De lá pra cá, muita coisa mudou, mas o Gilbertão segue por lá!
Fizemos questão de dar um pulinho pra registrar a casa do CA Linense!
A bilheteria segue esperando a volta dos torcedores!
Outra coisa que, infelizmente não mudou, nem nunca mais mudará é o Estádio dos Eucaliptos, a primeira casa do CA Linense e que atualmente é um supermercado. Conseguimos bater um papo com um dos antigos frequentadores, que chegou a trabalhar como vendedor dentro do campo.
E olha que foto linda daquela época!
Mas…. Não falamos nem no post da nossa primeira visita e nem no post sobre a nossa camisa sobre uma outra coisa importante relacionada ao futebol de Lins: o time do Clube Atlético Comercial!
Embora não seja tão tradicional quanto o CA Linense (que é de 1927) o CA Comercial também não deixa de ser histórico, já que foi fundado em 1938, na época sob o nome de Comercial Futebol Clube. Esse é o time de 1941, que disputou diversas competições amadores (direto do site História do futebol:
Mas o CA Comercial foi além e em 1949 se aventurou no profissionalismo e disputou seu único Campeonato Paulista, o da Segunda Divisão (vale citar como curiosidade que este foi a 3ª edição organizada pela Federação Paulista de Futebol). A campanha foi bem fraca:
Após sua aventura no profissionalismo, o time voltou ao amadorismo. E nós… Fomos saborear uma pizza!
A cidade nasceu de um pequeno território formado entre o Rio Feio e o Ribeirão Tibiriçá, em 1917 para abrigar equipes de trabalho responsáveis por construir a estrada para o Município de Garça. E logo…. surge uma capela, que se tornaria o “imã” para novos moradores.
Mas o seu nome não é uma homenagem a Getúlio… Trata-se de uma homenagem à Getulina, uma das desbravadoras (ou destruidoras?) das matas da região do Noroeste do Brasil. Em 1935, Getulina foi eleveada a município. A cidade ainda preserva na arquitetura vários casarões do passado.
E também mantém aquele ar tranquilo das cadeiras na varanda de casa…
E não só o nome da cidade não é uma homenagem a Getúlio Vargas, como a cidade faz questão de exibir seu apoio à revolução constitucionalista de 1932.
Além disso, no ano seguinte ao início dessa verdadeira guerra civil brasileira, em 19 de novembro de 1933, surgia o Clube Atlético 9 de Julho!
O CA 9 de Julho como a maioria dos times passou uma boa fase disputando as competições amadoras da região, mas em 1951 estreou no profissionalismo, num ano em que o futebol paulista se dividia em apenas 2 divisões, ou seja… Getulina se viu em meio à 2ª divisão do Campeonato Paulista. A campanha foi…. bem ruim…
Em 1952, novamente na segunda divisão, o CA 9 de Julho também não atingiu bons resultados.
Os maus resultados fizeram o CA 9 de Julho se licenciar e só voltar ao futebol profissional na Terceira Divisão em 1957, onde ficou até 1959, destaque para a campanha de 1957, quando se classificou para a segunda fase:
Mas na segunda fase, terminou na penúltima colocação.
Aqui, a campanha de 1958:
E por fim, sua última participação no futebol profissional, em 1959, fechando em último lugar e desanimando o pessoal para seguir no profissional.
O Clube Atlético 9 de Julho mandou os seus jogos no Estádio Municipal, que no passado se chamou Estádio Pedro de Toledo, e atualmente se chama Estádio Pedro Benedito Nascimento.
O Estádio tem o apelido de Pixoxó. Até onde eu pesquisei, Pixoxó é o nome de um pássaro e também foi um político dos anos 50, mas não sei qual a razão para o apelido do estádio ser esse, você sabe?
Aparentemente, a última gestão da prefeitura municipal fez algumas melhorias no estádio.
Bacana o grafite do cara tocando a mão com a Mari!
“Respeite a arte. Respeite o esporte”.
Destaque para a linda arquibancada coberta, com uma pequena cabine para transmissão.
Perceba como o gol fica há poucos metros a frente das casas:
Além de ver a igreja ao fundo, perceba as torres de iluminação.
E olha que linda essa imagem do estádio na época em que ainda se chamava Estádio Pedro de Toledo, com uma arquibancada lotada e com o distintivo do CA 9 de Julho lá estampado na parte central:
Aqui, um olhar do campo todo.
Essas fotos foram feitas do morro ao lado do Estádio!
E esse espaço? Seria para a arbitragem?
Aqui, a vista do gol que fica pertinho das casas, feita do lado da arquibancada, ou seja, o gol do lado esquerdo:
E aqui o gol da direita, e lá no fundo o morro de onde fiz as outras fotos!
O meio campo, com um gramado bem cuidado, também com os seus postes de iluminação ali… literalmente bem “postados”!
E aqui, a arquibancada coberta começa a se revelar…
São apenas 8 lances de arquibancada, uma capacidade bastante reduzida, mas que garante a proteção das intempéries do clima.
Se aquelas fotos do fundo foram feitas de cima do morro, essas da arquibancada foram feitas de cima do muro:
Olha aí a entrada do estádio (que estava fechada, diga se de passagem!).
Hora de ir embora, mas não sem antes registrar um grafite em frente ao estádio em homenagem aos Trapalhões.
A origem da cidade está ligada ao confronto entre os indígenas locais e os posseiros, que invadiam as terras da região. Nesta época, os indígenas eram vistos como um grande empecilho do desenvolvimento do estado… Vale ler o livro “Índios no Estado de São Paulo: resistência e transfiguração” sobre o tema:
O progresso não podia esperar, fosse pelas plantações de café que tomavam cada vez mais conta do interior, ou o desenvolvimento da Estrada de Ferro. No caso de Promissão, a Estação Ferroviária “Hector Legru” que seria inaugurada em fevereiro de 1908 veio dar apoio aos que passavam a ocupar essa terra. Foto do Blog do Giesbrecht:
A partir daí, o caminho estava aberto para novos habitantes, e seria inclusive a primeira cidade do Brasil a receber imigrantes japoneses. Em 1923, adquire autonomia municipal.
Nossa missão em Promissão era de registrar o Estádio Municipal Verano Piromalli.
