O futebol em São José dos Campos

Aproveitando o nosso rolê por São José dos Campos para assistir ao jogo São José EC 2×0 EC Santo André e também CA Joseense 0x1 XV de Jaú, fizemos um registro de alguns estádios e da história do futebol local.

Mas antes disso, fomos andar pelas ruas do centro, pra sentir um pouco da cidade, começando pelo Mercado Municipal

E já que estamos por aqui, vamos curtir um som!

Também estivemos pelo Parque da Cidade.

Lá, visitamos o Museu do Folclore.

A história de São José dos Campos como a de todo Brasil é anterior à chegada dos europeus.
Há milhares de anos, a região era habitada por diversos povos indígenas, como os Guayanases, Guainás, Aimorés e Puris (retratados abaixo por Van de Velden), entre outros. Cada um com sua cultura, língua e modo de vida em harmonia com a natureza.

A chegada dos europeus efetivou um processo de desapropriação das terras indígenas, resultando em conflitos e até mesmo no extermínio de comunidades inteiras. Os sobreviventes tiveram que aceitar a política de aldeamento implementada pelos jesuítas.

Com a chegada da ferrovia (olha aí a estação), em 1876 potencializou-se a expansão da cafeicultura no Vale do Paraíba, e São José dos Campos se desenvolveu economicamente.

Curiosamente, o futebol não se desenvolveu junto da Ferrovia como estamos acostumados a ver, mas sim, junto às indústrias.
Entre os anos de 1920 e 40, São José dos Campos recebeu indústrias de cerâmica (como a Cerâmica Weiss) e tecelagem (Tecelagem Parahyba e a Cia. Rhodosá de Rayon, do grupo Rhodia, fabricante de fios sintéticos).
A cidade ainda iria passar por outras fases mais modernas de industrialização (lembre-se que aí fica a sede da EMBRAER), mas foram as fábricas do início do século que movimentaram o futebol local.

A cidade teve nada menos que 9 times disputando as competições profissionais do futebol paulista:

Vamos relembrá-los por ordem cronológica de fundação.
O mais antigo deles é a Associação Esportiva de São José, fundada em 15 de agosto de 1913 com o nome de “São José Futebol Clube“, rebatizada como Associação Esportiva São José em 23 de maio de 1918.

Seu campo ficava no local onde hoje está o Ginásio Poliesportivo Linneu de Moura.

Sua estreia no profissionalismo se deu em 1922 quando disputou a Divisão do Interior da APSA (Associação Paulista de Sports Athléticos) e terminou em último lugar, as se torna o primeiro time de São José a figurar nas competições oficiais.

A Esportiva de São José termina na mesma colocação em 1923, mas segue fazendo história no futebol paulista.

Em 1927, disputa o Campeonato do Interior da LAF (Liga dos Amadores de Futebol) jogando a Seção Sul da Zona Central do Brasil.
Em 1930 e 31 disputa o Campeonato do Interior da APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos).
Aqui, o time de 1942 que também jogou o Campeonato do Interior:

A Esportiva de São José disputou ainda os campeonatos de 1943, 44 e 1946 quando foi campeão da 1ª Zona do Campeonato do Interior (grupo com os times abaixo), perdendo o título da região para o Cruzeiro FC:

Em 1957, a Associação Esportiva São José decidiu extinguir seu departamento de futebol. Mas o clube social segue vivo!

A Associação Atlética Santana do Paraíba é o segundo time mais antigo, tendo sido fundada em 10 de outubro de 1913, poucos meses depois da AE São José.

O campo da AA Santana do Paraíba ainda está de pé, mas acabamos não o visitando desta vez, até porque atualmente o time manda seus jogos no AD Parahyba (que vamos mostrar mais abaixo):

O time disputou uma única edição oficial do futebol paulista: o Campeonato do Interior da LAF, em 1928, jogando a Seção Sul da Região Central do Brasil. Naquele ano, o time era denominado Sant’Anna FC.

Aqui, a AA Santana do Paraíba nos anos 40. Em 1942, 43 e 44 disputou o Campeonato do Interior.

Na sequência, foi fundado o Esporte Clube São José em 13 de agosto de 1933.

Até por levar o nome da cidade, o time logo ganhou o carinho dos torcedores, ainda que tenha se mantido por décadas disputando apenas as competições amadoras.
Como São José dos Campos tinha muitas formigas, o time ficou conhecido como “Formigão“.

Duas equipes da cidade, o Klaxon Clube e o Internacional FC, se fundiram para fortalecer ainda mais o São José, o que acabou aumentando a rivalidade com o outro time da cidade, a Associação Esportiva São José. Na foto abaixo, um encontro entre os dois times.

Em 1943, estreou no Campeonato do Interior, jogando até 47.
Em 1957, o time faz a estreia no futebol profissional, jogando a 3ª divisão, com o time abaixo:

Após aquela aventura, o EC São José se licenciou e só retornou ao profissionalismo em 1964, desta vez na 4ª divisão, da qual foi campeão, obtendo o acesso para a Terceira Divisão do ano seguinte.

