Pra quem acha que os clubes do interior paulista estão parados, o diretor de Marketing do CAT (Clube Atlético Taquaritinga) acabou de informar que, mesmo em meio a todas as dificuldades de se tocar um time de futebol em meio a essa Pandemia, eles seguem tentando se aproximar o torcedor.
E como amanhã, quarta-feira, dia 17 de março, o CAT completa 79 anos, eles vão fazer uma live pra celebrar e também para lançar o programa Sócio Torcedor.
Parabéns pela iniciativa, e tomara que a torcida abraçe a ideia!
O SC Atibaia completou 15 anos em dezembro passado, mas acaba de ganhar o melhor dos presentes: um livro apresentando a extensa pesquisa feita pelo nosso amigo, jornalista e um dos caras que mais gosta do futebol em todas as suas categorias: Mario Gonçalves.
O livro cobre toda a trajetória do clube dentro e fora do campo até a temporada 2020, contemplando suas participações em competições da Federação Paulista de Futebol, além de entrevistas e fotos inéditas de cada temporada de jogadores, técnicos, jornalistas e pessoas que participaram da história.
Para os interessados, existe uma campanha de crowdfunding, com a duração de 60 dias, com várias modalidades de recompensa para os colaboradores, com o objetivo de viabilizar a obra literária.
Embora seja muito grande, a chamada Região Metropolitana de São Paulo é algo que nos dá a idéia de proximidade… Mas são tantas as cidades que as vezes a gente acaba deixando pra depois e depois… Esse era o caso de Mairiporã, que finalmente tivemos a chance de conhecer!
Mairiporã é uma palavra que vem do Tupi e significa algo como “água bonita do franceses”, atualmente é a casa de cerca de 105 mil pessoas e está encravada na Serra da Cantareira (considerada Patrimônio da Humanidade). É ali que se encontra a linda represa de Mairiporã, alimentada pelo rio Juqueri!
A história da cidade se inicia no século XVII com a capela de Nossa Senhora do Desterro, que deu origem ao povoado de Juqueri, que servia de proteção à vila de São Paulo de Piratininga e de ponto de apoio às rotas para o interior. O povoado foi elevado à freguesia, e depois à Vila, adentrando o século XVIII como uma região agrícola, que ganharia impulso com a chegada de centenas de famílias japonesas formando uma importante colônia.
Um ano antes de sua emancipação, a São Paulo Railway construiu a Estação do Juqueri (atual Estação Franco da Rocha). Abaixo imagem do incrível site “Estações Ferroviárias” que se dedica à história das ferrovias do Brasil.
Entretanto a instalação do Hospital Psiquiátrico do Juqueri e os abusos que ocorreram lá dentro, caracterizado para alguns como um verdadeiro holocausto manicomial acabou tornando Juqueri um sinônimo desses maltratos. (Veja aqui uma das matérias, ou compre esse livro e veja o que foi esse absurdo).
Para evitar essa correlação negativa, em 24 de dezembro de 1948, foi aprovada a Lei Estadual nº 233, permitindo a mudança do nome do município para o atual “Mairiporã“. E lá estivemos para registrar o time que assim como a cidade, nasceu como como Juquery FC, em 6 de janeiro de 1922 (os escudos vieram do incrível blog: Escudos Gino), disputando nesse dia sua primeira partida.
Em 7 de abril de 1929 há, na ata do clube, o registro de um amistoso contra o Rosário F. C., e o Juquery FC perdeu o 2º quadro por 2×0 e venceu o 1º quadro por 1×0. O Juquery FC integraria os times do União Juqueriense FC e o “EC Juqueri“, adotando as cores laranja e azul como as cores oficiais do clube.
Aqui, alguns registros do time em ação:
Com a mudança do nome da cidade, em 15 de janeiro de 1949 o time fez o mesmo e passou a se denominar Esporte Clube Mairiporã.
Algumas fotos da fase inicial do time:
Em 1956 foi campeão do seu setor no Campeonato do Interior.
Aqui, o time de 1958:
O time chegou a jogar a final da região do Campeonato Paulista Amador, em pleno Pacaembú, perdendo por 3×0 para o São João FC de Atibaia, em 15/10/61.
Naquele ano, o Campeonato foi interrompido pela FPF, que declarou campeões os 18 clubes que permaneciam no torneio, naquela altura O EC Mairiporã poderia ser um deles…
Mas o destino guardava vôos mais altos, e em 1963, o EC Mairiporã passou a disputar a 3ª Divisão de Profissionais da Federação Paulista de Futebol, que apesar do nome, equivalia ao 4º nível do futebol paulista. Veja pela página da Wikipedia os times que participaram dessa edição que teve o Bandeirante de Birigui como campeão:
As fotos abaixo não tem confirmação de data, mas parecem ser da época da disputa do profissionalismo:
Em 1964 mais uma participação na 3a divisão, com o time abaixo:
A Wikipedia tem uma página que mostra os 45 participantes daquele ano, que teve o São José EC como campeão:
Em 1965, não disputou o campeonato, retornando em 1966 em sua última participação, que teve como campeão o Ferroviário de Itú:
O time chegou a liderar sua série, como se pode ver nesse lindo cartaz divulgando um jogo da época, contra o Cachoeira:
Em nossa visita fomos até a sede do clube, onde ficava o seu campo de futebol.
Seja bem vindo ao Esporte Clube Mairiporã!
Conseguimos entrar no clube para conhecer sua atual estrutura.
Ali está estampado, pra todo mundo ver: fundado em 1922!
O clube tem uma sede muito bonita, com direito a uma grande piscina!
O sol estava se pondo quando acabei de atravessar a área do clube e cheguei ao atual campo de futebol, que já não ocupa a mesma área, mas ainda está ali ao lado do rio:
Sem dúvida, um lugar incrível e histórico pra quem ama futebol. Aqui dá pra ver melhor o atual campo.
Aqui, a máscara impede a compreensão, mas sou apenas eu explicando que o campo mudou de lado cedendo área para a sua sede social.
Ali fica o bar e os vestiários.
A cidade já está bem próxima, como se pode ver por traz do muro azul que rodeia o campo:
Mais uma vez agradecidos pela oportunidade, nos despedimos de Mairiporã e do EC Mairiporã.
Mais uma parte do nosso rolê de fim de ano de 2020, seguindo os protocolos de segurança na esperança de que dias melhores virão para acabar com a pandemia de Coronavirus…
Dessa vez, estivemos em Capão Bonito, uma linda cidade, cheia de áreas verdes, onde vivem cerca de 50 mil pessoas atualmente.
Pena que a gente não tenha visitado nenhum dos parques estaduais…. Eu gostaria muito de voltar para conhecer o Parque Estadual Nascentes do Paranapanema, se você não o conhece, acesse o site deles aqui!.
Mas, demos um rolê pela cidade em si, que é bastante receptiva.
Pra quem gosta de história, a região possui registros de ocupação humana que datam de cerca de 10 mil anos atrás, além de uma grande quantidade de sítios arqueológicos associados à Tradição Tupiguarani, de cerca de 2000 anos atrás.