A inauguração do estádio foi em 13 de julho de 1930. Aqui uma bela matéria sobre o evento (Fonte: História do Futebol).
E lá vamos nós para conhecer mais um estádio do interior de São Paulo, na pacata cidade de Promissão, o Estádio Municipal Verano Piromalli!
Aí está a bela fachada:
Mas, infelizmente o Estádio Municipal Verano Piromalli estava fechado 🙁 O jeito foi fazer um vídeo por cima do muro pra você conhecer um pouco do campo e da parte interna:
Uma visão do Google:
Aqui, o gol do lado esquerdo da arquibancada:
Aqui o gol do lado direito, com uma palmeira muito bonita ali atrás!
O Estádio Municipal Verano Piromalli possui uma bela arquibancada coberta, que cobre quase toda a lateral!
No site História do Futebol existe uma linda foto de um postal do estádio, provavelmente nos anos 50 ou 60. Aparentemente, existia um lance central pequeno de arquibancada coberta e dois lances descobertos, que no futuro acabou se tornando a arquibancada acima.
Em 2021, o Estádio Municipal Verano Piromalli passou por uma reforma, com troca do gramado, com aumento das marcações para o padrão FIFA, telas de proteção, caixa d´água para irrigação, reforma dos vestiários, entre outros detalhes.
O Estádio foi a casa dos dois times que representaram a cidade no futebol profissional!
O mais antigo deles é o Promissão Esporte Clube (o distintivo vem do site Futebol Nacional), fundado em 26 de fevereiro de 1957:
Tá a fim de uma camisa retrô do Promissão Esporte Clube? O site Só Futebol Brasil oferece dois modelos (branca e preta):
O Promissão Esporte Clube estreou no profissionalismo em 1964, na 4a Divisão (chamada naquele ano de “Terceira Divisão”, uma vez que o primeiro nível era chamado de “Divisão especial”) e, para surpresa geral, outro time de Promissão disputou esse mesmo campeoanto: o Clube Atlético Internacional, fundado oficialmente em 1958. O distintivo veio do site Arquivos Futebol Brasil:
Tá a fim de uma camisa retrô do CA Internacional de Promissão? O site Só Futebol Brasil oferece dois modelos (branca e vermelha):
Veja a participação do Clube Atlético Internacional naquela 3ª divisão de 1964, que, como eu já disse, equivalia ao quarto nível do Campeonato Paulista:
E assim terminou aquele campeonato, com o time do Promissão EC em 3º lugar, a um ponto da classificação e o CA Internacional em último lugar…
Em 1965, apenas o Promissão EC seguiu na disputa, mas sua má campanha (veja tabela abaixo) acabou fazendo com que o time desistisse do profissional e seguisse no amador até os dias de hoje.
Vale ressaltar que nos anos 80, a cidade teve um time feminino que também jogou no Estádio:
Tarde de sábado, 23 de outubro de 2021. Para a cidade de Suzano, a data tem que ficar marcada: dia histórico para o futebol local. É hora de decidir quem sai da série B e vai pra A3 de 2022. E a cidade entrou no clima!
O Estádio Municipal Francisco Marques Figueira, o tradicional Suzanão viveu o dia que sempre sonhou… Bexigas coloridas, batucada em frente à entrada e até um pessoal vendendo bandeiras e máscaras do USAC…
Até fila pro pessoal entrar, teve!
Normalmente faço questão de comprar meu ingresso, mas ao chegar fui informado que não haveria venda no dia, já que todos já haviam sido distribuídos durante a semana.
Fiquei chateado em perder a viagem, mesmo vendo surgirem ingressos a todo instante… Falei com a pessoa que disseram ser a responsável e ela disse que não tinha o que fazer…
Quando já estava quase desistindo vi uma família com alguns ingressos na mão e perguntei se tinha algum sobrando e… Obrigado a vocês que me arrumaram o ingresso!
Agora a fila já não parecia tão divertida… O jogo começara e pelo barulho que eu ouvi enquanto apresentava a carteirinha de vacinação comprovando minhas duas doses, o time local havia inaugurado o placar. Só deu tempo de ver o fim da comemoração da torcida local! Depois pude ver o golaço do volante Tenner, aos dois minutos. Como já haviam vencido o primeiro jogo, fora de casa, por 3×2, o gol tão cedo tirou a graça do jogo…
Há cerca de 2 anos estivemos no Estádio Municipal Francisco Marques Figueira, para acompanhar o clássico entre Santo André e São Caetano (o Brunão estava em reformas). Aproveitamos para contar um pouco da história do futebol profissional em Suzano. Veja aqui como foi!
Mas hoje, seria diferente. A cidade estava muito perto de ver o acesso do União Suzano Atlético Clube para a série A3 de 2022, para a tristeza do desafiante Grêmio Prudente!
Hora de registrar a presença em mais um momento marcante do futebol paulista. Perceba que este é o mesmo boné de nossa última visita hehehe…
O ingresso ganho era para a arquibancada descoberta, que tinha um público interessante, ainda que limitado pela pandemia. Só o sol forte das 15hs, mesmo com um céu encoberto de nuvens, é que incomodava um pouco.
Sol forte comemorado pelos vendedores de água que puderam acabar com o estoque (e nem tava tão cara, R$ 2).
Mas depois de tanto tempo sem assistir a um jogo no estádio, nem sol nem chuva chegam a atrapalhar
Do outro lado, nas cadeiras cobertas, vários convidados viam a mesma partida que a gente, mas na sombra.
Aos 27 minutos, o USAC ampliou, novamente com Tenner: 2×0. Era o fim de qualquer medo. O USAC estava muito perto da A3!
Seria uma questão de tempo até a torcida de Suzano cair na festa! O USAC enfim deixaria a Bezinha pra trás!
Além do elenco, o principal responsável por tal feito é esse cara de calça jeans aí abaixo.
Trata-se de Ricardo Costa, que aos 40 anos estava prestes a conquistar seu quinto acesso (os 5 por clubes diferentes: Portuguesa Santista em 2016, EC São Bernardo em 2017, Marília em 2019 e São José em 2020) na tão temida “Bezinha”, o quarto nível do futebol paulista.
O que será que o destino reserva para Ricardo Costa em 2022? Mais um acesso na Bezinha? Ou finalmente terá uma chance nas divisões superiores? Vamos agurdar!
