163- Camisa do C.A. Chacarita Juniors

A 163camisa vem em dose dupla. A primeira eu comprei para dar pra algum amigo, que eu não sei nem quem é mais hehehe e acabou ficando em casa. A segunda foi presente do Gabriel Uchida (www.fototorcida.com).

Ambas são do Club Atlético Chacarita Juniors!

Até hoje eu não consegui ter 100% de certeza, mas na minha cabeça, antes da Internet facilitar o conhecimento sobre o futebol argentino, eu tinha uma história que o Chacarita era um time formado por anarquistas.

Depois, já com a Internet, fiquei sabendo que foi fundado no dia 1o de Maio (dia do trabalho) de 1906, em uma livraria anarquista, em Villa Crespo, Buenos Aires, Argentina.

Outros dizem que o time foi formado por comunistas, daí o vermelho do escudo. O preto seria uma associação ao Cemitério do bairro. Aliás, o cemitério deu ainda o apelido da torcida do Chacarita: os funebreros.

O time mandava seus jogos no Estádio Villa Crespo até 1940, quando seu rival, o Club Atlético Atlanta, que mandava ali também os seus jogos, ficou com o campo, e obrigou o Chacarita a buscar um novo campo. Assim nascia uma grande rivalidade…

Esse era o estádio, nos anos 30:

O Chaca foi então mandar seus jogos na Villa Maipú em um estádio que foi recentemente reformado, e reaberto em 2011: o Estádio Chacarita Jrs.

Aqui, uma imagem do início do time.

Este é o time de 1924:

O time de 1945:

Em 1969, o clube conquistou o seu título mais importante, o Torneio Metropolitano do Campeonato Argentino, a primeira divisão da época, vencendo o River Plate por 4×1 na final.

Esse é o time de 1974:

Esse o time de 2000:

Mais recentemente, na temporada 2008/2009, conquistou o acesso a Elite do futebol, mas acabou voltando à Primera B Nacional, em 2010.

Além do Atlanta, outros times com forte rivalidade são o Platense, Tigre e Nueva Chicago.

A torcida do Chacarita Jrs é tida como uma das mais violentas e fanáticas do país, sua barra brava é conhecida como “La Famosa Banda de San Martin”.

A paixão pelo time é tão grande que existe até um curta metragem feito sobre o time e essa relação entre o hincha e seu clube.

Para maiores informações o site do time é www.chacaritajuniors.org.ar

E pra acabar, conheça um pouco da torcida do Chaca:

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159- Camisa do Cub Atlético Los Andes

A 159a camisa de futebol do nosso blog vem mais uma vez da Argentina.

Comprei a camisa em nossa última viagem, quando  fomos conhecer o Estádio do Ferro Carril, durante o show da banda espanhola SKA-P (veja aqui como foi essa aventura). A loja em que a comprei tem muitas opções de times das divisões de acesso e fica na rua Lavalle 978, para quem vai a Buenos Aires e gosta de futebol é uma ótima dica!

O time dono da camisa vem da grande Buenos Aires, mas de uma região afastada do centro chamada Lomas de Zamora, próxima do Aeroporto de Ezeiza.

Foi lá, que em 1917 nasceu o Club Atlético Los Andes.

O time surgiu em torno das estradas de ferro em um campo próximo da estação de Lomas de Zamora.

O nome veio em homenagem a um feito realizado por dois aeronautas argentinos que um ano antes cruzaram pela primeira vez a Cordilheira dos Andes, indo de Santiago do Chile até Uspallata, em Mendoza.

O Los Andes surgiu para rivalizar com o outro time local, o Lomas Athletic Club.

Muitos dos primeiros dirigentes eram também atletas.

A primeira camisa do time era azul celeste como a do Racing Club, de Avellaneda, com um faixa branca horizontal. As listras vermelhas e brancas só chegariam em 1922 e com elas o apelido de “o time das mil listras”.

A primeira partida se realizou contra o time da Adelante Yrigoyen, terminando 3×0 para o Los Andes.

Em 1922, o Los Andes se associou à Federação Argentina e logo em seu primeiro ano conquistou o acesso à divisão intermediária com uma vitória sob o Club A. Moreno, de Puente Alsina.

Esse é o time de 1938:

Como o time não tinha verba para construir um, alugaram um próximo do campo do Banfield, fazendo assim, surgir uma rivalidade entre as duas equipes.