De acordo com as pesquisas, o vale do Rio Paranapanema seria um dos principais eixos de expansão dos Tupis e Guaranis em direção ao sul.
Além disso outras etnias, como os Kaingang (Guaianazes) passaram a ocupar a região a partir do século XVI até o século XIX, com a chegada de outra perigosa epidemia: a do colonizador português, junto das bandeiras que descobriram ouro na região de Apiaí. O Portal D. Moto apresenta uma foto atual do local:
Aí… já imaginou né? A febre do ouro levou muitas pessoas (ainda que bem menos se comparado às expedições a Goiás ou Minas Gerais) à região, fundando a “Freguesia Velha“, em 1746 às margens do rio Pananapanema.
Além disso, o local era caminho entre o sul e a vila de Sorocaba (onde se criavam as mulas que acompanhavam os exploradores), dando origem a cidades como Itapetininga.
Mas, com o tempo, a Freguesia Velha (que muitos queriam chamar de Nossa Senhora da Conceição do Paranapanema pela capela erguida em seu nome) viu acabar o ouro do aluvião, encerrando o “ciclo do ouro” nessa região.
A consequência é que os moradores que ficaram (cerca de 5 mil pessoa) decidiram transferir o povoado para outra região (a “nova” freguesia), rebatizada com o nome da fazenda que lá existia: Capão Bonito do Paranapanema, tendo como data oficial de fundação o dia 24 de janeiro de 1843 (curiosamente no mesmo dia em que escrevo esse post). Seria ainda elevada à condição de vila em 2 de março de 1857, e atualizando o seu nome para o atual em 27 de dezembro de 1921.
Se você pensa em conhecer a cidade e a região, recomendamos o Hotal Baguassu, onde ficamos hospedados, praticamente sozinhos.
Com exceção do bichano que vez ou outra dava as caras:
E até uma bela piscina pra dar um relax!
A cidade tem uma estrutura bem bacana, e ótimas opções pra comer, destaque para a Pizzaria Vitória.
Só não podemos garantir a companhia da lua cheia, como a que esteve na cidade conosco…
Mas nossa presença na cidade se deu por outro motivo.
É que em 6 de maio de 1944 era fundado o Ipiranga Atlético Clube, mais um time de futebol a surgir na cidade e disputar os campeonatos amadores da região.
Como dá pra imaginar vendo o distintivo, o time homenageava o tricolor paulista, mas tinha uniformes diferentes, como se pode ver na foto abaixo, do time de 1949.
Aqui, mais algumas fotos sem datação comprovada, mas possivelmente do fim dos anos 40 ou início dos 50, pela similariedade do uniforme.
Nos anos 50 o time chegou a usar um uniforme com listras horizontais:
E um outro modelo também muito bacana:
Até chegar no uniforme similar ao tricolor da capital.
Esse modelos perdurou até os anos 60:
E foi justamente nos anos 60, mais precisamente em 1962, que o time fez história ao disputar a 3ª divisão do Campeonato Paulista (que devido as denominações das competições, equivalia ao 4o nível do campeonato) frente a tradicionais times do interior paulista.
Esse é um campeonato do qual encontra-se muito pouca informação gerando algumas confusões. Por exemplo, existe uma matéria sobre ex atletas do Ipiranga AC onde eles lembram que o jogo decisivo desse ano foi contra a equipe do Fronteira de Itararé, mas … segundo a maioria das fontes, o Fronteira só jogaria a 3a divisão anos depois…
Após esta aventura no profissional, o time voltou ao amador e fechou as portas em 1965.
Pra não deixarem o futebol em baixa, os esportistas locais se organizaram e em seu lugar, foi fundado o Esporte Clube Capão Bonito, em junho de 1966 e que herdaria as cores e até o estádio do Ipiranga AC.
O tricolor capãobonitense era chamado de “Esporte“, esse é o time de 1969, quando sagram-se campeões do Campeonato Amador regional, promovido pela Federação Paulista tendo o jogo do título no campo do DERAC de Itapetininga, contra a Associação Desportiva Angatubense, com vitória do EC Capão Bonito por 2×1:
O time está na memória da população local até atualmente, mas não chegou a disputar nenhuma competição profissional da Federação Paulista.
Ambas as equipes mandavam seus jogos no Estádio da Rua Bernardino de Campos, que acabou também sendo chamado de “Estádio do Ipiranga” e depois como “Estádio do Capão Bonito“, ou “Estádio do Esporte“.
E sua fachada imponente segue lá!
Como suas caracerísticas arquitetônicas são bastante icônicas, eu recomendo que vc olhe novamente as fotos dos dois times acima, e perceba que muitas delas mostram a fachada, mas do lado de dentro.
O estádio ocupa uma importante área na região central, tendo sua entrada, na Rua Bernardino do Campos e sua lateral “murada” na Rua Altino Arantes.
No dia da nossa visita, a entrada principal estava fechada.
Uma mão por dentro do portão garante algumas imagens iniciais do campo!
Em busca de uma entrada, recorremos aos fundos do estádio, que além de ceder parte de sua área para operárioa de uma obra próxima, também se encontrava fechada…
Até deu pra fazer mais algumas fotos ali, mas ainda não nos permitia a entrada…
Pelo menos dava pra ver que o gramado estava bem conservado, ainda que sem suas demarcações em cal.
Uma rápida olhada no mapa do local, ofereceu mais uma opção…
Essa entrada lateral era numa rua sem saída que terminava quase dentro do estádio, mas que também possuia um muro e um portão, ambos fechados.
Alguns vizinhos ao me ver observando o portão fechado disseram que quando querem jogar bola é por ali que entram.
Mensagem captada, amigos vizinhos! Lá vamos nós pra dentro do Estádio!
Aí sim, deu pra registrar como gostamos de fazer: as três fotos do campo… Seu gol da esquerda:
O meio campo:
E o gol da direita:
Além de um registro frente ao campo e com um espaço minimamente coberto que serve de recordação para a linda arquibancada coberta, toda de madeira que foi destruída em um incêndio, décadas atrás.
Pelo que eu entendi a arquibancada era exatamente acima desse espaço.
Depois de tantas voltas, era hora de seguir com o rolê pela cidade, pois ainda existia um verdadeiro templo do futebol a ser visitado, o Estádio Municipal Doutor José Sidney da Cunha, que ficava não muito longe dali (até porque a cidade não é muito grande) e que serve de casa para um verdadeiro patrimônio da atual Série B do Campeonato Paulista (o equivalente ao quarto nível do futebol): o EloSport Capão Bonito!
Talvez muitos nem reconheçam o distintivo acima, porque ele é relativamente novo, o tradicional usado sempre foi esse abaixo, que já trazia a “corrente”, simbolizando a união que o time tem como principal filosofia:
O time nasceu em 10 de maio de 1993, finalmente abandonando o tricolor que marcara por tantas décadas o futebol da cidade, adotando o azul e verde como cores oficiais.
