Já narramos nossas visitas aos estádios de Lençóis Paulista, Agudos, Gália, Garça, Vera Cruz, Oriente, Quintana, Osvaldo Cruz, Rinópolis, Lucélia, Adamantina, Flórida Paulista e Pacaembu, além de dois jogos da Bezinha (4a divisão paulista) em Andradina e em Tupã.
Agora, a décima quarta parte do nosso rolê nos leva a Junqueirópolis!
A cidade, emancipada em 1948, faz parte da região da chamada “Nova Alta Paulista”.
Atualmente, vivem em Junqueirópolis cerca de 20.300 pessoas.
Nosso objetivo era conhecer e registrar o Estádio Municipal Raphael Capelli.
Pra quem quer uma foto do estádio sem nossa presença:
O Estádio Municipal Raphael Capelli foi a casa do Junqueirópolis FC, em suas duas aventuras (1966 e 1968) pela 4a divisão do Campeonato Paulista.
O time já não existe mais, mas teve um último momento de glória em 2005, quando tornou-se campeão da Copa Amnap de 2005.
Assim, visitamos mais uma bilheteria que outrora funcionou atendendo ao futebol profissional.
Vamos dar uma olhada por dentro:
Da nossa parte, fica todo o respeito e carinho por uma cidade que ainda mantém seu estádio, e assim mantém vivo o sonho de quem sabe um dia voltar ao profissionalismo.
As árvores dentro do estádio dão uma cara bem diferente ao campo!
Aqui, o gol do lado direito do campo, com os eucaliptos ao fundo.
E aqui, o outro gol.
Olha aí o setor VIP do estádio pra quem quer ver o jogo sentado e na sombra.
A linda arquibancada coberta enche de charme mais este estádio do interior de São Paulo.
Aqui, a parte externa do estádio.
Alegria em se fazer presente em mais um tradicional e histórico estádio, dessa vez em Junqueirópolis!
É hora de darmos sequência à nossa viagem, muito felizes por fazer parte.
E nosso rolê nos levou à cidade de Pacaembu.
Nesse momento, já estávamos há mais de 600 km de Santo André. A viagem começa a ficar ainda mais interessante.
Dizem que o nome da cidade veio como homenagem ao estádio. Outros dizem que é uma mistura do animal “Paca” com a fruta “Embu”, ambos presentes na cidade.
Pouco mais de 14 mil pessoas vivem na cidade de Pacaembu.
O objetivo da nossa visita era conhecer e registrar o Estádio Municipal Ari Aparecido dos Santos Rodrigues.
Pra quem quer uma foto do estádio sem a gente na frente, ta aí:
O Estádio Ari Aparecido dos Santos Rodrigues foi a casa do Pacaembu EC nos três anos que ele disputou a terceira divisão em 1966 e 67.
No incrível “Almanaque do Futebol Paulista” (obra de José Jorge Farah Neto e Rodolfo Kussarev Jr.), encontrei esse distintivo como sendo o original do Pacaembu EC :
Nunca viu uma edição do almanaque? Olha uma aqui:
Voltando ao estádio, embora existam duas placas, uma sobre a reforma e outra sobre a construção, não ficou clara a data de fundação do estádio.
Aqui, a placa é de 1980, mas como o time do Pacaembu EC jogou na década de 60, estimo que ele tenha sido inaugurado entre o fim dos anos 50 e início dos 60.
Aqui, uma imagem do time do Pacaembu:
O campo segue muito bem cuidado, e ainda mantém a arquibancada coberta ali ao fundo.
As árvores oferecem um ar bucólico mas ao mesmo tempo garantem uma bela sombra pra quem assiste os jogos ali.
Vamos dar uma olhada no campo:
Aqui a imagem do gol, e as tradicionais casas de madeira, ao fundo:
Esse é o outro gol!
Uma olhada especial na arquibancada coberta:
Os bancos de reserva:
Emocionante! Mais um registro histórico!
Tinha até uma galera batendo uma bola lá:
Hora de nos despedir de mais um templo do futebol do interior!
Flórida Paulista é uma cidade pequena, onde vivem pouco mais de 14 mil pessoas. E como sempre gostamos de fazer, registramos algumas imagens curiosas e diferentes das que estamos acostumadas a ver. Essa
A linha de trem ainda corta a cidade, sendo que a estação de Florida Paulista foi inaugurada em 1959.
