Em meio a essa quarentena, como não podemos viajar e registrar estádios, temos dedicado nosso tempo a ler e pesquisar mais sobre o futebol. Temos feito uma série de posts sobre os estádios do ABC, e sempre que possível intercalando com livros que ajudam a conhecer a história dos times.
O post de hoje é pra falar do livro “Clube Atlético Linense – O Elefante da Noroeste”, uma obra de Wanderley Frare Junior, que ficou 4 anos pesquisando, escrevendo, colhendo fotos, entrevistas e curiosidades sobre o time de Lins, cidade no interior de São Paulo que é apaixonada pelo clube.
O autor também é apaixonado pelo clube, tanto que já foi ver jogos em muitas cidades na grande São Paulo, interior do estado e até a capitais distantes. Tudo pelo clube.
O livro foi lançado em 2015, durante o Campeonato Paulista daquele ano e tem 572 páginas coloridas, em papel de ótima qualidade, capa dura e sobrecapa.
O livro custa normalmente R$ 150,00, mas agora em JUNHO, mês de aniversário do Linense (completa 83 anos no próximo dia 12), o livro está numa promoção incrível, saindo pelo valor de R$ 100,00, incluindo as despesas de envio para qualquer lugar do Brasil.
O contato com o autor pode ser feito pelo whatsapp no número (11) 99905-3784. Aproveite, pois essa oferta é válida apenas até o dia 30 de junho de 2020.
Júlio Bovi Diogo e o Rodolfo Pedro Stella Jr gostam de desafiar a lógica de mercado, os conselhos dos amigos, a recomendação dos mais centrados e seguem apostando suas forças, grana e energia na publicação de livros…
Mas, cá entre nós… Que baita livro!
Trata-se da “História da 2a divisão no Futebol Paulista”, o segundo volume desta publicação que levanta dados essenciais para jornalistas, pesquisadores e torcedores mais fanáticos sobre a atual Série A2, nesse caso, de 1978 a 1990.
São fichas técnicas completas, equipes participantes, classificações, foto do time campeão em 320 páginas, no formato A4 (21cm x 29,7 com).São poucos exemplares, por isso, os interessados entrar em contato com Júlio Diogo pelo email –juliodiogo@litoral.com.br.
Diz uma lenda irlandesa que o arco íris é um sinal mágico que indica um lugar onde os duendes guardam seus potes de ouro… Assim, nem questionamos quando fomos guiados por este, direto até Bragança Paulista…
E o nosso pote de ouro não foi o carnaval local, que sofreu com as chuvas na noite dos desfiles…
O nosso tesouro foi finalmente conhecer o Estádio Professor Dedé Muniz, conhecido como o “Verde Gigante”.
A entrada mostra que o dono do estádio é o Legionário Esporte Clube.
O Legionário Esporte Clube foi fundado em dezembro de 1948 e possui muita história no futebol amador e também no profissional, como pode se ver nas paredes do escritório, lá no estádio mesmo.
O Estádio Dedé Muniz fica na região central da cidade, na Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, 174, vamos dar uma olhada na parte interna:
Ainda mantém sua bela arquibancada coberta:
O treinamento do dia era pra equipe júnior, por isso as traves principais estavam dando uma relaxada.
Olhando da arquibancada coberta, esse é o lado esquerdo do campo:
Aqui, o meio campo, com a igreja ao fundo:
E o gol direito:
O Legionário E.C. também fez história ao disputar as competições profissionais da Federação Paulista, jogando a Terceira Divisão em 1957, chegando a se classificar para a segunda fase.
Mas na segunda fase…
Em 1958, novamente classifica-se apenas para a segunda fase da Terceira Divisão, licenciando-se do profissionalismo.
Em 1976, fez sua última campanha no profissional e decidiu licenciar-se e ficar apenas nas competições amadoras.
Esse registro ia terminar sem fotos do Legionário, mas… Foi aí que apareceu o Joel, um historiador do futebol de Bragança e o maior colecionador de fotos e posteres que eu já conheci….
Ele me mandou algumas imagens do time e do estádio, na sua configuração original, vamos lá, começando pela antiga entrada do Estádio:
O time e a torcida, em 1957, assim como as demais, são fotos raríssimas de uma época que haviam poucos registros:
Mais uma vista da torcida, em 1957:
O time de 1957, que disputou a terceira divisão do Paulista:
Aqui, o time em uma partida que foi disputada no Parque Antártica:
Outra foto, do time ainda na terceira divisão de 1957:
E aqui, o time em sua segunda disputa da terceira divisão, em 1958. Só me resta agradecer muito ao amigo Joel por ceder essas imagens que registram para a eternidade o Legionário EC:
Mas o “Gigante verde” segue de pé!
Tendo a cidade de Bragança ao seu redor. Vendo o tempo passar, como o campo também o fez…
Tem até patrocinador no banco de reservas!
Olha aí a camisa do pessoal da escolinha:
Um último olhar, antes de nos dirigirmos ao outro estádio da cidade.
Falamos do estádio que abriga a equipe do Clube Atlético Bragantino.
O Bragantino vive dias de imensa discussão, pelo anúncio recente de sua fusão com o Red Bull para, inicialmente disputarem juntos a série B do Brasileiro de 2019, e quem sabe manter essa parceria para o futuro. Será que o leão morederá ou será mordido? Guardo para um segundo momento uma análise sobre este movimento.
Neste momento, vamos nos ater a dividir o nosso registro do Estádio do Bragantino, cujo nome também gera uma série de discussões…
O estádio foi reformado em 1949.