Com o acesso praticamente garantido, é hora de dar uma olhada no estádio e na torcida, que compareceu na medida do possível.
Tinha muita gente que é ligada ao futebol amador (campo e salão) da cidade.
Muitos apaixonados pelo futebol e que entenderam a importância desse acesso na vida do futebol em Suzano…
Quem não podia faltar era o pessoal apaixonado, da “Torcida Javali“:
Pra piorar a situação dos visitantes, o Grêmio Prudente teve um jogador expulso após o segundo amarelo, aos 35 minutos ainda no primeiro tempo: Wallace voltou mais cedo pro vestiário.
O estádio também estava cheio dos “apaixonados” pela Bezinha: Mário Gonçalves (que acaba de lançar um livro sobre o SC Atibaia), o juventino Pucci, o “histórico” Milton e o Roberto, com sua camisa da Lusa:
E abraço pro amigo Genílton Lucas que também estava na torcida pelo USAC!
O pessoal do Jogos Perdidos também estava por lá, olha aí o Fernando fazendo suas incríveis fotos! Já já deve sair a matéria sobre o jogo!
Mesmo jogando com um a menos e perdendo por 2×0, o Grêmio Prudente terminou o primeiro tempo pressionando, mas nada que diminuísse a festa na torcida local!
Aliás, fica aí um salve especial ao pessoal da Torcida Javali, que fez a festa ficar mais animada!
Começa o segundo tempo e a torcida realmente não tem tempo de parar de comemorar…. aos 9 minutos USAC 3×0!!!!
O Estádio Municipal Francisco Marques Figueira tem capacidade para cerca de 4 mil torcedores, e tomara que na série A3, já totalmente livres da pandemia, possamos ver suas arquibancadas cheias!! O público anunciado foi de 717 pessoas.
E pra fechar com chave de ouro, já ouvindo alguns gritos de “olé”, aos 38 minutos veio o quarto gol, do atacante com nome de craque: Romário deu números finais à partida: USAC 4×0 Grêmio Prudente. Aí foi só fazer a bola rolar até o apito final.
O apito final foi comemorado como um gol!
E a festa mudou de lugar… Saiu das arquibancadas e foi para dentro do campo!
Agradeço aos deuses do futebol por poder participar como espectador. Hora de voltar para casa, com a cabeça cheia de memórias e imagens desse acesso!
Já estivemos por lá, registrando o Estádio Municipal Adhemar de Barros em 2013. Veja aqui como foi.
O tempo passa rápido demais… Esse rolê anterior foi há quase 10 anos… Por isso, corra atrás dos seus sonhos hoje, não deixe para amanhã…
O Estádio Municipal Adhemar de Barros foi inaugurado em 1940 e finalizado em 1942.
Atualmente, o Adhemar de Barros tem capacidade para 15 mil torcedores.
E aí estamos nós, mais uma vez em frente ao Estádio Municipal Adhemar de Barros…
O futebol em Araçatuba é muito rico, tem muita história! Podemos dizer que um dos seus embriões foi o time da Associação Atlética Assistência, fundada em 8 de Outubro de 1945. O distintivo abaixo veio do incrível site Escudos Gino.
O time disputou uma série de competições amadoras, essa é uma foto do time de 54:
E esse, o de 1957:
Mas em 1964, o AA Assistência desafia o impossível e fez sua estreia no profissional com sua única participação na Quarta Divisão do futebol paulista.
E até que fez uma boa campanha, terminando empatado com o terceiro colocado (classificavam apenas duas equipes pra próxima fase) como se pode ver na classificação (todos os dados que você verá nesse post, eu peguei no incrível livro “A enciclopédia do futebol paulista“):
Porém, mesmo tendo sido fundado alguns anos depois, um outro time local fez sua estreia no profissionalismo antes mesmo da AA Assistência: o São Paulo FC!
O São Paulode Araçatuba foi fundado em 1948, como homenagem ao homônimo da capital, que venceu um torneio realizado na cidade com o “trio de ferro” paulistano e tornou-se um dos times mais tradicionais da região, estreando na segunda divisão (a atual A2) de 1948 (que teve o XV de Piracicaba como campeão).
Esse foi o time de 1948 (da sessão “Que fim levou” do site do Terceiro Tempo de Milton Neves):
Aliás, no grande portal de Milton Neves existe uma foto bastante curiosa, que é apresentada como sendo de 1947…. Embora oficialmente o time tenha sido fundado em 1948:
O São Paulo FC de Araçatuba participou de outras 5 edições da Segunda Divisão de 1949 a 1953, sempre com campanhas medianas, com exceção de 1952, quando classificou-se para a segunda fase (jogando o segundo grupo).
Em 1949 o São Paulo FC se fundiu com o Clube Atlético Araçatuba, um forte time amador da cidade, fundado em 1943 e que havia disputado o Campeonato do Interior em 1945.
Mas apenas em janeiro de 1954 decidem dar um novo nome ao time que surgiu dessa fusão e assim, nasce o Araçatuba EC, (distintivo vindo do site Escudos Gino):
Vale reforçar que em 1962, o tricolor de Araçatuba ainda retornaria ao profissionalismo para disputar a Quarta Divisão daquele ano e a de 63, ambas sem grandes resultados.
Se você quiser uma camisa retrô do Araçatuba EC, visite o site Só Futebol e adquira a sua!
O Araçatuba EC disputou a Segunda Divisão de 1954 e 55. A melhor campanha foi no ano de estreia, em 1954, quando classificou-se para a fase final:
A cidade não podia ficar sem futebol e com o licenciamento do Araçatuba EC, em 1956 surge mais um time: o CA Flamengo. Mais uma vez o distintivo veio do site Escudos Gino:
O Clube Atlético Flamengo disputou a Terceira Divisão de 1957 e teve uma excelente campanha, conquistando o acesso para a Segunda Divisão de 1958, a qual disputou apenas 7 jogos antes de abandonar o campeonato sabe se lá porque…
Aqui a campanha da primeira fase de 1957, quando jogou o grupo da “série 2“:
E aqui a fase final, onde jogando o grupo 2 terminou em segundo lugar, não conquistando vaga para a final, mas subindo para a segunda divisão de 1958.
