Ainda no Vale do Paraíba, vamos conhecer a triste história do fim do futebol de Lorena! Assim como a maioria das cidades, Lorena também é cortada pela estrada de ferro. Eu sou apaixonado pela Ferrovia e confesso que me emocionei ao reviver uma sensação que há tempos não tinha:
Incrível como existem verdadeiras obras da arquitetura ainda preservadas nas cidades do interior, com destaque para o Solar dos Azevedo:
O Solar dos Azevedo é pertenceu ao comendador Antônio Clemente dos Santos e, posteriormente, a Rodrigues de Azevedo, daí o nome.
Atualmente,é de propriedade do bispado de Lorena.
Mas, estamos aqui pra falar de futebol!
E a história é triste. Falamos do Esporte Clube Hepacaré e do seu “ex-tádio”.
O Esporte Clube Hepacaré foi fundado em 7 de setembro de 1914 e fez história ao disputar dez edições da série A3 do Campeonato Paulista (de 1956 a 58 e de 1960 a 66) e duas edições da série A2 (em 1959 e em 1973).
Ficou conhecido também porque contou com Dondinho (pai do Pelé) como atleta nos anos 40.
O time mandava seus jogos no Estádio General Affonseca.
A inauguração do estádio foi grande estilo, em 30 de março de 1941 num jogo contra o Fluminense, que acabou 5×0 para os cariocas, e quem apitou o jogo foi um tal “Arthur Friedenreich”.
O time do Hepacaré marcou época na cidade e na região, chegando a jogar contra o nosso Santo André na A2 de 1973.
O estádio se segurou até mesmo anos depois do time se licenciar das competições oficiais.
Até a parte interna. Perceba o cuidado nas cadeiras da arquibancada.
Ainda que com uma pintura gasta, o estádio estava de pé e bem vivo!
O gramado irregular, mas dentro dos limites do futebol amador que é a realidade do Hepacaré desde os anos 70.
A bela arquibancada coberta, com as palmeiras ao fundo.
Eu já havia lido esta matéria do pessoal do Jogos Perdidos (aliás, obrigado por terem conseguido registrar o General Affonseca ainda “vivo”) e contava os dias até que a oportunidade de ver e reforçar o registro que eles fizeram 11 anos atrás (escrevo este post em 2019).
Logo, chegamos ao endereço do estádio…
A triste notícia… O endereço estava certo… Os errados somos nós…
Olho para uma foto do passado…
Comparo com o presente… As palmeiras estão lá, mas tudo está errado…
Ainda existe um mísero pedaço do que outrora foi a arquibancada da torcida do Hepacaré.
Fiz questão de ir até lá e pelo menos pisar nesses poucos degraus de cimento, onde tantas emoções foram vividas…
O antigo Estádio da rua Conselheiro Rodrigues Alves não resistiu ao poder do dinheiro… O valor do imóvel na Vila Hepacaré injustificava a existência de um time amador de futebol e sua sede. Suas piscinas e sua sede, onde o funk rolava desde os anos 90 ficaram pra traz.
Em 2011, faltavam apenas três anos para o centenário do clube, mas ele não resistiu. O EC Hepacaré estava falido. Menos de um ano depois, sua sede foi leiloada (R$ 5,3 milhões, aplicados não sei como) e em 2017, nascia mais uma unidade do Supermercado Nagumo.
Antes de ir embora, encontrei mais uma parte do estádio… Uma parede que parece separar a recordação da realidade.
As tradicionais paredes amarelas ainda estão ali dentro…
Se doi pra quem nunca viu um jogo, imagine para quem chegou a jogar ali…
Não há o que falar…. Nós perdemos… A menos que novas iniciativas que começam a serem noticiadas em 2024 – quase 10 anos depois de nossa visita- possam ser verdadeiras…. Uma possível volta do Hepacaré… Na Internet já existe até um museu do time (clique aqui e conheça) pra ir reaquecendo os corações da torcida:
Fica de recordação a camisa do amigo Fred de Taubaté:
Mais um rolê para uma cidade do interior que teve grande participação na história do futebol paulista. Bem vindo à Guaratinguetá!
Aproveitamos o feriado de carnaval para dar um rápido rolê pelas cidades do Vale da Paraíba e também pelo sul de Minas Gerais e começamos visitando Guaratinguetá.
A cidade impressiona pela autenticidade e sinceridade das pixações…
O Vale do Paraíba é um “acidente geográfico” que leva esse nome graças a este rio que divide a cidade.
Como sempre fazemos, tentamos conhecer um pouco do dia-a-dia da cidade, com um rolê no centro e não podíamos deixar de conhecer o mercado municipal.
O prédio histórico que abriga o centenário mercado é muito bonito!
Vale a pena a visita e o apoio aos comerciantes locais.
Seguindo pelo centro, é possível apreciar as construções históricas ainda bem preservadas.
E… encontrar a dama de ferro que, assim como o rio Paraíba, cruza a cidade.
Só tem uma coisa em uma cidade que eu gosto mais do que ferrovias: estádios de futebol! E em Guaratinguetá, nós temos 2. Comecemos então pelo Estádio Augusto Schumuziger, a casa da Teci Guará Futebol Clube.
O Estádio leva o nome de Augusto Schumuziger em homenagem ao diretor presidente da Cia. Fiação e Tecidos – Guaratinguetá, responsável pela inauguração não só do time como de um centro recreativo e de lazer para os funcionários da fábrica e suas famílias, É essa figura:
A data de fundação do Teci Guará FC é considerada 1º de Maio de 1930 porque boa parte do time era formada por anarquistas trabalhadores da indústria.
Aqui, uma imagem da fanpage Vale Ver Guará ondepode ser ver a indústria e ao fundo no lado esquerdo superior o campo do Teci Guara.
Pudemos visitar sua sede na Rua Pedro Cappio, 205, no Bairro Pedregulho. Aí a bilheteria! E naquele nosso famoso jeitinho de ir entrando…
Aqui, o nosso tradicional registro em 3 fases, começando pelo gol do lado direito (orientado por quem esteja na arquibancada):
O meio campo:
E o gol comunista:
O estádio, embora suepr acanhado, mantém uma pequena e charmosa arquibancada coberta que permite a pouco mais de 100 torcedores vibrem com o time!
Os bancos de reserva:
Contentes em ter registrado esta pequena pérola do interior paulista, vamos ao gigante “Ninho da Garça“, o Estádio Municipal Professor Dario Rodrigues Leite.
Isso significa… Mais uma bilheteria pra coleção!
Atualmente, o estádio é sede dos jogos da Academia Desportiva Manthiqueira, mas ele ainda está “decorado” com a identidade visual do último time que levou a cidade às divisões mais importantes do futebol, o Guaratinguetá Futebol Ltda.
O time tentou resgatar o prestígio que a Associação Esportiva Guaratinguetá conquistou no passado.
Vamos ver como ele é por dentro?