O estádio ocupa todo um quarteirão e mesmo com várias reformas, ainda mantém muito do original, de mais de 50 anos atrás…
O Bragantino foi fundado em janeiro de 1928, e desde sempre mandou seus jogos no mesmo lugar, que originalmente era conhecido como Campo das Pedras.
Na década de 30 passou a ser chamado de Marcelo Stéfani e atualmente, leva o nome emhomenagem a Nabi Abi Chedid, pai do presidente do clube, Marquinho Chedid. Aparentemente ele não é unanimidade…
Eu sempre me refiro ao estádio pelo seu nome original: Marcelo Stéfani, uma homenagem ao ex jogador e ex presidente do clube, mas… quem sou eu pra criticar uma ação de um time que sequer é o que eu torço…
Vamos dar uma olhada na parte de dentro do estádio:
A capacidade atual do estádio é de pouco mais de 17 mil torcedores.
Pode parecer pouco, mas para uma cidade de pouco mais de 150 mil pessoas isso representa mais de 10% da população.
Sem contar que na final do Paulista de 1990, contra o Novorizontino, mais de 26 mil torcedores estiveram no estádio.
Olhando das arquibancadas cobertas, este é o gol do lado esquerdo do campo:
Uma visão do meio campo:
E aqui, o gol da direita:
E aqui, um pouco da vista da arquibancada central coberta:
Como percebe-se, uma das características marcantes do estádio que além de palco da final do paulistão de 1990, foi também a casa da final do brasileirão de 1991 (entre Bragantino e São Paulo) são as arquibancadas nos quatro lados do campo.
Um destaque atual do estádio é que ele possui um restaurante aberto para o público em geral. Assim, a cidade que já é conhecida pela “linguiça” ganha mais um aparato ligado à gastronomia:
Ali ao fundo pode se ver a imagem do técnico Marcelo Veiga, que mesmo tendo quebrado todos os números e dirigido o Bragantino por mais de 500 jogos, foi demitido após a fusão com o RedBull.
Não sabemos o que será o futuro do Bragantino pós RedBull…. Fica nosso respeito ao time, à torcida e ao estádio. E aproveitamos para fazer uma menção honrosa ao Bragança Football Club, fundado em 1916 e que chegou a disputar algumas edições do Campeonato do Interior (em 1919 foi apenas um jogo, onde levou 7×0 do Atlético Santista e em 1921, 2 partidas, derrotas para o São João de Jundiaí por 2×0 e 7×0 para o Paulista também de Jundiaí. Distintivo do site História Futebol:
Também guardamos para uma outra viagem (veja aqui como foi) a visita ao Estádio Olympio Rodrigues, a casa do Ferroviários Atlético Clube, verdadeira potencia do futebol amador de Bragança!
A cidade de Piquete tem sua história ligada ao exército desde cedo. O próprio nome da cidade vem porque as pessoas chamavam de “piquete” um destacamento militar que ficava na região para cobrança do fisco de quem passava por ali vindo das minas de Itajubá.
Ao fundo, a serra que separa SP de MG e que dá ao horizonte uma beleza sem igual.
Em 1902, o exército volta a ser protagonista na história de Piquete, ao definir que ali seria instalada uma fábrica de pólvora sem fumaça.Logo, chegaria o ramal férreo e com ele, as melhorias que fez da cidade o que ela é hoje.
Atualmente, a tranquilidade da cidade parece até uma brincadeira pra quem está acostumado com a loucura das grandes metrópoles.
Os casarões do passado ainda podem ser vistos pela cidade.
A nossa visita à Piquete, tinha como objetivo visitar e registrar o Estádio da Fábrica de Pólvoras e Explosivos Presidente Vargas.
O Estádio da Fábrica de Pólvoras e Explosivos Presidente Vargas foi a casa do time que durante décadas representou Piquete no futebol profissional, o Esporte Clube Estrela.
O Esporte Clube Estrela foi fundado em dezembro de 1914, como Sport Club Strella. Aqui, um raro registro da época da fundação:
O nome do time vem da “Vila Militar da Estrela”, onde fica a sede do clube.
Assim como muitas equipes, o Estrela começou jogando as competições amadoras, mesma situação dos dias atuais. Aqui, uma foto do time de 1948:
O Estádio foi inaugurado em 1 de maio de 1937 com o nome de Estádio Fábrica de Pólvora e Explosivos Piquete.
A fábrica, inaugurada em 1909, produzia pólvora sem fumaça.
O próprio diretor da fábrica, o coronel Achilles Veloso Pederneiras, foi o doador da área para o estádio, que ainda hoje mantém o distintivo do Estrela em suas paredes.
Em 1957, o Estrela disputou pela primeira vez o Campeonato Paulista de Futebol, jogando a série A3, conseguindo o acesso já no ano seguinte, quando fez a final da A3 contra o Nevense.
Assim, em 1959, disputou uma das mais sensacionais edições da Série A2 (clique aqui e veja como foi), mas acabou rebaixado para a série A3.
Neste ano, venceram, por 3×2, uma partida amistosa contra a seleção do Exército, que tinha Pelé entre seus titulares.
De 1960 até 1971 jogou a terceira divisão, quando novamente conseguiu uma vaga para a disputa da Segunda Divisão. Este era o time 61:
Esse é o time de 1962:
Aqui, o de 1965:
O Estrela jogou ainda a “A2” de 1972, 1973 e 1975.
Por fim, deu adeus ao profissionalismo jogando a quarta divisão de 1977 e se licenciando da Federação Paulista.
De lá para cá, o estádio segue de pé, sendo a casa do futebol amador da cidade.