Em 1963, surge o Clube Atlético Ferroviário para dar sequência à tradição de times profissionais de Araçatuba.
O “Ferrinho“, também começou como amador, mas logo contou com o apoio da cidade e até da prefeitura para disputar o profissional, estreando em 1964 na Quarta Divisão, onde ficou até 1966, quando sagrou-se campeão!
Essa foi a campanha da primeira fase:
Na segunda fase, integrou o grupo da 6a série e classificou-se em primeiro!
Teve até celebração do “título da série“.
E se já teve festa para a conquista da série, imagina como ficou a cidade com o título paulista da 4a divisão…
O acesso seria para a Terceira Divisão, mas o CA Ferroviário acabou convidado para disputar a Segunda Divisão (na época, chamada de “Primeira“, enquanto a Primeira era a “Especial“). O CA Ferroviário tinha seu próprio estádio mas em 1967, para disputar o segundo nível era necessário um estádio com maior capacidade e foi necessária uma reforma no estádio Municipal para receber a competição.
O time chega a se classificar para a etapa final, mas sem conseguir chegar à elite estadual. Aqui, a tabela final da primeira fase, jogando o Grupo A “Doutor José Ermírio de Moraes Filho“.
E aqui, o quadrangular final, que terminou com os 3 primeiros colocados empatados exigindo um “supercampeonato” para definição do campeão (o XV de Piracicaba):
Estivemos em Araçatuba em 2024 para acompanhar a semifinal da bezinha, e aproveitamos para tentar descobrir onde ficava o campo do CA Ferroviário, e infelizmente, só sobraram memórias e um último tijolo daqueles antigos…
O campo vai ser transformado em um terminal rodoviário…
Em 1968, o CA Ferroviário novamente disputa o segundo nível do futebol paulista, com uma campanha mediana e em 1969, abandona a disputa e é substituído pelo Araçatuba FC. Distintivo do site História do Futebol:
O Araçatuba FC fora fundado um ano antes, em 1968, e disputou a Segunda Divisão de 1969 a 71, sempre com campanhas bastante fracas, ocupando as últimas posições do seu grupo, como foi o caso de sua última participação, jogando o grupo “Arthur Friedenreich“:
Com tantas más campanhas, o Araçatuba FC acaba fechando suas portas. Mas… não a cidade não ficaria sem um time profissional: para a disputa do campeonato da segunda divisão de 1972, o Esporte Clube Tião Maia, time do frigorífico de mesmo nome, fundado em 9 de abril de 1959 decide se profissionalizar e cumprir a tarefa de dar continuidade à história da cidade!
Porém, o “T. Maia”, como era conhecido, disputou apenas o Campeonato da Segunda Divisão em 1972 e logo na sequência foi extinto.
O criador do time foi Sebastião Ferreira Maia, conhecido como Tião Maia, gaúcho de Passos, um empresário, proprietário rural e pecuarista que veio a falecer aos 89 anos.
E ainda em 1972, no dia 15 de dezembro, surge o time que teria a maior participação nos campeonatos da Federação Paulista: a Associação Esportiva Araçatuba!
A “AEA” estreou na segunda divisão de 1973, com uma campanha indiscutível: sagrou-se campeã em seu primeiro ano de existência!
Mas… Nem sempre tudo são flores… De 1972 até 1975, os clubes da Primeira Divisão deram uma forçada na barra e conseguiram que a Federação suspendesse a “Lei do Acesso“, ou seja… mesmo com a linda campanha abaixo, o time manteve-se na Segunda Divisão até 1991…
A segunda fase:
E a fase final:
Outras formações do AEA:
Depois de vários anos de disputa, finalmente veio o acesso com o Bicampeonato da Segunda Divisão de 1991. Olha aí a campanha:
A segunda fase:
E o quadrangular final:
Quando a AE Araçatuba parecia que ia engrenar na primeira divisão, veio a reorganização no futebol paulista, levando nada menos que 14 times da primeira divisão para a então criada “Série A2 de 1994“, selando assim seu rebaixamento, mesmo terminando a A1 de 1993 em 8º lugar de seu grupo.
Mas o AEA mostraria sua força com a conquista do Tricampeonato da A2, retornando à série A1 já para o campeonato de 1995. Veja como foi sua campanha em 1994:
A A.E. Araçatuba permaneceu na série A1 de 1995 até o ano 2000, quando foi rebaixado para a A2. Naquele ano, o time acabou prejudicado por perder 20 pontos no STJD devido à utilização de atletas irregulares, mas a crise começava a se agravar, leia aqui uma matéria da Folha de SP falando sobre esse tema.
Jogou a A2 de 2001 e em 2002, quando caiu para a A3, em último lugar.
Jogou a A3 de 2003 e retornou à A2, ficando ali até 06, quando retornou para a A3. Mas a partir daí tudo estava muito difícil… A AEA disputou a A3 de 2007 e acabou se licenciando.
Em 2012, o time volta na Quarta Divisão, disputando a competição também em 2013, 16 (com o time abaixo) e 2020.
E se você acha que o futebol de Araçatuba termina por aí, espera que falta o último capítulo, com o Atlético Esportivo Araçatuba (“Outro AEA“?? – você pode perguntar)
O clube nasceu em 5 de outubro de 2002, com a mesma cara do tradicional AEA e com o apelido de Tigrão no lugar do canário. E o que se comenta é que o time teria nascido para substituir o AEA original naquela tradicional manobra de “mudar o nome para esquecer as dívidas (que na época já ultrapassavam os R$ 4 milhões)” e que em 2005 o Atlético disputasse a A2 no lugar do AEA, mas, a Federação Paulista de Futebol não aceitou a troca e assim, o Atlético Esportivo Araçatuba decidiu disputar a Quarta Divisão. O Atlético disputa a Quarta Divisão até 2009, quando o “Tigrão da Noroeste” consegue o acesso para a Série A3 de 2010 com o vice campeonato. E por uma grande coincidência, nós estávamos lá no jogo do acesso! Confira aqui como foi e veja abaixo o gol do Atlético!
Esse foi o time de 2009, campe˜ão:
Após sua estreia na A3, o Atlético Araçatuba se licenciou em 2011 e só voltou em 2016, mais uma vez na Segunda Divisão e pode pela primeira vez fazer o Dérby de Araçatuba, contra a AEA.
