1 de Novembro de 2020.
43 anos completos e um rolê por Piedade com a família para celebrar a data. E já que estamos por aqui, que tal registrar o Estádio Municipal Lino de Matos?
Piedade fica na Região Metropolitana de Sorocaba, pouco mais de 100 Km da capital paulista, onde vivem cerca de 55 mil pessoas.
O nome da cidade se deve à Capela da Piedade, erguida em homenagem a uma imagem de Nossa Senhora da Piedade, que o bandeirante Vicente Garcia, um dos pioneiros a povoar a região, recebeu de presente. A capela deu lugar a uma igreja que acabou dando lugar à atual Igreja Matriz:
Piedade foi pioneira e a maior produtora de cebola do Brasil, mas atualmente sua produção é bem variada, com destaque para a alcachofra, o morango, o caqui e a ameixa.
Mas, nos mercados locais, você acha de tudo…
Mas a cidade vem crescendo ano após ano e já tem um centrinho beeem movimentado.
A câmara municipal ocupa o espaço do antigo Club Litterário…
Além de comemorar meu aniversário, aproveitamos pra curtir um pouco da natureza local, a começar por essa lua cheia linda que apareceu no meio das nuvens na noite das bruxas…
E a turma aqui leva a sério a brincadeira do Halloween kkkk:
A gente ficou num hotel bem bacano chamada Vale do funil,que fica bem no meio da mata. Dá pra andar de bike, fazer umas trilhas e curtir a paisagem…
Passa um riacho no meio do local, e forma umas piscinas naturais bem bacanas!
Uma série de animais passeiam pelo sítio…
E por falar em animal… Demos um pulinho na “Pedra do Elefante”, que é um lugar bastante visitado:
Mas, claro que também aproveitamos a estadia para conhecer um pouco do futebol local.
O time mais importante da cidade é o Piedade FC.
Como o próprio distintivo já informa, o time foi fundado em 15 de setembro de 1925.
Naquele mesmo ano, o time disputou uma partida com a equipe dos Leites FC, mas um lance maldoso acabou machucando a perna de um atleta (que acabaria obrigado a amputá-la) e o futebol deu uma baixada na cidade até o ano seguinte.
A cidade contou ainda com muitos outros times em sua história, como: Operarário FC, Faixa Azul FC, Bandeirante FC, Correas FC, Pingo D’água FC, Tanquinho FC, AR Vila Élvio, Esperança FC, Yara FC, Leites FC, AA Corinthians de Piedade, além do time da Associação Cultural Esportiva de Piedade, a “ACEP-Kaikam“, o “time dos japoneses”:
Mas o Piedade Futebol Clube acabou se destacando porque, embora nunca tenha disputado nenhuma das divisões profissionais do Campeonato Paulista, figurou por algumas vezes no Campeonato do Interior, estreando em 1944, na 23ª região:
Em 1945, jogou a 10ª região do Campeonato do Interior:
Em 1946, novamente disputou o Campeonato do Interior, na 2ª zona da 4ª região, dessa vez, com o time abaixo:
Em 1947, mais uma disputa!
Segundo a Revista “Remember – N. 10“, o ano de 1956 é considerado o ano de ouro do futebol para a cidade. O Piedade Futebol Clube entrar pra história ao se tornar Campeão da zona 13 do Campeonato do Interior.
O primeiro desafio do Piedade FC foi a 8ª Região da Zona 13 do Setor 42:
Assim, o time classificou-se para a fase seguinte, reunindo os campeões dos diferentes setores, e novamente saiu vencedor.
A partir daí o caminho ao título maior seria via mata-mata e o adversário que definiria o campeão da 8ª região do Interior era a AA LAranjalense, que lotou seu Estádio para apoiar o time.
O Piedade FC abriu o placar, mas o que se narra na Revista “Remember – N. 10, é que a partir daí o time da AE Laranjalense passou a “descer a bota” mandando dois atacantes do time visitante para o hospital, ainda no primeiro tempo.
Assim, o empate foi questão de tempo. E segundo dizem, em impedimento. O Piedade FC não se abalou e fez 2×1, mas o juiz Raul Nóbrega anulou o gol e a AE Laranjalense chegou à virada antes do intervalo.
Para o segundo tempo seriam apenas 9 jogadores em campo para o Piedade FC. Aliás, 8, já que o zagueiro Carlinhos acabou expulso. Assim, o jogo termina em 5×1 para o time laranjalense.