Seu apelido, e consequentemente mascote é o “Galo do Sul“.
No início de sua trajetória, o time se limitou às competições amadoras, sendo campeão da Liga de Tatuí e da Liga de Sorocaba, mas em 1997, era hora de levar novamente o nome da cidade ao futebol profissional e o Elosport foi disputar a Série B1B (equivalente na época à 5a divisão do futebol paulista).
O Elosport jogou a B1B até 2001, quando o futebol paulista passou por mudanças que acabaram a levar o time para a Série B3 (equivalente à Sexta Divisão), quando conquistou o acesso para jogar a Série B2 em 2002, terminando em 8o lugar:
Aqui as demais equipes que completaram aquele campeonato e suas respectivas colocações:
No ano seguinte, o time acabou rebaixado e licenciando-se do Campeonato Paulista, retornando apenas em 2007, já dentro de uma nova formulação do Campeonato, na Série B, equivalente à quarta divisão.
Infelizmente, sua história nessa divisão não teve grandes destaques. Desde 2012, curiosamente o time sempre fica a um passo da conquista da classificação para as próximas fases na maioria das edições. Veja como foi o grupo de 2012:
2013:
2014:
2015:
2016:
2017:
2018:
E desde 2019, tem ficado em último:
2020:
Como destaque, vale lembrar que o Elosport sagrou-se campeão do Sub-20 da 2ª Divisão em 2009.
Em 2010, a gente acompanhou um jogo deles (clique aqui e veja como foi):
Como disse anteriormente, o Elosport manda seus jogos no Estádio Dr José Sidney da Cunha, e lá fomos nós conhecê-lo:
O Estádio Municipal Doutor José Sidney da Cunha é administrado pelo Elosport, num sistema de comodato, por isso existe toda uma sinalização com o nome do time, como se fosse um estádio particular.
O time se define nas paredes do estádio, como o “Orgulho de Capão Bonito”.
Diz a lenda que um torcedor mirim mandou um desenho para o Jornal O Expresso chamando o time de “O Galo do Sul”. Aí teria surgido o mascote do time que também se faz presente no estádio.
Olha aí os bancos de reserva:
Nossa visita foi feita naquele típico dia de verão com calor e uma possível chuva se formando acima de nós…
Olha, eu confesso que só fiquei triste por não ter visto (ainda) um jogo do Elosport aí no estádio… Mas fica o orgulho de pelo menos ter conhecido de perto um campo que tantas vezes foi utilizado no futebol profissional.
Vamos dar uma olhada por dentro:
Aqui o gol do lado direito (e a chuva chegando):
O meio campo:
E o gol da esquerda:
Vale mais uma olhada, né?
A arquibancada que ajuda o estádio a ter uma capacidade para mais de 6 mil torcedores.
Não acredita? Olha aí:
Além da estrutura pro torcedor, o estádio possui uma boa área para a imprensa:
É arquibancada pra tudo que é lado…
E assim, dentro do campo, pisando na mesma grama que tantos atletas da série B pisaram esses últimos anos, encerramos nosso registro…
Aliás, encerramos também os rolês de 2020, que venha um 2021 com vacina para todos!
Feliz ano novo, irmãos e irmãs!
Que tempos estranhos esses em que uma forma de vida tão pequena consegue modificar tanto a realidade do planeta… 2020 foi um ano com menos viagens e jogos, mas… tomando todos os cuidados possíveis e imagináveis, marcamos o fim de ano com um rolê rápido e muito mais simples do que imaginávamos há um ano atrás. Visitamos estádios de 4 cidades: Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Avaré e Paranapanema. Comecemos por essa pequena cidade de nome comprido: Paranapanema.
A cidade é conhecida como “a Princesa do Vale” e está há 256 km de São Paulo sendo a casa de pouco mais de 20 mil pessoas. Logo na entrada da cidade, uma estátua relembra uma das armas contra a difusão do coronavirus: a máscara!
A cidade é pequena, mas muito charmosa e cheia de cuidados que surpreendem. Um exemplo é o Museu da Dona Guita, que guarda objetos, máquinas e lembranças relacionadas aos primeiros habitantes de Paranapanema, além de uma série de fotos antigas. O lugar é muito bonito e fica na rua Manoel Domingues Leite a uma quadra da Praça da Matriz.
A cidade é toda muito arborizada, e tem escolas lindas!
O centro é fácil de achar, tem até uma placa indicando que você chegou até lá…
Olha aí como é o clima de uma das principais avenidas da cidade:
Não podia faltar a igreja matriz da cidade.
Além disso, ela é banhada pela represa Jurumirim, a maior represa do Estado de São Paulo. Tem até uma praia de água doce: a ilha do Sol, situada a 7 km da sede do município, às margens da Represa Jurumirim. Veja mais sobre a cidade em seu site oficial (é só clicar aqui…).
A cidade nunca teve grande história no futebol, mas em 31/12/1999, no distrito de Holambra II foi fundado o Clube Atlético Montenegro, a “Águia do Vale“.
Pela primeira, vez o município de Paranapanema teve uma equipe profissional na cidade, mas… Não foi dessa vez que a cidade pode receber um jogo profissional, pois o Estádio Municipal Professor Pedro Sanches não apresentou as condições necessárias para sediar as partidas do time. Assim, a equipe alvinegra teve que buscar um outro local para mandar seus jogos na série B3 de 2001 (o equivalente ao sexto nível do futebol paulista) e o local escolhido foi o Estádio Dr. Paulo de Araújo Novaes, que pertence ao São Paulo FC de Avaré, e como estávamos perto da cidade fomos até lá, mas mais uma vez não consegui registrar a parte interna do Estádio… (já havíamos tentado registrá-lo em 2013 e em 2019).
Assim, o time jogou a série B3 em 2001, e terminou a primeira fase do campeonato em 3o lugar, no grupo B, garantindo sua classificação para a fase final e também o acesso à série B2, quando escrevi o post havia esta tabela na wikipedia:
Embora tenha sido eliminado nas quartas de final, o time acabou terminando em 4o lugar, e o Corinthians B seria o campeão. O leitor Júlio Cesar fez umas correções nos placares apresentados pela Wikipedia:
Com o acesso garantido, em 2002 o time fez sua estreia na Série B2 (o equivalente ao 5o nível do futebol paulista), mas por problemas administrativos acabou abandonando o torneio no fim do 1° turno, fazendo sua despedida contra o time da AD Guarujá, que venceu o esquadrão de Paranapanema por 2 x 1. Depois dessa derrota, o time nunca mais retornou ao futebol profissional e acabou sumindo até mesmo de qualquer disputa amadora. E não é que encontrei a imagem da camisa do time? O done delas é o amigo Frederico Carvalho Capacitor.