Mas, nossa missão na cidade era visitar e registrar em fotos e vídeos o Estádio Municipal Francisco Spanghero.
O estádio foi a casa do Flórida EC em suas 3 disputas no Campeonato Paulista da quarta divisão entre 1964 e 1966.
O Flórida EC foi fundado em 1950 e esse era o time no seu primeiro ano:
Por 14 anos limitou-se a disputar as competições amadoras (que no interior paulista eram tão fortes quanto as disputas profissionais). Aqui, o time de 1958, que disputou o Campeonato do Interior, e sagrou-se campeão da sua região (zona 27 – Setor 43):
Em 1964 estreou nas competições profissionais disputando a 4ª divisão, com uma fraca campanha. Jogou ainda as edições de 1965, quando fez um campeonato melhor, não se classificando por um ponto:
E em 1966, chegou a classificar-se em 1º lugar do seu grupo (o 9º grupo) para a fase seguinte quando acabou eliminado (4ª série).
Com tanta história, fomos conhecer oEstádio Municipal Francisco Spanghero.
Vamos dar uma olhada por dentro do estádio!
Essa foto está identificada no Grupo Sou de Flórida Paulista, como sendo do Flórida AC. Alguém sabe dizer qual relação (se é que há) com o Flórida EC?
O estádio passou por reformas há cerca de 5 anos e parece manter sua organização e cuidados até os dias atuais (2018).
O campo está todo cercado por alambrado.
Reparei que nessa foto antiga existia uma arquibancada coberta: seria um outro estádio ou uma antiga construção?
O estádio atual, tem uma bela área lateral.
Os bancos de reserva seguem ao aguardo dos suplentes…
Outras fotos relacionadas ao futebol da cidade mas que não encontrei maiores descrições…
O sistema de iluminação também parece estar ok.
E que tal uma olhada geral do gol da direita:
Do meio campo…
E do gol da esquerda. Pronto, você já pode dizer que conhece todos os lados do campo!
Aqui, o time de 1969:
Lá do outro lado, a arquibancada colorida (em verde, vermelho, amarelo e branco) sente falta das cores da torcida.
E é hora de nos despedirmos e seguir em frente em nossa viagem!
A cidade tem uma população de cerca de 35 mil pessoas.
Nosso objetivo era conhecer e registrar o Estádio Municipal Antonio Goulart Marmo.
Uma bilheteria a mais em nossa conta! E essa já foi bem utilizada nas décadas de 50 e 60!!
O estádio foi a casa dos times de Adamantina nas disputas das categorias de acesso do Campeonato Paulista, e o primeiro a chegar a uma dessas disputas foi a Assciação Atlética Adamantina.
A A.A. Adamantina foi fundada em março de 1947 e depois de 5 anos disputando campeonatos amadores, em 1952 disputou a segunda divisão do Campeonato Paulista, sua única disputa profissional.
Aqui, algumas imagens do time:
O segundo time da cidade a disputar um Campeonato Paulista foi o Adamantina FC, que nasceu da fusão da AA Adamantina (que havia voltado ao amadorismo) com o Guarani FC (que até então também se limitava ao futebol amador).
O Adamantina FC (que na época do amadorismo era denominado Adamantina EC) disputou 3 edições da terceira divisão, entre 1957 e 1959.
O ano de 1959 foi histórico pois além do Adamantina FC, outro time da cidade disputou a terceira divisão, a Sociedade Esportiva Palmeiras!!
Aqui uma imagem do time do time que nasceu em 15 de novembro de 1952, mas passou 7 anos jogando campeonatos amadores até a disputa do profissional de 1959:
A cidade seguiu respirando futebol, e no ano seguinte (1960), os dois times se uniram para a disputa da quarta divisão do Campeonato Paulista com o novo nome: Clube Atlético Internacional.
Adamantina ficaria 3 anos sem disputas profissionais no Estádio Municipal Antônio Goulart Marmo, mas em 1963, foi a vez do Guarani FC, que, embora tenha sido fundado em Março de 1948, acabou se “reinventando” em agosto de 1961, após a fusão citada acima.