Mas a cidade parecia pequena demais para os dois AEA‘s e em 2018, o Atlético mudou sua sede para Andradina e se inscreveu na Segunda Divisão com o nome de Andradina Esporte Clube, terminando assim sua ligação com a cidade.
Ufa…. Depois de tantos times, em 2021, não houve representantes da cidade nas competições oficiais da Federação, por isso…
Faltou a tradicional foto da entrada da cidade, mas não é problema, taí uma feita por outro pessoal (fonte: site Mapio):
Auriflama é mais um caso de cidade que se formou recentemente. Ainda nos anos 30, não passava de um aglomerado de casas no entorno de onde vivia João Pacheco de Lima, dando origem à Vila Pacheco. Aos poucos surge um novo vilarejo, denominado Vila Áurea (em homenagem à filha do Pacheco) e em 1944, a Vila se transformou na “chama de ouro”, ou simplesmente Auriflama, que seria emancipada em 1953.
E logo o futebol faria parte da vida social e esportiva da cidade. Segundo o amigo Ademir José Torchetti, o primeiro espaço importante do futebol em Auriflama foi o antigo “Campo Municipal“, que chegou a ter uma cerca de tábuas em torno dele (uma tradição antiga nos estádios brasileiros), mas que não tinha arquibancadas. Seu vestiário era de madeira e o chuveiro daqueles canos de agua fria.
Foi nesse campo que o futebol profissional teria chegado à cidade, com o SOREA, a Sociedade Recreativa Auriflama.
O SOREA foi fundado em 12 de outubro de 1955 e estreou na 4a divisão em 1962 e fez uma campanha bastante irregular, classificando-se para a próxima fase, mas abandonando a competição…
O SOREA voltou a disputar a 4a divis˜ão em 1965, na 3a série, numa campanha melhor, mas ainda na parte de baixo da tabela, com apenas uma vitória e dois empates.
Com as duas más campanhas, o time acabou se licenciando e só voltou a disputar o Campeonato Paulista na 3a divisão, em 1981, já no Estádio Municipal “Geraldo Secco”.
O SOREA permaneceu na terceira divisão até 1986, quando novamente se licenciou para retornar apenas em 1991 na disputa do seletivo para o Campeonato Paulista da Quarta Divisão. Depois dessa disputa, o SOREA encerrou sua participação no profissionalismo, limitando-se à competições amadoras.
Com o fim do time surgiu o Guarani que disputou apenas as competições amadoras da região.
Entretanto, em 2016 surge um novo SOREA para disputa da 1ª Taça Paulista, organizada pela Liga de Futebol Paulista.
Em nossa visita à cidade não pudemos registrar o antigo estádio que já não existe mais, mas tivemos a oportunidade de fazer umas fotos do Estádio Municipal “Geraldo Secco”.
O site da prefeitura apresenta uma linda foto aérea do estádio:
No começo, parecia que não seria possível adentrar ao Estádio Municipal “Geraldo Secco”…
Mas, com certo esforço a gente sempre dá um jeito de estar próximo do campo para conhecer seu detalhes. Aqui, uma foto feita da arquibancada atrás do gol:
Essa é a arquibancada atrás do gol.
Ao lado do campo, ainda temos uma arquibancada menor, coberta e muito charmosa!
Na outra lateral, ainda temos espaço para um eventual crescimento, quem sabe com mais uma arquibancada, quando o SOREA chegar à série A1. E o impossível não existe no futebol, antes que você pense qualquer coisa…
Aqui um vídeo feito já do lado de dentro do campo:
Auriflama também estava super seca no dia da nossa visita, mas o campo está sendo bem cuidado.
E olha que lindas as árvores ali ao fundo, dando um cuidado com o aspecto de sustentabilidade, que muitas vezes é completamente esquecido pelos times. Dá até a impressão de que seja feio ter árvores dentro de um estádio…
Até palmeiras embelezam o Estádio Municipal “Geraldo Secco”:
Esse marco dentro do campo mostra que o estádio foi construído em 1980, e foi daí que eu percebi que para a disputa dos campeonatos dos anos 60 o SOREA usou outro estádio, o tal antigo Campo Municipal.
Com nossa missão cumprida, dá tempo de um último olhar no campo e me voltar à estrada.
A caminho de Araçatuba, cruzamos com um rio Tietê lindo, limpo e inspirador…
Porém, pouco antes de adentrar a cidade, uma imagem chama a atenção: o canal artificial “Deoclécio Bispo dos Santos“construído na década de 80 e que interliga os reservatórios de Três Irmãos e de Ilha Solteira permitindo a navegação e a geração de energia integrada dos dois rios. É o segundo maior canal artificial de água doce do mundo (só perde pro canal de Suez, no Egito), com 9.600 m de comprimento e 50 m de largura.
Pereira Barreto é um nome tradicional para quem mora no ABC: é a principal avenida que liga São Bernardo e Santo André. Já a cidade, foi fundada oficialmente, em 11 de agosto de 1928, com o nome de Novo Oriente, já que era parte dos planos da Sociedade Colonizadora do Brasil Ltda (BRATAC) para receber imigrantes japoneses para a lavoura. Em 1938, o então distrito de Novo Oriente foi elevado à categoria de município, e recebeu o nome de Pereira Barreto. Aqui, o monumento “Obelisco”, que fica próximo ao trevo da entrada da cidade, desenvolvido pelo artista Sarro, integrando as figuras de um pescador, um turista e um trabalhador.
Existe ainda um Monumento Alusivo ao Esporte, localizado na rotatória que liga as avenidas Jonas Alves de Mello e Humberto Liedtke:
Pereira Barreto ainda guarda fortes traços de seus fundadores, os imigrantes japoneses:
Até time de beisebol já existiu (e ainda existe) na cidade!
Destaque para o calor que estava fazendo aquele dia e para este singelo cupinzeiro (ou formigueiro…) que estava no nosso caminho…
Nosso objetivo em Pereira Barreto era registrar o Estádio Municipal “Joaquim Francisco Dias ‘Sabiá’ ”.
Sua bilheteria, um pouco mal cuidada, mas ainda de pé!