Aqui, uma foto já colorida, de 1957:

Em 1960, o time conquistou o acesso à primeira divisão argentina, com o time abaixo:

Aqui, foto do lance de jogo durante o campeonato do acesso.

O time cairia para a segunda no ano seguinte, mas em 1967, Los Andes subiu novamente à primeira divisão.

Aqui, o time de 1986:

Esse é o time de 1994, que conquistou o acesso à Primeira B:

Esse é o time de 2002: Aqui, o time de 2006: Esse, o time de 2010: O atual time, de 2013: Esse é o simpático Estádio Eduardo Gallardon: Uma imagem de cima, para se ter ideia do tamanho do campo! Que tal torcer um pouco ao lado da torcida “multiraista”??

A torcida parece não se importar com a divisão em que o time está e sempre presente, faz se diferencial nos jogos! Mais imagens, veja o site: : www.lomaslocura.com.ar/

O time tem um livro lançado, escrito por Hugo E. Bento: Mais informações no site oficial do clube.

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Em busca do Estádio perdido em Buenos Aires

Bandeiras em punho. Multidão cantando em coro. Emoção e alento nas ruas e em um estádio repleto.

Mas não, não se trata de um jogo de futebol.

Quer dizer, como se pode ver, a cultura do futebol está sempre entrelaçada ao nosso dia a dia, mas hoje vou falar de um role que fizemos no fim de semana de 23 e 24 de março, por Buenos Aires.

O fim de semana tinha 2 grandes acontecimentos: o show da banda espanhola SKA-P, que nunca veio ao Brasil em suas 8 turnês pela América Latina e as marchas de protesto pelos 37 anos do golpe militar na Argentina.

Foi também a oportunidade de rever pessoalmente amigos muito importantes, como o Adrian, da banda Tango 14.

Bom, então vamos do começo, pelo estádio que conhecemos de um jeito bem especial, o Estádio do Ferro Carril Oeste:

É aqui que o Ferro Carril manda seus jogos!

Uma olhada em como é o estádio normalmente:

O Estádio Arquiteto Ricardo Etcheverry foi inaugurado em 1905 e atualmente tem capacidade para mais de 25 mil torcedores.

Lembrando bastante a história de muitos times paulistas, o Estádio foi construído nos fundos de um terreno da linha de trem Ferro Carril Oeste.

Possui uma parte coberta e dois lances de arquibancadas descobertas.

Para ser construído, o Ferro Carril Oeste vendia seus jogadores em troca de materiais de construção como madeira e chapas de zinco.  Aliás, o estádio ainda possui arquibancadas de madeira, e por isso é conhecido como “El Templo de Madera” ou “El Monumental de Madera”, numa referência ao Estádio Monumental de Nuñez.

O Estádio foi o palco escolhido pelo SKA-P para apresentar seu último disco, recém lançado, chamado 99%.

Já garantimos o nosso!

O Ska-P (aliás, aqui no Brasil a gente costuma pronunciar “Escapê” quando o correto é “Escápe”) foi formado em 1994, no bairro de Vallecas (já estivemos por lá, lembre aqui como foi). A banda tem sua obra marcada pelas críticas sociais contra o capitalismo, o fascismo, imperialismo, racismo entre outros temas. Essa é a atual formação:

E lá vamos nós para o som, dentro do Estádio!!!

O estádio fica próximo do centro, umas 40 quadras, mais ou menos e por iso mesmo, muitas vezes foi utilizado por outras equipes da grande Buenos Aires como River Plate, Boca Juniors, Vélez Sarfield, San Lorenzo de Almagro e Argentinos Juniors. O público lotou o estádio, não ouvi nenhuma informação oficial mas comentava-se que mais de 15 mil pessoas estavam presentes. Falando um pouco do show e da banda, o SKA-P faz um ska bastante politizado e panfletário. Defendem nas suas letras uma ideologia ligada à liberdade e por isso são várias as críticas à polícia, à igreja e ao estado. A Igreja católica não foi poupada, mesmo com o recente anúncio do papa argentino. No show, a Igreja católica foi representada por um demônio assustador, olha aí:

E se bandeiras fazem parte do dia a dia do Estádio, lá estava mais uma delas, na música Intifada, em defesa do povo Palestino!

O show foi bastante animado, as pessoas dançavam e pogavam por todos os lados, sendo quase impossível ficar lá na frente do palco.

Mas mais do que qualquer coisa, a energia de 20 mil pessoas cantando músicas com temas tão politizados é de animar!