Mas… e quanto aos estádios de Paranapanema? Seguem por lá… E olha que não são poucos. Até estranhei ver uma placa que dizia “Estádios” (com “s” mesmo). Começamos registrando o Estádio Municipal Edivaldo Rodrigues de Arruda (sim, mais um estádio com o sobrenome da Mari…por isso a primeira foto é dela!):
Pra você que quer usar a foto sem ninguém, aí está:
Ele fica logo na entrada da cidade, mas pelo visto, já foi deixado de lado há algum tempo. Estava lá… aberto…
Se está aberto… Vamos conhecer o que um dia foi o Estádio Municipal Edivaldo Rodrigues de Arruda.
Já na bilheteria uma certa esquizofrenia… uma suástica mal desenhada ao lado de um A de Anarquia…
Lá dentro… Uma triste visão…
É… O campo virou pasto…
Restos de obras amontoados no que um dia foi a lateral do campo.
O sistema de iluminação também segue por ali, como uma recordação de tempos passados.
Ali, onde ficava um dos gols, com a cidade ao fundo.
O que sobrou dos vestiários:
A arquibancada ainda segue por lá.
Agora, com os cupinzeiros, além do gado, também se pode ver muitos pássaros pelo campo.
Mesmo não tendo recebido nenhum jogo oficial pelas competições da Federação Paulista, o Estádio fez a alegria da população local.
E ainda faz a alegria desses aí, que estão se deliciando com uma grama verdinha!
Aqui, um olhar de traz do que eram os vestiários.
Mas… Como eu disse, a cidade manteve o futebol vivo com outros estádios. Aqui na foto do próprio site da Prefeitura vc pode ver que não faltam campos!
E assim, chegamos ao atual Estádio Municipal de Paranapiacaba, o Estádio Municipal Professor Pedro Sanchez que deveria ter recebido os jogos do CA Montenegro.
Aqui, pra quem quer uma foto do estádio sem a minha incomoda presença:
Infelizmente esse estava fechado 🙁
Mas deu pra fazer umas fotos da parte interna e conferir as belas e verdejantes arquibancadas locais!
Uma pena o Estádio não estar apto na época pra receber os jogos do profissional, porque atualmente ele parece muito acertadinho.
E assim, nos despedimos de mais uma aventura “interior afora”. Valeu, Paranapanema!
Já estivemos algumas vezes em Atibaia, mas nos limitamos a visitar e registrar o Estádio Salvador Russani, até pelo surgimento e desenvolvimento do Sport Club Atibaia.
Mas, o Grêmio Esportivo Atibaiense é um time com uma história que merece e precisa ser lembrada e reforçada. O time foi fundado em 21 de novembro de 1934 por funcionários da Companhia Têxtil Brasileira, ainda sob o nome de Associação Atlética Cetebê. (O distintivo veio do site História do Futebol):
Além de fazer história no futebol amador da região e no Campeonato do Interior, jogando o setor 10 da zona 2, o time decide disputar as competições profissionais da Federação Paulista, na 4a divisão, a partir de 1963. A partir de 1964, o Cetebê mudou seu nome para Grêmio Esportivo Atibaiense. Jogou ainda as edições de 1964, 65 e 67. Veja como a Gazeta Esportiva trata o time e seu rival citadino em 1965:
Jogou também 4 edições da Série A3, em 1981, 82, 86 e 87.
Aqui, a relação dos jogos de 1981:
Voltou à 4a divisão em 1988, jogando mais 4 edições até 1991, quando fez sua última participação no futebol profissional. Uma das histórias mais bacanas do time é que ele foi o último time de Muricy Ramalho como atleta e sua primeira experiência como treinador:
Com o fim do futebol profissional, desenvolveu o seu clube social transformando-se em uma grande potência local. Mas, o futebol nunca foi esquecido. E eis que por meio de uma parceria, o clube surpreendeu a todos e celebrou o seu aniversário realizando um Festival de futebol com equipes sub-11, sub-15, feminina e veteranos.
O festival foi realizado no tradicionalíssimo Estádio Luiz Passador, o que representou a “desculpa ideal” para dar um novo rolê por Atibaia!
O Estádio foi construído no mesmo ano em que o clube nasceu: 1934 e seu nome é uma homenagem a um entusiasta do futebol que trabalhava na Companhia Têxtil Brasileira.
Mais uma bilheteria para a nossa coleção!
O estádio ocupa uma área enorme, com muita possibilidade de se expandir, caso um dia isso seja necessário!
O convite para o evento foi feito pelo amigo Mário que ainda jogou o festival na partida dos veteranos!
O estádio possui uma arquibancada para cerca de 1.500 torcedores, como se pode ver nas fotos abaixo:
Aqui, olhando o estádio das arquibancadas, o meio campo:
Aqui, o gol da esquerda:
Ali, os bancos de reserva:
Vamos ouvir o Mário explicar a ideia do evento:
Pra nós, sempre uma honra pisar em solo futeboleiro sagrado!
Olha aí o pessoal do EC Votoran de Botucatu, adversário histórico da época do amador:
O time visitante saiu vitorioso no sub 15.
Foi emocionante acompanhar também o time dos veteranos do Grêmio Esportivo Atibaiense:
Alguém até levou uma foto de 25 anos atrás onde eles estavam reunidos jogando pelo mesmo Grêmio Atibaiense:
Vale lembrar que a cidade ainda teve o time do Boavista FC, fundado em 1961 e que participou da Quarta Divisão do Campeonato Paulista em 1962 e 1963.
Outro time que também jogou o futebol profissional do Campeonato Paulista foi o São João FC (distintivo disponibilizado no site História do futebol):
O São João FC foi fundado em 2 de fevereiro de 1930, em homenagem ao padroeiro da cidade e disputou o Campeonato Paulista do Interior e a Quarta Divisão do Campeonato Paulista em 1963 e 65.
Demos um pulo na sede do clube, onde antes ficava também o Estádio do time. Vale lembrar que desde 1971, o clube mudou seu nome para São João Tenis Clube:
Infelizmente pela quarentena, a gente não pode entrar no clube pra fazer umas fotos de onde ficava o Estádio, mas encostamos no portão lateral pra Mari fazer umas fotos do atual campo de futebol que atende os sócios.
E aí está o atual campo de futebol:
O clube é uma beleza! Mas o futebol profissional está definitivamente esquecido…
Recentemente escrevemos sobre o Estádio Cerecamp, a casa do EC Mogiana e, nos anos 80 do Gazeta e ao pesquisar, encontrei um vídeo incrível sobre essa história e por volta do minuto 3 do vídeo fiquei sabendo que o Gazeta de Campinas chegou a mandar seus jogos em outros dois estádios da cidade: o Campo do Náutico, no Jardim Leonor e o Campo do Souzas.
Estivemos recentemente no Estádio do Jd Leonor, o Campo do Náutico, e agora aproveitamos para registrar o Estádio Municipal José Iório, o campo do Souzas FC.
O Souzas FC é um time amador de Campinas, e que tem muita história. Foi fundado em abril de 1918.