Em 1965, o Formigão do Vale brilhou na fase inicial da Terceira Divisão, liderando a sua série:

Mas o time foi mais longe, sagrando-se Campeão da Terceira Divisão de 1965, garantindo o acesso para a segunda divisão do Campeonato Paulista. Aqui, a fase final do Campeonato:

Esse é o time de 1965:

Assim, em 1966 disputa a 2ª divisão do Campeonato Paulista.

Aqui, o time de 1967 que disputa a segunda divisão:

Foi nesse período que o clube revelou o goleiro Emerson Leão, que veio das categorias de base.

De 1970 a 76 disputou a 2ª divisão, sendo que em 1972, conquistou o título do Campeonato, classificando-se em na primeira fase, atrás do SAAD

Na segunda fase, vingou-se do time de São Caetano chegando à final contra o Garça FC:

O Formigão venceu por 3×0 em casa e empatou por 0x0 em Garça mas não subiu pra primeira, porque o acesso estava suspenso pela Federação Paulista.

Infelizmente, o time custava mais do que arrecadava e passou a se afundar em dúvidas.
O time permaneceu jogando a segunda divisão até 1976, quando para vencer as dívidas encerrou sua existência, mudando seu nome e dando origem ao atual São José EC (já já falaremos dele).

O EC São José mandava seus jogos no antigo “Estádio da Rua Antonio Saes“, que desde 1942 era oficialmente denominado Estádio Martins Pereira, que viria a ser também o nome do Estádio atual.

Tentei fazer uma sobreposição imaginando onde seria o Estádio nos dias atuais…

Não resistimos e fomos até a atual Igreja que ocupa o espaço imortalizado pelo futebol, pra imaginar como era…

Antes que crucifiquem a Igreja Universal (que trocadilho hein?), vale dizer que a área foi ocupada por um supermercado Jumbo Eletro depois do Estádio.

No site do Museu do Futebol encontrei essa foto da torcida do Esporte Clube São José no 0 X 0 contra o Fernandópolis, em 1960:

Sua capacidade era de apenas 5 mil torcedores, motivo pelo qual a cidade se organizou para a construção do novo Martins Pereira. O Museu do Futebol tem também uma foto que registra a última partida disputada no Estádio da Rua Antonio Saes: o amistoso EC São José 2X0 DERAC, de Itapetininga.

O time seguinte a ser fundado foi o Rhodosá Atlético Clube, em 13 de fevereiro de 1948.

O time foi formado por trabalhadores da Companhia Rhodosá de Rayon SA, indústria química, instalada no bairro de Santana.

O time se filiou à Federação Paulista de Futebol (FPF) e passou a disputar o Campeonato Amador pela Zona de Lorena. Aqui, o time de 1949 que disputou competições e torneios amadores e com outras indústrias.

O Rhodosá Atlético Clube se tornou bicampeão amador em 1959 e 1960, levando o time a se tornar o 1º time profissional de São José dos Campos, disputando a 4ª divisão em 1965, ainda que sem conseguir realizar uma grande campanha:

De qualquer forma, o time fez história no futebol e isso não se apaga jamais!

O Rhodosá AC teve até um time feminino!

Mandava seus jogos no Estádio Dr Roberto Moreira (nome do presidente da Rhódia na época) construído junto à fábrica, no bairro de Santana, e inaugurado em 1956.

Como o endereço em mãos fomos até lá para ver se o Estádio ainda existe, mesmo com o fechamento da indústria.
Próximo do local, encontramos esta linda e gigantesca árvore:

Olha aí a frente do Estádio:

Olhando do lado de fora, deu pra ver que o que encontraríamos não era mais um estádio de futebol…

A entrada para o antigo estádio é esse portão:

Pedimos permissão para o “caseiro” da atual área e fomos tentar encontrar algo do antigo estádio. Olhando assim, parecia apenas uma casa, mas… o que parece aquilo no andar de cima?

Subi essa escada, sabendo onde chegaria…

Aí está a arquibancada do Estádio Dr Roberto Moreira, o Campo do Rhodosá!

Presença registrada em mais uma arquibancada histórica!

Agora, olhando da arquibancada, aqui está (está ???) o gol da esquerda:

O gol da direita:

E o meio campo:

Encontrei uma imagem que mostra o campo algumas décadas atrás:

Missão cumprida, ainda que os registros não sejam muito animadores…

Dando sequência, é vez de falar do Corinthians Futebol Clube de São José dos Campos, fundado em 3 de janeiro de 1954.

Lá no Mercado Municipal já havia visto (e registrado) esse poster do time, no bar em que ouvimos aquele senhor cantar.

Inicialmente, o Corinthians FC usava um campo que ficava na Praça Duque de Caxias, 48, no bairro do Jardim Paulista.
Esse é o time de 1961, vice campeão local:

Em 1976, decide disputar a 3ª divisão, mas infelizmente acaba abandonando a competição ao fim do primeiro turno.