Conversamos com algumas pessoas de Piquete, entre eles o atual dono do bar e zelador do estádio, e o que todos confirmaram é que nos tempos de glória do Estrela, a cidade toda abraçava o time. Muitas pessoas vieram para a cidade pela oportunidade de jogar futebol, mesmo tendo que trabalhar na fábrica.
Vamos dar uma olhada na parte interna do estádio.
A grande rivalidade era contra o Hepacaré, de Lorena que lotava as arquibancadas do Estádio Fábrica de Explosivos.
Pra se ter ideia geral do estádio, aqui a vista do meio campo:
Aqui o gol direito:
E aqui, o esquerdo:
O Estádio possui três lances de arquibancadas cobertas:
Do outro lado um lance de arquibancadas acompanha a lateral do campo no meio campo:
O gramado segue bem cuidado.
Ao fundo, a natureza mostra sua força e beleza:
Algumas placas registram os fatos históricos do Estádio, como sua inauguração:
E suas duas principais ampliações em 1959 e 1974:
Na hora de ir embora, pudemos fazer uma foto lá do alto (a cidade fica no meio das montanhas):
Vale o registro da camisa comemorativa ao centenário, lançada em 2014:
E na hora de irmos, que tal curtir a serra da Mantiqueira, a caminho de Minas Gerais?
Cruzeiro fica estrategicamente localizada entre as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, porém, não está às margens da Dutra, como outros municípios vizinhos.
A cidade está situada aos pés da Serra da Mantiqueira, próxima da divisa com o estado de Minas Gerais.
Cerca de 75 mil pessoas vivem atualmente em Cruzeiro. A história da origem da cidade está ligada à Estrada de Ferro D. Pedro II e por estar na rota do café e do ouro, entre Minas, Rio e São Paulo.
Demos o nosso tradicional rolê pela cidade e ainda almoçamos por lá, no Restaurante “Menina Gerais”.
Na hora de pagar a conta, encontramos o ex-árbitro Paulo César de Oliveira (logo de cara disse que eu torcia pro Ramalhão, relembrando que na primeira final do paulista de 2010 ele deu uma “forcinha” pro Santos).
Um dos pontos “sinistros” da cidade é o Frigorífico Cruzeiro, que teve importância histórica para a cidade e que atualmente é apenas uma estrutura abandonada.
Tentamos um olhar por dentro, mas a entrada está completamente lacrada…
Mas há no Youtube, um vídeo feito por meio de um Drone:
Em sua época áurea, o Frigorífico chegou a ter um time de futebol, o Frigorífico Atlético Clube.
O Frigorífico Atlético Clube foi fundado em abril de 1935, e após anos no futebol amador aventurou-se no profissionalismo disputando a série A3 do Campeonato Paulista em 1957 e 1958.
Esse prédio que se vê ao fundo, atualmente é essa ruína:
Aqui, duas imagens dos times do Frigorífico AC, na época do amadorismo:
Além do Frigorífico Atlético Clube, a cidade contou ainda com 3 times: O Cruzeiro FC, o Expulancex e o União Cruzeirense de Esportes.
O Cruzeiro Futebol Clube, também chamado de “Papagaio do Vale” foi fundado em setembro de 1914. O time passou por várias alterações em seu distintivo:
O Cruzeiro FC teve um primeiro período todo dedicado às competições amadoras, aqui, o time de 1939:
Aqui o time da década de 40:
E aqui, o quadro de 1950:
Aqui, o time de 1957:
Somente em 1977, o clube se filiou à Federação Paulista de Futebol e estreou no Campeonato Paulista da Quinta divisão (na época chamada de “Terceira divisão”). Em sua segunda participação (em 1978), o time sagrou-se campeão.
Assim, em 1979, o Cruzeiro disputou a Quarta Divisão (chamada na época de “segunda divisão”) e fez ótima campanha, terminando em 3º lugar, atrás do Fernandópolis e do Jaboticabal.
Em 1981, o “Papagaio do Vale” conquistou mais um título, considerado por muitos o bicampeonato da TerceiraDivisão, mas vale reforçar que só a partir de 1980 a terceira divisão passou a valer como o “terceiro nível”.
Desde então, jogou a série A2 até a edição de 1987.
O time chegou a ter até torcidas organizadas, como a Geração Alviverde:
No ano seguinte, a diretoria do Cruzeiro Futebol Clube decidiu mudar o foco do clube para as atividades sociais, e assim, permanece até hoje. Demos um pulo nasede social pra conhecer o local.
A estrutura que eles possuem é de dar inveja a muitos clubes grandes.
E ele fica na parte alta da cidade, com uma vista linda:
E ainda guardam alguns tesouros nas paredes, cartazes que anunciavam os jogos do time:
Destaque para um que anuncia o derbi:
E também alguns quadros do time:
Com a saída do Cruzeiro FC, o futebol da cidade passou a ser representado pelo União Cruzeirense de Esportes.
O União Cruzeirense foi fundado em fevereiro de 1989 e logo em 1990 passou a disputar o profissional, jogando o Campeonato Paulista da Quarta divisão. Jogou ainda três edições do Campeonato Paulista da série A3 (de 1991 a 1993) e três edições da já extinta quinta divisão (1994, 1995 e 1997).
O time de 91 chegou até a virar time de botão nas mãos de um fã:
Aqui, o time de 1993:
Por fim, a cidade de Cruzeiro ainda viu o Expulancex Futebol Clube representá-la nos campos profissionais.
O Expulancex foi fundado em 1961 por trabalhadores da Fábrica Expulancex, que ficava em Cruzeiro e que produzia acessórios para a industria têxtil.
Embora tenha nascido como um momento de lazer para os funcionários, o time acabou se aventurando no profissionalismo e jogou a quarta divisão do Campeonato Paulista em 1964.