Aqui, alguns elencos que marcaram época nas 15 disputas do Campeonato Paulista que o time participou, a começar pelo de 1966 que conquistou o título de campeão do setor do Campeonato Amador do Interior:
Aqui, o time do Guarani, que foi campeão da terceira divisão em 1974:
E o time de 1981:
Enfim, com a história do futebol da cidade (ou ao menos uma parte dela) compreendida, a nossa visita ao estádio ganha muito mais valor…
Segundo a placa informativa, o estádio ganhou uma reforma em 2007:
Vamos dar uma olhada pra ver o que melhorou por dentro do estádio!
O estádio acabou de passar por uma série de obras, e pra visita ficar 100% só faltaram as traves estarem de pé…
A arquibancada coberta está lá, firme e forte, enchendo de charme a cancha Adamantina!
As arquibancadas descobertas também são muito bacanas, e bem próximas do campo (que é separado apenas por um alambrado).
Ainda existe uma área atrás do gol que pode receber mais arquibancadas futuramente.
O estádio ainda possui um sistema de iluminação que permite jogos a noite!
Somando todas as arquibancadas, o estádio tem capacidade para cerca de 2.150 pessoas.
Atualmente, pouco mais de 21 mil pessoas vivem em Lucélia.
A cidade soube manter importante parte de sua arquitetura, tornando-a um lugar muito interessante para visitar.
E a cidade tem uma forte ligação com o futebol, afinal o futebol society, foi idealizado em Lucélia no ano de 1966, por Hamilton Di Stéfano e Paschoal Milton Lentini. Desta idealização, surgiu o esporte que hoje é praticado em todos os Estados do Brasil.
Mas nosso objetivo era conhecer e registrar o Estádio Municipal José de Freitas Cayres.
Mais uma bilheteria para a nossa coleção de fotos.
Olha aí que bela arte ilustra a entrada do estádio:
E que tal dar uma volta lá dentro?
O Estádio Municipal José de Freitas Cayres era a casa do Lucélia Futebol Clube (brasão no site Gino Escudos).
O time foi fundado em julho de 1943, o que faz o time ser mais antigo que a própria cidade (emancipada em 1944). O Lucélia FC já participou de 7 disputas de Campeonato Paulista entre a segunda e a quarta divisão, mandando seus jogos neste belo estádio!
O campo ainda possui sistema de iluminação:
Em 1950, o Lucélia FC se filiou à Federação Paulista de Futebol.
Em 1952, a equipe disputou a segunda divisão da época, enfrentando Linense, São Paulo de Araçatuba, Tupã, Bandeirante, Penapolense, 9 de Julho de Getulina e AA Adamantina.
A partir deste ano, muitos times vieram jogar amistosos em Lucélia para colaborar com a preparação do time, entre eles XV de Jaú, Marília, Noroeste, Ponte Preta, Palmeiras e o Corinthians do goleiro Gilmar dos Santos Neves.
Anos depois, o time disputou duas edições da terceira divisão (1958 e 1959) e três da quarta divisão (1960, 1964 e 1965). Aqui, o time de 1962:
Olha como ficava lotada a arquibancada do Municipal:
Aqui mais fotos atuais do estádio, da nossa visita:
O gol segue lá, como maior objetivo de tantos artilheiros das ruas dessa pequena cidade…
O estádio tem seu nome em homenagem ao primeiro presidente do Lucélia FC: Manoel de Freitas Cayres.
A arquibancada coberta ainda aguarda o dia de reunir centenas de moradores locais gritando o nome do time da cidade!
O gramado sofre nessa época do ano com a seca, mas está muito bem cuidado.
E ainda possui um lance de arquibancada na lateral do campo.
Antes de irmos embora, descobrimos que o time (e a cidade) do Lucélia FC tem uma grande rivalidade com o time (e a cidade) do Rinópolis FC, graças à Copa Amnap (Copa da Associação de Municípios da Alta Paulista) de 2013 (que só foi acabar em 2014). O primeiro jogo da final, terminou 1 a 0 para Lucélia, mas não foi realizado na casa dos rinopolenses, mandantes da partida, e sim em Piacatu (SP), por um veto do Corpo de Bombeiros ao estádio do município. Já a segunda partida seria disputada com portões fechados, pois a organização alegou que havia indícios de briga entre as torcidas. A diretoria do time rinopolense não concordou com a decisão e disse que não compareceria à partida. E assim, esse foi o time campeão, que ganhou a final por WO:
Nosso objetivo era conhecer o Estádio Municipal Eugênio Rino Filho, palco das partidas do Campeonato Paulista, pela terceira e quarta divisão.
