Sábado, 14 de janeiro de 2023, um dia após a triste eliminação do Ramalhinho da Copa São Paulo é hora de rever os amigos e o nosso estádio para a estreia do time principal no Paulistão!
O EC Santo André jogou com: Lucas Frigeri; Ricardo Luz, Rodolfo Filemon, Matheus Mancini e Romário; Marthã (Moisés Ribeiro), Dudu Vieira e Gérson Magrão (Nenê Bonilha); José Hugo (Pablo), Paulo Sérgio (Gabriel Taliari) e Léo Ceará (Júlio Vitor). Técnico: Vinícius Bergantin.
Foram quase 4 mil torcedores presentes para acompanhar a boa estreia do time em um campeonato que promete ser um dos mais disputados dos últimos anos!
A torcida bugrina também se fez presente!
Mas nossa bancada também estava linda! Aí está a Fúria!
Dessa vez ainda contamos com um reforço incrível! Do outro lado da arquibancada estavam cerca de 500 crianças que fazem parte do projeto de escolinha da Prefeitura e que tem o craque Arnaldinho, do Ramalhão na organização!
Em campo, os dois times ainda erraram mais do que acertaram, mas a partida foi quente, com chance para os dois lados.
Apareceu até uma terceira camisa do Ramalhão lá na bancada, e aí, o que achou?
Com a vibração da nossa torcida fazendo a diferença, o Ramalhão foi mais efetivo e aproveitou a chance que teve com Gerson Magrão:
Festa na nossa bancada!
Aliás, olha que bacana como a copinha ajudou a tornar o “programa” mais conhecido: um monte de “povão” que talvez nem lembraria do jogo se fosse outro ano, dessa vez compareceu!
Mas se até o tempo mudou, trazendo nuvens escuras, o jogo também não ficou atrás… e no segundo tempo o Guarani apertou a marcação e veio com tudo em busca o empate.
O técnico Vinícius Bergantim fez diversas alterações e conseguiu equilibrar a partida para a alegria da garotada que compareceu!
Olha aí o uniforme do nosso goleiro Lucas Frigeri:
Esse aí é o Gabriel Taliari, que entrou bem, mas a torcida estava com saudades do camisa 16 do time da Copinha… Será que ele vai ter uma chance no time principal?
Aí o nosso amigo Leandrinho, figurinha carimbada da Fúria Andreense e da bancada do Ramalhão ao lado do Silas, que representa a continuidade desse movimento!
O movimento dos ônibus ao fim do jogo deu uma cara de grandes movimentações à partida..
Como sempre… A melhor parte é rever os amigos de bancada!
O Santo André foi a campo com: Gabriel Carbal, Hnerique Cayres, Renan, Lucas Silva (Diego), Lucas Campo, Pato (Lucas Souza), Bruninho, Cledson (Henry), Leonardo (Gabriel Silva), Gabriel Ferreira (Fuzil), Alexiel (Jhonatas). O técnico foi Ari Mantovani.
Mesmo o jogo sendo em uma sexta feira às 11 horas, tivemos mais um bom público, mas, vale lembrar que sobrou aos jogadores muito pouco tempo de descanso, já que haviam vencido o Santos na 4a feira…
Mais uma vez, vamos falar de traz pra frente: Santo André 1×2 Bahia, fim de jogo e a equipe do Ramalhinho disse adeus à competição.
Somando os 4 jogos em que esteve envolvido, foram mais de 30 mil pessoas impactadas pelo nosso time de juniores, e mesmo com a derrota pro Bahia a torcida saiu de campo bastante satisfeita com a qualidade do futebol apresentado.
Foi tempo de aquecer os reencontros para o Campeonato Paulista e tempo pra curtir essa amizade embaixo de um grande calor…
Foi bom poder ter meu irmão na arquibancada depois de mais de 20 anos sem ele ver um jogo do Ramalhão ao vivo…
Mas gostaria de deixar esse registro sobre o que foi essa Copa São Paulo 2023, que foi muito diferente das últimas.