A Só Futebol lançou uma camisa comemorativa ao time, quem quiser comprar, basta acessar o link clicando aqui:
Conhecendo os times, passamos a pesquisar onde eles mandaram seus jogos.
Descobrimos que o primeiro Estádio da cidade era simplesmente chamado de “Ground do Cruzeiro” e foi utilizado a partir de 1915, até o dia em que os donos da área em que ele ficava a pediram de volta.
Para dar sequência ao futebol na cidade, um novo terreno foi adquirido, com a ajuda do Professor Virgílio Antunes de Oliveira e em outubro de 1920 foi inaugurado o Estádio Rosalina Novaes dos Santos (localizado na Av. Major Novaes).
É duro imaginar que lá no passado, a cidade de Cruzeiro possuia um estádio tão lindo quanto esse.
Era no Estádio Rosalina Novaes dos Santos que aconteciam os jogos dos times da cidade, entre eles o Cruzeiro FC.
Uma arquibancada que mais parecia uma casa…
O Estádio Rosalina Novaes dos Santos manteve-se de pé até 1955 quando desentendimentos entre a diretoria do clube e do poder público, ela acabou sendo desapropriada.
No lugar, atualmente existe uma praça, conhecida como a “praça nova”, mas com o nome oficial de Dr. Antero Neves Arantes.
Com o fim do Estádio Rosalina Novaes, os times profissionais da cidade passaram a utilizar o Estádio Professor Virgílio Antunes de Oliveira e fomos até lá para conhecê-lo.
O Estádio fica localizado na R. Dr. José Rodrigues Alves Sobrinho.
Aqui, uma vista aérea mais antiga do Estádio Professor Virgílio Antunes de Oliveira:
Vamos dar uma olhada na parte interna!
Diferente do antigo estádio Rosalina, o Virgílio Antunes tem uma capacidade maior, para mais de 4 mil torcedores, distribuidos em seus vários lances de arquibancadas.
O entorno do campo ainda é composto por casas, perceba que ainda não existe nenhum prédio sujando o horizonte.
Ali atrás das arquibancadas fica localizada a Escola Superior de Educação Física de Cruzeiro.
Opa…. olha ali o primeiro prédio, só pra desmentir nossa afirmação anterior. O gramado está acima da média se considerarmos que atualmente o estádio serve apenas os jogos amadores.
O banco de reservas feito de alvenaria, pronto para receber os times.
A arquibancada coberta também mostra-se muito bem cuidada.
Uma vista do meio campo:
Aqui, uma visão do gol esquerdo:
E aqui o gol direito:
A tribuna de imprensa presta homenagem ao radialista Bechara Boueri, que sempre esteve a frente da Rádio Mantiqueira de Cruzeiro.
O estádio ocupa uma área tão grande que atualmente até de estacionamento ele serve.
A arquibancada de cimento também mostra-se resistente ao tempo.
Enfim, embora o Estádio Professor Virgílio Antunes de Oliveira siga ali, a ausência de times profissionais dá um certo ar bucólico ao local. Consegui conversar com um senhor que estava sentado na arquibancada olhando para o campo e embora ele não tenha permitido um registro oficial ele se mostrou bastante descontente com o rumo que o futebol teve em sua cidade…
Hora de ir embora, identificando-se com o porteiro…
E sonhando com dias melhores para o futebol de Cruzeiro.
Ainda no rolê que nos levou a conhecer algumas das cidades do Vale do Paraíba, e consequentemente o registro dos seus estádios e times que fizeram (ou fazem) parte da história do futebol profissional, chegamos à bela cidade de Cachoeira Paulista.
Olha aí o brasão da cidade enfeitando suas próprias ruas!
E lá está a igreja no centro da cidade…
Ao contrário do que o nome da cidade indica, não existem muitas cachoeiras por aqui. A mais bacana é a Cachoeira da Bocaina, mas outras opções de turismo podem ser vistas no site da prefeitura.
Mas o site da Prefeitura traz outras boas opções de passeios como a Estação Ferroviária da Central do Brasil, que era atendida pela Estrada de Ferro D. Pedro II, que ia até o Rio de Janeiro.
As ruas da cidade guardam ainda muitas memórias do futebol profissional…
Tudo isso graças ao tradicional Cachoeira Futebol Clube!
O Cachoeira Futebol Clube foi fundando em janeiro de 1912 (na época, “Cachoeira Football Club“) e que dedicou décadas ao futebol amador.
Diferente de muitos times tradicionais, existem várias fotos do time disponíveis na Fanpage “Cachoeira Paulista Antiga“, como esta acima (da década de 40) e esta abaixo, de 1944, registrada em uma partida em que o Cachoeira FC goleou a Associação Atlética Caçapavense por “míseros” 8×2.
Em 1955, o Juventus combinou um amistoso por lá.
Este é o time de 1956:
O Cachoeira FC disputou 4 edições do Campeonato Paulista da Série A3 em 1957, 1958, 1967 e 1968 e duas edições do Campeonato Paulista da Série B – a Quarta Divisão Paulista – em 1965 e 1966. Em 1958, disputou o Campeonato do Interior:
Nos anos 70, o time voltou ao amadorismo. Esse é o time de 1975, em um amistoso:
Conseguimos resgatar alguns cartazes históricos:
Atualmente, possui um novo distintivo.
Esta é a sede social, bastante atuante até hoje.
A sede ainda guarda uma recordação ainda mais bacana: o portão do estádio com as inscrições do nome do time.
O futebol ainda fala alto no clube.
A sede fica ao lado do antigo Estádio João Gomes Xavier, que ainda preserva seu campo, onde o time segue existindo, seja no amador seja nos veteranos!