Mais uma bilheteria para a coleção!
A história do futebol profissional em Rinópolis começou em 1958, quando o Rinópolis Futebol Clube disputou a terceira divisão.
Embora tenha debutado no profissionalismo em 58, o Rinópolis FC foi fundado em 1946. Aqui, um registro do time na época amadora, em 1952:
Matéria de 1959:
Esse é o time que disputou a quarta divisão em 1960:
Aqui, uma outra imagem que circular pela Internet, mas sem data oficial:
Em 2013, o Rinópolis FC ainda estava na ativa, com o time abaixo:
Quando o Rinópolis FC abandonou o profissionalismo, em 1966, a cidade ficou mais de 10 anos sem futebol. Foi aí, em 1977 que o Estádio Eugenio Rino Filho teve uma última chance de conhecer o Campeonato Paulista, por meio da Associação Atlética Rinopolense.
Infelizmente não achei nenhuma imagem da AA Rinopolense em campo. Se você tiver algo, manda que eu publico. Voltando à atualidade… Achei que não ia conseguir entrar no estádio… Era cedo e estava tudo fechado…
Fiz até umas fotos por cima do muro:
Será que chegamos ao Estádio Municipal Eugênio Rino Filho mas não iríamos adentrar para conhecer o campo??
Não!!!!! O Tatão, responsável pelo estádio apareceu e acabou nos salvando!
Vamos dar uma olhada nele por dentro:
O campo voltou a funcionar depois de alguns meses em reforma, e o resultado foi muito bom! Dá pra escutar ele pedindo pra uma competição oficial da Federação Paulista voltar à Rinópolis…
O gramado está melhor do que muitos profissionais.
Olha que bela arquibancada coberta!
Tem uma área pra lanchonete:
O estádio tem muito espaço para crescer e quem sabe dar voz novamente ao Rinópolis FC nas disputas profissionais da Federação Paulista…
E assim, após registrar estádios de 7 cidades do interior paulista (Lençóis Paulista, Agudos, Gália, Garça, Vera Cruz, Oriente e Quintana) sem contar os dois jogos que já descrevemos em Andradina e em Tupã, enfim chegamos à Osvaldo Cruz, onde passamos a noite de 5a para 6a feira.
Cerca de 32 mil pessoas vivem em Osvaldo Cruz. A cidade possui um forte comércio, referência para a região. Destaque para a feira noturna de 5a feira:
Mas ainda existem lembranças de uma cidade de interior… Olha as tradicionais bolinhas de gude para alegrar a molecada local:
Chegamos a noite, cansados das aventuras do dia anterior, então fomos comer uma pizza no centro da cidade (Pizzaria Firenze) e logo decidimos dormir.
No dia seguinte, saímos cedo do hotel em que ficamos para finalmente conhecer o estádio municipal, tão rico em histórias.
Nem deu pra pegar uma piscina (geladaaaaaaa!!).
E enfim… Chegamos ao Estádio Municipal Breno Ribeiro do Val (uma quadra do hotel onde estávamos):
Vamos conhecê-lo melhor, entrando em mais esse templo do futebol!
A história do Estádio Breno Ribeiro do Val está diretamente ligada à do futebol em Osvaldo Cruz. O primeiro time a disputar uma partida oficial pelo Campeonato Paulista foi a Associação Atlética Osvaldo Cruz.
O time surgiu em 1951, com a fusão de outros dois clubes que só se dedicavam ao amadorismo: Califórnia FC (de 1942) e Bandeirantes (de 1950). O “Azulão” (como era conhecida a AA Osvaldo Cruz) venceu o seu “setor” do campeonato amador de 1955, mesmo ano da inauguração do estádio, permitindo assim a disputa da terceira divisão de 1956.
