Porém, pouco antes de adentrar a cidade, uma imagem chama a atenção: o canal artificial “Deoclécio Bispo dos Santos“construído na década de 80 e que interliga os reservatórios de Três Irmãos e de Ilha Solteira permitindo a navegação e a geração de energia integrada dos dois rios. É o segundo maior canal artificial de água doce do mundo (só perde pro canal de Suez, no Egito), com 9.600 m de comprimento e 50 m de largura.
Pereira Barreto é um nome tradicional para quem mora no ABC: é a principal avenida que liga São Bernardo e Santo André. Já a cidade, foi fundada oficialmente, em 11 de agosto de 1928, com o nome de Novo Oriente, já que era parte dos planos da Sociedade Colonizadora do Brasil Ltda (BRATAC) para receber imigrantes japoneses para a lavoura. Em 1938, o então distrito de Novo Oriente foi elevado à categoria de município, e recebeu o nome de Pereira Barreto. Aqui, o monumento “Obelisco”, que fica próximo ao trevo da entrada da cidade, desenvolvido pelo artista Sarro, integrando as figuras de um pescador, um turista e um trabalhador.
Existe ainda um Monumento Alusivo ao Esporte, localizado na rotatória que liga as avenidas Jonas Alves de Mello e Humberto Liedtke:
Pereira Barreto ainda guarda fortes traços de seus fundadores, os imigrantes japoneses:
Até time de beisebol já existiu (e ainda existe) na cidade!
Destaque para o calor que estava fazendo aquele dia e para este singelo cupinzeiro (ou formigueiro…) que estava no nosso caminho…
Nosso objetivo em Pereira Barreto era registrar o Estádio Municipal “Joaquim Francisco Dias ‘Sabiá’ ”.
Sua bilheteria, um pouco mal cuidada, mas ainda de pé!
Uma pena não existir nenhum tipo de identificação com o nome do estádio…
O Estádio Municipal “Joaquim Francisco Dias” possui uma arquitetura bem única, como se pode ver:
Essa foi a casa dos 2 times da cidade nas aventuras de Pereira Barreto pelo futebol profissional. O mais antigo deles é o Esporte Clube XI de Agosto.
O Esporte Clube XI de Agosto foi fundado em 11 de agosto de 1963 e após amistosos e competições amadoras, estreou no profissionalismo em 1965 na 4a divisão, no grupo “3a série”, ao lado do Andradina FC, do CA Jalesense, do Mouran de Andradina, do SOREA (Auriflama) e da AE Aparecida, terminando em 4º lugar.
Jogou ainda mais uma edição da 4a divisão em 1966, no 7º grupo, terminando em último lugar o que levou o time a se licenciar por alguns anos.
O time só retornaria em 1973, na 3a divisão, jogando o grupo da Série C e amargando a última colocação.
Em 1974, o time estava inscrito, mas acabou desistindo de participar da 3a divisão e do futebol profissional até os dias de hoje. Ainda assim, o GRE Pereira Barreto siga existindo como clube, com sede social e até um campo de futebol próprio:
O outro time da cidade é o Grêmio Recreativo Esportivo Pereira Barreto, fundado em 25 de fevereiro de 1974. O distintivo abaixo veio do site “Escudos do mundo“:
O GRE Pereira Barreto surgiu para preencher o vazio deixado pelo EC XI de Agosto e estreou no Campeonato Paulista da 3a divisão em 1975, seguindo a sina do XI de Agosto e terminando em último lugar de um Campeonato que teve tantos problemas de regularização que a FPF declarou que não houve campeão naquele ano.
Em 1976, mais uma tentativa e… novo fracasso. Novamente termina em último lugar, fazendo com que mais uma vez o futebol profissional fosse abandonado pela cidade, o que dura até hoje.
Tristeza para a cidade, para a torcida e principalmente para o Estádio Municipal “Joaquim Francisco Dias ‘Sabiá’ ”, que nunca mais teve o sabor das disputas profissionais…
Para quem não teve a oportunidade de conhecer o estádio, aí está a foto do meio campo:
Aqui, o gol da esquerda (de quem olha do lado oposto ao da arquibancada):
E do gol do lado direito:
Um vídeo para uma visão mais ampla do estádio e do campo, principalmente. Pena que o vento atrapalhou tanto o áudio…:
O tempo seco e a falta de pintura, deram às fotos uma aspecto um tanto quanto desértico…
Ao fundo do gol, as casas da cidade. Percebe que não existe nenhum prédio nessa direção.