Uma pena não existir nenhum tipo de identificação com o nome do estádio…
O Estádio Municipal “Joaquim Francisco Dias” possui uma arquitetura bem única, como se pode ver:
Essa foi a casa dos 2 times da cidade nas aventuras de Pereira Barreto pelo futebol profissional. O mais antigo deles é o Esporte Clube XI de Agosto.
O Esporte Clube XI de Agosto foi fundado em 11 de agosto de 1963 e após amistosos e competições amadoras, estreou no profissionalismo em 1965 na 4a divisão, no grupo “3a série”, ao lado do Andradina FC, do CA Jalesense, do Mouran de Andradina, do SOREA (Auriflama) e da AE Aparecida, terminando em 4º lugar.
Jogou ainda mais uma edição da 4a divisão em 1966, no 7º grupo, terminando em último lugar o que levou o time a se licenciar por alguns anos.
O time só retornaria em 1973, na 3a divisão, jogando o grupo da Série C e amargando a última colocação.
Em 1974, o time estava inscrito, mas acabou desistindo de participar da 3a divisão e do futebol profissional até os dias de hoje. Ainda assim, o GRE Pereira Barreto siga existindo como clube, com sede social e até um campo de futebol próprio:
O outro time da cidade é o Grêmio Recreativo Esportivo Pereira Barreto, fundado em 25 de fevereiro de 1974. O distintivo abaixo veio do site “Escudos do mundo“:
O GRE Pereira Barreto surgiu para preencher o vazio deixado pelo EC XI de Agosto e estreou no Campeonato Paulista da 3a divisão em 1975, seguindo a sina do XI de Agosto e terminando em último lugar de um Campeonato que teve tantos problemas de regularização que a FPF declarou que não houve campeão naquele ano.
Em 1976, mais uma tentativa e… novo fracasso. Novamente termina em último lugar, fazendo com que mais uma vez o futebol profissional fosse abandonado pela cidade, o que dura até hoje.
Tristeza para a cidade, para a torcida e principalmente para o Estádio Municipal “Joaquim Francisco Dias ‘Sabiá’ ”, que nunca mais teve o sabor das disputas profissionais…
Para quem não teve a oportunidade de conhecer o estádio, aí está a foto do meio campo:
Aqui, o gol da esquerda (de quem olha do lado oposto ao da arquibancada):
E do gol do lado direito:
Um vídeo para uma visão mais ampla do estádio e do campo, principalmente. Pena que o vento atrapalhou tanto o áudio…:
O tempo seco e a falta de pintura, deram às fotos uma aspecto um tanto quanto desértico…
Ao fundo do gol, as casas da cidade. Percebe que não existe nenhum prédio nessa direção.
Mesmo seco, o gramado está bem cortado, mostrando que tem acontecido manutencão.
O que separa o campo da torcida é um alambrado simples, estilo Rua Javari.
Assim nos despedimos desse espaço tão importante!
Apenas o urubu dos estádio permanece no tórrido ambiente do Estádio Municipal e vamos para a estrada…
Depois de tanta estrada, finalmente chegamos na mais distante cidade deste rolê: Ilha Solteira!!
Segundo o Waze, daqui até Santo André, seriam 694 km… Bastava fazer o retorno ali a frente, já na cidade de Selvíria, no Mato Grosso do Sul.
Olha a placa aí da divisa já voltando no sentido de SP, enquanto isso, ali no canto direito superior, o gavião vai fazer um rolê pelo Mato Grosso do Sul…
Agora, basta cruzar o lindo rio Paraná e começar a voltar…
A cidade, que outrora pertenceu à Pereira Barreto, acabou ganhando importância com a construção da Usina Hidrelétrica (até seu brasão homenageia a “produção de energia elétrica”), iniciado em 1968 e que logo fez com que mais de 50 mil pessoas morassem ali. Após a construção, a cidade viu a população diminuir para 20.568 habitantes.
O visual da cidade é incrível, principalmente por conta do rio Paraná. Para quem não conhece, vale a pena a visita!
Ali of fundo a ilha que dá nome à cidade!
A cidade ainda trabalha pouco o seu potencial turístico, o local ainda é mais conhecido pelo pessoal que curte a pesca.
E não… Não invente de fazer graça, o risco está ali…
Mas a área urbana da cidade também é muito bem desenvolvida, com um comércio forte, ruas amplas e muita opção para quem mora ou visita a cidade. A gente almoçou por lá e foi bem legal!
Mas nosso grande objetivo era o de registrar uma cancha que sempre sonhei em conhecer: o Estádio Municipal Frei Arnaldo Castilho!!!
Uma entrada apenas “singela”, mas muito especial pra quem gosta de futebol.
A tradicional bilheteria!
E o brasão da cidade e …. não sei o que é esse da esquerda, você sabe? O amigo André deu o palpite dele: “pelo D. E. e bolas de diferentes esportes deduzo que seja (ou tenha sido) do Departamento de Esportes do município”. Ele ainda disse que o nome do estádio homenageia o padre que esteve na cidade de 1969 a 1976. Morreu em um acidente automobilístico no trevo de Nhandeara, indo de Ilha Solteira a Votuporanga, aos 48 anos. Foi o primeiro padre em Ilha Solteira (fundada poucos meses antes, em 15/10/1968) e sua morte prematura foi muito marcante na história do município.
O que importa é a gente registrar mais esse templo do futebol e, dentro dos nossos limites, relembrar principalmente para a população de Ilha Solteira a importância e o valor do Estádio Municipal Frei Arnaldo Castilho!
E essa importância é devida principalmente a dois times que desafiaram as dificuldades e as distâncias para trazer o futebol profissional para a cidade de Ilha Solteira. O primeiro é a Sociedade Esportiva Ilha Solteira, cujo distintivo veio lá do Escudos do Mundo Inteiro:
A Sociedade Esportiva Ilha Solteira foi fundada em 15 de setembro de 1970, e fez sua estreia no futebol profissional na Terceira Divisão de 1976 (na época chamada de Segunda Divisão, já que o primeiro nível era chamado de “Especial”), com esse time:
E olha que bela campanha fez em sua estreia. No primeiro turno ficou um ponto atrás do líder, o Dracena FC (que se classificou para a fase final):
Aliás, a classificação abaixo foi mais uma vez obtida no novo livro da Federação Paulista de Futebol, chamado “125 anos de história” (a venda pelo pessoal da Livraria Pontes):
E se você achou que o primeiro turno foi “sorte de principiante”, olha que linda campanha a SE Ilha Solteira fez no segundo turno.