Como eu disse anteriormente, o estádio já abrigou jogos de diferentes equipes, mas sem dúvidas a que teve maior sucesso foi a Associação Esportiva Guaratinguetá, time fundado em novembro de 1915. Esse foi o distintivo da equipe até os anos 30, na época Associação Sportiva Guaratinguetá:
Dos anos 30 até os anos 50, a Esportiva adotou este outro distintivo (mantendo-se alvinegra):
Só depois dos anos 50 passou a ser alvirubra e adotou um novo distintivo.
Esse distintivo sofreu leve alteração e aí perdurou até seus últimos suspiros, na Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 1998:
Além da mudança do distintivo (e das cores), a torcida local viu uma importante mudança: o time que passara toda sua vida no amadorismo, decidiu aventurar-se no profissional. E foi no Estádio Dario Rodrigues Leite, que a Esportiva conquistou o título do Campeonato Paulista da Série A2 de 1960. (esta e as demais fotos estão disponíveis no incrível “Que fim levou“, do Milton Neves e também no também alucinante “Botões para sempre“.
Pra matar a saudades: a filial da Rede Globo fez uma matéria bacana com os craques do passado: https://globoplay.globo.com/v/5498964/. Dessa forma, o “Lobo” (mascote do time) pode disputar a primeira divisão de 1961 a 1964!
Entre a primeira e a terceira divisão foram 37 participações no futebol profissional. Esse, o time de 1979, em foto da fanpage “A gloriosa esportiva”:
E aqui, Borrachinha, goleiro do time de 1988.
Em 1990, o time ganhou uma placa no estádio municipal.
Aqui, o time em 1997, com Negaça, no gol:
Infelizmente, o time acabou se licenciando e para ocupar seu lugar, surgiu o Guaratinguetá Futebol Ltda.
O Guaratinguetá Futebol Ltda foi idealizado em 1998, na época como Guaratinguetá Esporte Clube e a partir do ano 2000 passou a disputar as competições oficiais da Federação Paulista.
O time conseguiu uma ascensão meteórica e logo estava na série A1 (na época sua escalada se iniciou na séire B2, o quinto nível do futebol paulista) do Paulista e na série B do brasileiro. Em 2010, sem apoio do poder público local, o time se mudou para Americana, passando a se denominar Americana Futebol, em um dos movimentos mais tristes do futebol paulista.
Em 2012, o time volta à cidade de Guaratinguetá e enfrenta uma série de rebaixamentos. Em 2016, disputou a Série A3 do Paulistão e Série C, sendo rebaixado em ambos, e os maus resultados acabaram fazendo com que o time pedisse licenciamento das competições oficiais. Nessa fase final o time foi marcado pelo técnico João ‘Telê’.
O último time a utilizar o estádio é a Academia Desportiva Mantiqueira.
O AD Manthiqueira é um dos caçulas do futebol paulista, tendo sido fundado em 2005 e 5 ano depois, filiando-se à Federação Paulista. Como o ano do surgimento do time foi o mesmo ano da mudança do Guaratinguetá para Americana, incluiram no estatuto social da Manthiqueira uma cláusula que impede a mudança de município. Assim, em 2011, o clube disputou pela primeira vez a Bezinha do paulista.
Um dos diferenciais do time é a treinadora Nilmara Alves, uma das primeiras mulheres a treinar uma equipe masculina de futebol profissional no Brasil, e que ficou mais de 5 anos à frente do time.
Em 2017, a Manthiqueira consegue o primeiro acesso da sua história, para a série A3 do Campeonato Paulista, e sagrando-se campeã em cima do Esporte Clube São Bernardo.
Pra finalizar a relação dos times que já jogaram e podem vir a jogar, desde 2018 correm boatos do surgimento do Atlético Guaratinguetá, que promete chegar ao profissionalismo no ano de 2020.
O mascote do time é o Coruntá:
Enfim… Tudo isso pra voltarmos ao Estádio Municipal Professor Dario Rodrigues Leite, inaugurado em 7 de Setembro de 1965.
Vamos tomar uma?
Com tudo o que vimos, dá pra imaginar quantas emoções já passaram nessas arquibancadas…
Aliás, e dá-lhe arquibancadas….
A capacidade atual é de 16.095 torcedores.
Inclusos nessa conta os lugares cobertos, na região central do campo.
Como sempre, uma visão do lado direito do gol:
Meio campo:
E o gol comunista:
Mais uma vez, ficamos verdadeiramente emocionados em poder registrar um estádio com tanta história e com um futuro cheio de esperanças, afinal dizem os rumores que em 2020, o Manthiqueira não estará sozinho.
E o agradecimento ao Egídio que bateu um bom papo conosco durante nossa visita e é quem zela pelo estádio com super atenção e carinho.
E quem sabe, voltemos para ver um jogo ainda em 2019…
A nossa visita por Guaratinguetá termina aqui, porém, há de se prestar homenagem ao “falecido” Estádio Dr. Benedito Meirelles.
O Estádio foi inaugurado em 09 de julho de 1915, e ficava na Rua Cel. Pires Barbosa no Bairro do Campo do Galvão, mais ou menos nesse local:
As arquibancadas e a cerca do estádio eram de madeira. Ao fundo pode se ver o distintivo da Esportiva Guaratinguetá.
Olha quem chegou a jogar (e perder) por lá:
Aqui, a Esportiva em 1940 (que foto, animal!!!!):
O próprio Teci Guará FC jogou lá, em 1957 (foto do Zeck Bróca):
E deixo aqui umas últimas imagens pra gente ver o que o passado levou e não volta mais…
Dando um rápido intervalo nas postagens sobre a viagem pro Leste Europeu (que exigem um tempão até conseguir subir todas as fotos e escrever sobre elas), vamos contar um pouco da história do Independente de Pirassununga.
A 189ª camisa foi presente do amigo Zé Antonio, um dos caras que continuam a resgatar e valorizar a história do futebol (e da cultura) local.
O Independente Futebol Clube foi fundado em Novembro de 1938 e teve sua história marcada pelas participações nos campeonatos amadores.
O primeiro jogo do Independente FC foi contra a Esportiva Sanjoanense, perdendo pelo placar de 2×0, realizado em São João da Boa Vista.
O sucesso no amadorismo levou o time a se aventurar no profissionalismo e em 1977, o Independente de Pirassununga disputou o Campeonato Paulista da Quarta Divisão.
Mas, disputar o futebol profissional representa uma série de investimentos que muitas vezes inviabilizam a participação de times do interior, e foi o que aconteceu com o time de Pirassununga.
Até hoje, o time segue atuando nas disputas amadoras e principalmentenas categorias de base.
Manda seus jogos no Estádio Armando Boito, e fica localizada na Avenida Joaquim Cristóvão, 245, na Vila Santa Terezinha. Estivemos lá em 2018, veja aqui como foi.
O post de hoje levou nos pelos “caminhos de pedras secas” até a bela cidade de Itapetininga.
Itapetininga tem tanta história no futebol que acabamos deixando de fazer as tradicionais fotos da cidade, então pegamos essa do site da Prefeitura Municipal para ilustrar o local onde pouco mais de 162 mil pessoas vivem.