Mesmo seco, o gramado está bem cortado, mostrando que tem acontecido manutencão.
O que separa o campo da torcida é um alambrado simples, estilo Rua Javari.
Assim nos despedimos desse espaço tão importante!
Apenas o urubu dos estádio permanece no tórrido ambiente do Estádio Municipal e vamos para a estrada…
Depois de tanta estrada, finalmente chegamos na mais distante cidade deste rolê: Ilha Solteira!!
Segundo o Waze, daqui até Santo André, seriam 694 km… Bastava fazer o retorno ali a frente, já na cidade de Selvíria, no Mato Grosso do Sul.
Olha a placa aí da divisa já voltando no sentido de SP, enquanto isso, ali no canto direito superior, o gavião vai fazer um rolê pelo Mato Grosso do Sul…
Agora, basta cruzar o lindo rio Paraná e começar a voltar…
A cidade, que outrora pertenceu à Pereira Barreto, acabou ganhando importância com a construção da Usina Hidrelétrica (até seu brasão homenageia a “produção de energia elétrica”), iniciado em 1968 e que logo fez com que mais de 50 mil pessoas morassem ali. Após a construção, a cidade viu a população diminuir para 20.568 habitantes.
O visual da cidade é incrível, principalmente por conta do rio Paraná. Para quem não conhece, vale a pena a visita!
Ali of fundo a ilha que dá nome à cidade!
A cidade ainda trabalha pouco o seu potencial turístico, o local ainda é mais conhecido pelo pessoal que curte a pesca.
E não… Não invente de fazer graça, o risco está ali…
Mas a área urbana da cidade também é muito bem desenvolvida, com um comércio forte, ruas amplas e muita opção para quem mora ou visita a cidade. A gente almoçou por lá e foi bem legal!
Mas nosso grande objetivo era o de registrar uma cancha que sempre sonhei em conhecer: o Estádio Municipal Frei Arnaldo Castilho!!!
Uma entrada apenas “singela”, mas muito especial pra quem gosta de futebol.
A tradicional bilheteria!
E o brasão da cidade e …. não sei o que é esse da esquerda, você sabe? O amigo André deu o palpite dele: “pelo D. E. e bolas de diferentes esportes deduzo que seja (ou tenha sido) do Departamento de Esportes do município”. Ele ainda disse que o nome do estádio homenageia o padre que esteve na cidade de 1969 a 1976. Morreu em um acidente automobilístico no trevo de Nhandeara, indo de Ilha Solteira a Votuporanga, aos 48 anos. Foi o primeiro padre em Ilha Solteira (fundada poucos meses antes, em 15/10/1968) e sua morte prematura foi muito marcante na história do município.
O que importa é a gente registrar mais esse templo do futebol e, dentro dos nossos limites, relembrar principalmente para a população de Ilha Solteira a importância e o valor do Estádio Municipal Frei Arnaldo Castilho!
E essa importância é devida principalmente a dois times que desafiaram as dificuldades e as distâncias para trazer o futebol profissional para a cidade de Ilha Solteira. O primeiro é a Sociedade Esportiva Ilha Solteira, cujo distintivo veio lá do Escudos do Mundo Inteiro:
A Sociedade Esportiva Ilha Solteira foi fundada em 15 de setembro de 1970, e fez sua estreia no futebol profissional na Terceira Divisão de 1976 (na época chamada de Segunda Divisão, já que o primeiro nível era chamado de “Especial”), com esse time:
E olha que bela campanha fez em sua estreia. No primeiro turno ficou um ponto atrás do líder, o Dracena FC (que se classificou para a fase final):
Aliás, a classificação abaixo foi mais uma vez obtida no novo livro da Federação Paulista de Futebol, chamado “125 anos de história” (a venda pelo pessoal da Livraria Pontes):
E se você achou que o primeiro turno foi “sorte de principiante”, olha que linda campanha a SE Ilha Solteira fez no segundo turno.