Foram 6 vitórias e apenas 4 derrotas, uma pena que o time da A Cafelandense de Esportes estava inspirado…
A SE Ilha Solteira, também chamada de “SEIS” disputou o profissional até 1982, jogando em 1977 e 78 a “Segunda Divisão“, que equivalia ao quarto nível do estado, devido ao novo modelo de divisão adotado pela FPF: Especial (equivalia à 1ª), Intermediária (2ª), “Primeira” (3ª) e “Segunda” (4ª). Aqui a classificação de 1977, jogando a Série Manoel Nunes e terminando em 4º lugar no grupo.
Esse foi o time de 1977:
Em 1978, mais uma incrível campanha, terminando como vice campeão paulista da Segunda Divisão (o quarto nível), que foi se encerrar apenas em 1979. Essa foi a primeira fase, que terminou com a SE Ilha Solteiralíder:
Os times classificados foram para o chamado “Grupo dos vencedores” e disputaram mais uma fase, onde a SE Ilha Solteira terminou em 3o lugar, mas garantindo sua classificação para o fase final de grupos:
Na fase final de grupos, jogando no Grupo I, a SE Ilha Solteira liderou e classificou-se para a final do campeonato, contra o líder do Grupo II, o EC Lemense!
As partidas finais foram dramáticas… Mas infelizmente, a SE Ilha Solteira perdeu o último e decisivo jogo para o EC Lemense!.
Embora o acesso oficial tenha sido conquistado pelo EC Lemense, a partir de 1979, a SE Ilha Solteira, volta a disputar o terceiro nível do futebol paulista, onde fica até 1982, quando se licencia para nunca mais voltar… Aqui o time de 1981:
Essa foi a campanha do último campeonato da SEIS:
Mas, assim como a noite nunca é eterna, a ausência do futebol profissional na cidade também viu raiar uma nova esperança nos anos 90, com o surgimento de um novo time: a Associação Esportiva Ilha Solteira
A Associação Esportiva Ilha Solteira foi fundada em 1 de dezembro de 1993 para dar sequência ao legado do futebol profissional na cidade.
Não só temos a camisa do time, como já escrevemos sobre ela e sobre o time (veja aqui!).
O amigo Vinícius Medeiros, que acompanha o blog ainda mandou essas fotos da camisa que usou nos jogos escolares e que por acaso eram do time:
Além disso, a AE Ilha Solteira já nos fez perder uma viagem de mais de 500 km para ver um jogo e … o time não comparecer… Veja aqui como foi! Na foto abaixo, o time do Assisense à esquerda e à esquerda:
O time estreiou na 3ª divisão de 1994 (o quinto nível do futebol paulista daquele ano). Jogou ainda em 1995, 97, 99 e 2.000, e jogou a Segunda Divisão (a tradicional “bezinha”) de 2006 a 2010 e em 2013.
Esse é o time de 2008:
E esse o de 2013:
Bom, mas voltando ao palco onde esses dois times jogaram, vamos dar uma olhada na parte interna do estádio, começando pelo meio campo, com a arquibancada ao fundo.
Os bancos de reserva também estão ali!
Do mesmo ponto de vista, aqui está o gol da esquerda, que também possui uma bela arquibancada com vários degraus.
E aqui o gol da direita.
Somando todas as arquibancadas, a capacidade do Estádio Municipal Frei Arnaldo é de 5.540 torcedores.
O estádio fica um pouco afastado do centro da cidade, então dá pra ver que as arquibancadas convivem com as árvores ao seu redor:
Depois dessa visita, perdoamos o WO de 10 anos atrás…
A cidade já está há tempo demais sem ter um time disputando o profissional, vamos ver se a nossa visita dá sorte e em 2022 voltamos a ver o AEIS na Bezinha, para a alegria do gol!
E para a nossa alegria também!!
E vamos embora, felizes da vida, com mais essa aventura pra nossa carreira!
A cidade também é bastante jovem, tendo sido criada em 1964, a partir de um “desmembramento” de território, já que fazia parte de Pereira Barreto.
Outra característica comum às cidades do interior é o fato delas normalmente crescerem ao redor de algum símbolo ou local sagrado. No caso de Aparecida d’Oeste, o povoado surgiu ao redor de uma pequena capela de pau-a-pique e desenvolveu-se graças à atividade agrícola. Atualmente pouco mais de 4 mil pessoas vivem por lá.
Nosso objetivo em Aparecida d’Oeste é registrar mais um estádio que teve a oportunidade de ser sede de uma competição oficial da Federação Paulista, o Estádio Municipal Leopoldo Alberto de Oliveira Gonçalves, também conhecido carinhosamente como “Biribão“.
E não foi difícil chegar lá! Logo na primeira avenida que entramos, lá estava ele, o “Biribão“!
O Estádio Municipal Leopoldo Alberto de Oliveira Gonçalves foi a casa da Associação Esportiva Aparecida, que é um time super misterioso, (o logo abaixo é o tradicionalmente conhecido por meio dos Almanaques do Futebol Paulista, e disponibilizado no site Futebol Nacional):
Mas mesmo para chegar ao distintivo existe uma grande dor de cabeça… Recentemente o site Só Futebol Brasilapresentou uma camisa retrô para a venda com uma outra opção:
Se o distintivo é difícil, encontrar uma foto do time é missão impossível… Mas conseguimos algumas informações, graças ao incrível livro recém lançado pela Federação Paulista de Futebol, o “125 anos de história – A enciclopédia do futebol paulista” (veja foto abaixo). Ah, e se quiser comprar, clique aquie adquira na Loja da Onze, ou clique aqui e pegue com o pessoal da Livraria Pontes. Ainda vou fazer um post mais bacana apresentando o livro.