Falemos agora do Grêmio Olimpico Futebol Santanense, fundado em 5 de setembro de 1975. Distintivo direto do site Escudos Gino:

O clube surgiu por iniciativa de atletas da equipe juvenil do Esportivo Futebol Clube, que queriam levar o futebol adiante, fazendo surgir o Grêmio Olímpico de Futebol Santanense.
Aqui, o time de 1981:

Depois de muitos campeonatos amadores e locais, o time decidiu se profissionalizar e disputar o Campeonato Paulista da Terceira Divisão em 1986.

De 1986 a 92 disputou a 3ª divisão.

Destaque para a campanha de 1988, quando se classificou em segundo lugar na primeira fase:

Liderou a fase 2:

E só acabou desclassificado na penúltima fase.

O Grêmio Santanense mandou seus jogos no campo da ADC Parahyba, o campo que surgiu junto à Tecelagem Parahyba presente em São José de 1925 até 1995. Hoje ainda há produção de cobertores por meio de uma cooperativa de ex- funcionários. Ficou conhecida com a marca Cobertores Parahyba.

Como o Estádio ADC Parahyba, também conhecido como o “Campo da Tecelagem”, ainda está lá, fomos fazer uma visita para registrá-lo:

Diferente do estádio do Rhodosá, confira que lindo está o Campo da Tecelagem:

Então, vamos eternizar mais este lugar com nossa humilde câmera digital kkkk

Olha que charmosa a arquibancada que lembra a geral dos tradicionais estádios brasileiros:

Lä do outro lado também existe um lance de arquibancada, o que totaliza mais ou menos 5 mil lugares para a torcida.

A manutenção do local garantiu mais um momento histórico para o futebol local, ao receber jogos da Copa Libertadores de América de Futebol Feminino de 2011 a 2014.

Aqui o gol da esquerda:

Aqui, o meio campo:

Aqui, o gol da direita:

Ali ao fundo, os bancos de reserva e vestiários:

A arquibancada é única e realmente inesquecível!

Agora, é a hora de falar do time mais expressivo e tradicional da cidade: o São José Esporte Clube.

Pra isso, devemos voltar a 1976, com o antigo EC São José completamente endividado. A solução para a situação foi “encerrar” o antigo clube e realizar uma reformulação da identidade, fazendo surgir um novo São José.
O Formigão deixava de existir para em seu lugar surgir a Águia do Vale.
O preto e branco deram lugar ao azul, amarelo e branco, as tradicionais cores da cidade.

Assim, em 24 de dezembro de 1976, surge o São José EC e que logo no ano seguinte, passa a disputar a 2ª divisão (a Intermediária) e logo no primeiro ano, termina em 3º lugar:

Mesma posição do ano seguinte (1978):

E também a de 1979:

Finalmente em 1980, chegou a vez do São José EC realizar uma campanha quase perfeita e finalmente subir para a Primeira Divisão.
Essa foi a primeira fase:

Liderou também a segunda fase:

Depois vieram as semifinais contra o Aliança de São Bernardo (0x0 no ABC e 2×1 em São José), depois as finais com o Grêmio Catanduvense (ganhando como visitantes por 1×0 e 4×0 em casa) e sagrando-se assim campeão, com o meu ídolo Tonho, no gol.

Sua estreia na 1ª divisão em 1981 foi incrível! Em um campeonato maluco, chegou à fase final, após 2 turnos, em um grupo ao lado de Palmeiras, Santos e Ponte Preta, mas não se intimidou…

Assim, fez a final do turno com o São Paulo, vencendo em São José por 1×0 e perdendo por 3×2 no Morumbi, em um jogão!

Em 1982, o São José realizou uma campanha mediana, mas em 83, acabou rebaixado, e acabou se licenciando até 1985 quando voltou a disputar a segunda divisão, mas teve uma campanha fraca, assim como em 1986.
Mas, em 1987, novo bom momento: com o vice campeonato da 2ª divisão, o São José estava de volta à elite!

Assim de 1988 a 93, a Águia voou pela 1ª divisão, com campanhas interessantes, um 3º lugar em 88, um vice campeonato em 1989, com o time abaixo (olha o goleirão Rafael no time!):

Em 1990, 91e 92, novamente campanhas medianas, culminando no rebaixamento de 1993.
Assim, em 1994 o São José EC jogava mais uma série A2.
Mas, em 1996, um terceiro lugar devolvia a Águia à principal divisão do futebol paulista.

De volta à primeira divisão, o São José EC conseguiu se segurar até 1999 quando acaba rebaixado mais uma vez.
Mas dessa vez, após 4 anos na A2, a águia foi parar na A3.
Daí em diante, o time passou por muito sobe e desce, jogando a A3 em 2005 e 06, a A2, de 2007 a 2014, a A3 em 2015 e 16, a Segunda Divisão de 2017 a 2020, a A3 de 2021 a 23, quando finalmente volta à série A2.