No ano do centenário, o “Leão do Ramal Férreo” chegou a fazer um grande evento no seu estádio, o Estádio Municipal José Iório reunindo cerca de 1500 pessoas. O Jornal Local chegou a publicar algumas fotos do evento:
Não consegui entrar dentro do Estádio para imagens mais legais, mas dali da entrada deu pra registrar o campo. O gol da esquerda:
O meio campo:
O gol da direita:
As arquibancadas ficam do lado da entrada do estádio.
Dá só uma olhada:
Os caras tiveram até um contato especial com os bancos de reserva:
Ao fundo as casas do bairro.
Ali próximo fica o Rio Atibaia, como dá pra ver no lado direito do mapa:
Aí fica ainda mais clara a beleza das arquibancadas do Estádio!
Antes que vc estranhe o local do gol, é porque é uma partida do sub 13, então utilizam o campo na lateral!
Como relembramos lá no início do post, esse foi o campo usado pelo Gazeta na disputa do futebol profissional, mas não só por isso, caracteriza-se como um local histórico.
Sempre gostei de viajar… Tenho ligações e memórias carinhosas com muitas cidades, mas existem 4 que tem um lugar especial no meu coração: Santo André, Itanhaém, Buenos Aires e … Cosmópolis, a cidade da Mari e onde sempre estamos presentes pra curtir a família, a natureza ou mesmo pra servir de parada pros rolês do interior afora!
E embora tenha registrado a UE Funilense e seu estádio várias vezes (aqui tem mais um post sobre eles) faltava um time da cidade para ser registrado, que embora também tenha perdido seu estádio para o crescimento urbano, segue firme e forte, já tendo passado do seu centenário.
Trata-se do time que nesse 15 de Novembro, completa nada menos do que 115 anos, falamos do Cosmopolitano FC, fundado em 1915!!
Na época de sua fundação, Cosmópolis era apenas um distrito de Campinas.
O nome da cidade significa “cidade universo“, e é uma relação direta à história da ocupação de suas terras por uma infinidade de imigrantes de diferentes nacionalidades.
Vale lembrar esse momento da história, quando o fim da escravização fez com que os cafeicultores paulistas perdessem sua principal mão de obra e razão de tamanha lucratividade com o café.
Uma vez aterrorizados com a ideia de não ter mão de obra, os “barões do café” passaram a bancar a vinda de imigrantes europeus para trabalhar na lavoura (num segundo momento o próprio Governo passou a realizar tal ação).
Só depois de chegar aqui, o imigrante entendia as “letrinhas miúdas do contrato” e descobria que ele deveria pagar pelos custos de sua viagem, e também pela habitação, comida e etc… Não a toa, muitos acabaram desistindo ou tentando desistir, já que legalmente estavam presos a um contrato em que a cada mês trabalhado suas dívidas com os donos da terra só aumentavam.
Foi assim que cidade viu surgir suas colônias de imigrantes, sendo a primeira delas a Colônia Núcleo Campos Sales (formada por suíços). Até escolas foram criadas para atender às colonias, como a tradicional Escola Alemã, que atualmente mantém uma série de festividades relacionadas à cultura alemã. Fotos do Portal Cosmopolense:
Com o Brasil investindo em sua industrialização, em 1898 foi fundada a Usina Ester, o que de certa maneira dividiu a cidade entre a turma da Usina, a vila e as famílias que viviam da agricultura. Leia aqui o post que mostramos algumas imagens da Usina.
Em 1906, surge o distrito de Cosmópolis e em 30 de novembro de 1944 eleva-se à condição de Município.
A “terceira onda” de desenvolvimento da cidade veio na década de 50, com os trilhos da Estrada de ferro da Funilense, braço da Sorocabana, que cruzava a Região Metropolitana de Campinas (Cosmópolis, Paulínia, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho e Conchal).
Eu costumo comparar a estrada de ferro à Internet porque representava a porta de entrada de muita informação para a cidade. Consequentemente é nessa época que a cidade mais se desenvolve.
Foi este o cenário que colaborou para formação e fortalecimento do Cosmopolitano FC, que praticamente acompanha todo o desenvolvimento da cidade.
A principal fonte de informações para este post foi o livro “A história dos 100 anos do Cosmopolitano FC“, escrito por Walber Kowalesky e Antono Rodolfo Rizzo (interessados em adquirir o livro, contatar o próprio clube).
O livro apresenta uma série de fotos históricas que permitem registrar a história do clube, com times de várias épocas, esse foi o que jogou em 1917:
Inicialmente, o Cosmopolitano FC mandava seus jogos em um campo ao lado da Igreja Matriz, mas em 15 de novembro de 1919 conseguiram inaugurar sua “Praça de esportes“, com direito a uma arquibancada de 20 metros e 6 degraus, em uma partida onde empataram em 1×1 com a AA Ponte Preta.
Pra se ter ideia da importância do campo do Cosmopolitano, basta pensar que na época, nem Guarani ou Ponte Preta possuiam estádio. Veja que incrível registro de um amistoso em 1920:
Até detalhes do uniforme dos anos 20, podem ser observados:
E assim, as primeiras décadas foram marcadas por partidas disputadas com adversários da região, como em novembro de 1920, na celebração de 5 anos do clube, quando o Cosmopolitano FC ganhou a Taça Carvalho & Fonseca, vencendo por 4×1 o Clube Concórdia, de Campinas.
A partir de 1921, filia-se à Liga Funilense de Futebol e já em 1922, sagrou-se campeão da Liga. Além disso, houve um torneio comemorativo ao centenário da Independência do Brasil, onde venceu o União Coqueiros FC por 4×0.
Em 1923, mais uma conquista da Liga disputada contra times como o Usina Esther FC, Guaiquicano FC, Paulinense FC, entre outros. Ainda nesse ano, levou a taça “Câmara Municipal de Campinas” ao vencer o Voluntários da Pátria FC, por 2×0 em 9 de setembro de 1923.
Em 1926, seguem as partidas e campeonatos regionais e esse foi o time que representou o Cosmopolitano FC.
Até o fim dos anos 20, o esquadrão cosmopolitano foi batendo adversários como o Capão Fresco FC (Betel), João Aranha FC, Quilombo FC (ambas de Cosmópolis), EC Tujuguaba (Conchal), União Internacional FC (Arthur Nogueira), Brasil FC (Campinas), Salto Grande FC e o CA Comercial (Limeira).
Aqui o registro do embate contra o Conchal FC, valendo a “Taça Apito” em 1927:
A década de 30 se inicia com o time se cadastrando na Liga Campineira de Esportes Athléticos. Aqui o time de 1931 que iria enfrentar o São Paulo Railway AC, conforme conta o jornal “A Gazeta“:
Infelizmente a Revolução Constitucionalista de 32 paralisou todas as competições esportivas do estado e a Liga Campineira não teve final naquele ano, mas encontrei no jornal “A Gazeta” uma nota sobre a 3a rodada, onde o Cosmopolitano FC é chamado de Cosmópolis:
O Cosmopolitano FC foi campeão da sua série e chegou à final do campeonato, perdendo por 3×1 para o Corinthians, que se tornou bicampeão campineiro.