Almoçamos numa padaria bem legal! A fome era tanta que não lembro nem o nome…
Falar do futebol profissional em Itapetininga significa voltar ao tempo em que todas as divisões do Campeonato Paulista e até o futebol amador eram valorizados pelas diversas cidades do interior.
Então, voltemos ao início do século para conhecer a história da Associação Atlética Itapetininga.
A Associação Atlética Itapetininga foi fundada em agosto de 1931, sendo assim o mais tradicional time de Itapetininga. Disputou a 4ª Divisão do Campeonato Paulista em 1960 e a 3ª Divisão em 1961 e 1962.
Aqui, algumas fotos históricas de times que defenderam as cores da Associação Atlética Itapetininga, começando pelo time de 1952 (foto do blog http://alan-franci.blogspot.com):
Existe ainda uma página no Facebook em homenagem ao time e lá estão compartilhadas mais lindas imagens da Associação Atlética Itapetininga:
Pra fechar a sessão nostalgia, o time de 1961 que disputou a terceirona daquele ano:
Infelizmente, nos dias atuais, seu departamento de futebol profissional já não existe mais, mas, o Estádio José Ravacci Filho, campo onde mandava seus jogos, continua de pé!
Ainda existem lembranças da antiga entrada:
O Estádio segue muito bem cuidado, só sofreu uma “pequena” alteração…
O campo mudou de direção… Foi invertido em 90 graus… Ou seja, o que era linha de lateral virou linha de fundo e vice e versa.
Dessa forma, além de perder em tamanho, foram se embora as tradicionais arquibancadas que abrigaram tantos torcedores nas décadas passadas…
Veja como era:
Aparentemente era nesta lateral onde ficavam as arquibancadas que estava a entrada que hoje está fechada.
E o que era a lateral virou o gol!
Ainda existem bons vestiários:
Vamos dar uma volta no campo para conhecer melhor:
O estádio ainda guarda uma estrutura que serve de bar e de sede onde podemos encontrar algumas recordações do time.
Aqui, alguns dos quadros que estão nas paredes desse bar:
Até uma linda flâmula eles têm!
E agora, o xodó é o time de masters!
Um último registro no campo que já roubou tantas lágrimas e sorrisos (e que ainda mantém se vivo nas disputas amadoras!):
Quer bater um escanteio antes de ir?
Primeira parte da nossa missão cumprida! Agora é vez de registrar o Estádio Engenheiro Péricles D’Ávila Mendes, a casa do mítico DERAC!
O DERAC, que é a sigla de Departamento de Estradas de Rodagem Atlético Clube, foi fundado em dezembro de 1950 (como indicado em seu distintivo). O time participou de quatro edições da série A2 (1982, 1984, 1985 e 1986), 32 edições da série A3 (1959, de 1961 a 1971, de 1976 a 1981 e de 1988 a 1992) e 2 na “Quarta Divisão” (1960 e 1994).
A história é surreal, uma vez que o time foi formado por funcionários do D.E.R. local e acabaram não só chegando ao profissionalismo como jogando por 3 divisões do Campeonato Paulista.
Uma delas, foi em 1961 pela A3:
E olha que bela campanha fizeram em 1977 pela “A3” daquela época:
O time tem muita história e foram muito quadros que representaram as cores da cidade. Lá mesmo no estádio existem várias fotos de times perfilados que fizeram história e jogaram frente a uma verdadeira multidão.
Mas se você quer mesmo memórias do time, não deixe de acessar o blog do Museu Virtual DERAC. Eles têm fotos como essa, do time de 1970 que disputou a série A3:
Então voltemos ao Estádio Engenheiro Péricles D’Ávila Mendes, a casa do DERAC.
E mais uma vez, estamos aí…Em frente a um campo histórico que fez (e faz) parte da vida de tantas pessoas…
Mais uma bilheteria que teve no passado seus dias de glória e que sonha com a volta do futebol profissional.
Vamos dar uma olhada no estádio?
O Estádio Péricles D’ávila Mendes tem capacidade para cerca de 6 mil torcedores em seus dois lances de arquibancada, ao longo do campo.
A entrada do estádio nos leva até esse lado da arquibancada. Veja ao fundo o bar e sede do time.
Aqui, um olhar já chegando próximo ao bar.
E olha aí o bar e alguns dos troféus do time!
Olha o tamanho da arquibancada:
Encontrei uma imagem antiga do estádio, mas parece que mudou bastante…
Um dos maiores orgulhos do DERAC são os grandes jogadores que fizeram parte de seu elenco e foi um ex atleta do time que nos apresentou o estádio. Falamos do “Paraná”, que atualmente faz parte do time de veteranos do DERAC.
O gramado segue bem cuidado, mesmo próximo ao gol.
E assim, a parte 2 da nossa missão está cumprida!
Resta nos agora contar a parte “ferroviária” da nossa história pelo futebol de Itapetininga, e ela fica ao cargo do CASI, o Clube Atlético Sorocabana de Itapetininga.
O time do CA Sorocabana de Itapetiningafoi fundado em junho de 1945 por um grupo de trabalhadores ligados à ferrovia. E se você quer ver fotos incríveis do CASI, vale a pena visitar o blog SomosCASI.blogspot.com eles tem imagens como essa, do time dos anos 50:
Esse era o time da Sorocabana de Itapetininga em 1957:
Esse é o time de 1959, se preparando para a disputa da A3 do ano seguinte:
E aqui outros esquadrões de diversos momentos do CA Sorocabana Itapetininga que participou da quarta divisão (em 1960) e da terceira divisão (de 1961 a 1963).
Infelizmente, o tempo passou e assim como a ferrovia acabou sumindo do mapa, o CASI acabou no ostracismo e logo no esquecimento, mas restou-lhe um marco importante para servir de recordo: o Estádio José Santana de Oliveira, na Vila Aparecida, campo onde mandou seus jogos por tantos anos.
Não, não é nenhum engano, não existe sinalização referente ao estádio, porém possui um Museu Ferroviário na entrada do clube. No entorno do campo, vários equipamentos da ferrovia.
Conseguimos adentrar ao Estádio, então, vamos dar uma olhada lá dentro?
Adentramos ao campo e o que pudemos ver foi de cortar o coração… Ainda que com a grama bem cortada, o estádio parece aguardar seu fim…
Nem as traves mantiveram-se em pé…
Um estádio que tinha como destaque nas arquibancadas o público feminino, formado por cerca de 800 torcedoras, na maioria familiares de ferroviários que acompanhavam o time.
É triste, mas… Estamos aí pra registrar e quem sabe torcer pela recuperação do estádio.
Despreocupadas estão as corujas que adotaram o gramado do campo como lar…
O outro gol também está lá deitadão….
Um pedaço de trilho, simbolizando a ligação do time com a Ferrovia corta a lateral do campo…
E até uma locomotiva guarda as memórias do CASI, da ferrovia e do Estádio Joé Santana de Oliveira… Um passado que não volta…
Infelizmente, atualizo esse post em 2024 para mostrar que o campo do CASI deu lugar para um supermercado…
Pra terminar nossa história, é preciso registrar o último time que representou a cidade no profissional, o Esporte Clube Itapetininga.