Vale reforçar a importância e o sucesso do time feminino do São José, criada em 2001.
O time foi vice campeão Paulista de 2010. Em 2011, garantiu vaga na Copa Libertadores por ser sede do torneio, do qual sagrou-se campeã!

Em 2012, conquistou seu primeiro título da Copa do Brasil e o Campeonato Paulista.
Em 2013, o bicampeonato da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.

Em 2014, além da Libertadores, o São José conquistou o Torneio Internacional de Clubes, derrotando o Arsenal.

Desde 2017, infelizmente, vive um período de declínio na modalidade.

Mas a cidade de São José dos Campos ainda tinha inspiração para mais times e em 1º de outubro de 1998 foi fundado o Clube Atlético Joseense.

O time nasce com foco nas categorias de base, participando dos campeonatos sub-20, 17 e 15, além da Copa São Paulo de Futebol Jr, a partir de 2001, quando também participa da Série B3 do Campeonato Paulista.
Termina em 5º lugar e consegue o acesso para a Série B2, onde ficou até 2004, quando subiu para a Série B (a quarta divisão, na prática).

Aqui, o time de 2010:

Em 2012, garantiu acesso à Série A3 do Campeonato Paulista, a ser disputada pela primeira vez em sua história no ano de 2013.
Em 2014 mudou seu nome para São José dos Campos Futebol Clube, mas a ideia não foi muito bem aceita pela população local que considerou que o time estava tentando tomar o lugar do tradicional “São José EC”.

Em 2017, decidiram voltar ao nome de origem.
Em 2018, acaba rebaixado para a Segunda Divisão, onde está até os dias de hoje.
Este é o time de 2022:

Este é o time de 2023, que segue na briga (aliás, confira o post sobre o jogo contra o XV de Jaú aqui) pelo acesso à série A3:

O último time fundado na cidade foi o Futebol Clube Primeira Camisa, fundado em 2 de março de 2007.

O time surgiu de uma iniciativa do zagueiro Roque Júnior em parceria com as categorias de base do São José.

Em 2008, o time se profissionalizou e passou a disputar a 4ª divisão, onde ficou até 2011, quando se licenciou.

Em 2007, fez uma parceria com o São José EC e os atletas do Primeira Camisa representaram a Águia do Vale na Copa São Paulo, tendo a melhor campanha de um time de São José dos Campos na Copa São Paulo, chegando nas quartas de final, quando perdeu para o Cruzeiro, em um Martins Pereira, com mais de 20 mil torcedores e com gente do lado de fora.

Ufa… É mesmo muita história!

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

Os Estádios do São Caetano Esporte Clube

Distintivo do Esporte Clube São Caetano

Dando sequência aos posts sobre os Estádios do Grande ABC, é hora de falar da casa do São Caetano Esporte Clube.

Estádio do São Caetano EC

Mas o futebol do ABC tem outros times e outras histórias, caso queira conhecer mais, veja aqui o Mapa do Futebol no ABC, desenhado pelo Victor Nadal.

O post de hoje é em homenagem ao Ademir Medici, outro apaixonado pela história do Grande ABC que além de escrever uma coluna sobre a memória da região no Diário do Grande ABC, ainda editou vários livros sobre os principais clubes da região, entre eles, o São Caetano Esporte Clube. O livro “Uma história de campeões” foi a principal fonte utilizada hoje.

Livro Uma história de Campeões - São Caetano Esporte Clube

Outra fonte importante para esse trabalho foi o livro “Os esquecidos“, realizado pelo DataToro / RedBull, com pesquisas de Antonio Ielo, Fernando Martinez, Júlio Diogo e Marcio Javaroni e editado pelo Rodolfo Kussarev.

Livro - Os esquecidos

O São Caetano Esporte Clube nasceu em 1º de Maio de 1914, da fusão do Rio Branco (que alguns dizem EC, enquanto outros FC) e do Clube dos Amigos. Nos seus primeiros anos, participou de vários campeonatos locais e amistosos, inclusive fazendo algumas viagens pra jogar de visitante.

São Caetano Esporte Clube

Não encontrei registros fotográficos do primeiro campo do São Caetano EC, mas ele ficava em uma área da família Roveri, antes usada pelo Clube dos Amigos, onde a Fábrica de Louças Adelina se instalaria. O campo não oferecia condições de disputar jogos oficiais e por isso, era comum jogar em campos emprestados. Aqui, algumas imagens da fábrica:

Fábrica de Louças Adelinas
Fábrica de Louças Adelinas

O segundo campo (também não encontrei nenhuma foto, até porque estamos falando das primeiras décadas do século XX) ficava na rua Heloísca Pamplona, e foi usado até 1920, quando o local passou a abrigar o Grupo Escolar Senador Fláquer.

Grupo Escolar Senador Fláquer

O terceiro campo, conhecido como “O Estádio da Rua 28 de Julho” marcou época.

Possuia arquibancadas em madeira, inclusive uma pequena parte coberta. Ficava no terreno de uma firma de montagem de pontes, e o São Caetano EC pode mandar seus jogos ali por um bom tempo, até que no início dos anos 30, as Indústrias Matarazzo requereram o terreno.