Em 15 de Novembro de 1933, foi disputada uma partida em homenagem ao aniversário do Cosmopolitano FC e mais uma taça garantida com a vitória por 1×0 contra o time da Tecelagem Libanesa de São Paulo. O Correio de São Paulo até divugou o jogo:
O Cosmopolitano FC foi ainda campeão da Liga Campineira de 1933, após vencer o Pátria FC, no Estádio do Guarani, por 2×0. Segue uma nota da vitória da primeira rodada:
E a matéria do jornal “A Gazeta”, de 22 de janeiro de 1934 (disponibilizada pelo amigo Celso Franco, pesquisador do futebol campineiro) que mostra a vitória final:
Em 1936, o ano seria macado por mais um amistoso contra uma equipe paulistana: Clube Atlético Lapa. Distintivo disponibilizado pelo site História do Futebol:
Os anos 40 mantiveram a sequência de amistosos e desafios com destaque para o jogo contra o CR Floresta (de Artur Nogueira) em março de 1946, vitória do time de Cosmópolis por 3×2.
Em 47, uniram-se os rivais citadinos Cosmopolitano FC e Adm Usina Ester para formarem uma seleção e enfrentar no Estádio Thelmo de Almeida o Guarani FC de Campinas: vitória do Bugre por 3×2.
Em 48, uma série de bons resultados registrados:
Em 49, constam duas partidas jogadas como visitante: Itaicy FC 1×1 Cosmopolitano FC e EC Prada (Limeira) 0x1 Cosmopolitano FC.
Aqui, o time de 1952:
Aqui, o time de 1953:
Em 1954, um amistoso com um misto do Guarani FC.
Em 1955, um grande acontecimento, graças aos esforços de Adão Martelli Filho e Francisco de Mário, o Cosmopolitano FC foi convidado para disputar um amistoso contra a AA Avenida (de Salto), no Estádio do Pacaembú. A partida seria a preliminar de Palmeiras x Vasco (pelo Rio São Paulo daquele ano). Público presente: quase 40 mil pessoas! Infelizmente a tarde não estava para o time do Cosmopolitano FC que foi batido por impiedosos 7×3.
Em 1956, o time disputou o Setor 12 do Campeonato Amador do Interior ao lado da AA Internacional (Limeira), do CA Usina Santa Bárbara e da AE Internacional (Santa Bárbara), CA Usina Iracema (Iracemápolis) e EC Paulista (Santa Bárbara D’Oeste) como mostra a Gazeta Esportiva:
O time de 1957 tem uma característica muito especial: o quarto jogador postado em pé, da esquerda pra direita é o “João Bocão“, também conhecido como o vô da Mari infelizmente, já falecido:
Em 1957, o time disputou o Campeonato Amador do Interior, ao lado de outros 3 times na série B do setor 13:
Ainda naquele ano, disputou o Torneio João Mendonça Falcão, ao lado da UA Barbarense, AA Ararense, AA Internacional (Limeira), SER União São João e EC Lemense, Canto do Rio FC (Americana), como mostram diversas notas da Gazeta Esportiva da época de outubro de 1957, até a final em janeiro de 1958:
A Gazeta Esportiva divulgava o que seria o jogo final:
E infelizmente… o resutado 9×3 para os grenás da AA Ararense…:
Em 1958, o Cosmopolitano FC disputou o setor 21 da zona 14 do Campeonato Amador do Interior, ao lado de potencias como o XV de Piracicaba, e o União Agrícola Barbarense, como registrou a Gazeta Esportiva:
Aqui os jogos, alguns resultados e a classificação do grupo:
Em 15 de Novembro, em comemoração ao aniversário do clube, venceu o EC Mogiana por 3×1, como apresentou a matéria da Gazeta Esportiva da época:
Aqui, o 2o quadro de 1958:
Este, o primeiro quadro:
Em 59, disputou o amador do estado.
Em 1961, seu estádio ganha a denominação “Estádio Thelmo de Almeida” em homenagem a um dos sócios fundadores do clube que fez história jogando, apitando ou ajudando na organização do time.
Este foi o time de 1961, que empatou com o juvenil da AA Ponte Preta por 1×1.:
Em 62, mais jogos importantes disputando o amador do estado (não encontrei maiores detalhes sobre sua participação neste campeonato).
Aqui, um flagrante da diretoria do clube em 1962 (até Antonio Pinto, um dos fundadores do clube ali sentadinho):
Olha que maravilha a arquibancada coberta do Estádio Thelmo de Almeida, lotadinha em uma partida contra o Botafogo local!
1963: mais uma boa sequência, com direito a participação no Campeonato Amador da Federação (não encontrei maiores detalhes sobre sua participação neste campeonato):
O time de 1963:
Em 1964, mais uma vez o time disputa o Campeonato Amador do Estado, pelo Setor 21 e monta um grande time, que em março bate o Barão Geraldo por 6×2. Temos ainda uma ficha técnica disponibilizada pelo incrível site História do Futebol com o registro de incrível goleada:
Aqui, o time de 1964:
Aqui uma imagem da fachada do estádio em 1965, que recebeu o time de aspirantes do Guarani para uma peleja, também do site “Relíquias do futebol” (eles deram uma bela tratada na imagem do livro e a foto ficou linda!):
E aqui, uma foto do derbi no campo da Usina Ester:
Em 1966, sagrou-se campeão do setor 13, zona 22, numa sequência invicta de 25 jogos.
No time, ainda tem o “Tio Tito”(tio avô da Mari):
Veja a faixa feita na época para comemorar o título e já aparecendo seu mascote!
Embora o time fosse conhecido como o “Galo da Funilense“, logo, ganhou um mascote oficial, o papagaio da vila:
Em 1967, mais uma vez disputou o amador da Federação Paulista, mas antes venceu um amistoso contra o Real São Paulo de Campinas por 3×1. Pelo amador, o jogo contra a Usina Ester (futura Funilense) empatava em 0x0 quando um penalty foi marcado para o Cosmopolitano FC e o time da usina abandonou o campo, cabendo ao juiz dar a vitória ao time da vila.
Na última partida do amador, jogando em Serra Negra, venceu a Portuguesa local por 3×2.
O livro oferece duas fotos do time de 1967:
Em 1968, novamente uniram-se os times do Cosmopolitano FC e da Usina Ester para enfrentar o Guarani de Campinas, com vitória para os bugrinos por 3×2.
Há apenas o registro da vitória por 1×0 num amistoso contra o CA Silvicultura do Horto Florestal de São Paulo. Distintivo disponível no site História do Futebol:
Aqui, o registro do time de 1969:
Os anos 70 parecem ter afastado o time das disputas do Campeonato Amador da Federação Paulista. Há o registro de um amistoso em 74: Cosmopolitano FC 1×0 São José (Campinas).
Já em 79: Cosmopolitano FC 1×0 EC Alvorada (Campinas) e celebrando o aniversário do clube um amistoso contra a Inter de Limeira.