Fundado em abril de 1995, o time ficou com a vaga do DERAC na Federação Paulista e disputou os campeonatos da sexta divisão de 2002 e 2003, da quinta divisão de 1996, 1998, 1999 e 2000.
Mais uma cidade, mais uma história, mais um time, mais uma glória! Bem vindos à Estância Turística de Avaré, a terra do verde, da água e do sol! Em Avaré vivem cerca de 90 mil pessoas em uma cidade que tem vários orgulhos. Um deles é a represa de Jurumirim (formada pelo rio Paranapanema), tão importante para a saúde de todos nós que vivemos no estado de São Paulo e, ainda um lugar mágico, lindo!
A cidade está cada vez mais organizada e com atrações incríveis, como por exemplo a Feira do produtor rural (com várias opções de alimentos orgânicos) que rola a noite no centro da cidade! Veja aqui mais informações.
Os postes da cidade estão cada vez mais politizados! E se a história da cidade é bastante rica do ponto de vista natural, social e cultural, com o futebol não poderia ser diferente! Visitamos 3 estádios, 2 deles com história no profissionalismo.
Comecemos falando da tradicionalíssima Associação Atlética Avareense!
A Associação Atlética Avareense foi fundada em Janeiro de 1920, e mantém até hoje sua sede, junto do seu campo de futebol, entre a Rua 9 de Julho e a Rua Grande do Norte (a entrada fica no número 1.826). O time nasceu da união dos dois primeiros times de futebol da cidade: Atlético Clube Avareense e Avaré Atlético Clube.
Só depois me toquei que não fiz uma foto frontal, por isso peguei essa imagem do Google Maps:
E se você reparou no detalhe do distintivo e também nos muros do clube, em 2020, a Associação Avareense completou seu centenário!
Em 1954, fez sua estreia no profissionalismo, na Terceira Divisão do Campeonato Paulista, mas não parou por aí. A A.A. Avareense disputou seis edições do Campeonato Paulista da Terceira Divisão: em 1954 e de 1961 a 1965 e atualmente mantém uma bela sede sócio cultural que ainda recebe partidas do futebol amador, principalmente envolvendo o seu time de veteranos.
Aqui, uma fotografia do time, na época do amadorismo, em 1940:
E que tal a fachada do estádio há muitos anos atrás?
Aqui, uma foto de um jogo contra o XV de Piracicaba:
Aqui, outras imagens históricas:
Na época do profissionalismo, chegou a mandar seus jogos no estádio do clube e também no Estádio Paulo Araújo Novaes, (campo do São Paulo F.C., do qual falaremos abaixo). Mas por hora, vamos conhecer o estádio que fica no próprio clube:
Aqui dá pra ter uma ideia do estádio:
Ele possui estrutura melhor do que vários times que atualmente disputam o acesso do paulista.
Olha que beleza de arquibancadas cobertas (nem o Estádio do Santo André tem…):
O campo está bem no meio do clube, ao fundo vê se o ginásio e o espaço das piscinas e academias. Ali, no passado também haviam arquibancadas.
Possui ainda um sistema próprio de iluminação:
Gramado bem cuidado em toda a extensão do campo. Aqui, pode se ver o gol do lado direito (olhando da arquibancada):
O meio campo:
E o do lado esquerdo:
Fiquei muito contente de ter recebido de presente uma camisa do time de veteranos (afinal, já to com mais de 40…). Prometo que em breve escrevo um post sobre ela!
O orgulho dos sócios pelo time é imenso. E pode se ver o distintivo espalhado por todos os lugares!
Sentindo de perto esse orgulho, fomos embora contentes por registrar esse clube!
Bem próximo da Associação, fica o Estádio Paulo Araújo Novaes, a casa do São Paulo Futebol CLube de Avaré.
O São Paulo de Avaré foi fundado em 1946 e dividiu as atenções da cidade na terceira divisão de 1954, ao disputá-la junto da Associação Atlética Avareense. No total, participou de 13 edições das divisões de acesso do Campeonato Paulista de Futebol: da Terceira Divisão em 1954, 1956, de 1980 a 1983, 1985, 1986 e 1991. Da Quarta Divisão em 1960, 1989 e 1990. E da Quinta Divisão em 1979. Mandava seus jogos em seu próprio estádio, o Dr. Paulo de Araújo Novaes.
Já estivemos aqui em uma outra visita, mas como estava escuro, acabamos registrando poucas coisas (confira aqui).
Aqui, uma vista aérea do estádio:
Infelizmente não foi dessa vez que conseguimos entrar no estádio… Ele estava fechado…E pra não dizer que desisto fácil, voltei lá em 2020 e… mais uma vez fechado 🙁 Achou que eu fosse desistir?? Enganou-se, continue lendo porque voltei lá em 2021 e finalmente consegui as fotos!!!
Fizemos algumas imagens “por cima do muro”. Aqui dá pra ver a arquibancada maior (ao lado da avenida):
Aqui, uma visão dos três lances de arquibancada:
Um zoom na arquibancada do fundo:
Aqui, a arquibancada do lado esquerdo:
Os bancos de reserva:
Mas agora, vamos finalmente conhecer a parte interna, feitas somente em 2021:
E aqui, algumas fotos, começando pelo lado oposto da arquibancada, esse é o gol do lado direito:
O do lado esquerdo:
Aqui o meio campo (e olha que arquibancada animal!!!):
Claro que fomos até a arquibancada registrar a nossa presença em mais um templo do futebol paulista!
Olhando lá da arquibancada, esse é o gol do lado direito:
O gol do lado esquerdo:
Arquibancada histórica!!!
Aqui é o lado de fora do estádio, já com o pessoal do time que estava ali jogando (sim, o time segue nas competições amadoras):
Mais uma bilheteria!
O distintivo tricolor espalhado por muros do estádio:
Já estávamos indo embora quando passamos pela antiga estação da cidade.
Como sempre existe um time de futebol ligado à ferrovia, em Avaré não poderia ser diferente… Acabamos dando um pulo no Estádio Antonio Braga, casa da Associação Ferroviária Avareense.
O clube foi fundado no dia 13 de maio de 1950.
Embora não tenha chegado ao profissionalismo, o clube possui uma estrutura de dar inveja! Ah, e uma bilheteria no estádio!
O gramado bem cuidado…
O campo é todo cercado por alambrado.
Possui bancos de reserva também.
Possui uma boa estrutura para o recebimento dos atletas.
Os detalhes das iniciais do time na grade de acesso ao estádio.
E lá vamos nós para mais uma cidade do interior de São Paulo! Bem vindos a Angatuba!
Mais do que uma simples visita, nós “pousamos” em Angatuba e escolhemos ficar no Hotel Pousada Talu.
Olha que linda essa plantação de girassol bem em frente ao hotel!
Tinha até piscina pra matar o calor…
Ter dormido em Angatuba nos permitiu ficar quase dois dias passeando pela cidade.
Assim, pudemos conhecer alguns pontos incríveis como a Estação Ecológica de Angatuba.
É fácil de chegar e dá pra deixar o carro na sede administrativa. Daí é só escolher como curtir o lugar… Tem uma trilha bacana até um mirante, vale a pena!