Estádio do EC São Caetano - campo da 28 de julho

As arquibancadas em madeira, com uma área central coberta e todo cercado, o que dava um charme único! Aqui uma outra foto, também do livro do Ademir Medici!

Estádio da rua 28 de Julho - São Caetano

Aqui dá pra se ter ideia de como era o outro lado do estádio:

Estádio Conde Francisco Matarazzo - São Caetano EC
Estádio Conde Francisco Matarazzo - São Caetano EC

Em 1919, o time passa a disputar o Campeonato Municipal organizado pela APSA, que equivale à série A3 do Paulista atualmente.

Jogaria a A3 também em 1920, 1922 (quando chegou à segunda eliminatória, perdendo para a AA Ordem e Progresso), 1923 (também foi até a segunda eliminatória, desta vez perdendo para a AA Estrela de Ouro), 1924 e 1925. Esse, o time de 1926, que só jogou amistosos e torneios locais:

São Caetano Esporte Clube

Em 1927, disputa pela primeira vez o Campeonato Paulista do Interior, pela APEA.

Em 1928, por falta de condições de seu estádio, mandou seus jogos  pelo Campeonato do Interior em Santo André (no campo do Primeiro de Maio FC) e em São Paulo (no campo do Silex e do Ipiranga), mas isso não impediu o São Caetano Esporte Clube de se tornar Campeão do Interior!

São Caetano Campeão do Interior 1928
São Caetano Esporte Clube - campeão do interior 1928
Diploma APEA 1928

Com o título do Interior de 1928, em 1929 o São Caetano Esporte Clube volta a disputar a série A3 do Campeonato Paulista pela APEA (nessa época, chamada de 2a divisão, ficando abaixo da primeira e da especial).

O Estádio da Rua 28 de Julho passa por uma reforma para poder receber os jogos desta competição e logo de cara, o São Caetano Esporte Clube conquista o vice campeonato.

Série A2 - 1928

O campeão de 1929 seria a AA Ordem e Progresso (que havia sido campeão da Divisão Municipal da APEA em 1928).

AA Ordem e Progresso

Olha o time deles, em 1935:

AA Ordem e Progresso

Mas, em 1930 chega a hora da celebração maior! O São Caetano Esporte Clube se torna campeão da série A3 e assim passa a disputar a A2!

São Caetano Esporte Clube 1930

O time sofreu uma única derrota no campeonato!

Série A3 - 1930
Classificação a3 1930

Em 1931, disputou a série A2 e por 3 pontos não saiu campeão.

Tabela do Campeonato Paulista série A2 - 1931
Tabela paulista a2 - 1931

A partir de 1932, o time passou a adotar o seu distintivo, já que até então, era apenas um uniforme preto e branco.

A série A2 de 1932 foi mais enxuta e perdeu um pouco da força porque a APEA criou dois novos Campeonatos: o do Interior – Divisão Campineira (onde o Guarani foi campeão) e o do Interior – Divisão Santista (a Briosa levou o título). Foram apenas 7 jogos e uma campanha apenas regular.

Paulista A2 - 1932
Classificação série A2 - 1932

Em 1933, surge a Federação Paulista de Futebol e com ela, o profissionalismo começa a surgir no futebol paulista.

O São Caetano EC  segue no campeonato da APEA, na série A2, que ese ano era dividido em 2 grupos, onde os melhores de cada um fariam a final.

Jogando no grupo “Série 1”, termina empatado em primeiro lugar com o time das Fábricas Orion, mas perde a partida de desempate e assim fica de fora da final.

A2 - 1933
Classificação Grupo 1 - Paulista série A2 - 1933

O Fábricas Orion foi pra final e levantou o título de campeão.

Clube Esportivo Fábricas Orion

É o time desta fábrica:

Fábrica Orion

Que embora tenha se mudado de endereço, segue dando nome ao prédio, agora abandonado, na esquina das ruas Joaquim Carlos e Behring, no bairro do Belenzinho…

Orion

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Orion acolheu muitos imigrantes alemães de origem judaica, que fugiram da Europa por causa de perseguições.

Fábrica Orion

O São Caetano EC ainda disputou vários amistosos nesse ano, dos quais dois merecem destaque: um contra o Primeiro de Maio que terminou em pancadaria (a ponto dos times combinarem não realizar o jogo de volta) e outro contra a Portuguesa, da qual se tem esse registro (a Lusa venceu por 3×2):

Portuguesa x São Caetano EC

Chegamos a 1934, e agora haviam 2 campeonatos, um pela APEA e outro pela Federação Paulista (do qual o CA Fiorentino – que nada mais era do que o Juventus, que se lincenciou das demais competições, momentaneamente- saiu campeão da série A1).

CA Fiorentino

O São Caetano EC fez uma boa campanha e terminou em 3o lugar (de novo a AA Ordem e Progresso levou).