Nesta enciclopédia, consta a única disputa no futebol profissional, na Terceira Divisão do Campeonato Paulista (o quarto nível daquele ano) em 1965. E o livro disponibiliza a tabela final do grupo em que a AE Aparecida jogou (a 3ª série) e o resultado das duas partidas contra o campeão daquele ano: 27/6/1965 Andradina FC 3×1 AE Aparecida e 15/8/1965 AE Aparecida 1×3Andradina FC
De lá pra cá, são incríveis 56 anos de distância… A cidade (e o mundo) mudou… Alguns diriam pra melhor, outros para pior… Mas, ainda temos um estádio e sua rua lateral ainda de terra para lembrar desse passado.
Eu sempre considero que a visão do campo é algo poderoso que coloca todas as cidades em pé de igualdade. Claro, há campos melhores e piores, há estádios com mais e com menos estrutura, mas quando imaginamos que estamos olhando para um campo de futebol que vivenciou uma disputa profissional… Tudo é possível!
Fizemos o nosso tradicional vídeo andando pelo estádio pra ajudar a dividir um pouco a sensação de estar no Estádio Biribão, em Aparecida d’Oeste.
Como sempre fazemos, segue o registro do campo dividido em três partes, começando pelo meio campo, onde se pode notar o sistema de iluminação, aparentemente ainda ativo:
Estamos fazendo as fotos da arquibancada coberta, que fica no meio campo, e essa é a imagem do gol do lado esquerdo. Percebam que há uma estrutura de arquibancada também ali atrás!
E aqui o lado direito, onde um muro delimita o fim do estádio.
Fui até o outro lado pra mostrar um pouco do gol e do muro.
Aqui dá pra se ver um pouco da arquibancada coberta de onde estamos fazendo as fotos.
Aqui, é uma visão dessa arquibancada, feita lá do outro lado. O estádio está bem redondinho, muito bem cuidado. Como eu sempre me pergunto, será que um dia alguém terá o interesse de aproveitar toda essa estrutura e de repente colocar a cidade para disputar pelo menos as categorias de base da Federação Paulista?
Eu fico muito feliz de estar presente em mais esse templo do futebol do interior paulista.
Um último olhar no campo e em sua estrutura antes de pegarmos a estrada…
Ah… Emoção!!! Emoção!!! A partir desse ponto da viagem, passamos a rumar por uma sequência de estradas e cidades nunca antes visitadas para realizar mais uma missão de registrar estádios do futebol paulista. Assim, damos sequência ao rolê que já passou por Monte Alto, Guariba, Bebedouro, Monte Azul Paulista, Severínia, Riolândia, Cardoso, Votuporanga e Fernandópolis e chegamos a Palmeira d’Oeste!
Confesso que é uma cidade que eu sequer já tinha ouvido falar, e que por isso causou ainda mais curiosidade em ser visitada!
Segundo o site da prefeitura, a cidade surgiu de uma família de grande tradição na produção agrícola que adquiriu terras junto à Fazenda Palmeira (daí o seu nome) e levou para lá algumas famílias que tinham interesse em participar do plantio de café na região até então semi-deserta. E assim, em dezembro de 1944 comemoraram a fundação do Patrimônio de Palmeira d’Oeste. Em 1958, veio a ser reconhecida como Município.
A cidade teve sucesso nas atividades agrícolas, sendo considerada o maior produtor de banana do estado, e com boas produções de café, arroz, milho, amendoim e algodão. Por conta disso, em 1969 havia mais de 25 mil pessoas morando lá. Mas, pra quem acha que é fácil viver do campo… As adversidades e falta de incentivo fez com que Palmeira d’Oeste vivesse um forte o êxodo rural e atualmente sua população não chega a 10 mil pessoas, que ainda vivem graças à agricultura.
A pujança dos anos 60, somada ao processo de regionalização dos campeonatos profissionais promovidos pela Federação Paulista de Futebol permitiu que a cidade acompanhasse de perto a Terceira Divisãode 1966 (o quarto nível do futebol daquele ano), com o time da Associação Esportiva Palmeiras representando a cidade! (fonte do distintivo: World Vector Logo):
A Associação Esportiva Palmeiras foi fundada em 20 de fevereiro de 1961 e passou 5 anos disputando partidas amistosas e campeonatos amadores, sempre tendo como sua casa o Estádio Municipal Domingos de Marques, eleito pelo júri do As Mil Camisas como o que tem a pior placa de identificação do estado…
Domingos de Marques foi um vereador da cidade nos anos 70, período em que muitas discussões políticas estavam ocorrendo na cidade.
Mesmo de perto é difícil conseguir ler o nome do Estádio…
Mas por via das dúvidas, ta aí uma placa informativa referente à reforma e ampliação, onde até o apelido “Minguitão” está registrado:
Vamos dar uma olhada em mais um templo do futebol:
Olhando da arquibancada coberta, esse é o gol do lado esquerdo:
O meio campo:
E aqui, o gol da direita:
E o Estádio Domingos de Marques tem um valor histórico importante porque o Campeonato Paulitsa da Terceria Divisão de 1966 tem uma característica muito especial: sendo o quarto e último nível do futebol profissional daquele ano, a Federação buscava ampliar sua força pelo estado e impulsionou vários times a particpar dessa verdadeira aventura pelo interior paulista. Sendo assim, naquele ano, nada menos que 78 times disputaram o que foi um dos maiores torneios profissionais realizados no Brasil de todos os tempos.
O time campeão da Terceira Divisão de 1966 foi o CA Ferroviário. (foto do site Futebol Interior)
Graças ao Ruben Fontes neto do 1912 futebol conseguimos a classificação da AE Palmeiras na primeira fase, disputada aqui no Minguitão, naquele polêmico campeonato de 1966.
Por hora só nos resta observar os refrescantes degraus da arquibancada coberta…
E sonhar com o que pode ser o futuro do futebol em Palmeira d’Oeste. Será que deste campo surgirá um novo craque? Será que um time fará história na cidade e na região?
Não há certeza sobre nada. Principalmente em tempos que vemos o futebol perder cada vez mais interesse entre as criancás, e mesmo entre os adultos. É um duro golpe para o esporte acostumado a uma série de regalias e que nunca aproveitou de sua força pra apoiar outras modalidades…
Lá do outro lado , os vestiários mantém a inscrição com o nome do Estádio.
Hora de dar um último olhar ao campo e pensar na estrada e em nossa próxima parada!
Antes de ir embora…. um registro da natureza nos fazendo sorrir com seus ipês amarelos!