Primeiro porque esse foi um dos poucos anos em que pude acompanhar o time desde o primeiro jogo. Normalmente eu voltava de férias já após a segunda ou até terceira partida, com o time eliminado. Esse ano deu pra estar 100% na copinha.
Quem pode acompanhar o time na Paulista Cup, percebeu que ela serviu de preparo para a Copinha. O elenco demonstrou ter evoluído em diversos sentidos, do técnico até a convivência entre eles, chegando à maturidade de ter perdido a final em menos de 10 minutos mal jogados.
Hoje, aliás, mesmo sob forte cansaço (o jogo anterior com o Santos acabara menos de 36 horas antes), o time começou muito bem, mais uma vez com vários destaques, do gol até o ataque.
Dói perder, claro… Mas esse é sem dúvida alguma o melhor time e a melhor “safra” de atletas que temos desde 2003 quando saímos campeões da competição.
Eu diria que esse elenco pode inclusive ser bem aproveitado no decorrer do ano não apenas no Paulista Sub 20, mas numa eventual Copa Paulista e até numa série D (neste caso, com o suplemento de alguns jogadores mais velhos para dar “casca”).
Não a toa a torcida se apaixonou…
Além disso, é importante que esse time respire os ares do futebol profissional durante o Paulistão. Essa proximidade pode trazer bons resultados.
E ainda tem a joia a ser lapidada…. Esse Gabriel Ferreira é uma coisa rara nos dias atuais, mesmo na derrota contra o Bahia, criou ao menos 4 chances claras de gol para o nosso ataque.
Sobre o Bahia, além da lembrança amarga que vai demorar pra sair, fica um olhar esquisito pra essa camisa, que chega a lembrar a do rival…
E que fique registrada a importância da torcida nesse momento…
Uma pena que não deu pra aproveitar essa torcida toda nem pra vender ingressos pro paulistão, nem camisetas, nem nada…
O Santo André não só saiu na frente como quebrou um tabu que vinha incomodando a torcida local: fez um gol de falta!
A virada não desanimou nem a torcida nem o time, mas um empate inesperado no final do primeiro tempo, quando o Bahia já parecia “aceitar” o resultado, somado ao cansaço que cobrou seu preço no segundo tempo…. Levou o time à derrota…
Quem não jogou (machucado ou suspenso) ocupou a bancada como torcedor…
Só resta agradecer a tantas pessoas que se envolveram com o time…
Uma das primeiras cidades que visitamos para fotografar estádios foi Valinhos, láááá em 2008, mas… naquele dia, nada deu certo…
Não conseguimos autorização para entrar nos campos, não fizemos nenhum registro legal e por isso, programamos um retorno algum dia. Quase 15 anos depois, finalmente voltamos à cidade!
A região de Valinhos como todo o Brasil foi território indígena e é impressionante como existe pouca informação sobre as etnias que a ocupavam antes da chegada dos europeus… Se você tiver alguma informação sobre isso, por favor envie e eu complemento este post.
A história da formação da atual cidade de Valinhos nasce das trilhas que ligavam Jundiaí a Goiás e que fez surgir uma parada junto ao ribeirão Pinheiros. O lugar exato ninguém sabe dizer, mas acredita-se que fica na região do atual bairro da Capuava. A pousada teria existido por quase cem anos!
No início do século XIX é a vez do café chegar até a região que para atender às necessidades logísticas fez surgir a Companhia Paulista de Estradas de Ferro com um trem que ia de Valinhos para Jundiaí. E essa estação “dos Vallinhos” deu origem ao centro urbano da cidade (Foto de 1908 da revista o Malho / APHV.):
A ferrovia ampliou a população de Valinhos trazendo imigrantes europeus, para substituir a mão de obra escrava. A sequência desenvolvimentista foi o surgimento de indústrias. Em 1896, a vila de Valinhos foi elevada à categoria de Distrito de Paz, e em 1953 a município.
Os trilhos ainda cortam a cidade, e existem planos reais para que a ferrovia volte a fazer parte da realidade!