O time disputaria os campeonatos oficiais até 1966. Aqui, alguns dos elencos:
O primeiro jogo disputado no Breno Ribeiro foi: Associação Atlética Osvaldo Cruz 1 x 8 Palmeiras. Aqui, algumas placas indicando a capacidade do estádio:
E relembrando a última reforma:
E desta vez uma bilheteria que está funcionando!!!
As arquibancadas ainda guardam muitas memórias dos bons tempos!!
Tem atualmente a capacidade para 11.784 espectadores.
Em 1967, a “Associação Esportiva Osvaldo Cruz“, também chamada de “Esportiva” substitui o “Azulão” como time da cidade.
Em 1973, a AE Osvaldo Cruz chegou à segunda divisão do Campeonato Paulista.
Mas, em 1987, o time abandona o futebol devido a grandes dívidas, deixando o Estádio Municipal sendo usado somente para jogos de futebol amador .
Somente em 2004, a cidade voltou a ter uma equipe de futebol com a fundação do Osvaldo Cruz Futebol Clube. O time voltou na última divisão, a série B1-B, a quinta divisão do Campeonato Paulista.
Já em 2005, o Osvaldo Cruz Futebol Clube consegue o acesso à série A2 (segunda divisão) do Campeonato Paulista, igualando o feito da Esportiva em 1973.
Para jogar a A2, foi necessário ampliar o estádio com a construção de mais um lance de arquibancadas, chegando à capacidade total de 15.000 pessoas.
Na reforma de 2010, ganhou um espaço para cadeirantes:
As arquibancadas cobertas estão muito bem cuidadas!
A 7ª parte do nosso rolê nos trouxe à Quintana! Lembramos que já passamos por Lençóis Paulista, Agudos, Gália, Garça, Vera Cruz e Oriente, sem contar os dois jogos que já descrevemos em Andradina e em Tupã. Em Quintana vivem cerca de 6 mil pessoas atualmente e a cidade está repleta de casas antigas, com uma arquitetura e histórias de outros tempos, quando tudo parecia ser mais fácil e mais simples (e provavelmente mais legal).
Segundo nossos informantes o lado esquerdo dessa rua é o chamado “calçadão” e vive cheio de gente nas noites de Quintana:
Quem gosta de fotos antigas sobre a cidade, pode acompanhar a fan page “Amo Quintana“. Eles sempre publicam fotos antigas da cidade!
Ainda dá pra se encontrar bastante gente sentada nas calçadas, longe da loucura das grandes cidades.
A igreja também estava em alta durante nossa visita, graças aos tapetes de rua enfeitados.
Nosso objetivo era conhecer e registrar em imagens o Estádio Municipal Orides Nunes da Silva, onde o Comercial FC mandava seus jogos. Brasão do Gino Escudos.
O Comercial FC representou a cidade de Quintana nos campeonatos e amistosos. A fanpage “Amo Quintana” apresenta esta foto datada de 1948, com um time descrito como “Comercial da Vila de Quintana”. Será um embrião do Comercial FC?
Em 1956, disputou o setor 21 do Campeonato do Interior, como mostra a Gazeta Esportiva da época:
Em 1958, nova disputa e uma novidade: segundo a Gazeta Esportiva, a cidade de Quintana contou com um segundo time naquele campeonato: o Aero Clube!
O Aero Clube ainda manteve-se ativo em 1960, como mostra essa matéria do Correio Paulistano:
Em 1966, o Comercial FC disputou a 3ª divisão do Campeonato Paulista (o quarto nível daquele ano) terminando na 3ª colocação e assim obtendo vaga para a segunda fase.
Mas ficou apenas na segunda fase o único campeonato por onde o Comercial FC passou.
Foto cedida pelo amigo Wladir Muzati Buim Buim (disponível em Facebook):
Então, é hora de conhecermos o Estádio Municipal Orides Nunes da Silva!
Não sei se a gente que bobeou ou se realmente não existe mais essa entrada com o nome do estádio, mas para registrar estou usando essa foto que encontrei na Internet (o autor está indicado ali no canto dela mesmo: Fábio Vasconcelos):
E lembro que o Almanaque do Futebol Paulista (a bíblia de quem ama o futebol paulista) apresenta essa foto da fachada do estádio, ainda nas cores do Comercial FC (vermelho e branco):
Provavelmente a atual fachada foi pintada (se você olhar, essa foto que fizemos é quase do mesmo lugar e agora a cor predominante é o verde):
De qualquer forma é aí, no Estádio Municipal Orides Nunes da Silva que o Comercial FC mandou seus jogos na 3ª divisão.