Olha aí um vídeo que achei no youtube com uma das músicas novas sendo tocadas lá no show:

Aqui, Mari ainda no aquecimento do show!

Ainda com as luzes parcialmente acesas, deu pra ver um pouco de como são as arquibancadas e a cara do Estádio, já rodeado de grandes prédios.

Enfim, foram quase 3 horas de show e de muita festa, discussão política e música! Tudo isso em um estádio… O que mais eu ia querer?

Bom, no dia seguinte fomos nos juntar às manifestações populares que recordam os 30 mil companheiros desaparecidos na ditadura argentina que completa 37 anos. E não é que arrumaram espaço pro futebol também?

Outras marchas locais já agitaram a capital, desde a noite de sábado, organizadas pelas assembleias populares de bairro. Foram mais de 5 horas de caminhada e muita cantoria contra o abuso cometido pelos militares durante tantos anos. No Brasil, essa data é o dia 31 de março e não teremos tantas movimentações como lá. Bom, só pra aproveitar o post e o role, seguem algumas imagens mostrando outros aspectos culturais bacanas de Buenos Aires. Tivemos a oportunidade de conhecer o “GarageArte” um evento realizado pela Victória que reúne, literalmente na garagem, moda, livros, música e amizade! Não faltaram papas fritas também… E o tradicionalíssimo “Dulce de Leche”…. E para quem gosta mesmo de música, ainda foi possível trombar o pessoal da banda alemã MAD SIN, por lá, gente finíssima. Mari mostra que a questão das Malvinas ainda é discussão permanente em Buenos Aires. Sobre o futebol, essa é a loja que vende as roupas relacionadas à cultura Barrabrava, fica na galeria Bond Street, na Av Santa Fé, onde funciona a versão local da Galeria do Rock. E se você estiver por Buenos Aires, não deixe de visitar a sessão de futebol das livrarias locais. Existem títulos incríveis e únicos falando da história de jogadores, torcidas e clubes…. E para aqueles que me perguntam onde comprar camisas e materiais relacionados ao futebol (flâmulas, bandeiras, pins, etc), duas sugestões: uma, a loja FUTEBOLITO, do hincha do Racing ” Lito”, um cara muito gente boa e que entende bastante de futebol.

A loja fica numa galeria da Lavalle (o calçadão que corta a tradicional Florida), no número 835.

A outra dica de loja é para aqueles que gostam de camisas de times das divisões de acesso e chama-se Lavalle 978. O nome da loja já entrega seu endereço, mas segue aí uma sacola deles até com o email pra quem quiser tentar comprar online (não sei se eles vendem, mas não custa tentar….). Ah, os preços são bacanas, principalmente as ofertas. Mudando de área, incrível como essa cultura de design típico ainda se mantém e combina com o ambiente. Outro que tem um design bem diferente do que estamos acostumados aqui no Brasil são os ônibus. Sempre coloridos e mais parecendo um ônibus de torcida do que transporte normal… Deixamos por lá uma lembrança da nossa luta diária por um futebol mais humano, menos econômico. E seguimos de volta ao ABC…

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149- Camisa do San Martin de Tucuman (Argentina)

A 149 a camisa de futebol do nosso blog volta à Argentina querida, graças ao amigo e palmeirense, Alan Rebellato, que embora seja natural de Cosmópolis, passou boa parte de 2012 vivendo em San Miguél de Tucumán, capital da província de Tucumán!

O time dono da camisa é o Club Atlético San Martín, que atualmente, disputa o Torneo Argentino A, equivalente à terceira divisão nacional.

Seu distintivo possui 11 listras (entre brancas e vermelhas) representando os 11 jogadores em campo. A história do clube começou com o sonho de 14 “Pibes” da zona sul da capital, em 1909, reunidos em uma esquina do humilde bairro. Era a primeria vez que surgia um clube focado nas classes sociais mais humildes, na cidade. Mal sabiam eles que o time acabaria sendo símbolo de toda a província de Tucumán. Começou a disputar torneios oficiais em 1916. Em 1919, veio o primeiro título, do campeonato organizado pela Federação de Futebol de Tucuman.

Em 1939, sagrou-se  vice campeão da Copa da República. Em 1944, tornaram-se a primeira equipe do interior a ganhar uma Copa, passando pelo Boca Juniors nas semifinais e derrubando o Newells Old Boys, na final por 3×1. A partir de 1960, começa a disputar os torneios regionais, e em 1968, ingressa na AFA, participando pela primeira vez de um Campeonato Nacional. Nesse campeonato, venceria o Boca, em plena Bomboneira.