Importante ressaltar a produção de Figo Roxo, que é um dos principais produtos da cidade, junto da Goiaba. Se você curte frutas e festas, não deixe de participar da Festa do Figo (clique aqui e veja mais)!
E quando falamos de futebol, temos 5 times que fizeram história na cidade, e vamos recordar um pouco da história de cada um deles!
Começando com o mais antigo, falemos do Clube Atlético Valinhense, fundado em 20 de setembro de 1925, em um bar na Rua 7 de Setembro, em frente ao antigo Cine Paz.
Inicialmente, o time se chamava Sport Club Valinhense e teve seu primeiro campo na Rua Senador Feijó, construído em 1926, em um mutirão.
Como o local do campo (onde atualmente está a Unilever) era próximo a um brejo e alagava com frequência, em 1928 construíram um novo campo, onde hoje está a Igreja da Vila Santana. Neste ano, se filiou à Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) e disputou o Campeonato do Interior, jogando o grupo da 3a região:
Em 1938, novas mudanças: agora seu nome passa a ser Clube Atlético Valinhensee comprou um novo terreno (onde está a rodoviária atualmente), que se tornou a casa do CAV por mais 25 anos.
Entre 1945 e 1949, o CA Valinhense conquistou o tetracampeonato do Campeonato Regional Amador da Liga Campineira. Aqui, o time de 1945 (fonte: site )
Em 1949, fez uma partida contra o time amador do Guarani pela 1a divisão da Liga Campineira de Futebol.
O time que sairia campeão desta competição!
A notícia do campeonato em 1950, o time foi bicampeão da Liga Campineira. Surgia o apelido do time “Esquadrão Fantasma”.
Em 1951, disputou um jogo treino com o São Paulo e perdeu por 6×0.
E também jogou com o Palmeiras!
O grande momento viria ainda em 1951, com a estreia do CA Valinhense no futebol profissional, disputando a 2ª divisão e com uma campanha mediana:
Em 1952, mais uma disputa da 2ª divisão.
Fica sem jogar em 1953, e em 1954 volta na 3ª divisão:
Em 1955, mais uma disputa da terceira divisão.
Aqui, uma foto do estádio em 1955:
Em 1957, um amistoso contra o Palmeiras marcou o aniversário do CAV (6×1 pro alviverde paulistano).
Em 1964, foi feito um pedido de desapropriação da área a mando da prefeitura, levando o CA Valinhense a uma nova mudança para a Avenida Onze de Agosto, seu endereço atual, inaugurado em 1970 e fomos registrar o clube!
Um olhar na entrada do clube:
Vamos conhecer a parte interna do estádio:
O atual estádio possui iluminação e um belo gramado. Aqui o meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
O distintivo do clube ao fundo do gol dá uma charme ainda maior ao campo:
O banco de reservas:
A visão de traz do gol:
Sabemos que dificilmente o CA Valinhense voltará às disputas profissionais, mas sonhar… não custa, até porque a cidade não para de crescer e merece uma participação!
Falemos então do segundo time mais antigo da cidade, a Associação Desportiva Classista Rigesa, fundada em 23 de setembro de 1943.
A Associação Desportiva Classista Rigesa nasceu pela MWV Rigesa, empresa norte-americana produtora de papel, e até por isso seu primeiro nome era Papelão Futebol Clube.
O time se tornou conhecido ao ser vice campeão do amador de Interior em 1951.
Com essa conquista, mudou o nome para Rigesa Esporte Clube, em 1952. Aqui, o time no estádio do EC Mogiana:
Aqui, no próprio campo do Rigesa!
Em 1954 fez sua estreia no futebol profissional, disputando a 3a divisão junto do CA Valinhense e o time estreou com uma incrível campanha na primeira fase.
Na segunda fase, ficou em 4o lugar não chegando nas finais.
Em 1955, disputou um amistoso contra a Ponte Preta!
Em 1955 e 56, terminou a 1a fase em 4o lugar, em 1957 e 58, terminou em último do seu grupo e em 1959, em sua última participação na terceira divisão novamente em 4o lugar, não se classificando à segunda fase em nenhum desses campeonatos.
