sua gangue ficaram expostas, depois de terem sido assassinados do outro lado do rio, já na cidade de Poço Redondo, na Gruta do Angico. O site Lampião Aceso coloriu a tradicional foto preto e branco desse episódio sádico.
Aliás, Piranhas é cenário de muitas histórias do Cangaço, e acabou se aproveitando disso vendendo artesanato e passeios pelo rio que levam até a trilha para a Grota de Angico.
E bem próximo das margens do rio São Francisco está um dos estádios da cidade, no centro histórico: o Estádio Barrancão.
Próximo ao Estádio fica a sede do Rocinha Futebol Família.
Segundo matéria do G1, o grande rival da Rocinha é a Mangueira, homenageando dois tradicionais morros do Rio de Janeiro.
Olha que visual incrível do campo, ali tão pertinho do rio…
Dando uma pesquisada, descobri que embora não exista uma equipe profissional em Piranhas, o Estádio Barrancão recebeu partidas do Campeonato Alagoano sub-20 de 2023, tendo o AD Força Jovem como mandante!
Talvez surja daí um novo time no profissional!
Graças ao Campeonato, o Estádio ganhou melhorias como um sistema de iluminação e reforma da arquibancada.
Um lugar tão lindo, merece um time que jogue um futebol assim bonito também, tomara que o futuro dos times locais seja de muito sucesso!
Nossa Senhora da Glória é conhecida pelos moradores e pelo povo sergipano como “Glória”, sendo o município mais populoso do sertão sergipano.
Vale reforçar que quando os europeus chegaram ao território brasileiro encontraram diversos povos que já viviam por aqui há milhares (sim, milhares) de anos. As terras do Sergipe eram habitadas por povos como os Tupinambás e os Caetés. Atualmente, o povo Xocó ainda permanece em diversos territórios.
A povoação surgiu por servir de parada aos que se dirigiam ao sertão, principalmente à cidade de Cotinguiba, popularizando a expressão “dormir na boca da mata” e dando nome à povoação de “Boca da Mata“. Foi se desenvolvendo uma economia pastoril, que acabou com a mata que dava nome e cobria o solo daquela região, e também surgiram plantações de mandioca, milho, feijão e algodão. Em 1922, a lei nº 835 constituiu o povoado “Boca da Mata” e em 1928, deu-se a Emancipação Política do município. O nome Nossa Senhora da Glória refere-se à santa homônima, consagrada pelo pelos religiosos do lugar. Atualmente, cerca de 41 mil pessoas vivem em Glória e tem uma galera que curte rock, dando origem ao Festival Rock Sertão, que em 2023, teve como participante os punks do Ratos de Porão!
Falando do futebol, além de diversos times amadores, a cidade conta com uma equipe disputando os Campeonatos Profissionais: a Associação Desportiva Atlético Gloriense, time fundado no dia 14 de janeiro de 2008, como mostra seu distintivo original:
O time estreou na série A2 do Campeonato Sergipano de 2008, e em seu primeiro ano terminou na 4ª colocação. Em 2009 e 2010, terminou em 5º e em 2011, em 6º. Em 2012, se licencia do profissionalismo e retorna apenas em 2019, agora com um novo distintivo.
Em 2019, termina em 3º lugar não obtendo o acesso, que vem no ano seguinte. Esse foi o time vice campeão da A2 de 2020 que levou o Atlético Gloriense à primeira divisão:
Em 2021, terminou sua primeira competição na elite do estadual em 7° colocado. E em 2022 e 23, termina na sexta posição. Chegamos em 2024, para finalmente conhecer a casa do AD Atlético Gloriense: o Estádio Municipal Editon Oliveira da Silva.
Grata surpresa ao adentrar no Estádio Municipal, pois ainda que o mesmo tenha uma pequena capacidade de público (suas arquibancadas comportam cerca de 2 mil torcedores), ele está muito bem cuidado!
Olha a arquibancada:
Estando na arquibancada, vemos aqui, o gol da direita:
O gol da esquerda:
O meio campo:
O Estádio possui sistema de iluminação, permitindo jogos noturnos!
E olha o gol!!!
A cidade foge do modelo tradicional de quem pensa em sertão, porque tem altas altitudes, baixas temperaturas (no inverno chega numa mínima de 11º) e no dia da nossa visita, estava com o céu até bem carregado!