Série A2 - 1934
Classificação 1934 - série A2
Ordem e Progresso campeão 1937

Naquele ano, o time disputou um amistoso com o Palestra Itália, no Estádio da rua 28 de julho. Esse foi o time daquele jogo:

São Caetano EC - 1934

Em 1935 é um momento especial para o São Caetano EC: o clube adquire um terreno entre as ruas Paraíba e Major Carlo Del Prete, uma vez que a área do Estadio da Rua 28 de Julho é requerida pelas indústrias Matarazzo. Como o clube não tinha recursos, foi necessário muitas ações e parcerias para a realização desse sonho. Mas estava lançada a pedra fundamental do que seria o “Estádio da Rua Paraíba“.

A outra boa notícia é o convite feito pela APEA para que o São Caetano EC dispute a sua série A1 de 1935. O time termina em 4o lugar e ainda vence a Taça Bellard contra outros times da região.

A despedida do velho Estádio da Rua 28 de Julho se faz na partida contra a AA Ordem e Progresso, na primeira rodada do campeonato ( o time joga de visitante praticamente todos os jogos).

Campeonato Paulista 1935
Campeonato Paulista série A1 - 1935

Em 1936, dois campeonatos paulistas são disputados: um pela LPF (Liga Paulista de Futebol), do qual o Palmeiras (Palestra Itália, então) sagra-se campeão, jogando contra as equipes mais fortes do estado, como Corinthians, São Paulo, Santos, Juventus entre outros times. O São Caetano EC segue fiel à APEA, que começa a apresentar sinais de decadência e melhora sua performance, alcançando o 3o  lugar.

O destaque fica para a goleada de 6×1 contra o Ordem e Progresso (até eu já peguei birra desse time de tanto jogo contra ele kkkkk) e para o “derby regional” com o Primeiro de Maio, tendo o São Caetano EC vencido as duas partidas.

Classificação série A1 - 1936
Série A1 - 1936 - Classificação

Esse foi o time de 1936, que teve que jogar quase todos os jogos como visitantes, uma vez que o Estádio da Rua Paraíba não foi finalizado.

São Caetano EC - 1936

Chegamos a 1937 com uma grande notícia: o Estádio da Rua Paraíba finalmente está pronto, e recebe o nome de Estádio Conde Francisco Matarazzo, sendo inaugurado em 1/5/1937.

Essa é uma foto do dia da inauguração, que contou com um grande festival que teve como ponto principal um jogo entre o São Caetano EC e um selecionado da APEA (4×1 para os donos da casa):

Estádio da rua Paraíba - São Caetano EC

A entrada principal era na Rua Paraíba, onde ficavam as bilheterias além de um escritório para controle das carterinhas dos sócios.

Ao lado esquerdo (onde ficava um dos gols), estava a Rua Margarido Pires (a atual Av Goiás), à direita, a indústria Brasiltex e logo adiante a Rua Baraldi.

Estádio Conde Francisco Matarazzo - São Caetano EC

Aqui outra foto do livro do Ademir Medici, percebe a distância da torcida ao campo (sim, era só essa singela cerca branca que separava a torcida dos jogadores). Esta arquibancada coberta tinha capacidade para 600 torcedores. Ela dava costas à Rua Major Carlo Del Prete, embaixo delas ficavam os vestiários. Pro lado de trás, havia um portão maior para a entrada dos carros e ônibus dos times visitantes.

Estádio Conde Francisco Matarazzo - São Caetano EC

Outros dois jogos, nas duas semanas seguintes fizeram parte das festividades de inauguração do novo estádio: uma derrota de 1×0 para o Ipiranga e outra por 3×1 para a Portuguesa.

O São Caetano EC toma outra decisão importante neste ano: afastar-se da APEA e inscrever-se na Liga Paulista de Futebol (que se tornaria a atual Federação Paulista), mas termina 1937 sem disputar nenhum campeonato, assim como 1938, mas rolam festivais e até um campeonato só com times de São Caetano.

Estádio Conde Francisco Matarazzo

Em 1939, a agora “Liga de Futebol do Estado de São Paulo (LFESP)” decide convidar o São Caetano EC a disputar a Divisão Intermediária, equivalente à série A2 do Paulista.

E esse campeonato foi especial para o Grande ABC: 5 times da região participaram: São Caetano EC, Primeiro de Maio, EC São Bernardo, Cerâmica e Corinthians de Santo André) e 4 terminaram nas primeiras posições, tendo o Corinthians de Santo André como campeão!

Série A2 - 1939
Classificação série A2 - 1939

Aqui, o goleiro Ettore Manilli em ação:

São Caetano EC
São Caetano EC

Chega 1940, e vem a grande conquista da Divisão Intermediária – a série A2 da época!

São Caetano Esporte Clube 1940

Mais uma vez enfrentando vários times do ABC, tendo o Palestra Itália de São Bernardo como novidade.

São Caetano EC campeão da série A2 - 1940
São Caetano EC campeão da série A2 1940

Inacreditavelmente, o time campeão de 1940 não disputa nenhum campeonato em 1941, nem 42 ou 43… Apenas amistosos.