Em 1960, disputa a quarta divisão e se classifica em segundo lugar na primeira fase:
Na segunda fase, acabou em 3o, fora das finais.
O time ficou de fora dos profissionais por 6 anos, e voltou à 3a divisão em 1967 para enfim despedir-se do futebol profissional:
Time de 1977 que sagrou-se campeão do campeonato amador do interior:
Em 1979, mudou de nome novamente, para Associação Desportiva Classista Rigesa mas se afastou de competições profissionais de futebol.
Entre os anos de 1978 e 1981, o time teve como goleiro o (futuro) jornaista Flávio Gomes como goleiro das categorias de base. Aqui, ele – o primeiro à esquerda- no time de 1981:
Em 2015, o WestRock, grupo dono da Rigesa, encerrou as atividades do clube. Em 2017, a venda do espólio da ADC Rigesa foi debatida em plenário na Câmara de Valinhos, mas ao que parece ainda não se concretizou, e antes que isso aconteça, estivemos no Estádio para registrá-lo
Essa é a entrada do Estádio que além do campo, possuía outros equipamentos esportivos (até uma piscina!)
Por sorte ou por conta do destino, o estádio estava aberto e com um treino do time de futebol americano do Guarani de Campinas e assim pudemos registrar essa histórica arquibancada.
Olha como ela ficava nos dias de jogo:
Dá uma olhada como o espaço é lindo!
Aqui, o meio campo:
Gol do lado esquerdo
Gol do lado direito:
E lá vem o trem!!!
Aparentemente, o estádio passou por mudanças, será que esses bancos estavam aí antes? Mesmo assim, bateu um grande saudosismo de estar aí…
E pelas fotos, também existiam arquibancadas nos demais lados do campo.
Atualmente, nenhum dos lados possui arquibancada.
Olha aí a piscina que eu falei:
E a bocha!
Mais um estádio importante do futebol paulista registrado!
Falemos do terceiro time a surgir na cidade e que chegaria ao futebol profissional: a União Valinhense de Esportes, fundada em 1968.
O União Valinhense disputou no ano seguinte (1969) o campeonato paulista da terceira divisão (que equivalia ao quarto nível do futebol estadual aquele ano) pela primeira e única vez.
Depois dessa participação, o clube foi extinto. E alguns anos depois, em 7 de maio de 1972 surge o EC União Bom Retiro, fundado da fusão entre duas tradicionais equipes locais: Ribeiro e Concordia e seu nome homenageia o bairro onde ficava (Bom Retiro).
Em 1976, construiu o Estádio Eugênio Francischini com capacidade para 5 mil torcedores e que foi reaberto recentemente depois de anos fechado (atualmente é um equipamento público da prefeitura de Valinhos).
Olha aí o meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
O estádio não tem uma fachada na entrada que o identifique… Mas tem uma boa estrutura por estar sendo utilizado para os projetos da prefeitura e para o futebol local. Tem uma cobertura na área superior que oferece bom conforto.
Arquibancada colorida e lá ao fundo vê se o ginásio que também faz parte do complexo esportivo da Prefeitura.
Possui arquibancadas ao fundo do gol também!
Em 1986, o EC União Bom Retiro filia-se à Federação Paulista de Futebol e estreia nas competições disputando a Terceira Divisão daquele ano, terminando em último lugar.
Em 1987, mais uma péssima campanha, terminando em último lugar 🙁
Em 1988, o time surpreende e faz uma incrível campanha na primeira fase, classificando-se como vice campeão!
Na segunda fase, um ponto o afastou da classificação para a 3a fase:
Em 1989, mais uma boa primeira fase, terminando na terceira posição e se classificando…
E passou os 6 jogos da segunda fase sem perder nenhuma partida!
Faltava uma só fase para chegar a final, mas dessa vez duas derrotas terminaram com o sonho do União Bom Retiro.
Em 1990, não disputa, retornando em 1991 em uma campanha bem ruim…
Em 1992 e 93, novamente campanhas ruins e em busca de novo ânimo, em 1994 altera seu nome para Valinhos Futebol Clube (imagem abaixo do site escudos Gino).