O banco de reservas:
Ali atrás se desdobram os lances de arquibancada, por toda lateral do campo:
Na virada de 2023 para 2024, tivemos a oportunidade de conhecer melhor o Estado do Sergipe. Fomos de Aracaju até São Francisco de Canindé, para conhecer o Rio São Francisco, e seus canions, e posso dizer que foi incrível!
Em um post futuro ainda vou falar mais de Canindé do São Francisco, de suas belezas e do Estádio local, mas no caminho para lá, fizemos uma parada em Itabaiana para finalmente conhecer o estádio da Associação Olímpica de Itabaiana. O time esteve presente na minha infância graças aos jogos de futebol de botão:
A Associação Olímpica de Itabaiana foi fundado em 10 de julho de 1938 da união entre o Brasil Football Club e o Balípodo Club Santa Cruz. Inicialmente recebeu o nome de Botafogo Sport Club, mas três meses depois passou-se a chamar Itabaiana Sport Club. No início da década de 50 ocorre a mudança definitiva para Associação Olímpica de Itabaiana.
A primeira partida ocorreu em 14 de agosto de 1938, sob o nome de Botafogo Sport Club, contra o Guttemberg Football Club de Aracaju. Em 1960, estreia no profissionalismo e o primeiro título de campeão sergipano chega em 1969. A foto é da fanpage oficial do clube:
Em 1971, sagra-se campeão da Taça Nordeste, a fase regional do Campeonato Brasileiro da Série B de 1971. O segundo título estadual chegou em 1973, e na sequência chega o pentacampeonato de 1978, 79, 80, 81 e 82. Foto da matéria da Globo.com sobre a morte do centroavante Damião:
15 anos foram necessários até o próximo título em 1997, com direito a foto do poster da Placar:
Em 2005, outro título, dessa vez contra o Lagartense e pela primeira vez conquistado em seu estádio.
Em 2023 chega o 11° titulo! Deu pra ver a força do Itabaiana no futebol sergipano?
E lá fomos nós para conhecer o Estádio Etelvino Mendonça, o “Mendonção“!
O estádio foi inaugurado em 7 de março de 1971 num 0x0 contra o Grêmio-RS.
O estádio fica no centro da cidade, entre a Praça Etelvino Mendonça e a Avenida Manuel Francisco Teles.
Importante ressaltar que até 2016, o nome do estádio homenageava um militar envolvido no golpe de 64 e por isso foi renomeado com o nome do antigo estádio, onde jogaram até 1971. Etelvino Mendonça foi tabelião, vereador e prefeito de Itabaiana e trabalhou no incentivo ao esporte do município, tendo levado a primeira bola de couro ao município.
Entre 2009 e 2010 o estádio passou por uma grande reforma e atualmente também está em obras (até por isso mandou o jogo de estreia em Aracaju, no Batistão).
Pelo visto vem aí um gramado novinho!
Olha aí o gol do lado direito:
Aqui, o gol da esquerda:
E o meio campo:
E olha a parte “minimamente” coberta e também os espaços dedicados à imprensa:
Pô, muito legal poder estar aqui! Uma pena não dar pra pegar um jogo…
Olha que lindo o escudo do time ali atrás do gol!
O pessoal estava trabalhando a toda!
Um último olhar antes de voltar à estrada rumo ao sertão sergipano!
E não é que 2023 vai chegando ao fim? E se não há mais tantos jogos para registrarmos, ainda existe uma lista de rolês que fizemos e que ainda precisam ser postados aqui… Falemos então da visita relâmpago que fizemos à “Arena Castelão“, ou Estádio Governador Plácido Castelo, atualmente a principal casa do futebol cearense.
Embora seja um estádio no estilo moderno (“Arena”), o Castelão foi inaugurado em 1973 sendo reformado em 2002, e mais recentemente, completamente remodelado em 2012, por conta da Copa do Mundo de 2014 e da Copa das Confederações 2013.
Sua capacidade é de até 63.904 espectadores, o que faz do Castelão um dos 60 maiores estádios do mundo, quarto maior do Brasil e o maior do Norte/Nordeste. Fotos abaixo do site da prefeitura de Fortaleza:
O estádio foi inaugurado em 11 de novembro de 1973, com um clássico rei, que terminou em um 0x0 para mais de 70 mil torcedores.
A nova arena foi reinaugurada em 16 de dezembro de 2012, com um show do Fagner…
A gente esteve lá já na nossa volta pra casa, a caminho do aeroporto. Aliás, só achei que o estádio fica meio fora de mão… De resto… é mais uma arena. Eu particularmente não gosto e não vejo charme nesse novo modelo de estádio.