Quase não há registros do futebol nos anos 80. Em 1990, o time que se sagrou campeão municipal também disputou uma com o União São João, vencendo por 3×2.
Em 96, foi campeão da Liga Cosmopolense e o torneio municipal “30 de novembro”, revivendo o derbi com o time da usina agora representados pela UE Funilense.
Em 1997, conquista o Campeonato Paulista de Futebol Amador promovido pela Federação Paulista, desta vez realizando a final contra o time do SR Cantareira. Primeira partida vencida por 2×0 no Estádio Thelmo de Almeida e o segundo um empate por 1×1 no Estádio Mansueto Pierrot, em São Vicente. Foram 10 vitórias, 3 empates e uma derrota!
Em 2001, definida a venda do estádio. Eram os últimos momentos de um dos estádios mais antigos do estado…
Foi realizada uma partida de despedida entre os ex atletas do Cosmopolitano FC e uma seleção de craques do passado, que venceram por 3×1.
Em 2002, acertada a compra do terreno onde seria construído o novo estádio.
Em 2003 foi inaugurado em partida cont
ra o time B do Corinthians, que terminou com a vitória cosmopolense por 3×2.
E aqui está o Estádio Thelmo de Almeida, atualmente:
A placa celebrativa ainda homenageia mais um que tem estado bastante com a gente nessas andanças em busca de estádios: o Lúcio Carone (tio da Mari) que era o 2º secretário na época!
Vamos dar uma olhada no Estádio atualmente:
O Estádio possui uma estrutura bem maior que o original e fica na entrada da cidade.
Um grande lance de arquibancadas com 8 degraus, na lateral da entrada:
Além da arquibancada lateral, ainda existe um lance de arqubancadas atrás do gol!
Atrás do outro gol, os vestiários. E ali na lateral se pode ver os bancos de reserva e para os mesários / árbitros.
O Estádio além de bem cuidado e grandioso, possui toda a sinalização do clube, com seu nome no banco de reservas.
Olhando da arquibancada, esse é o gol da esquerda:
Aqui, o meio campo:
E aqui, o gol da direita:
A entrada do estádio possui ainda uma área verde que dá um charme especial ao Estádio.
Em 2007 e 2008, o sub 15 e o sub 17 disputam o Campeonato Paulista sa categoria.
O clube segue sua vida equilibrando as atenções entre o social e os esportes.
E pra terminar, o seu hino:
E olha que legal esse anúncio da Usina Esther pra terminar o post:
Nessas idas e vindas pra Cosmópolis feitas nos últimos 13 anos, sempre arrumo um tempinho pra entrar em alguma cidade no meio do caminho e foi assim que em 2010, acabei visitando Louveira, uma cidade próxima de Jundiaí que possui cerca de 45 mil habitantes e assim pude registrar o Estádio Municipal José Silveira Nunes.
O nome da cidade se refere a árvore louveira, uma espécie em extinção. Tão em extinção que nem foto da danada eu achei…
A cidade de Louveira tem uma curiosidade: não tem ônibus de São Paulo direto pra ela, e mesmo a Ferrovia, do passado, também não fazia parte dessa ligação.
Algumas casas antigas relembram o passado da cidade… ou assombram o presente?
O Estádio Municipal José Silveira Nunes é um estádio muito bacana, mas nunca houve na cidade um time que disputasse as categorias profissionais do futebol.
Possui uma bela arquibancada na região central.
E um gramado muito bem cuidado, realmente um tapete.
O estádio já recebeu a Copa São Paulo de Futebol Júnior, tendo o Guarani, o Bahia e o RedBull como mandantes.
Mais recentemente mantém-se focado no futebol amador de Louveira.
Ele também é chamado de “campão”.
Aqui, uma visão de dentro do campo:
Suas arquibancadas tem capacidade para 2.500 torcedores.
Olhando lá da arquibancada pode se ver que ainda há uma linda área verde (pelo menos havia em 2010, será que ela segue por lá?).
Percebe-se também que eu era mais magro hehehehe
Atualmente, a Prefeitura prometeu uma reforma completa, com instalação de cobertura metálica, reforma na cabine de transmissão, sistema elétrico, pintura, melhoria na iluminação e campo, reforma nos vestiários, guarda corpos e troca dos portões principais. Aguardemos…
Nosso rolê pela parte leste do estado de São Paulo, não podia deixar de passar por Taubaté. Mas dessa vez, a idéia não era visitar o Estádio Joaquim de Morais Filho, como já fizemos tantas vezes (relembre aqui a incrível conquista da série A2 de 2015)…
A ideia era registrar um outro estádio, que também tem grande importância no futebol local. Ficamos no Hotel Baobá, mesmo local de 2015, quando encontramos ali hospedados o time do Votuporanguense e acabamos acordados no meio da madrugada pelos fogos da torcida local (não quer mesmo clicar aqui e relembrar a história?).
Antes de seguirmos para o nosso objetivo, um pulinho sempre bom, para relembrar a estação ferroviária, que além de histórica é linda!
E um outro ponto essencial para entendermos o time de hoje, o antigo prédio da Companhia Taubaté Industrial (CTI):
A Companhia Taubaté Industrial (CTI) nasceu ainda no século XIX (fundada em 4 de maio de 1891 por Félix Guisard, prefeito de Taubaté) e foi precursora do desenvolvimento industrial do Vale do Paraíba e uma das maiores tecelagens da América Latina, produzindo camisas e meias.
Embora a CTI tenha fechado suas portas, deixou de presente para a cidade um marco arquitetônica incrível conhecido como “Edifício Félix Guisard”, uma torre com 12 andares e um relógio no topo, que se tornou símbolo da cidade.
Veja que linda foto da torre, disponibilizada na web pelo Jornal O Vale:
A indústria funcionou de janeiro de 1893 (na época com 170 funcionários) até 1983 e seu prédio abriga hoje o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Unitau. A torre do relógio foi tombada pelo Condephaat.
A Fábrica fez tanto sucesso junto à população local que conseguiu montar um time de futebol, o Clube Atlético Ceteiense (distintivo disponibilizado pelo site História do Futebol):
Vale lembrar que outro time da região que existiu graças à indústria do Tecidos foi o Teci Guará (veja aqui nossa visita ao seu estádio).
Outra prova de quão importante foi a produção de tecidos em Taubaté, basta assistir a cena abaixo:
A torcida do Taubaté tem até uma faixa lembrando dessa homenagem:
O CA Ceteiense foi fundado em 4 de maio de 1941, por funcionários da indústria, como forma de lazer. Na época, seu nome era Clube Náutico C.T.I. e depois, CTI Clube.
O time conquistou o primeiro Campeonato da Liga Municipal de Futebol de Taubaté, em 1945 (iria demorar mais 10 anos pra conquistá-lo novamente).