Infelizmente a FPF reformulou as divisões dos campeonatos e o Valinhos FC faz sua estreia na Quinta Divisão, de 1994 e embora o time tenha feito uma boa campanha acabou desclassificado da próxima fase por não ter um estádio que atendesse às demandas da Federação Paulista.
Disputa a sexta divisão em 1995, com uma campanha mediana sem se classificar para a fase seguinte. E finalmente chegamos a 1996, e uma campanha incrível levou o Valinhos FC ao quadrangular final. Campanha do primeiro turno:
A classificação após o primeiro turno:
A campanha e classificação no segundo turno:
E no quadrangular final, uma vitória na última rodada contra o Velo Clube deu o título ao Valinhos FC!
Mas o título que poderia dar ainda mais ânimo ao Valinhos FC acabou sendo um tiro no pé… A Federação alegou que o seu estádio não atendia as exigências e impediu o seu acesso. Após esta trapalhada, o Valinhos FC se licenciou e desde então segue no amadorismo, mas infelizmente não conseguimos pegar um jogo deles…
Aí o banco de reservas:
Aqui, duas placas identificando o estádio e demonstrando suas reformas.
Apertem os cintos, o piloto do destino sumiu. A noite de 4a feira 11 de janeiro é pra ficar guardada na memória da torcida ramalhina, independente dos próximos resultados.
Vamos começar do final: 3×0. Classificados em primeiro lugar, uma noite de gala feita por esses meninos: Gabriel Cabral; Leonardo, Henrique Cayres (Gabriel Silva), Renan Veltri (Rodrigo Canovas) e Lucas Serrano (Lucas Jesus); Caio Roger, Jhonatas (Marcos Vinicius), Pato e Bruninho; Cledson e Gabriel Ferreira (Rodrigo Fuzil), dirigidos por Ari Mantovani.
O que mais pedir pra um time de futebol? Que goleie um dos chamados “grandes” do futebol paulista? Feito! Que comemore com a torcida? Feito! Que peça pra tremular o bandeirão em pleno campo? Feito!
Em um momento tão difícil do nosso país com os atos terroristas que envergonharam a todos, me fez muito bem poder estar em um evento público, gratuito, que reuniu tanta gente… As vezes faz bem se permitir certas doses de felicidade…
Pra quem não conhece o Estádio Bruno José Daniel, vale reforçar que a torcida do Santo André é formada por diferentes grupos: são 3 organizadas (TUDA + Fúria + Esquadrão), um bom número de torcedores “autônomos” que só torcem pro Ramalhão e em jogos como esse da copinha, aparecem os tradicionais “turistas”, que serão sempre bem vindos, mas que não tem necessariamente uma grande ligação com o time.
De qualquer forma… o estádio estava cheio!
Tão cheio que os muros em torno do estádio se transformaram em um outro anel de arquibancada.
E teve bandeirão, teve festa…
Teve bandeira de mastro…
E teve um baile dos ramalhinhos em cima do Santos.
O pessoal da Esquadrão agora fica na lateral da entrada do estádio.
A torcida do Santos, óbvio, também merece grande destaque, mesmo com o placar adverso, se fizeram presentes do início ao fim.
Com tanta gente, os portões do estádio foram fechados e muita gente teve que acompanhar a partida de cima do muro…
Nem bem coloquei as malas em casa (voltando das férias em Fortaleza) e já me dirigi ao primeiro jogo do ano, no tradicional Estádio Municipal Bruno José Daniel, para assistir à estreia do Ramalhinho na Copinha, e o time veio assim pro jogo
E assim é dada a largada para o ano de 2023!
As organizadas do Ramalhão estão presentes sempre! Aí o detalhe do pessoal da Fúria Andreense!
A chuva estragou a festa… O jogo preliminar (Santos 3×1 São Raimundo) levou pouco mais de 3 mil pessoas ao estádio, e o Ramalhinho levou cerca de mil torcedores.