São Caetano EC campeão 1940
São Caetano EC

Em 1944, disputou o Campeonato do Interior, mas acabou eliminado pelo Taubaté, em 45 e 46 não passou da fase regional de grupo (quem se classificou em ambas foi o vizinho CA Rhodia, de Santo André) e em 47 também saiu na segunda fase. Esse é o time de 1945:

São Caetano EC - 1945

Em 1948, uma grande novidade: a disputa do campeonato paulista da Segunda Divisão (a série A2) profissional. Joga a série vermelha e termina empatado em número de pontos com o Rio Pardo. Era só empatar o último jogo contra o Ginásio Pinhalense numa partida cheia de histórias….

Paulista série A2 - 1948

Como apenas um time iria pra fase final, houve uma partida para desempatar e o Rio Pardo FC venceu, em campo neutro, em Limeira, por 5×3. O São Caetano EC jogou com Zinho; Mosca e Neno; Sérgio, Ninim e Escovinha; Suli, Iube, Andó, Wilson e Enzo. Técnico: Francisco Marinotti.

São Caetano EC - 1948

Em 1949, uma participação mediana, em sétimo lugar.

série A2 1949

Duas fotos do time frente ao estádio neste ano:

São Caetano EC
São Caetano EC - 1949

Em 1950, sagrou-se campeão da sua regional, mas acabou desclassificadoo da segunda fase.

série A2 - 1950
Série A2 - 1950

A foto do time campeão da sua série.

São Caetano EC - 1950

Em 1951, mais uma campanha mediana na Segunda Divisão – a série A2 da época- não se classificando para a parte final da competição, o vizinho Corinthians de Santo André classificou-se em primeiro lugar (no jogo em Santo André, deu São Caetano EC 2×1 contra o Galo da Vila Alzira, em 22/7/51):

Série A2 - 1951

Em 1952, é anunciado a construção de um novo estádio que servirá não apenas ao time mas à cidade. Analisando a distância eu me pergunto se realmente era necessário, visto que o Estádio Conde Francisco Matarazzo parecia dar conta do recado, mas alguns depoimentos da época dizem que o estádio já era pequeno para as grandes partidas (além de disputar a A2, foi comum a presença de Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos e Portuguesa disputando amistosos para casa cheia) e a própria Federação vinha reclamando das acomodações modestas.

O time que entra em campo para a A2 de 1952 é formado por novos rostos, convidados junto à várzea local, o que fez com que o início do campeonato fosse irregular, mas em determinado momento, parece que finalmente deu liga, como se pode notar nos resultados.

São Caetano EC - 1952
São Caetano EC - série A2 - 1952
Classificação 1a fase (5a região)

Como houve empate entre o São Caetano EC e o Taubaté foi marcado uma partida em local neutro (a Rua Javari) na qual o time do ABC bateu o burro da central por 4×2, com 3 gols do ponteiro Rino.

Infelizmente no chamado “Torneio dos finalistas”, o time perdeu a classificação para o CA Linense, que saiu campeão em cima da Ferroviária.

Torneio dos finalistas

Time do CA Linense, campeão e que disputaria a série A1 de 1953:

CA Linense 1952 - Campeão

Nessa época, independente da campanha do ano anterior, existia sempre uma expectativa para saber se o time seria convidado para a disputa da segundona e foi com muita alegria que o São Caetano EC confirmou presença em mais um campeonato, ao lado do vizinho Corinthians de Santo André.

Pra se ter ideia do tamanho do interesse, em 1953 é criada a Terceira Divisão (equivalente à A3 atual).

Aqui, o time de 1953:

São Caetano EC - 1953

Mais uma vez, os times são divididos em grupos e a campanha do São Caetano EC é apenas regular:

Classificação 1a fase série A2 1953

O ano de 1954 se inicia com as primeiras obras do que ser ia o novo estádio da cidade. Mas o que mexeria com as estruturas do futebol na cidade foi a fusão entre o São Caetano EC e o Comercial FC de São Paulo (que jogava a primeira divisão).

Comercial Futebol Clube

Dessa maneira surge a Associação Atlética São Bento, cujo nome e uniforme eram homenagens ao São Bento, clube paulistano campeão estadual em 1914 e 1925).

Distintivo da AA São Bento - São Caetano
AA São Bento

Como o Comercial já disputava a primeira divisão, a AA São Bento nasce na A1 de 1954!

AA São Bento 1954

Mas, contrariando as expectativas, faz uma campanha bem mediana, correndo até risco de rebaixamento…

Campeonato Paulista - série A1 1954
Classificação do campeonato paulista 1954

Com o time disputando a principal divisão do estado (a série A1), o prefeito Anacleto Campanella se vê na obrigação de agilizar as obras do novo estádio.

Assim, 1955 se inicia de uma forma muito festiva: no dia 2 de janeiro, em um jogo válido ainda pelo campeonato de 1954 (veja na tabela acima) a AA São Bento inaugura o Estádio Anacleto Campanella, vencendo o XV de Piracicaba, por 1×0.