Foram 6 vitórias e apenas 4 derrotas, uma pena que o time da A Cafelandense de Esportes estava inspirado…
A SE Ilha Solteira, também chamada de “SEIS” disputou o profissional até 1982, jogando em 1977 e 78 a “Segunda Divisão“, que equivalia ao quarto nível do estado, devido ao novo modelo de divisão adotado pela FPF: Especial (equivalia à 1ª), Intermediária (2ª), “Primeira” (3ª) e “Segunda” (4ª). Aqui a classificação de 1977, jogando a Série Manoel Nunes e terminando em 4º lugar no grupo.
Esse foi o time de 1977:
Em 1978, mais uma incrível campanha, terminando como vice campeão paulista da Segunda Divisão (o quarto nível), que foi se encerrar apenas em 1979. Essa foi a primeira fase, que terminou com a SE Ilha Solteiralíder:
Os times classificados foram para o chamado “Grupo dos vencedores” e disputaram mais uma fase, onde a SE Ilha Solteira terminou em 3o lugar, mas garantindo sua classificação para o fase final de grupos:
Na fase final de grupos, jogando no Grupo I, a SE Ilha Solteira liderou e classificou-se para a final do campeonato, contra o líder do Grupo II, o EC Lemense!
As partidas finais foram dramáticas… Mas infelizmente, a SE Ilha Solteira perdeu o último e decisivo jogo para o EC Lemense!.
Embora o acesso oficial tenha sido conquistado pelo EC Lemense, a partir de 1979, a SE Ilha Solteira, volta a disputar o terceiro nível do futebol paulista, onde fica até 1982, quando se licencia para nunca mais voltar… Aqui o time de 1981:
Essa foi a campanha do último campeonato da SEIS:
Mas, assim como a noite nunca é eterna, a ausência do futebol profissional na cidade também viu raiar uma nova esperança nos anos 90, com o surgimento de um novo time: a Associação Esportiva Ilha Solteira
A Associação Esportiva Ilha Solteira foi fundada em 1 de dezembro de 1993 para dar sequência ao legado do futebol profissional na cidade.
Não só temos a camisa do time, como já escrevemos sobre ela e sobre o time (veja aqui!).
O amigo Vinícius Medeiros, que acompanha o blog ainda mandou essas fotos da camisa que usou nos jogos escolares e que por acaso eram do time:
Além disso, a AE Ilha Solteira já nos fez perder uma viagem de mais de 500 km para ver um jogo e … o time não comparecer… Veja aqui como foi! Na foto abaixo, o time do Assisense à esquerda e à esquerda:
O time estreiou na 3ª divisão de 1994 (o quinto nível do futebol paulista daquele ano). Jogou ainda em 1995, 97, 99 e 2.000, e jogou a Segunda Divisão (a tradicional “bezinha”) de 2006 a 2010 e em 2013.
Esse é o time de 2008:
E esse o de 2013:
Bom, mas voltando ao palco onde esses dois times jogaram, vamos dar uma olhada na parte interna do estádio, começando pelo meio campo, com a arquibancada ao fundo.
Os bancos de reserva também estão ali!
Do mesmo ponto de vista, aqui está o gol da esquerda, que também possui uma bela arquibancada com vários degraus.
E aqui o gol da direita.
Somando todas as arquibancadas, a capacidade do Estádio Municipal Frei Arnaldo é de 5.540 torcedores.
O estádio fica um pouco afastado do centro da cidade, então dá pra ver que as arquibancadas convivem com as árvores ao seu redor:
Depois dessa visita, perdoamos o WO de 10 anos atrás…
A cidade já está há tempo demais sem ter um time disputando o profissional, vamos ver se a nossa visita dá sorte e em 2022 voltamos a ver o AEIS na Bezinha, para a alegria do gol!
E para a nossa alegria também!!
E vamos embora, felizes da vida, com mais essa aventura pra nossa carreira!
Até por sua vocação “praieira”, o time adotou como mascote o…. Sol!!!!!! O sol é uma derivação do brasão da bandeira do município, isso porque os raios que saem dele representam a geração de energia elétrica, uma vez que a cidade nasceu da construção da Hidrelétrica de Ilha Solteira, uma das maiores do mundo.
O time do Ilha Solteira manda seus jogos no Estádio Municipal Frei Arnaldo Castilho, e tem capacidade para 5.540 torcedores.