As bandeiras, fogos de artifício, os cantos e a torcida começaram a marcar as ruas de Tucuman colocando o futebol como ícone cultural. Em 1982, conseguiu chegar até as quartas de final do campeonato nacional. Em 1985, chega a terceira fase. Na temporada de 1987/88 fez história ao se classifciar dos regionais ao torneio da Zona Noroeste, da qual saiu campeão, obtendo assim vaga para a fase final, que daria acesso ao campeão para a primeira divisão. E o San Martín venceu, conquistando o segundo acesso, na mesma temporada. Na temporada seguinte, novamente bateu o Boca, por apenas 6×1. Mas, mesmo assim, o time acabou rebaixado para a segunda divisão. O retorno à primeira divisão só se daria em 1992. Mas, já em 1993, voltaria ao Nacional B. Em 2001, caiu para o Argentino A (terceira divisão) e na temporada seguinte, outro rebaixamento leva o time à Liga local. A volta por cima começou em 2005, quando venceu o Torneio Argentino B. Em 2006, venceu o Clausura do Torneio Argentino A. Venceu a Segunda Divisão Argentina, o Torneo Nacional B na temporada 2007/2008. Mas, na temporada 2008/2009, acabou rebaixado para a Primeira B Nacional. Esse foi o time que disputou o campeonato de 2010/2011 e que caiu para a atual série do Argentino A, ou terceira divisão: O time mandou seus jogos em vários locais. O primeiro (onde está atualmente o Hospital de Niños) era chamado de “A praça dos burros”, porque era comum ver os animais pastando no local. A partir de 1916, passou a mandar seus jogos no campo onde atualmente está a sede do Club Central Córdoba. Ainda usaria um terceiro estádio, sem alambrados e que ficaria conhecido pelas encrencas que tinham que ser resolvidas pelos seguranças… Mas, como se vê, a torcida sempre teve um lugar para chamar de “casa”. Atualmente, manda seus jogos no Estadio de San Martín, no bairro de La Ciudadela. Seu maior rival é o Club Atlético Tucumán, com o qual disputa o Clásico Tucumano. A cerveja Norte chegou a ter dois rótulos (um para cada torcida) circulando por Tucumán.

Saiba mais sobre o time em: www.clubatleticosanmartin.com

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144- Camisa do River Plate

A 144ª camisa de futebol do blog vem mais uma vez da Argentina, de onde já falamos de tantos times como o C.A. San Miguel, o Olimpo de Bahia Blanca, San Lorenzo, Boca Juniors, Independiente, All Boys, Nueva Chicago, Argentino Jrs, entre outros… Foi presente do amigo Guille, “El Pibe” que escreve o http://www.expulsosdecampo.blogspot.com.br .

Dessa vez, falamos de outro gigante do futebol mundial, o Club Atletico River Plate. E com direito a uma camisa social, em homenagem ao seu retorno à primeira divisão.

O River é o time do nosso grande amigo Martin, lá de Buenos Aires!

Graças a ele, uma verdadeira enciclopédia do rock e do futebol, já estivemos algumas vezes no campo do River. Uma primeira vez, para conhecer o estádio e o museu (veja aqui como foi) e algumas vezes para ver o River jogar.

Aqui algumas imagens de quando vimos River x Velez, em 2011.

Como dá pra ver pelas fotos, o torcedor do River gosta de encher o estádio. E isso não foi diferente no ano passado, nem neste ano quando voltaram à elite do futebol Argentino. Pra nós, foi sem dúvida um grande prazer assistir os jogos do River.

O River é o time com mais títulos nacionais e obteve também várias conquistas internacionais, entre eles duas Copas Libertadores.

Embora tenha sua sede no bairro de Belgrano, sua torcida já está espalhada não apenas por toda Buenos Aires, como por toda a Argentina.

Manda seus jogos no Estadio Monumental Antonio Vespucio Liberti, o “Monumental de Núñez“, inaugurado em 1938.

Falando sobre a história do clube, o Club Atlético River Plate foi fundado em maio de 1901, no bairro de La Boca.