A caminhada é de boa e a subida até o fim do mirante é divertida hehehehe:
Uma vez lá em cima é só comemorar!
E curtir o visual…
O chão tá láááá embaixo…
Na volta só não pode se perder…
O caminho que leva até a floresta é cheio de belas paisagens…
Há vários riachos e cachoeiras por ali… Essa é a cachoeira dos mineiros.
Essa é a mais perto da estrada. E basta descer uma pequena trilha para chegar na parte de baixo da cachoeira pra tomar um banho.
Dá uma olhada como é bonita:
Banho tomado, hora de subir a trilha de volta…
A noite, o rolê foi pela praça da cidade, que estava animada com uma feirinha…
Algum tempo depois da nossa visita, li a biografia do João Gordo (vocalista da banda Ratos de Porão) e descobri que ele morou por 2 anos em Angatuba!!
Mas… Claro que a ideia de visitar Angatuba envolvia o futebol.
A ideia era conhecer e registrar o Estádio Municipal Roldão Vieira de Moraes.
O Estádio Municipal Roldão Vieira de Moraes era a casa da Associação Desportiva Angatubense.
A Associação Desportiva Angatubense , a ADA, foi fundada em março de 1963, e em 1978 aventurou-se no futebol profissional, disputando a Terceira Divisão da Federação Paulista de Futebol, em 1979 e de 1982 a 1985, também participou da Quarta Divisão em 1980 e jogou a Quinta Divisão em 1981. Algumas fotos desse período e também dos tempos de futebol amador da ADA:
Aqui, o amistoso contra o time do Milionários de São Paulo.
Em 1986, desativou seu departamento de futebol profissional e nunca mais voltou ao profissionalismo, e por isso, lá fomos nós fazer parte dessa história, registrando a casa da AD Angatubense, o Estádio Municipal Roldão Vieira de Moraes.
A única reclamação é que… Pô, cadê uma placa identificando o Estádio Municipal Roldão Vieira de Moraes, mostrando seu nome, data de fundação e etc… Mas… vamos lá, dar uma olhada lá dentro!
O Estádio possui uma arquibancada coberta, logo por onde a torcida entra.
A AD Angatubense mandava seus jogos profissionais ali. E é duro imaginar que no passado, a cidade vibrava com o time e lotava os quase 2 mil lugares do estádio.
Os bancos de reserva ocupados pelos suplentes sonhando em ter uma chance de entrar em campo e mostrar seu talento.
Uma vista do meio campo:
Aqui o gol do lado esquerdo:
E o gol do lado direito:
Esse é o lado de fora do estádio. Lembrando que é hora de ir embora..
Olha que legal esse cartaz convidando para um jogo dos anos 80 quando disputou a Terceira Divisão…
A nós, cabe a emoção de estar presente em mais um templo do futebol do interior paulista. Ainda que hoje, a paixão não seja a mesma, que o profissionalismo tenha sido deixado pra traz… O Estádio Roldão Vieira de Moraes será sempre lembrado.
Pra quem se emocionou com o time, vale a pena comprar a camisa, basta clicar aqui:
Hoje é dia de registrar nosso rolê pela cidade de Laranjal Paulista, onde vivem pouco mais de 28 mil pessoas.
Assim como diversas cidades, Laranjal Paulista cresceu em torno da ferrovia. A estação da cidade foi inaugurada pelo próprio D. Pedro II.
Os nossos “anfitriões” eram esse trio: Esdras, Kiki (a cachorrinha) e o Carlos.
Recentemente, a cidade teve destaque nos noticiários por terem pixado o sobrenome (“Queiroz”) de um ex assessor do atual presidente na tradicional laranja gigante que fica na entrada da cidade.
Mas, a população de Laranjal Paulista tem um grande motivo de se orgulhar! Trata-se da Associação Esportiva Laranjalense.
A Associação Esportiva Laranjalense foi fundada em março de 1943 e chegou a disputar cinco edições da terceira divisão do Campeonato Paulista (1971, 1972, 1974, 1975 e 1976) e quatro da quarta divisão (1969, 1977, 1978 e 1979).
Aqui, o time de 1971 (na foto está escrito 2a divisão, porque na época existia a primeira, a “especial” e a segunda):
Em 1977 chegou a semifinal da terceira divisão, contra o Primavera, perdendo o primeiro jogo em Indaiatuba por 2×1 e o jogo de volta (em Laranjal) por 3×2. Esse jogo ficou marcado na história como a maior caravana já feita pela torcida do Esporte Clube Primavera, veja a torcida tricolor no Accácio Luvisotto:
Esse é o time de 1978:
Aqui, também uma imagem que retrata um tempo em que torcida e time se viam com grande frequência!
A AE Laranjalense mandava seus jogos no Estádio Municipal Accácio Livisotto.
E se tem estádio com distintivo do time pintado na parede… Aí estamos nós!
Uma bilheteria a mais na nossa coleção.
E que tal dar um rolê por dentro do estádio?
O Estádio Accácio Luvisotto tem capacidade para receber 5 mil torcedores em suas arquibancadas. De um lado temos essa, descoberta:
Do outro lado, temos dois lances de arquibancadas cobertas:
Ao fundo, pode se ver a cidade, ainda sem os prédios tão comuns às grandes metrópoles.
O Estádio possui ainda um sistema de iluminação daqueles tradicionais.
Do outro lado, o ginásio de esportes, que também contribuiu para a vida esportiva da cidade.
E esse é o Carlos, professor de educação física e que tem uma relação bem especial com o estádio. Desde cedo ele frequenta o campo, seja pra assistir (algumas vezes até pulando o muro…) seja para jogar.
E ele (e várias pessoas) ainda sonham em ver esse campo cheio de torcedores e atletas locais, ocupando uma parte tão importante da cidade, que já foi responsável por tanta alegria.
Nós torcemos para esse dia chegar logo…
Bem vindos à Tietê, uma cidade localizada há pouco mais de 100 km de São Paulo, com uma população estimada, em 2018 em pouco mais de 41 mil habitantes e que nasceu às margens do rio Tietê…
Ali, às margens do rio, também podemos encontrar um pouco da história do futebol paulista, afinal praticamente na cabeceira da Ponte Grande, está construído o “Estádio José Ferreira Alves”.
O Comercial Futebol Clube foi fundado em junho de 1920 e por 20 anos mandou seus jogos no estádio localizado em frente à Santa Casa de Misericórdia (atualmente o Educandário “Rosa Mística”), como se pode ver (ou tentar imaginar) nessa foto da década de 20:
Finalmente inaugurou, em 1940, o “Estádio da Ponte Grande“, que viria a se transformar em “Estádio José Ferreira Alves”, em homenagem a um de seus fundadores. Aqui, o pessoal fazendo o nivelamento para o estádio:
O nome do time é uma homenagem ao Comercial de Ribeirão Preto e também a Rua do Comércio, onde nasceu o clube.
A história do time é muito rica, com grandes nomes tendo passado por ali.