Destaque para os amigos que acompanham o blog e estavam por lá também!
A rapaziada da velha guarda não se deixa vencer por chuva alguma!
Não registrei o gol do Falcon FC, mas vale um registro sobre este jovem clube sergipano, fundado em 23 de novembro de 2020, que já nasceu como clube-empresa, com uma estrutura interessante que inclui CT e alojamento.
O time da cidade de Barra dos Coqueiros (no litoral sergipano) disputou a série A2 em 2021, conquistando o acesso à primeira divisão em seu primeiro ano como profissional.
E o Falcon FC fez o 1×0, mas não conseguiu suportar a pressão da torcida ramalhina que levou o time ao empate:
Ao fim do jogo, a cena que já é costumeira: jogadores vieram até a torcida para um papo, fotos e a proximidade que já não se vê mais no futebol.
Agora é a hora de conhecer um pouco da história do futebol em Quatá e o Estádio Municipal Benedicto Dalla Pria!
O passado de Quatá como o de todo oeste paulista está ligado à forte presença indígena, principalmente dos Caingangues, que ligavam suas aldeias no sentido Norte-Sul, via a trilha “Caminho dos Macaúbas”.
Um dos primeiros ocupantes da terra foi Manoel Pereira Alvim, por volta de 1887, ao longo do Ribeirão Bugio afluente do Rio São Matheus. Os caingangues perceberam a presença do invasor e acabaram com a plantação de café, além de matar todos os presentes.
Mas… as atuais imagens cristãs deixam claro quem ganhou a disputa dessas terras… Ainda que os indígenas tenham criado forte resistência, não foi suficiente para parar o tal “progresso”. Ou deveríamos dizer retrocesso?
A “grilagem” da terra marcou o início da ocupação do povoado, ainda no século XIX. A chegada da estrada de ferro, com a inauguração da estação da cidade em 1916 ajudou a povoar ainda mais a região. A foto é do site Estações de trem.
Em 15 de novembro de 1927 (coincidentemente no mesmo dia em que estávamos na cidade, 95 anos depois…) foi erguida a Paróquia Santo Antonio:
E assim… o povoado cresceu e foi elevado à município em 1925..
Atualmente, quase 15 mil pessoas vivem em Quatá e entre várias opções de lazer, alguns ainda têm o futebol como preferência e assim, tem como lugar especial o Estádio Municipal Benedicto Dalla Pria.
E lá fomos nós para conhecer mais um estádio importante para o futebol paulista.
Aqui está o meio campo:
O gol da esquerda:
E o gol da direita:
Aqui, uma imagem da construção do estádio
O Estádio é a atual casa do futebol de Quatá, e o time mais conhecido da cidade é o Quatá Futebol Clube, fundado em 5 de novembro de 1926, pelos esportistas Guido Pecchio, Manoel Maricato, Azarias Gagliardi, Ângelo de Barros e outros. Distintivo do site História do futebol:
Interrompemos nossos posts sobre o rolê de 15 de novembro para dividir umas fotos da semifinal da Paulista Cup em que o Santo André venceu a Portuguesa por 3×0. Infelizmente, na sequência, o Ramalhão perdeu a final para o Grêmio Sãocarlense por 2×1…
Mas…. Seguem as fotos de uma bela manhã de domingo…
Já no caminho de volta pra casa, fomos conhecer um pouco da história do futebol em Álvares Machado e do Estádio do Paulista e é o que veremos neste post!
Álvares Machado é uma pequena cidade que está praticamente colada a Presidente Prudente com uma população de pouco mais de 25 mil pessoas.
Como todas as cidades do oeste paulista, a história de Álvares Machado começa com a ocupação indígena que ocorria há muito tempo e que viu o seu fim com a chegada dos bandeirantes. Aquela área selvagem, rodeada pela floresta do Vale do Paranapanema com seus córregos e ribeirões foi aos poucos vendo a chegada das novas famílias, expulsando (muitas vezes matando) os indígenas locais, que reagiram com bravura, mas não foram capazes de brecar este movimento.