De volta a Assis! Cidade onde meu pai viveu e onde parte da minha família ainda vive.
Assis tem crescido bastante mas ainda mantém boa parte de áreas verdes, como o tradicional Parque “Buracão”.
Algumas avenidas da cidade estão repletas de mangueiras, pena que nessa época do ano, ainda não tem fruta nos pés…
Já estivemos em Assis para escrever sobre futebol por duas vezes. A primeira e mais marcante delas em 2011, quando viajamos mais de 500 km para ver um jogo do Assisense e o time visitante (o Ilha Solteira) deu W.O. (clique aqui e veja como foi).
Dessa vez, a visita ao Estádio Municipal Antonio Viana da Silva, o “Tonicão” foi mais rápida, só pra rever o local, que aliás estava fechado…
Meu pai também esteve nesse rolê e foi nosso guia, relembrando histórias do VOCEM, da Ferroviária, do São Paulo e demais times da cidade.
Bom, mas hoje não tem jeito de fotografar o Estádio. Ou tem?
Ah, pelo buraco deu pra ver que os mais de 10.000 lugares do estádio, construído no início dos anos 90, onde o Clube Atlético Assisense manda seus jogos.
Mais uma bilheteria pra nossa coleção!
A fachada do Estádio está bem arrumadinha, mas perdeu o distintivo do Assisense, que antes ilustrava o muro.
Falando no time do Assisense, que segue disputando a série B do Paulista, a cidade parece estar apoiando um pouco mais do que nos últimos anos (em 2012 o time nem participou da competição). Até dá pra comprar ingressos e camisas do time, nas lojas do centro.
Voltando ao estádio, uma outra olhada pelo buraco pra ver lá ao fundo um pouco mais da área verde do Parque do Buracão.
O Estádio fica ali na Vila Operária, na mesma avenida do Parque, num lugar bem tranquilo.
Quer ver um jogo por lá? Coloque aí no GPS o endereço:
Só toma cuidado com o gato louco.. Olha a cara dele, mano…
Fomos dar uma caminhada pela Vila operária, o local do VOCEM, e onde minha família viveu até a vó Luzia falecer, e olha quem nós encontramos… o Padre Aloísio Belini, patrono do VOCEM e agora símbolo da Escola de Samba Unidos da Vila Operária.
Ah, achei uma foto minha ao lado do Padre Aloísio, do meu avô Tonico e do meu primo (camisa do São Paulo) Marquinhos.
Essa é a Igreja da Paróquia da Vila Operária.
Outra coisa que marca a Vila Operária são os trilhos que limitam o bairro. Nessa altura, o mais engraçado é que o trem quando passava por ali, a caminho de São Paulo, ao invés de seguir no sentido da capital, ele ia no sentido contrário, até Cândido Mota. Só lá, ele fazia a volta e começava a dirigir-se para São Paulo.
Ao redor dos trilhos a história da cidade foi se construindo. De galpões (de onde saiam os grão produzidos na terra vermelha) a bairros, como a Vila Operária.
Ainda está de pé o local da estação de Assis.
Ainda está ali na parede o nome da parada. “Assis”.
Hoje, a cidade cresceu, vivem ali mais de 100 mi pessoas.
O centro da cidade está repleto de lojas tradicionais e muito movimento.
Mas, essa viagem para Assis tinha uma outra meta especial, que era visitar o terceiro estádio da cidade, o único que ainda não havíamos fotografado: o Estádio Marcelino de Souza, onde o Clube São Paulo de Assis e o próprio VOCEM mandavam seus jogos. E lá fomos nós!
O estádio fica junto do clube, e conseguimos entrar para fazer algumas fotos!
Mas antes de entrar, o jeito foi filmar de cima do muro mesmo…
Bela arquibancada para um estádio que atualmente só recebe partidas do futebol amador, hein?
O gramado também está muito bem cuidado!
É aqui que o time do São Paulo de Assis, fundado em 1952, mandava seus jogos.
O time chegou a disputar 4 competições oficiais da Federação Paulista.
Olha aqui o time de 1962:
Aqui, outra época:
O campo fica pertinho da linha do trem!
Enfim… esse foi mais um rolê por Assis. Espero voltar ano que vem para acompanhar mais um jogo do Assisense.