Contam que um de seus fundadores, Pedro Martínez, sugeriu este nome em homenagem às enormes caixas vindas da Escócia que chegavam no Porto de Buenos Aires com a inscrição “River Plate”. Por isso mesmo, o Boca Juniors e seu maior rival, com quem faz o El Superclásico. O time passou a disputar o profissionalismo em 1931, com o time: O River ganhou o apelido de “Los Millonarios” porque numa época em que os times investiam pouco em atletas, o River fez algumas compras de peso para atrair ainda mais gente ao campo. Em 1932, sagrou-se campeão Argentino com o time: Os anos 40 marcaram um período de grandes conquistas e craques, a começar pelo lendário Alfredo Di Stéfano, que ajudou o time a montar  a equipe conhecida como “a Máquina Millionária”. Assim, conquistaram os títulos de 1941 (sobre o San Lorenzo), 1945 e 1947. Os anos 50 trouxeram uma histórica marca ao time: conquistaram cinco títulos em seis anos: 1952, 1953, 1955 (conquistando o título em plena Bombonera), 1956, 1957, com uma equipe que tinha Ángel Labruna como grande ídolo: E se o clube era um time vencedor em suas primeiras décadas de existência, os anos 60 trouxeram uma fase de vacas magras, sem um título sequer, perdendo várias finais, entre elas a da Libertadores de 1966, contra o Peñarol. Pra quem gosta de raridades, segue o vídeo completo desta partida:

O ano de 1968 foi marcado por uma tragédia que abalou o futebol argentino, resultando na morte de 71 torcedores durante um jogo entre River e Boca. A tragédia acabou virando um filme chamado “Puerta 12”:

Os anos 70 voltaram a trazer alegrias para a torcida Millionária, com a conquista de títulos e bom desempenho na Libertadores (como o vice campeonato de 1976). Além disso, começava a carreira no clube um jogador chamado Passarella, que ainda traria muitas alegrias ao time.

Os anos 80 também começaram com títulos e craques. Destaque para o goleiro Pato Fillol (com quem conversamos em Buenos Aires, veja foto abaixo), Tarantini e Diáz.

Kempes é outra lenda dessa época que ifcou ainda mais na minha memmória graças às histórias que ouvi do próprio Chicão (volante da seleção brasileira de 78, já falecido) sobre como foi marcá-lo na Copa da Argentina. Só pela foto abaixo dá pra imaginar como foi. Novamente vieram campeonatos nacionais, mas o título que marca a década é a conquista da Copa Intercontinental de 1986, com o time: É nessa década que chega mais um uruguaio que faria história no time: Enzo Francescoli. A década de 90 foi ainda mais vitoriosa, com vários nacionais e uma Libertadores, em 1996 e a Supercopa Libertadores de 1997. Chegamos aos anos 2000, e encontramos um River comemorando centenário em 2001 com uma ação inusitada da torcida: um bandeirão de mil metros levados em passeata do Obelisco até o Monumental onde jogaria contra o Peñarol. Anos depois, eles fariam uma bandeira ainda maior, veja:

Embora a vantagem de títulos nacionais sobre o Boca Juniors tenha aumentado nessa década, o River sofreu duas eliminações pelo rival na Libertadores. Em 2008, chegaria ao título nacional de número 33. O ídolo que estava naquela equipe era outro uruguaio Sebastián Abreu. De 2008 em diante, o River passou por uma má fase, chegando ao ponto mais baixo da história: seu rebaixamento, em 2011. Buenos Aires viveu momentos de terror, com torcedores destruindo tudo o que encontravam pela frente.

Entretanto, o retorno deu-se na temporada seguinte, com destaque para Leonardo Ponzio. Para maiores informações, o site do time é http://www.rivermillonarios.com.ar .

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120- Camisa do San Miguel (Argentina)

A 120ª camisa de futebol do blog vem de um subúrbio argentino chamado de San Miguel, localizado há cerca de 30 km do centro de Buenos Aires, sendo parte da “Grande Buenos Aires”.

Existem 3 times em San Miguel (Club Deportivo Muñiz, Club Atlético San Miguel e Club Deportivo y Social Juventud Unida), mas hoje vamos falar apenas do Club Atlético San Miguel, cujo distintivo é esse aqui:

O time foi fundado em 1922, sob o nome de Clube Independiente San Miguel com uma combinação bem estranha… Camisas verde e branca, shorts azuis e meias pretas.

Em 1930, mudou o nome para Clube Atlético San Miguel.

Em 1978, construiu em Los Polvorines, o Complexo Olímpico do Clube San Miguel, também chamado de “Estádio Malvinas Argentinas“, inaugurado em um amistoso com o Deportivo Italiano.