Que tal uma olhada na parte interna do estádio?
Aqui, uma placa indicativa mostra que houve uma reforma nos últimos anos.
E pode se perceber que o estádio está realmente muito bem cuidado!
No dia da nossa visita, estava rolando uma partida do amador.
O estádio tem capacidade para cerca de 2 mil pessoas e possui até um bom espaço coberto.
Em campo a rapaziada se dedicava em busca da vitória!
Os bancos de reserva são um pouco diferente dos tradicionais, mas estão presentes!
Um último olhar antes de irmos embora e seguir nossa viagem!
Não perca a conta!
Essa é a sexta parte do nosso rolê pelo interior paulista, realizada no feriado de corpus christi de 2018.
Já passamos por Lençóis Paulista, Agudos, Gália, Garça e Vera Cruz, sem contar os dois jogos que já descrevemos em Andradina e em Tupã.
Agora, seguimos pela SP-294 (a Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros) chegamos a Oriente!
Segundo o censo do IBGE de 2010, pouco mais de 6 mil pessoas vivem em Oriente. E, claro, vale lembrar que o cidadão ilustre de Oriente é… o goleiro Marcos! Que inclusive começou sua carreira no time do CA Lençoense!
A cidade teve dois times disputando competições oficiais pela Federação Paulista.
O primeiro deles foi o Grêmio Recreativo Usina Paredão FC, time fundado em Oriente em março de 1938.
O time ficou conhecido por ter se sagrado campeão amador do interior em 1961, com a equipe abaixo:
Eles mandavam seus jogos no Estádio da Usina. O amigo Biano, responsável pela ótima fanpage das Memórias da Usina Paredão, me arrumou algumas imagens da época pra se ter uma ideia de como era:
Tem até registro da torcida:
Aqui, algumas outras formações do time da Usina:
E pra fechar em grande estilo… A camisa do Grêmio Usina Açucareira Paredão:
Também conseguimos umas fotos atuais (junho/2018) de lá da Usina:
O caminho para chegar lá é lindo!
Só não ficou 100% claro se esse campo que ainda está lá é o mesmo onde eles jogavam…
A Usina hoje está se transformando em uma espécie de unidade recreativa, mas ainda mantém lindos espaços:
O segundo time da cidade é o Oriente FC:
Olha aí uma camisa:
Mas, nos primeiros anos do time, seu distintivo e cores eram diferentes, como se pode ver nessa foto histórica, de 1945:
Aqui, o time juvenil:
O Oriente FC foi fundado em 1944 e mandava os seus jogos no Estádio Municipal Max Wirth.
Max Wirth foi um desbravador suiço que foi para Oriente e construiu a usina Paredão, depois vendida à família Giorgi.
Como era feriado, o estádio estava fechado e dessa vez nenhuma parede quebrada para dar acesso ao campo…
Será que o único jeito seria …
Até fizemos algumas fotos daí, mas … seria frustrante se todo nosso esforço fosse se resumir a essas fotos mal feitas com pouco ângulo…
Mas, como muitos outros estádios do interior paulista, o Estádio Max Wirth também tem um administrador que mora ao lado do estádio e gentilmente nos acompanhou em nossa visita, permitindo o registro do interior do estádio.
Então… vamos lá!
As arquibancadas do Max With tem capacidade para 5 mil espectadores e tem até um charmoso espaço coberto.
O estádio foi palco do time local em sua única aventura pelo futebol profissional em 1932 pela quarta divisão do Campeonato Paulista.
Os bancos para reservas seguem muito bem cuidados.
Achei até uma foto do José Rico (da dupla Milionário e José Rico) jogando um amistoso pelo time:
Gosto desses tuneis de acesso, por onde os times entravam em campo para serem recebidos por sua torcida…
Se você quer ter uma idéia geral do campo e do seu belo gramado, aí está:
E o ponto “místico” dessa visita… Conhecer o gol da cidade onde o goleiro Marcos nasceu…
Missão cumprida! Estádio registrado e mais um time para compor a história do futebol que dia a dia povoa a nossa mente.