Atualmente, o maior nome é o do presidente do clube. Esta é a vaga de estacionamento de ninguém menos que César Sampaio.
O Estádio José Ferreira Alves, apelidado como “Ferreirão” possui capacidade para 4.500 torcedores, mas pode receber melhorias e ampliação caso o plano de César Sampaio, de levar o time de volta ao profissionalismo em 2020, se realize.
Aqui dá pra se ver melhor o campo todo:
Usando como base o livro “Os esquecidos“, a estreia do Comercial FC em competições da Federação Paulista acontece em 1943 no Campeonato do Interior daquele ano, quando jogou o grupo da 23ª região, que teve como campeão a equipe da AA Saltense.
Em 1944, novamente jogou o grupo da 23ª região, que dessa vez teve como campeão o EC São Martinho de Tatuí.
Em 1947, mais uma participação no Campeonato do Interior.
Aqui, o time de 1957:
A estreia do Comercial FC no profissionalismo se deu em 1962, na Terceira Divisão, que equivalia ao quarto nível do futebol, classificando-se para a fase seguinte ao vencer a 2ª série da fase inicial do Campeonato, ao lado do CA Usina Santa Bárbara, Capivariano, Portofelicense e Sorocabana de Mairinque.
Ainda assim, perdeu o título para o CA Usina Santa Bárbara por apenas 2 pontos.
Em 1963, mais uma vez classifica-se para a fase final…
Mas termina em último do grupo final.
Esse foi o time de 1963:
Em 1964, classifica-se para a próxima fase de novo…
Mas não consegue chegar às finais, terminando em 4º lugar.
Em 1965, não passa da primeira fase, mas em 1966, volta a se classificar não apenas para a segunda fase…
…como também para a terceira e final.
Infelizmente e inesperadamente o Comercial FC desiste da disputa na fase final…
O Comercial FC ainda permanece nessa série até 1969, quando se licencia do profissionalismo. Seu retorno ocorre em 1978, em uma terceira divisão que agora representava o 5º nível do futebol paulista. E se em 1978, não se classifica para a segunda divisão, em 1979 mais uma vez chega lá!
Na segunda fase acaba na quinta colocação do grupo.
Em 1980, a Terceira divisão passa a representar o terceiro nível do futebol paulista, e Comercial FC passa a desenvolver campanhas apenas medianas, mas classificando-se para a segunda fase em 1982.
Em 1983, o campeonato estava no Grupo Amarelo e foi campeão do primeiro turno.
Vencendo a Funilense, o Comercial FC classificou-se para a fase final, terminando na 5ª colocação.
Em 84, mas uma bela primeira fase (no grupo onde estava o futuro campeão Capivariano)!
Mas o Comercial FC de Tietê não passou da segunda fase.
Em 1985, o time licencia-se do Campeonato. Em 1986, classificou-se em primeiro no Grupo Vermelho.
Mas, o time de Tietê tem uma má campanha na 2ª fase.
Em 1987, o Comercial FC não passa da fase de grupos, e joga com o time abaixo:
Em 1988, o terceiro nível passa a se chamar Segunda Divisão. Em 1989, licencia-se do profissionalismo e na década de 90, o time de Tietê disputa apenas as edições de 1990 e 1993, sequer se classificando para a segunda fase, o que novamente o leva a se licenciar.
Aqui, momento memorável, na final da Copa José Farah, onde bateu o Capivariano por 3×0, sagrando-se campeão.
Em 2001, o time retorna ao profissionalismo, jogando a 6ª divisão e faz uma incrível primeira fase!
Mas mais uma vez, faltou gás para o time tornar-se campeão (o título da 6ª divisão de 2001 acabou com o Corinthians B).
Em 2002, mais uma edição da série B3, a 6ª divisão do Campeonato Paulista. Mais uma vez, o time passa da primeira fase e classifica-se para as quartas de final.
Nas quartas de final, o Comercial FC enfrentou o time B da Portuguesa, e perdeu de 4×0 em Tietê e depois ainda conseguiu vencer por 2×1 no Canindé, mas a vaga na semi final era mesmo da lusa. E assim, o time acabou se licenciando até os dias atuais. Esse foi o time de 2002:
Fomos conhecer o Estádio José Ferreira Alves, para tentar ver essa história um pouco mais de perto.
Em 1988, pelo que a placa indica, a Prefeitura realizou algumas melhorias no Estádio.
Tivemos a sorte de encontrar pela cidade um dis diretores que nos falou um pouco sobre o “Projeto Cidadãos do futebol” focado no futebol como instrumento de melhoria da vida dos jovens. Ta aí a camisa!
O campo está muito bem cuidado e pode voltar a receber partidas profissionais.
Só não sei se existe um lado “visitante”… Talvez se existir um projeto de entrada pelo lado do fundo.
Aqui é a visão da entrada do campo.
Os bancos de reserva:
Na lateral do campo, a beleza da mata do entorno do rio…
O mesmo rio que as vezes gera certos prejuízos…
Mas, temos aí mais um exemplo de um estádio que soube se manter ativo mesmo com o passar de tanto tempo, e que pode, bem no centenário do Comercial de Tietê, voltar a receber partidas oficiais.
O time de 2015:
Uma prova de que as coisas podem estar caminhando é o o time sub 17, que disputou os campeonatos em 2018.
E aqui o time de 2021:
Vamos embora, com a esperança de voltar a ver um jogo aqui! Boa sorte!
Mais uma dica de passeio para quem vive em São Paulo e gosta de futebol. Há pouco mais de 100 km da capital fica a cidade de Porto Feliz.
Uma cidade tranquila mas com uma vida agitada quando se fala em futebol.
As cores que representam ou representaram a cidade em campo, pelas competições da Federação Paulista são várias. Comecemos pelo Esporte Clube União de Porto Feliz.
O Esporte Clube União foi fundado em 3 de setembro de 1916 ainda como “União Football Club” e disputou duas edições do campeonato paulista da terceira divisão, em 1958 e 1959.
Seu primeiro campo ficava na Estrada do Pinheirinho, atual Rua Santa Cruz, mas na década de 30 se mudaram para o atual do Estádio Dr José Esmédio Paes de Almeida, na Rua Tristão Pires, bem no centro da cidade.
Vamos dar uma olhada?
Os alambrados só viriam em 1958, para poder disputar a Terceira Divisão do Campeonato Paulista. Nesse campo, o União teve partidas histórias: da vitória em cima do São Paulo F.C. (ainda que um time mixto) por 4 x 1, tendo como árbitro Arthur Friedenreich, ou a vitória em cima do Palmeiras por 4 x 3 (em 1938).
O time comemorou seu centenário em 2016, e ainda deixou nos muros do estádio essa lembrança.
O campo está muito bem cuidado, pelo que deu pra ver.
O estádio possui uma pequena área de arquibancadas cobertas. Encontrei algumas fotos do estádio nas redes sociais do clube.
Aqui, matéria de 1957 sobre a inauguração da iluminação de suas arquibancadas:
Outro time que marcou a história da cidade no profissionalismo e que ainda é uma verdadeira sensação nos campeonatos amadores é a Associação Atlética Portofelicense.