Estádio Anacleto Campanella - AA São Bento - São Caetano

Pra quem nunca foi ao Anacleto, vale lembrar que ele fica num das partes mais elevadas da cidade e ná época não haviam arquibancadas ao seu redor como um todo, por isso, sofria uma grande ação dos ventos e isso rendeu ao estádio o apelido de “O Estádio do Morro dos Ventos Uivantes“.

Estádio Anacleto Campanella - AA São Bento - São Caetano
Estádio Anacleto Campanella - AA São Bento - São Caetano

Em 13 de janeiro, realiza-se uma partida celebrativa para a inauguração do Estádio Anacleto Campanella e o Corinthians é convidado como adversário e vence por 3×2.

E as arquibancadas se entopem de torcedores…

Inauguração do Estádio Municipal Anacleto Campanella - São Caetano

O time disputa toda a série A1 no Estádio Anacleto Campanella, mas nem a fusão nem o novo estádio servem de estímulo para uma campanha considerável no Paulistão de 1955

Campeonato Paulista 1955

O torcedor vê a AA São Bento terminar num modesto 11º lugar…

Classificação série A1 - 1955
AA São Bento

Os maus resultados estimulam as discussões sobre a real efetividade da fusão entre o São Caetano EC e o Comercial FC e a parceira chega em 1956 bastante questionada. Esse foi o time:

Associação Atlética São Bento 1956

O campeonato de 1956 teve uma regra bem diferente, a primeira fase era um “torneio de classificação, onde todos jogavam contra todos num turno único.

Torneio de classificação campeonato paulista a1 - 1956

Desse “torneio” o campeonato se dividiu em duas séries: azul (os 10 primeiros colocados) e branco (os 8 demais), sendo que só o azul disputaria o título. A AA São Bento conseguiu se classificar para a série azul, terminando o tal torneio em 6º lugar…

Campeonato Paulista série A1 - 1956

A torcida até que fez o seu papel, olha quanta gente ia apoiar…

AA São Bento de São Caetano

Porém, frente aos times mais fortes, os resultados não vieram…

Campeonato Paulista 1956

Dessa forma, a AA São Bento terminou a série azul em 1956, em último lugar…

Série Azul - Campeonato Paulista 1956

Mesmo tendo se classificado para essa “série azul”, o fim do campeonato de 1956 gerou ainda mais barulho, principalmente entre os torcedores de São Caetano. Imagina a pressão na cabeça dos dirigentes, que tinham certeza que a fusão criaria um novo “time grande” para o estado. Dessa forma, o campeonato de 1957 se inicia com os nervos a flor da pele.

Mais uma vez tivemos o “Torneio de Classificação”, para dividir os times em dois grupos.

Torneio de classificação 1957

E pra piorar as condições, o time não consegue se classificar na série azul…

Torneio de classificação - Campeonato Paulista 1957

A AA São Bento acabou disputando a série branca, que não concorria ao título do Campeonato Paulista, apenas esse título “simbólico” da série branca, que sequer foi conquistado… O time acabou no 3º lugar…

AA São Bento na série branca 1957

Os resultados decepcionantes fizeram com que o projeto da fusão fosse ao chão… Dia 18 de dezembro de 1957, o conselho do clube se reúne e oficializa o fim da AA São Bento.

O São Caetano EC e o Comercial FC estão de volta, o time do ABC fica com o estádio, o da capital com a maioria dos jogadores. Ambos com dívidas e desconfiança quanto ao futuro.

Pra piorar o São Caetano EC não consegue o direito de seguir jogando a série A1 do Paulista e ainda tem que fazer muito trabalho de bastidor para conseguir sua inscrição na cada vez mais disputada segundona – série A2.

O campeonato dividiu os times em 4 grupos, e o São Caetano EC ficou no Azul, mas sequer se classificou para a segunda fase. Esse é o time de 1958

São Caetano EC 1958

Em 1959, novamente na A2 e mais uma vez, uma campanha fraca, não se classificando em seu grupo, o “João Havalange”, onde ficou em quinto lugar.

Classificação grupo João Havelange - cmpeonato paulista série a2 - 1959
São Caetano EC - Campeonato Paulista séire A2 - 1958

Em 1960, o São Caetano EC fecha definitivamente suas portas para o futebol profissional e passa a se dedicar apenas ao clube social. Uma pena para a cidade, principalmente pra quem vive na região central que foi quem mais se apegou ao time.

Vale destacar outro time que fez história: o Cerâmica FC, fundado em 13 de maio de 1925 por operários da “Cerâmica Privilegiada” famosa pela produção de ladrilhos, telhas e tijolos refratários. O Cerâmica chegou a disputar a Divisão Intermediária da LFESP em 1939.

Time de 1954:

Como sabemos, a cidade ainda veria surgir novos times que chegariam ao profissional, como a TransAuto, o SAAD, a AD São Caetano

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