Considera-se o fundador de Álvares Machado, Manuel Francisco de Oliveira, que chegou ao local, na época conhecido como Brejão, comprando terras da viúva de Manuel Pereira Goulart e construindo sua casa. Aos poucos o local passou a atrair outros moradores.
Em 1919, a Estrada de Ferro Sorocabana chegou à região, com a estação ferroviária de Brejão que mudaria de nome para Álvares Machado. Foto do site Estações Ferroviárias:
O futebol na cidade se iniciou com a criação do Paulista Futebol Clube em 1943. Distintivo do site Escudos Gino:
Esse é o time de 1943:
Em 1944, disputa o Campeonato Paulista do Interior na 17ª região, ao lado do rival local EC Bandeirantes. O grupo tem como campeã a AA Venceslauense.
Em 1945 mais uma disputa e o campeão do grupo foi o FADA:
Em 1946, não disputa o Campeonato do interior, mas no ano seguinte, em 1947, sagra-se campeão do seu grupo (o setor 22):
O Paulista FC enfrenta então os campeões da Zona 5, e a AA Botucatuense sai vitoriosa classificando-se para a próxima fase e chegando até a final do campeonato, da qual o Rio Pardo FC sagrou-se campeão!
Também disputou o Campeonato amador de 1950.
No site Osmardeamigos encontra-se essa foto do time de 1973:
Aqui, o time de 74:
Fiquei um pouco decepcionado por chegar ao estádio e ver que o tempo foi impiedoso com ele… A começar pela sinalização que foi apagada pelo tempo e pelas reformas.
Pelo Google Maps ainda encontrei uma imagem que mostrava o nome do time nos muros do local, diferente da realidade atual.
Navegando pelo Facebook encontrei essa imagem interna que mostra uma estrutura com toda a identificação do time.
E também uma imagem interna do campo.
Além do Paulista e do já citado Bandeirantes, nos anos 70 ainda existiu o time do Estudantes:
Nos anos 80 ainda havia o Machado Atlético Clube, o MAC que jogava no Campo Municipal do Paulista. Nessa foto, dá pra ver que existia uma arquibancada coberta lá:
E destaque também para o time do Avaí:
Nos dias atuais, sequer conseguimos entrar no campo, e só deu pra registrar o campo lá de fora.
No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê de Santo André até Bataguassu, no Mato Grosso do Sul. Entre as centenas de quilômetros percorridos, registramos 20 estádios que receberam partidas profissionais e amadoras em diferentes cidades.
Estivemos em Piraju em 2017 (veja aqui como foi) e deu pra curtir um pouco da cidade, uma estância turística que tem no rio Paranapanema seu maior atrativo. Dá uma olhada na chamada “garganta do diabo“, que lindo visual:
O nome Piraju tem origem tupi guarani e significa peixe (pira) amarelo (ju ou juva), por conta dos dourados encontrados no rio. O território indígena logo recebeu a visita dos europeus buscando terras para o café e em 1859, chega à região, a família que daria origem ao povoado: os Arruda. Somente em 1891, a cidade recebeu o nome de Piraju.
Em 1906, foi inaugurado o ramal ferroviário bancado pelos cafeicultores, o charmoso prédio foi construído por Ramos de Azevedo. Fotos do site Estações Ferroviárias:
A geada de 1975 arrasou o cafezal da cidade fez com que a cidade passasse a diversificar sua produção. Almoçamos por lá e aproveitamos para registrar algumas construções da época de ouro dos cafeicultores:
Em 2017 não conseguimos entrar no Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes …
Pior que nesta visita de 2022, os cadeados no portão pareciam oferecer o mesmo destino…
O Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes foi a casa do Piraju FC, que durante sua existência teve 3 brasões em seu uniforme:
O Piraju Futebol Clube foi fundado em 30 de junho de 1957 e em seu primeiro ano fez 21 jogos:
Vale reforçar que antes do Piraju FC, outros clubes fizeram sucesso na cidade como o A. A Timburiense, o Dom Bosco e o Comercial FC, que chegou a jogar o Campeonato do Interior de 1942 a 45.