O nome do Estádio João Gomes Xavier é uma homenagem a um esportista do passado (era também professor, industrial e filantropo).
E mesmo sofrendo uma série de alterações, seu nome segue lembrado, ainda que as pessoas se refiram ao lugar mais como “Cachoeira Futebol Clube“.
Essa é a parte de traz do estádio que citamos no vídeo.
Atualmente, o campo está cercado por casas e pelo comércio. Não teve jeito… A cidade cresceu e infelizmente não conseguiu manter o futebol profissional coexistindo.
Mas o campo segue vivo, como se a cor vermelha do sangue se desse a liberdade de tornar-se verde e tingir a paisagem da cidade, nem que seja pra gritar baixinho “Ainda estou vivo!”.
A inscrição na parede relembra o centenário, de 7 anos atrás.
O distintivo também insiste em manter a lembrança do profissionalismo viva!
Quem sabe o futuro não reserve alguma surpresa, até quem sabe renovando os votos de amor ao clube, como foi feito com o time de futebol de botão do Cachoeira Futebol Clube.
Ainda no Vale do Paraíba, vamos conhecer a triste história do fim do futebol de Lorena! Assim como a maioria das cidades, Lorena também é cortada pela estrada de ferro. Eu sou apaixonado pela Ferrovia e confesso que me emocionei ao reviver uma sensação que há tempos não tinha:
Incrível como existem verdadeiras obras da arquitetura ainda preservadas nas cidades do interior, com destaque para o Solar dos Azevedo:
O Solar dos Azevedo é pertenceu ao comendador Antônio Clemente dos Santos e, posteriormente, a Rodrigues de Azevedo, daí o nome.
Atualmente,é de propriedade do bispado de Lorena.
Mas, estamos aqui pra falar de futebol!
E a história é triste. Falamos do Esporte Clube Hepacaré e do seu “ex-tádio”.
O Esporte Clube Hepacaré foi fundado em 7 de setembro de 1914 e fez história ao disputar dez edições da série A3 do Campeonato Paulista (de 1956 a 58 e de 1960 a 66) e duas edições da série A2 (em 1959 e em 1973).
Ficou conhecido também porque contou com Dondinho (pai do Pelé) como atleta nos anos 40.
O time mandava seus jogos no Estádio General Affonseca.
A inauguração do estádio foi grande estilo, em 30 de março de 1941 num jogo contra o Fluminense, que acabou 5×0 para os cariocas, e quem apitou o jogo foi um tal “Arthur Friedenreich”.
O time do Hepacaré marcou época na cidade e na região, chegando a jogar contra o nosso Santo André na A2 de 1973.
O estádio se segurou até mesmo anos depois do time se licenciar das competições oficiais.
Até a parte interna. Perceba o cuidado nas cadeiras da arquibancada.
Ainda que com uma pintura gasta, o estádio estava de pé e bem vivo!
O gramado irregular, mas dentro dos limites do futebol amador que é a realidade do Hepacaré desde os anos 70.
A bela arquibancada coberta, com as palmeiras ao fundo.
Eu já havia lido esta matéria do pessoal do Jogos Perdidos (aliás, obrigado por terem conseguido registrar o General Affonseca ainda “vivo”) e contava os dias até que a oportunidade de ver e reforçar o registro que eles fizeram 11 anos atrás (escrevo este post em 2019).
Logo, chegamos ao endereço do estádio…
A triste notícia… O endereço estava certo… Os errados somos nós…
Olho para uma foto do passado…
Comparo com o presente… As palmeiras estão lá, mas tudo está errado…
Ainda existe um mísero pedaço do que outrora foi a arquibancada da torcida do Hepacaré.
Fiz questão de ir até lá e pelo menos pisar nesses poucos degraus de cimento, onde tantas emoções foram vividas…
O antigo Estádio da rua Conselheiro Rodrigues Alves não resistiu ao poder do dinheiro… O valor do imóvel na Vila Hepacaré injustificava a existência de um time amador de futebol e sua sede. Suas piscinas e sua sede, onde o funk rolava desde os anos 90 ficaram pra traz.
Em 2011, faltavam apenas três anos para o centenário do clube, mas ele não resistiu. O EC Hepacaré estava falido. Menos de um ano depois, sua sede foi leiloada (R$ 5,3 milhões, aplicados não sei como) e em 2017, nascia mais uma unidade do Supermercado Nagumo.
Antes de ir embora, encontrei mais uma parte do estádio… Uma parede que parece separar a recordação da realidade.
As tradicionais paredes amarelas ainda estão ali dentro…
Se doi pra quem nunca viu um jogo, imagine para quem chegou a jogar ali…
Não há o que falar…. Nós perdemos… A menos que novas iniciativas que começam a serem noticiadas em 2024 – quase 10 anos depois de nossa visita- possam ser verdadeiras…. Uma possível volta do Hepacaré… Na Internet já existe até um museu do time (clique aqui e conheça) pra ir reaquecendo os corações da torcida:
Fica de recordação a camisa do amigo Fred de Taubaté:
Mais um rolê para uma cidade do interior que teve grande participação na história do futebol paulista. Bem vindo à Guaratinguetá!
Aproveitamos o feriado de carnaval para dar um rápido rolê pelas cidades do Vale da Paraíba e também pelo sul de Minas Gerais e começamos visitando Guaratinguetá.
A cidade impressiona pela autenticidade e sinceridade das pixações…
O Vale do Paraíba é um “acidente geográfico” que leva esse nome graças a este rio que divide a cidade.
Como sempre fazemos, tentamos conhecer um pouco do dia-a-dia da cidade, com um rolê no centro e não podíamos deixar de conhecer o mercado municipal.