A Associação Atlética Portofelicense foi fundada em janeiro de 1943 e disputou 18 edições do Campeonato Paulista.
O time nasceu por meio da união dos funcionários da Usina de Açúcar de Porto Feliz, que fica literalmente ao lado do Estádio Dr. Julien Fouque. Veja nesta foto, ao fundo a usina e ao lado direito o Estádio.
Aliás… Que tal conhecê-lo?
O Dr. Julien Fouque foi um engenheiro francês (a usina é de origem francesa, chamada “Société Sucreries Bresiliennes”) apaixonado pelo futebol e que desde cedo foi um entusiasta da AA Portofelicense. O carinho pelo time foi tanto, que após sua morte, o time mudou as cores originais (amarelo e preta) e adotou as cores da bandeira francesa em homenagem ao engenheiro francês. Aqui, o time em uma formação de 1948:
O campo não só está bem cuidado como tem sido bastante usado. E demos sorte de pegar um dia de jogo da própria AA Portofelicense.
Aqui, a vista da arquibancada coberta.
A arquibancada “elevada” permite uma melhor visualização do campo de jogo. Aqui, a vista do meio do campo.
Aqui, os gols da esquerda e da direita (para quem olha da arquibancada coberta):
O distintivo do time está impresso em diversos lugares do Estádio, a começar pelo bar!
A AA Portofelicense foi um dos clubes fundadores da Segunda Divisão dos Profissionais, em 1947 , o que permitiu jogos inesquecíveis no Estádio Dr. Julien Fouque, contra equipes tradicionais como Ponte Preta, Guarani, São Caetano Esporte Clube, Juventus entre outros lotando as arquibancadas que atualmente permitem a presença de 600 torcedores.
O time participou de todos os campeonatos oficiais da Federação Paulista de Futebol Amador, além de jogar a Segunda Divisão de 1948 a 1950, a Terceira de 1954 a 1959 e depois de 1964 a 1968, e a Quarta Divisão de 1960 a 1963. Aqui, o time campeão da Copa Arizona de 1978:
Infelizmente, o time abandonou o profissionalismo e dificilmente conseguiria voltar a disputá-lo. Ao menos, mantém-se forte no amadorismo.
O outro time da cidade, e que segue jogando atualmente e defendendo as cores de Porto Feliz é o “polêmico” Desportivo Brasil, um time jovem, fundado em 2005 pela Traffic, tendo como principal diferencial o modelo de gestão profissional, levantando a velha discussão sobre os modelos de clube-empresa, quanto ao envolvimento dos torcedores frente a estes clubes.
Alheio à discussão e focado em suas metas, o time se desenvolveu priorizando a formação de novos jogadores, como foram os casos de Gustavo Scarpa, Lucas Evangelista,Matheus Sávio, o lateral da seleção brasileira Ismaily, entre outros. O time começou a disputar a segundona paulista (a quarta divisão) a partir de 2009 na época mandando seus jogos em Barueri, mas a partir de 2009, passou a mandar seus jogos no campo da Associação Atlética Portofelicense, o Estádio Dr. Julien Fouque em Porto Feliz. Esse é o time sub 20 de 2009 (foto do incrível Jogos Perdidos).
Assim, Porto Feliz se tornou a casa do Desportivo Brasil, mas, pensando em uma melhor estrutura, em 2011, o foi construído o Estádio Municipal Ernesto Rocco.
O Estádio conta com uma capacidade para cerca de 6 mil torcedores e fica numa região mais afastada do centro da cidade (Avenida Doutor Silvio Brand Corrêa, 2591 – próximo ao bairro Altos do Jequitibá).
Além de um campo sempre bem cuidado, o estádio municipal conta com uma pequena parte coberta.
Confesso que achei que fosse um certo exagero um estádio nessas proporções, mas aí encontrei fotos de um jogo recente e vi que o time tem levado um bom público!
Recentemente, o amigo Ricardo Pucci esteve por lá acompanhando um jogo do Juventus e fez algumas fotos do campo, aqui o gol do lado direito:
Aqui o da esquerda:
E aqui o meio campo:
Além disso, o Desportivo Brasil construiu sete campos para treinamento, além de alojamento para 144 atletas e toda a infra-estrutura para o desenvolvimento dos atletas. Em 2014, o clube foi comprado pelo Grupo Luneng, que é a fornecedora de elergia elétrica de Shandong, na China e é responsável pelo time Shandong Luneng Taishan FC. Atualmente, disputa a série A3, e neste exato momento, em fevereiro de 2019, é o líder da competição, mandando seus jogos no Estádio Municipal Ernesto Rocco.
Para fechar o tema do futebol profissional em Porto Feliz, é preciso falar deste “quase estrangeiro” Estrela Esporte Clube.
O Estrela EC nasceu em 1976 como um time amador da cidade de Itú, mas no seu aniversário de 10 anos, a diretoria do clube decidiu levá-lo ao profissionalismo, utilizando como casa o Estádio Álvaro de Souza Lima, conhecido como o Estádio da Baixada.
O time disputou neste campo os campeonatos da terceirona de 1986 até 1989. A cidade não se empolgara com o Estrela no profissional e para não fechar as portas, o time mudou-se para Porto Feliz, que não tinha um time profissional desde a participação da AA Portofelicense na terceira de 1969.
Assim, Porto Feliz pode respirar o futebol profissional de 1991 a 1995, com o Estrela jogando a terceira e a Quarta divisão no Estádio Dr. Julien Fouque.
Em 1995, o time se licenciou e só voltou em 1999, na Quinta Divisão estadual.
Porém, mais uma vez o time sentiu falta de apoio da prefeitura local e mudou-se, desta vez para Vinhedo, onde disputou seu último campeonato, em 2000.
Fevereiro de 2019. 19hs e a luz do sol ainda se faz presente na Rodovia dos Bandeirantes. Decidi aproveitar e dar uma parada em Jundiaí para registrar um time que também representou a cidade nas disputas profissionais da Federação Paulista: o São João FC! (brasão do site: História do Futebol)
Fundado em 14 de abril de 1913, o clube começou disputando amistosos locais e a partir de 1921 passa a disputar o Campeonato do Interior da APSA. Disputou as edições de 1922 e 1928, depois a série Campineira de 1933. Em 1944 foi campeão de Jundiaí.
Disputou também o Campeonato do Interior de 1946, sagrando-se campeão da 3ª zona da 4ª região, animando o time a se aventurar no profissionalismo a partir de 1948, na segunda divisão. Mas aí o nível era outro e terminou empatado na última colocação com o Comercial de Limeira,
Disputou novamente a segunda divisão em 1949, novamente com uma campanha fraca:
E despediu-se do profissionalismo com outra má campanha em 1950:
A partir de 1967, passou a se chamar Clube Recreativo São João, e desde 1989, apenas Clube São João.
Atualmente, o clube possui uma sede social e esportiva voltada para seus associados, na Rua Dr Oswaldo Cruz, 231, em Jundiaí.
Estive lá e pude conversar com alguns sócios que ainda se lembravam da época do futebol profissional.