O Comercial manda seus jogos no Estádio Celso Marques de Mattos :
Esse era o grupo da 14a região do Campeonato do interior de 1945, no qual o Comercial FC teve sua última participação:
Pra quem gosta de livros sobre futebol, vale ir atrás do livro “Os Anos Dourados do Futebol Pirajuense“:
Em 1958 seguinte, a Gazeta Esportiva noticiava a construção do novo campo do Piraju FC:
Aqui, o time de 1958:
Depois de aprontar no futebol amador, o Piraju FC se profissionalizou e em 1962 estreou na Terceira Divisão. Este ano ainda teve outro grande momento, quando o Piraju FC venceu por 2 a 1 um time misto do São Paulo FC, levando mais de 6 mil pessoas ao estádio!.
Em 1964, foi a vez do Coritiba levar uma sapecada ao disputar um amistoso: 5×1 pro Piraju FC.
Ainda naquele ano o time fez uma excelente primeira fase na Terceira Divisão, terminando o grupo chamado de “3a série” na primeira colocação:
Fez ainda uma excelente campanha na fase final, sagrando-se vice campeão (empatado em número de pontos com o time da Volkswagen):
Esse foi o time daquele ano:
O Piraju FC permaneceu na Terceira Divisão até 1968, quando se licenciou do profissionalismo, mas ainda fez mais uma campanha bacana, em 1966, quando classificou-se em segundo na primeira fase:
Mas na fase final, parece que o time se perdeu…
Depois de passar toda a década de 70, o Piraju FC volta à disputa da Terceira Divisão em 1980, onde permanece até 1982, com três campanhas bastante fracas. Esse é o time de 1981:
Os maus resultados devem ter desanimado a turma de Piraju, pois ficam de fora da edição de 1983, retornando em 1984, terminando em 4º lugar no grupo “Hideraldo Luís Bellini“.
Novamente faz uma péssima segunda fase, dessa vez termina em último lugar, mas levou boa presença da torcida aos seus jogos. Este era o time de 1984, postado com Orlando, Edinho, Marquinhos, Zé Luiz, Cido e Éder, em pé, e agachados: Pradinho, Almir, Tarugo, Joãozinho e Zezito:
Acaba ficando de fora do campeonato seguinte (em 1985), retornando em 1986 e 1987, com campanhas bastante fracas. Esse é o time de 1986:
Faz sua última participação no profissional disputando a Quarta Divisão em 1991 (que na verdade era um torneio seletivo para a segunda divisão de 1992) e … o time fez uma excelente primeira fase:
Veio a segunda fase e… Novamente terminou na liderança!
Assim, o Piraju mobiliza a cidade chegando `as semifinais contra o Beira Rio de Presidente Epitácio! Após uma derrota como visitantes (2×1), o time goleia em casa (4×1) e chega a final contra o José Bonifácio.
Infelizmente duas derrotas (1×0 em casa e 4×0 em José Bonifácio) acabaram com o sonho de gritar “É campeão!!“.
A partir daí, o Piraju FC voltou a disputar competições amadoras chegando nos dias de hoje. E lá estamos nós, frente a um incrível estádio, cheio de histórias e novamente trancado… Já estava quase desistindo quando passou uma molecada que percebeu o que eu queria e me ensinou como a turma local entra no estádio tradicionalmente… E lá fomos nós!
Ahhhh Finalmente, aí está a tão sonhada arquibancada coberta!
Como vimos na notícia da Gazeta Esportiva, o Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes foi construído em 1958.
O gramado segue bem cuidado e as árvores ao fundo do gol dão aquele visual de estádio do interior.
Aqui, o gol do lado esquerdo:
O meio campo:
E o gol da direita:
Quantas alegrias já foram vividas nessa arquibancada?
Olha aí a estrela do estádio… O gol!
Como sempre gosto de reforçar, a presença, mesmo que em tão pouco tempo, em um estádio como esse mexe com a ideia do passado e do futebol, ao mesmo tempo que questionam como será nossa sociedade do futuro, como o futebol se incluirá nela…