O prédio histórico que abriga o centenário mercado é muito bonito!
Vale a pena a visita e o apoio aos comerciantes locais.
Seguindo pelo centro, é possível apreciar as construções históricas ainda bem preservadas.
E… encontrar a dama de ferro que, assim como o rio Paraíba, cruza a cidade.
Só tem uma coisa em uma cidade que eu gosto mais do que ferrovias: estádios de futebol! E em Guaratinguetá, nós temos 2. Comecemos então pelo Estádio Augusto Schumuziger, a casa da Teci Guará Futebol Clube.
O Estádio leva o nome de Augusto Schumuziger em homenagem ao diretor presidente da Cia. Fiação e Tecidos – Guaratinguetá, responsável pela inauguração não só do time como de um centro recreativo e de lazer para os funcionários da fábrica e suas famílias, É essa figura:
A data de fundação do Teci Guará FC é considerada 1º de Maio de 1930 porque boa parte do time era formada por anarquistas trabalhadores da indústria.
Aqui, uma imagem da fanpage Vale Ver Guará ondepode ser ver a indústria e ao fundo no lado esquerdo superior o campo do Teci Guara.
Pudemos visitar sua sede na Rua Pedro Cappio, 205, no Bairro Pedregulho. Aí a bilheteria! E naquele nosso famoso jeitinho de ir entrando…
Aqui, o nosso tradicional registro em 3 fases, começando pelo gol do lado direito (orientado por quem esteja na arquibancada):
O meio campo:
E o gol comunista:
O estádio, embora suepr acanhado, mantém uma pequena e charmosa arquibancada coberta que permite a pouco mais de 100 torcedores vibrem com o time!
Os bancos de reserva:
Contentes em ter registrado esta pequena pérola do interior paulista, vamos ao gigante “Ninho da Garça“, o Estádio Municipal Professor Dario Rodrigues Leite.
Isso significa… Mais uma bilheteria pra coleção!
Atualmente, o estádio é sede dos jogos da Academia Desportiva Manthiqueira, mas ele ainda está “decorado” com a identidade visual do último time que levou a cidade às divisões mais importantes do futebol, o Guaratinguetá Futebol Ltda.
O time tentou resgatar o prestígio que a Associação Esportiva Guaratinguetá conquistou no passado.
Vamos ver como ele é por dentro?
Como eu disse anteriormente, o estádio já abrigou jogos de diferentes equipes, mas sem dúvidas a que teve maior sucesso foi a Associação Esportiva Guaratinguetá, time fundado em novembro de 1915. Esse foi o distintivo da equipe até os anos 30, na época Associação Sportiva Guaratinguetá:
Dos anos 30 até os anos 50, a Esportiva adotou este outro distintivo (mantendo-se alvinegra):
Só depois dos anos 50 passou a ser alvirubra e adotou um novo distintivo.
Esse distintivo sofreu leve alteração e aí perdurou até seus últimos suspiros, na Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 1998:
Além da mudança do distintivo (e das cores), a torcida local viu uma importante mudança: o time que passara toda sua vida no amadorismo, decidiu aventurar-se no profissional. E foi no Estádio Dario Rodrigues Leite, que a Esportiva conquistou o título do Campeonato Paulista da Série A2 de 1960. (esta e as demais fotos estão disponíveis no incrível “Que fim levou“, do Milton Neves e também no também alucinante “Botões para sempre“.
Pra matar a saudades: a filial da Rede Globo fez uma matéria bacana com os craques do passado: https://globoplay.globo.com/v/5498964/. Dessa forma, o “Lobo” (mascote do time) pode disputar a primeira divisão de 1961 a 1964!
Entre a primeira e a terceira divisão foram 37 participações no futebol profissional. Esse, o time de 1979, em foto da fanpage “A gloriosa esportiva”:
E aqui, Borrachinha, goleiro do time de 1988.
Em 1990, o time ganhou uma placa no estádio municipal.
Aqui, o time em 1997, com Negaça, no gol:
Infelizmente, o time acabou se licenciando e para ocupar seu lugar, surgiu o Guaratinguetá Futebol Ltda.
O Guaratinguetá Futebol Ltda foi idealizado em 1998, na época como Guaratinguetá Esporte Clube e a partir do ano 2000 passou a disputar as competições oficiais da Federação Paulista.
O time conseguiu uma ascensão meteórica e logo estava na série A1 (na época sua escalada se iniciou na séire B2, o quinto nível do futebol paulista) do Paulista e na série B do brasileiro. Em 2010, sem apoio do poder público local, o time se mudou para Americana, passando a se denominar Americana Futebol, em um dos movimentos mais tristes do futebol paulista.
Em 2012, o time volta à cidade de Guaratinguetá e enfrenta uma série de rebaixamentos. Em 2016, disputou a Série A3 do Paulistão e Série C, sendo rebaixado em ambos, e os maus resultados acabaram fazendo com que o time pedisse licenciamento das competições oficiais. Nessa fase final o time foi marcado pelo técnico João ‘Telê’.
O último time a utilizar o estádio é a Academia Desportiva Mantiqueira.
O AD Manthiqueira é um dos caçulas do futebol paulista, tendo sido fundado em 2005 e 5 ano depois, filiando-se à Federação Paulista. Como o ano do surgimento do time foi o mesmo ano da mudança do Guaratinguetá para Americana, incluiram no estatuto social da Manthiqueira uma cláusula que impede a mudança de município. Assim, em 2011, o clube disputou pela primeira vez a Bezinha do paulista.
Um dos diferenciais do time é a treinadora Nilmara Alves, uma das primeiras mulheres a treinar uma equipe masculina de futebol profissional no Brasil, e que ficou mais de 5 anos à frente do time.