Nesse mesmo ano, entrou para a Associação Argentina de Futebol participando do primeiro torneio D.

Já no ano seguinte, conseguiu o acesso paara a série C. Em 1984, chegou à Primera B, recebendo o apelido de “Trovão Verde“.  Até mesmo a camisa do San Miguel já foi usada em protesto contra a própria diretoria!

A rivalidade do San Miguel é com times como Deportivo Morón, Chacarita Juniors, All Boys, College, Chicago, e Estudantes.

E a torcida alvi verde não deixa de cantar…

Atualmente, o time está na “Primeira C”, e sofre como a maior parte dos clubes de bairro, com as questões econômicas, mas segue firme defendendo as cores do bairro!

Para maiores informações, os próprios torcedores mantém interessantes páginas na web: www.lasvocesdesanmiguel.blogspot.com e www.truenoverde.blogspot.com/, por exemplo.

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103 – Camisa do Vélez Sársfield

Dando sequência às camisas, vale ressaltar que existem duas “escolas” que eu admiro muito no futebol mundial. Uma é o futebol do interior paulista, a outra o bom e pegado futebol argentino e é de lá que vem a 103ª camisa do blog. A camisa pertence ao Club Atlético Vélez Sársfield.Consegui a camisa no carnaval de 2010, quando fomos assistir Vélez x Independiente (veja aqui como foi). O início do clube data-se de 1910, o nome é uma homenagem a um jurista argentino. Como a maioria dos clubes humildes, seu primeiro uniforme foram camisetas brancas, por serem as mais baratas, logo foram substituídas pelas camisetas azul-marinho e calções brancos. Na foto abaixo, o time de 1911: Em 1913 foi a vez da camiseta “tricolor” (listras verticais em vermelho, branco e verde). O Vélez conseguiu seu primeiro acesso à principal divisão do futebol argentino, em 1919. O time de 1931:

O uniforme com o “V” azulado surgiu por uma questão do destino. Um time de rugby havia pedido para confeccionar as camisas, mas acabou desistindo e a diretoria do Vélez os adquiriu por um bom preço. Nascia ali uma forte marca do futebol argentino. Em 1940, o Vélez sofreu seu primeiro descenso de divisão o que desencadeou uma crise, obrigando o time a vender o Estádio Fortin. Somente em 1943, o time voltou para a primeira divisão, levantando um novo estádio. Em 1953, veio a maior campanha do time até aquele momento, o vice-campeonato da primeira divisão, com o time:

Mas só na década de 60 viria o primeiro título do time, mais precisamente em 1968, com direito a uma goleada de 2 dígitos sobre o Huracán de Bahia Blanca (11 x 0).

Graças à realização da Copa do Mundo de 1978, na Argentina, o Vélez teve o estádio de Liniers, remodelado, ganhando novas arquibancadas e tendo assim sua capacidade ampliada. O “Nuevo Fortín”  agora tinha capacidade para 50 mil hinchas.

Em 1993, mais uma glória para o Vélez, a conquista do Campeonato Clausura , dando ao time o direito de disputar a Libertadores da América do ano seguinte.

Esse time ficou bem conhecido pelo público brasileiro por ter ganho a Libertadores em cima do São Paulo, em pleno Morumbi.

Foi marcante, principalmente por terem caído logo de  cara num grupo díficil com o rival local, Boca Juniors, além de Palmeiras e Cruzeiro. Depois passaria pelo Defensor do Uruguai, Minervén da Venezuela e Junior Barranquilla da Colômbia.

O herói do time, nessa época e que marcaria época pelo time, era o goleiro paraguaio Chilavert.

Com a conquista, o Vélez alcançou o sonho para  enfrentar o Milan, em Tóquio, colocando frente a frente o time do bairro contra os italianos globais. O resultado você confere abaixo:

No ano segunte, mais um Campeonato Apertura, seu terceiro título nacional e mais uma conquista internacional, a Copa Interamericana, de 1995.

Em 1996, veio o bicampeonato do Apertura e a conquista da Supercopa, vencendo o Cruzeiro, na final.

Em 1997, o Vélez mostrava que os anos 90 seriam mesmo inesquecíveis ao vencer a Recopa Sul-americana contra o River.

Em 1998, mais um Torneio Clausura, com o time:

A década de 2000 começou difícil. Demorou até 2005 para um novo título.