Um deles disse que naquela época, o campo ficava onde estão atualmente as piscinas e o ginásio, ocupando boa parte do terreno.
O time teve como destaque o jogador Romeu Pellicari, eleito pela imprensa da cidade como o maior craque da história de Jundiaí e que chegou a jogar a Copa do Mundo de 1938.
Há tempos que o futebol profissional deixou de ser um sonho para o clube, mas mesmo assim é válido resgatar sua história principalmente para aqueles que pensam que o futebol em Jundiaí limita-se ao tradicionalíssimo Paulista de Jundiaí, fundado em 17 de maio de 1909.
Já estivemos em diversas partidas do Santo André, no Estádio Jayme Cintra, mas alguns anos atrás também estivemos lá para um registro do Estádio e aproveito pra postar essas fotos.
O nome completo do estádio é “Doutor Jayme Pinheiro de Ulhôa Cintra” (um ex-presidente da antiga e extinta Companhia Paulista de Estradas de Ferro).
Ele fica localizado na Praça Doutor Sallim Gebran, e foi inaugurado em 30 de maio de 1957, com um amistoso entre Paulista e Palmeiras, no qual o Paulista venceu por 3 x 1.
O Estádio tem capacidade para cerca de 15 mil pessoas (ainda que já tenha recebido 29 mil torcedores no passado, num jogo entre Paulista de Jundiaí e Santos).
Essa sombra à esquerda sou eu.
Aqui, eu de novo, com cara de besta.
Aqui dá pra se ter ideia do campo, olhando das cobertas o gol da direita:
O meio campo:
O gol da esquerda:
O Estádio Jayme Cintra é, sem dúvida um templo do futebol paulista. Em 2024, voltamos lá para ver uma partida da série B do Paulista. Veja aqui como foi.
Mas, outros times escreveram a história do futebol da cidade, como o Corinthians Jundiaiense Foot-Ball Club, fundado em setembro de 1913.
O time foi campeão do Interior Paulista em 1920.
O Corinthians Jundiaiense usava o Estádio da Cia. Tecelagem Japy, que ficava localizado na área ocupada atualmente pela indústria Dubar, nos altos de Vila Arens, com capacidade para 5.000 torcedores.
Foi lá que se realizou a primeira partida entre o time jundiaiense e o seu homônimo paulistano, no dia 05/09/1915.
Com a empresa em crise tiveram que vendê-lo para a empresa Rappa & Cia, dona da Dubar.
Em 1957, foi destaque na Gazeta Esportiva:
O Corinthians Jundiaiense chegou a iniciar a construção de seu estádio próprio, mas acabou abandonando a obra que se transformou no Estádio da Associação Primavera de Esportes.
Tive a oportunidade de visitá-lo e pude conhecer um pouco da parte interna do Estádio. O clube atualmente tem se mantido dentro do futebol amador e conta com uma importante parte social (academia e uma piscina gigante!).
Mas, vale sempre lembrar, que embora a Associação Primavera nunca tenha disputado nenhum campeonato oficial, o estádio foi palco do futebol profissional, pelo JundiaíFC (outro time profissional da cidade).
Aqui, além do campo bem gramado, pode se ver que a área foi mesmo reservada para um estádio, tendo grandes espaços para arquibancadas ao seu redor.
Aliás, dizem que originalmente, foram oferecidas duas áreas para a construção de um estádio em Jundiaí e por pouco o Estádio Jayme Cintra não ficou nesse local. Aqui, o gol do lado esquerdo:
Aqui, o do direito:
E mais uma vez, registramos nossa presença em um palo do futebol paulista.
Outro time da cidade a disputar o profissionalismo foi o Paulistano Futebol Clube, fundado em 23 de junho de 1978 e que jogou oito edições do campeonato paulista da terceira divisão, entre 1980 e 1987, três edições da quarta divisão, entre 1988 e 1990 e uma edição do paulista da quinta divisão, em 1979.
O amigo Ivan Gottardo (torcedor e pesquisador do Paulista e grande conhecedor do futebol jundiaiense) me disse que o Paulistano FC existiu até o começo dos anos 90 e que até chegou a mandar alguns jogos no Jayme Cintra, mas a grande maioria dos seus mandos foram no Estádio Francisco Dal Santo, atualmente um Centro Esportivo, bem na entrada da cidade. E em uma outra visita a Jundiaí, fomos registrá-lo!
E se alguém perguntar quem foi Francisco Dal Santo, ta aí!
Como disse, agora, o estádio recebeu uma série de outros equipamentos e se transformou em um Centro Esportivo.
Mas o mais importante segue por ali: o campo de futebol. Em meio à cidade de Jundiaí que também segue em crescimento vertical, como se pode ver pelos novos prédios no seu entorno.
Durante nossa visita, pudemos assistir a um incrível embate entre times de categorias de base, os quais não sei identificar.
Pelo menos dá pra se ter uma ideia do campo…
E lá vamos nós, em mais uma presença…
Aqui um olhar no meio campo.
Pelo que conversei com uma das pessoas que trabalha no atual Centro Esportivo, o antigo Estádio passou por uma série de transformações, inclusive no campo, mas a arquibancada permanece no mesmo local original.
Vamo, bandera!!!!
Além dos dois “similares” dos times da capital, vale relembrar a existência do Hydecroft Foot-Ball Club, time composto por alunos do Gimnásio Hydecroft, um colégio de Jundiaí. Brasão do site Gino.
O time foi fundado em 31 de dezembro de 1913, e merece lembrança por ter sido o primeiro time do interior do estado a disputar o Campeonato Paulista, em 1914 pela APEA.
O Corinthians da capital foi campeão, enquanto o Hydecroft, que mandou seus jogos no Parque Antártica acabou desclassificado.
Necessário ainda falar do Jundiahy FC, fundado em 1973 e que disputou a terceira divisão em 1975 e 1976.
Mandaram seus jogos no campo da Associação Primavera de Esportes, no Francisco Dal Santo e até na cidade vizinha de Louveira.
Também está na história do futebol local a Associação Atlética Ipiranga de Jundiaí!
A equipe conhecida como “Falcão Negro” foi fundada em 09/11/1920 e disputou duas edições do Campeonato Paulista da Segunda Divisão (o terceiro nível do futebol da época): em 1961 e 1962, e mandou seus jogos no Estádio do Nacional.
Outro time da cidade foi o Palestra Itália Jundiaiense, fundado em 15 de novembro de 1919.
O Palestra de Jundiaí disputou o Campeonato do interior da APEA de 1928 a 1931.
Por fim, e não menos importante, falemos da a Associação Esportiva Promeca!
Fundada em 21 de abril de 1955, a AE Promeca, na verdade, não é de Jundiaí, o time foi fundado pelos funcionários da empresa homônima que ficava em Várzea Paulista. Mas, na época em que disputaram o profissionalismo, Várzea era um distrito de Jundiaí. Olha o time de 1962:
A equipe mandava seus jogos no Estádio do Nacional e em 2024 fomos até lá para registrá-lo em fotos e complementar este post. Assim, encerramos nosso breve relato sobre o futebol profissional jundiaiense.