Mas o CA Ceteiense entrou pra história do futebol profissional ao disputar o equivalente à série A2 de 1952:
Depois disputou a competição equivalente à série A3 de 1954. Encontrei poucas informações sobre essa competição, mas aparentemente o CA Ceteiense disputou a primeira fase na Série F:
Pesquisando no arquivo da Folha de São Paulo, o time se classificou para uma segunda etapa, jogando o Segundo grupo.
Lá, encontrei até o resultado de um dos jogos contra o time do Rigeza FC:
Aparentemente sua participação terminou nessa fase. E depois dessas duas aventuras, o CA Ceteiense nunca mais retornou ao profissionalismo. Pra piorar, em 1983, a fábrica fechou suas portas e o Ceteiense encerrou sua história.
Assim, nossa missão foi registrar o Estádio Municipal Félix Guisard, a casa do CA Ceteiense.
Ele ocupa todo um quarteirão e fica bem perto do Estádio Joaquinzão:
Até uma pequena bilheteria ele ainda preserva:
O Estádio Municipal Félix Guisard foi inaugurado em 4 de dezembro de 1943 (num amistoso entre o time da Fábrica Nova 4×2 Fábrica Velha) e fica numa área bem bacana, cheia de árvores.
O Estádio atualmente serve de base para a equipe feminina do EC Taubaté, além de oferecer uma série de equipamentos para a prática do atletismo.
Suas arquibancadas de cimento possibilitam a presença de pouco mais de 3 mil torcedores.
O terreno pertencia à própria CTI, o que facilitou bastante. O projeto foi elaborado por Ícaro de Castro Mello, o mesmo que projetou o Ginásio do Ibirapuera.
Vamos dar uma olhada:
Olhando da arquibancada, ali ao fundo temos o gol da esquerda:
O gol da direita, com novos empreendimentos imobiliários já se fazendo crescer no horizonte e prometendo valorizar a área nos próximos anos…
E o meio campo:
O fim da fábrica e do time, culminou obviamente com grande preocupação em relação ao estádio e demais equipamentos esportivos ali presentes. A solução foi incorporá-lo ao patrimônio público de Taubaté, sob responsabilidade da Prefeitura.
Atualmente, além de sede das meninas do EC Taubaté, recebe jogos do futebol amador da cidade. Mais um lindo registro de um estádio utilizado no futebol profissional!
Não podemos esquecer que a cidade de Taubaté teve ainda um outro time profissional, o Corinthians Futebol Clube do Vale do Paraíba, fundado em 10 de Agosto de 1998
Mas, como o amigo Bruno lembrou, o Corinthians FC era uma verdadeira salada: distintivo do “Vale do Paraíba”, chamado de “Corinthians Taubaté”, tinha sede em Tremembé, e mandava seus jogos na cidade vizinha: Caçapava, Estádio municipal Satiro de Oliveira (fotos da fan page “Fotos Antigas Caçapava”):
Seja como for, o time entrou pra história ao jogar o profissional, disputand o quinto nível do Campeonato Paulista em 1999 (a série B1B), com uma campanha bem interessante, pena que perdeu o gás no final do segundo turno (como e pode ver abaixo graças aos dados levantados pelo RSSSF Brasil):
Jogou ainda em 2000, quando a divisão muda de nome para série B2 e reúne 40 times para a disputa. Segundo o site RSSS Brasil, a campanha do Corinthians Taubaté naquele ano foi assim:
Asim, o Corinthians Taubaté terminou em 4º lugar, classificando-se para o mata-mata.
Em 2000, ainda representou Caçapava como equipe da cidade na Copa São Paulo de Futebol Jr, não se classificando para a segunda fase, vencendo apenas a equipe do Lagartense por 2×1.
Porém, no mata mata pegou a forte equipe do Guaratinguetá e empatou o primeiro jogo em casa e perdeu de 3×0 o segundo, eliminando-se da competição e licenciando-se do futebol.
Algumas pessoas ligadas ao esporte local, disseram que o Corinthians FC chegou a usar um outro estádio em Taubaté para treinos, o Estádio da Associação Desportiva Classista daFord, e fomos até lá, conferir:
Infelizmente, como tantos estádios e clubes relacionados à indústrias, o campo da ADC Ford não sobreviveu aos tempos atuais, e foi vendido para a iniciativa privada para a futura construção de um condomínio de prédios.
Mas, em outubro de 2020, o campo ainda estava por lá. Ainda que com uma cerca literalmente dividindo o estádio no meio campo.
Dê uma olhada:
Sua arquibancada embora quase sumindo em meio à vegetação, segue por lá também.
Ao redor e ao fundo do campo.
Do outro lado, ainda estamos falando de uma área rural.
A área do que foram os vestiários já foram demolidas, restando apenas escombros…
Triste fim de uma era, mas que faz parte do tipo de vida que escolhemos como sociedade em tempos atuais.
Antes de irmos embora, uma rápida olhada na pela fachada do Estádio Luiz Bento do Couto.
O Estádio é a casa da União Operária Futebol Clube, mais uma vez o Site História do Futebol trouxe o distintivo do clube:
O União Operária Futebol Clube foi fundado em 1 de março de 1933, e é um grande campeão do campeonato municipal de Taubaté.
Pra terminar, algumas imagens do Estádio Joaquim de Morais Filho, pra torcida do Taubaté não reclamar…. Elas são do jogo de 2016 entre o Santo André x Taubaté, num feriado de páscoa, quando o Burro ganhou da gente de 2×0 🙁
Um ano em que o Taubaté fez uma excelente campanha, sendo eliminado nas quartas de final.
Pra quem não conhece, recomendo uma visita ao Estádio Joaquim de Morais Filho, carinhosamente chamado de Joaquinzão, um estádio com capacidade atual para quase 10 mil torcedores.
Vale lembrar que antes do Joaquinzão, o EC Taubaté mandava seus jogos no Estádio Praça Monsenhor Silva Barros, “O Campo do Bosque“. Vale uma olhada na linda foto disponível na Fanpage Taubaté – SP (foto Rezende Taubaté):
Para a construção do Joaquinzão houve uma grande campanha de arrecadação de tijolos e um grande empenho de toda a cidade. Em 14 de janeiro de 1968, o estádio foi inaugurado, com o amistoso São Paulo FC 2×1 EC Taubaté.
O recorde de público do estádio aconteceu em 1980 no jogo contra o Corinthians: 21.272 torcedores pagantes. Além das arquibancadas, o estádio também possui uma parte coberta.
Recentemente o estádio teve problemas por conta da chuva, que fez uma parte do estádio ser destruída, mas pelo que vi no portal do Globoesporte, as obras já foram feitas pra recuperá-lo.
Quando estivemos por lá, em 2016, ocupamos o agradável setor dos visitantes, com direito a uma aprazível sombra.
Ah, esse é o portão de visitantes do Estádio:
Existe uma relação de respeito e até amizade entre as torcidas organizadas…
E também entre as pessoas, fica aí nosso abraço pro Ronaldo e pra Talita!
E um abraço a todos que ainda amam o futebol em Taubaté e mantém viva a chama !!