Em 2017, a Manthiqueira consegue o primeiro acesso da sua história, para a série A3 do Campeonato Paulista, e sagrando-se campeã em cima do Esporte Clube São Bernardo.
Pra finalizar a relação dos times que já jogaram e podem vir a jogar, desde 2018 correm boatos do surgimento do Atlético Guaratinguetá, que promete chegar ao profissionalismo no ano de 2020.
O mascote do time é o Coruntá:
Enfim… Tudo isso pra voltarmos ao Estádio Municipal Professor Dario Rodrigues Leite, inaugurado em 7 de Setembro de 1965.
Vamos tomar uma?
Com tudo o que vimos, dá pra imaginar quantas emoções já passaram nessas arquibancadas…
Aliás, e dá-lhe arquibancadas….
A capacidade atual é de 16.095 torcedores.
Inclusos nessa conta os lugares cobertos, na região central do campo.
Como sempre, uma visão do lado direito do gol:
Meio campo:
E o gol comunista:
Mais uma vez, ficamos verdadeiramente emocionados em poder registrar um estádio com tanta história e com um futuro cheio de esperanças, afinal dizem os rumores que em 2020, o Manthiqueira não estará sozinho.
E o agradecimento ao Egídio que bateu um bom papo conosco durante nossa visita e é quem zela pelo estádio com super atenção e carinho.
E quem sabe, voltemos para ver um jogo ainda em 2019…
A nossa visita por Guaratinguetá termina aqui, porém, há de se prestar homenagem ao “falecido” Estádio Dr. Benedito Meirelles.
O Estádio foi inaugurado em 09 de julho de 1915, e ficava na Rua Cel. Pires Barbosa no Bairro do Campo do Galvão, mais ou menos nesse local:
As arquibancadas e a cerca do estádio eram de madeira. Ao fundo pode se ver o distintivo da Esportiva Guaratinguetá.
Olha quem chegou a jogar (e perder) por lá:
Aqui, a Esportiva em 1940 (que foto, animal!!!!):
O próprio Teci Guará FC jogou lá, em 1957 (foto do Zeck Bróca):
E deixo aqui umas últimas imagens pra gente ver o que o passado levou e não volta mais…
Dando um rápido intervalo nas postagens sobre a viagem pro Leste Europeu (que exigem um tempão até conseguir subir todas as fotos e escrever sobre elas), vamos contar um pouco da história do Independente de Pirassununga.
A 189ª camisa foi presente do amigo Zé Antonio, um dos caras que continuam a resgatar e valorizar a história do futebol (e da cultura) local.
O Independente Futebol Clube foi fundado em Novembro de 1938 e teve sua história marcada pelas participações nos campeonatos amadores.
O primeiro jogo do Independente FC foi contra a Esportiva Sanjoanense, perdendo pelo placar de 2×0, realizado em São João da Boa Vista.
O sucesso no amadorismo levou o time a se aventurar no profissionalismo e em 1977, o Independente de Pirassununga disputou o Campeonato Paulista da Quarta Divisão.
Mas, disputar o futebol profissional representa uma série de investimentos que muitas vezes inviabilizam a participação de times do interior, e foi o que aconteceu com o time de Pirassununga.
Até hoje, o time segue atuando nas disputas amadoras e principalmentenas categorias de base.
Manda seus jogos no Estádio Armando Boito, e fica localizada na Avenida Joaquim Cristóvão, 245, na Vila Santa Terezinha. Estivemos lá em 2018, veja aqui como foi.
O post de hoje levou nos pelos “caminhos de pedras secas” até a bela cidade de Itapetininga.
Itapetininga tem tanta história no futebol que acabamos deixando de fazer as tradicionais fotos da cidade, então pegamos essa do site da Prefeitura Municipal para ilustrar o local onde pouco mais de 162 mil pessoas vivem.
Almoçamos numa padaria bem legal! A fome era tanta que não lembro nem o nome…
Falar do futebol profissional em Itapetininga significa voltar ao tempo em que todas as divisões do Campeonato Paulista e até o futebol amador eram valorizados pelas diversas cidades do interior.
Então, voltemos ao início do século para conhecer a história da Associação Atlética Itapetininga.
A Associação Atlética Itapetininga foi fundada em agosto de 1931, sendo assim o mais tradicional time de Itapetininga. Disputou a 4ª Divisão do Campeonato Paulista em 1960 e a 3ª Divisão em 1961 e 1962.
Aqui, algumas fotos históricas de times que defenderam as cores da Associação Atlética Itapetininga, começando pelo time de 1952 (foto do blog http://alan-franci.blogspot.com):
Existe ainda uma página no Facebook em homenagem ao time e lá estão compartilhadas mais lindas imagens da Associação Atlética Itapetininga:
Pra fechar a sessão nostalgia, o time de 1961 que disputou a terceirona daquele ano:
Infelizmente, nos dias atuais, seu departamento de futebol profissional já não existe mais, mas, o Estádio José Ravacci Filho, campo onde mandava seus jogos, continua de pé!
Ainda existem lembranças da antiga entrada:
O Estádio segue muito bem cuidado, só sofreu uma “pequena” alteração…
O campo mudou de direção… Foi invertido em 90 graus… Ou seja, o que era linha de lateral virou linha de fundo e vice e versa.
Dessa forma, além de perder em tamanho, foram se embora as tradicionais arquibancadas que abrigaram tantos torcedores nas décadas passadas…
Veja como era:
Aparentemente era nesta lateral onde ficavam as arquibancadas que estava a entrada que hoje está fechada.
E o que era a lateral virou o gol!