Em 2009, outro Clausura, garantindo o time na Libertadores 2010.

Sobre a hinchada, vale a pena ver esse vídeo, mostrando porque são hoje considerados uma das maiores torcidas argentinas.

Há também um interessante blog guardando a memória do time. Veja: http://www.muyvelez.com.ar/ Como curiosidade, vale citar que Che Guevara chegou a ser titular no time de juniores do clube. O site oficial do time é http://www.velezsarsfield.com.ar

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Bomba! All Boys vem ao Brasil!!

O presidente do All Boys, confirmou os boatos de que sua equipe irá jogar três amistosos no Brasil para se preparar para a disputa do Clausura 2011. Os adversários serão uma equipe da segunda divisão mineira, uma de Natal e o Atlético Mineiro e as partidas ocorrerão entre 20 e 27 de janeiro. Estou tentando ligar para o Santo André e ver se não rola um amistoso aqui também… Seria lindo! Abraços MAU!]]>

101- Camisa do Argentinos Jrs

A 101ª camisa do blog vem novamente da Argentina (uma das principais fontes para o blog), da querida Buenos Aires.

O time dono da camisa é o Argentinos Juniors.

O Argentinos Juniors é daqueles times cuja história se mistura à vida política e social de seus fundadores e torcedores. O time nasceu da união de dois tradicionais clubes locais: o “Sol de la Victória” e o “Mártires de Chicago”, fundado no início do século XX por jovens socialistas que queriam homenagear os operários que conquistaram com a vida o dia do trabalhador. Não lembra disso? Veja o vídeo abaixo: Essa união se oficializaria em 1904 e daria origem à Asociatión Atlética y Futebolística Argentinos Unidos de Villa Crespo, que desfilaria em campos portenhos com um uniforme vermelho em alusão aos movimentos socialistas e anarquistas. Em 1909, associaram-se a AFA e alguns anos mais tarde, em 1912 mostraria seu valor ao recusar um convite da Associação para disputar a Primeira Divisão, o time só subiria se conquistasse a vaga em campo. Somente en 1921, o time alcançaria a elite do futebol argentino. Em 1926 chegaria ao vice campeonato argentino, marcando positivamente a década de 20. Abaixo a foto do time de  1928:

Já a década de 30 culminaria com a queda para a segunda divisão. Somente na década de 40 o time conquistaria o direito de voltar à primeira divisão, mas segundo a AFA, o estádio recém construído (na foto abaixo, o dia de sua inauguração) não suportaria jogos da primeira divisão, o que manteve o time na segunda.

O time só retornaria à primeira divisão em 1955. Os anos 60 trouxeram grandes mudanças ao elenco do time e formaram equipes memoráveis, ainda que em 1969 tenham escapado do rebaixamento na última rodada. O time responsável foi o da foto abaixo:

Os anos 70 apresentaram ao futebol argentino uma equipe juvenil que faria historia e seria conhecida como “Los Cebollitas”.

O time tinha como craque, nada mais nada menos que Diego Armando Maradona, na época com pouco mais de 12 anos.

Maradona estreiaria na primeira divisão aos 15 anos num jogo contra o Talleres de Córdoba. Ali, joagaria por 4 anos e durante este período seria Campeão Mundial Juvenil, pela Argentina, em 1979 e levaria o Argentinos Jrs às finais do campeonato metropolitano. A década de 80 foi o período de maiores glórias do time. Logo de cara, em 1980, foi vice campeão do metropolitano e chegou à semifinal do torneio nacional, com a formação:

Para tristeza de sua torcida, Maradona vestiria a camisa do time pela última vez em 1981, quando foi transferido para o Boca Juniores. Em 1984, Argentinos Jrs sagra-se campeão do Metropolitano, com o time abaixo:

No ano seguinte, vêm a conquista do Nacional e da Copa Libertadores.

O time de 1985:

Por ter sido campeão da Libertadores, disputou a final do Mundial Interclubes contra a Juventus em 85. No tempo normal houve um empate por 2 a 2, e os italianos venceram nos pênaltis. Os anos 90 trouxeram a amargura do rebaixamento por mais de uma vez. Esse foi o time campeão da Segunda divisão em 96/97:

Em 2003, o time reinaugurou seu estadio no bairro “La Paternal” e somente em 2004 o time se estabilizou novamente na primeira divisão. A alegria voltaria de vez ao bairro, com a conquista do torneio Clausura em 2010, com o time abaixo: 

E nós, estivemos por lá, conferindo o jogo contra o Newell´s Old Boys. Leia aqui como foi aquele jogo!