Como sempre, não custa sonhar em uma bezinha sendo jogada no estádio municipal futuramente…
Hora de dizer adios em grande estilo e seguir viagem!
Depois de conhecermos os estádios de Lençóis Paulista, Agudos, Gália e Garça é hora de conhecer a cidade de Vera Cruz e seu estádio!
Vera Cruz é bastante conhecida pelos seus tapetes enfeitados nas ruas centrais da cidade, e não é que era justamente a época de vê-los?
Além disso, a cidade ainda possui algumas construções históricas muito bonitas, com arquitetura do século passado.
A cidade permanece cortada pela linha do trem do tronco oeste da Paulista, aberta em 1928, no trecho Garça-Marília.
Em 1979, porém, a estação foi fechada e servia apenas como ponto de parada.
Sua população estimada em 2004 era de 11.107 habitantes.
Tem até uma Avenida Paulista por lá…
A cidade ainda possui a tranquilidade típica das pequenas cidades do interior paulista.
Mas nosso objetivo era conhecer o Estádio Municipal Paulo Guerreiro Franco!
O Estádio Municipal foi a casa de três times da cidade na disputa das divisões de acesso do Campeonato Paulista. O primeiro deles, foi o EC Municipal, o “azulão veracruzense“que embora tenha sido fundado em 1943 (13 anos depois do Vera Cruz FC) profissionalizou-se antes, reforçando a rivalidade entre os dois times.
O time disputou duas vezes a terceira divisão do Campeonato Paulista: em 1958 e 1959, olha o time da época aí:
E aqui, uma nota da Gazeta Esportiva sobre a preparação do time para o. ampeonato de 1958, após mais uma vitória, desta vez contra a AA Barra Bonita:
Além disso, alguns estudiosos locais dizem que a partir da disputa profissional em 1958, o Estádio passou a ser chamado de Estádio Paulo Guerreiro Franco. Aqui, nota sobre vitória no Campeonato e sobre a galera de Marília que tem ido pegar uma piscina em Vera Cruz:
O EC Municipal jogou ainda a 4ª Divisão em 1960, 1965 e 1966. Esse é o time da época:
O segundo time a disputar competições oficiais da Federação Paulista no Estádio Municipal era o tradicional Vera Cruz FC. Peguei o distintivo no site História do Futebol:
Aqui, o time de 1941, na época ainda limitado ao amador:
O Vera Cruz Futebol Clube foi fundado em 1930, mas só em 1965 disputou uma competição oficial da Federação Paulista: o Campeonato Paulista da 4ª Divisão. O Estádio Municipal ainda viu o Vera Cruz FC participar da competição em 1966, com o time abaixo:
Em 1967, o impossível aconteceu: a rivalidade deu lugar à união, e o Vera Cruz FC se fundiu com o Esporte Clube Municipal, dando origem ao Clube Atlético Veracruzense.
Dessa forma, o CA Veracruzense se tornou o terceiro time a mandar jogos oficiais no Estádio Municipal, pela terceira divisão em 1967 e 1968.
Enfim… Entenderam a importância desse Estádio para a população local?
O quanto essa bilheteria já foi ativa nas divisões de acesso…
Bom, vamos dar uma olhada em como está o campo atualmente:
É uma pena pensar que dificilmente a cidade verá a curto prazo o retorno do futebol profissional ao Estádio Municipal…
Depois de ver algumas fotos e conversar com algumas pessoas fiquei em dúvida se essa estrutura para a cobertura é um plano pro futuro ou se foi o que restou de um passado (ou seja, se já existiu uma cobertura nessa parte que acabou sendo vencida pelo tempo).
É bonito essa mistura da natureza com o campo, tendo as árvores ao fundo.
O campo ainda está bem cuidado, com exceção desse matagal ao redor do campo.
Até a lanchonete teria espaço pra voltar a ativa!
Uma parte do muro cedeu (ou foi derrubada) e acabou se tornando uma entrada “quase oficial”.
Saímos com a missão cumprida em registrar mais um templo!