Ainda existem bons vestiários:
Vamos dar uma volta no campo para conhecer melhor:
O estádio ainda guarda uma estrutura que serve de bar e de sede onde podemos encontrar algumas recordações do time.
Aqui, alguns dos quadros que estão nas paredes desse bar:
Até uma linda flâmula eles têm!
E agora, o xodó é o time de masters!
Um último registro no campo que já roubou tantas lágrimas e sorrisos (e que ainda mantém se vivo nas disputas amadoras!):
Quer bater um escanteio antes de ir?
Primeira parte da nossa missão cumprida! Agora é vez de registrar o Estádio Engenheiro Péricles D’Ávila Mendes, a casa do mítico DERAC!
O DERAC, que é a sigla de Departamento de Estradas de Rodagem Atlético Clube, foi fundado em dezembro de 1950 (como indicado em seu distintivo). O time participou de quatro edições da série A2 (1982, 1984, 1985 e 1986), 32 edições da série A3 (1959, de 1961 a 1971, de 1976 a 1981 e de 1988 a 1992) e 2 na “Quarta Divisão” (1960 e 1994).
A história é surreal, uma vez que o time foi formado por funcionários do D.E.R. local e acabaram não só chegando ao profissionalismo como jogando por 3 divisões do Campeonato Paulista.
Uma delas, foi em 1961 pela A3:
E olha que bela campanha fizeram em 1977 pela “A3” daquela época:
O time tem muita história e foram muito quadros que representaram as cores da cidade. Lá mesmo no estádio existem várias fotos de times perfilados que fizeram história e jogaram frente a uma verdadeira multidão.
Mas se você quer mesmo memórias do time, não deixe de acessar o blog do Museu Virtual DERAC. Eles têm fotos como essa, do time de 1970 que disputou a série A3:
Então voltemos ao Estádio Engenheiro Péricles D’Ávila Mendes, a casa do DERAC.
E mais uma vez, estamos aí…Em frente a um campo histórico que fez (e faz) parte da vida de tantas pessoas…
Mais uma bilheteria que teve no passado seus dias de glória e que sonha com a volta do futebol profissional.
Vamos dar uma olhada no estádio?
O Estádio Péricles D’ávila Mendes tem capacidade para cerca de 6 mil torcedores em seus dois lances de arquibancada, ao longo do campo.
A entrada do estádio nos leva até esse lado da arquibancada. Veja ao fundo o bar e sede do time.
Aqui, um olhar já chegando próximo ao bar.
E olha aí o bar e alguns dos troféus do time!
Olha o tamanho da arquibancada:
Encontrei uma imagem antiga do estádio, mas parece que mudou bastante…
Um dos maiores orgulhos do DERAC são os grandes jogadores que fizeram parte de seu elenco e foi um ex atleta do time que nos apresentou o estádio. Falamos do “Paraná”, que atualmente faz parte do time de veteranos do DERAC.
O gramado segue bem cuidado, mesmo próximo ao gol.
E assim, a parte 2 da nossa missão está cumprida!
Resta nos agora contar a parte “ferroviária” da nossa história pelo futebol de Itapetininga, e ela fica ao cargo do CASI, o Clube Atlético Sorocabana de Itapetininga.
O time do CA Sorocabana de Itapetiningafoi fundado em junho de 1945 por um grupo de trabalhadores ligados à ferrovia. E se você quer ver fotos incríveis do CASI, vale a pena visitar o blog SomosCASI.blogspot.com eles tem imagens como essa, do time dos anos 50:
Esse era o time da Sorocabana de Itapetininga em 1957:
Esse é o time de 1959, se preparando para a disputa da A3 do ano seguinte:
E aqui outros esquadrões de diversos momentos do CA Sorocabana Itapetininga que participou da quarta divisão (em 1960) e da terceira divisão (de 1961 a 1963).
Infelizmente, o tempo passou e assim como a ferrovia acabou sumindo do mapa, o CASI acabou no ostracismo e logo no esquecimento, mas restou-lhe um marco importante para servir de recordo: o Estádio José Santana de Oliveira, na Vila Aparecida, campo onde mandou seus jogos por tantos anos.
Não, não é nenhum engano, não existe sinalização referente ao estádio, porém possui um Museu Ferroviário na entrada do clube. No entorno do campo, vários equipamentos da ferrovia.
Conseguimos adentrar ao Estádio, então, vamos dar uma olhada lá dentro?
Adentramos ao campo e o que pudemos ver foi de cortar o coração… Ainda que com a grama bem cortada, o estádio parece aguardar seu fim…
Nem as traves mantiveram-se em pé…
Um estádio que tinha como destaque nas arquibancadas o público feminino, formado por cerca de 800 torcedoras, na maioria familiares de ferroviários que acompanhavam o time.
É triste, mas… Estamos aí pra registrar e quem sabe torcer pela recuperação do estádio.
Despreocupadas estão as corujas que adotaram o gramado do campo como lar…
O outro gol também está lá deitadão….
Um pedaço de trilho, simbolizando a ligação do time com a Ferrovia corta a lateral do campo…
E até uma locomotiva guarda as memórias do CASI, da ferrovia e do Estádio Joé Santana de Oliveira… Um passado que não volta…
Infelizmente, atualizo esse post em 2024 para mostrar que o campo do CASI deu lugar para um supermercado…
Pra terminar nossa história, é preciso registrar o último time que representou a cidade no profissional, o Esporte Clube Itapetininga.
Fundado em abril de 1995, o time ficou com a vaga do DERAC na Federação Paulista e disputou os campeonatos da sexta divisão de 2002 e 2003, da quinta divisão de 1996, 1998, 1999 e 2000.