O nosso “guia” foi o amigo “Checho”, dono de uma loja de discos focada na música undergound (Punk Rock, Hardcore, Psychobilly, Oi!, etc):

Fomos muito bem recebidos pela hinchada local, que lotou o estádio.

 O outro lado era destinado à torcida visitante, que só chegou no fim do primeiro tempo.

 

Os caras tem uma bela lojinha, no próprio Estádio! 

O estádio possui um belo museu. Não pudemos visitá-lo pois era dia de jogo, mas pode se ver um pouco no site: www.argentinosjuniors.com.ar/museo.php O site oficial do time é www.argentinosjuniors.com.ar Mas um blog interessante para se obter maiores informações do time é o www.blog.teacordasbicho.com.ar .

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Rolê boleiro em Buenos Aires parte 7 – All Boys!

All Boys (veja mais aqui), falarei sobre como foi meu reencontro com o querido time do Bairro Floresta! Recordando… No último post, estávamos nós, os 4 patetas, em pleno Monumental de Nuñez, visitando o estádio. Agora, havia chegado o final de semana e era hora de assistir a uma partida em La B, a segunda divisão do futebol argentino… Vamos nessa?? Nem bem chegamos e já vimos a festa feita pelos Albos! O bairro parou para o jogo! O Estádio fica no coração de Floresta, um bairro que fica há 1 hora (de ônibus) do centro de BsAs. Seu nome é Islas Malvinas e é cheio de grafites. Recentemente passou por uma ampliação ganhando mais 10 mil lugares. Assim, apresenta arquibancadas em todos os lados do campo. Olhando desse ângulo (estamos atrás do gol), do lado direito ficam as barras do time, no lado esquerdo e onde estamos os “torcedores comuns” e atrás do outro gol, o pessoal da imprensa que veio cobrir o jogo. Esse é um estádio especial, pois foi a primeira cancha argentina que conheci pessoalmente! A Mari também gosta, porque Floresta é um bairro com uma cara de interior, lembrando até Cosmópolis!  Por coincidência, encontramos os amigos da banda “Tango 14” nas bancadas! A barra “Peste blanca” além de muito barulho, também faz uma bonita festa visual, com trapos, faixas e centenas de bobinas de papel que são lançadas na entrada do time, em campo. E os torcedores locais também participam da festa com seus trapos e cantos! E mais uma vez, ficamos felizes em poder participar da história do futebol. Principalmente porque mesmo perdendo a partida por 1×0, o All Boys viria a subir para a primeira divisão. Ah, um detalhe que merece explicação a parte. Na segunda divisão argentina, não é permitida a presença da torcida visitante. Assim, os torcedores mais malucos simplesmente ocupam (com vistas grossas de ambas diretorias) a parte que seria reservada à imprensa. Assim, essa galera ali atrás do gol não é jornalista, nem nada, mas torcedores do Belgrano. Como quase todas as torcidas fazem isso, geralmente não ocorrem maiores problemas de violência com essa galera. Aliás, mesmo com a derrota, a festa imperou pelo estádio naquela tarde de fevereiro. Até os metaleiros do bairro compareceram! Ah, como pode um jogo ser tão importante? O futebol une o bairro, a família… Mesmo que em campo o jogo seja pegado! Uma partida dessa oferece momentos eternamente guardados em nossas memórias. Mais do que ataques e defesas… E quanta gente, hein?… Já estávamos no fim de nossa temporada argentina, e no intervalo até sentamos um pouco pra descansar… Ao fundo, uma singela homenagem da torcida a Pato Sgarra, torcedor símbolo do time, que faleceu em fevereiro de 2009. Falando um pouco sobre o jogo, o All Boys esteve numa tarde inspirada, mas com más finalizações. Foram várias chances perdidas. E pra quem acha que é fácil jogar como visitante nos estádios portenhos… Outra coisa que me agrada é estar ali próximo ao goleiro e ídolo Nicolas! O cara é gente boa e lembra aqueles jogadores antigos. O jogo foi chegando ao fim e certa tristeza nos bateu. Eram os últimos dias em Buenos Aires e mais do que isso, muitos dias, semanas, meses até voltarmos a Floresta… Mas, como diria o poeta… Yo volverei a las calles… Sei que mi barrio esperará…

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