O jogo de volta prometia uma verdadeira guerra! O Piedade FC chega a fazer 2×0, mas não consegue ir além disso e tirar a diferença do saldo do jogo de ida, encerrando ali os seus sonhos de ser campeão do interior.
O Piedade Futebol Clube mantém-se ativo no Campeonto do Interior até 1969, quando despede-se das competições da Federação. Esse é o time de 69:
Vale ressaltar um outro time, que nasce em 1961, no dia 20 de maio (quando comemora-se o aniversário da cidade): o Esporte Clube XX de Maio, que também se filiou à Federação Paulista de Futebol para as disputas do Campeonato do Interior. Em 1969, ambas as equipes disputaram o Campeonato do Interior.
Aqui o time de 1962:
E aqui o de 1966:
1968:
Década de 60:
O “Vinte” disputou o Campeonato do Interior até 1978.
Mas como surgiu o Estádio Municipal, responsável por receber todas essas partidas?
No dia 08 de novembro de 1945, o Prefeito Benedito Ayres da Silva adquiriu o terreno onde seria construído o Estádio Municipal,que teve várias etapas para ser concluído,até a sua inauguração.
Em 06 de maio de 1951 o Estádio Municipal Lino de Mattos é inaugurado (inicialmente como “Juvenal Lino de Matos”).
No dia da inauguração do Estádio, aconteceram 3 jogos:
A.A.Corinthians de Piedade 4×1 America de Sorocaba.
2º Quadro do Piedade FC 2×1 2º Quadro do São Bento de Sorocaba.
Piedade FC 3×2 EC São Bento de Sorocaba.
Aqui, a turma do braço quebrado: Mari e Bia em frente à entrada lateral do Estádio:
Em 1987, um vendaval atingiu o Estádio Municipal, durante um amistoso entre a Seleção de Piedade x Ituano F.C., onde mais de 5 mil torcedores se faziam presentes.
Os eucaliptos que rodeiam o campo caíram assim como os telhados dos vestiários e outras estruturas, danificando veículos que estavam nao redor e machucando (ainda que sem maior gravidade) várias pessoas presentes.
Em 1993 foi construída uma arquibancada de madeira para aproximadamente 500 pessoas ao lado da arquibancada coberta e em 2000, arquibancadas em alvenaria elevando a capacidade para 5 mil torcedores sentados.
Assim, finalizamos nossa visita a mais este templo do futebol local.
24 de outubro de 2020. É dia de conhecer mais um templo do futebol do interior de São Paulo: o Estádio Municipal Massud Coury, na cidade de Rio das Pedras!
A cidade fica bem próxima de Piracicaba e se você perceber, ela tem uma guardiã logo na entrada…
Uma simpática coruja que nos deu as boas vindas a este lugar tão importante para o interior de São Paulo.
Andar por essas bandas é reviver a história de locais por onde viviam, num primeiro momento, os índios e, na sequência, tropeiros / bandeirantes em busca de pedras preciosas e também na tentativa de escravizar esses indígenas locais. Esse é um assunto pouco falado no Brasil, que merece sempre uma lembrança, usando essa pintura de Jean-Baptiste Debret:
Como tudo era feito na caminhada, locais para descanso eram estratégicos, e logo a casa de uma família de lavradores ficaria conhecida como “Pouso do Rio das Pedras“.
Mas o tempo é o senhor da vida e tão rápido quanto os índios locais foram expulsos, escravizados ou exterminados, o progresso chegou materializado na Ferrovia. Nascia a Estação Rio das Pedras que segue por lá…
A estação colaborou para a chegada de mais pessoas criando um povoado que daria origem à Freguesia do Senhor Bom Jesus de Rio das Pedras, porque além de eliminar a cultura indígena, nosso povo sempre deu um jeito de incluir a religião na história.
Essa é a Paróquia Senhor Bom Jesus De Rio Das Pedras:
A qualidade das terras trouxe a cafeicultura para a região, e com ela escravizados africanos num primeiro momento e imigrantes (principalmente italianos), a partir da proibição da escravização.
O crescimento populacional fez a freguesia se tornar distrito do Município de Piracicaba, depois, elevado à Vila de Rio das Pedras, e finalmente à categoria de cidade em 19 de dezembro de 1894.
O declínio do café trouxe a cana-de-açúcar como acultura dominante da região para atender as Usinas que ali se estabeleceram (Usina São José, Usina Nova Java e Usina Santa Helena).
Claro que a Raizen já chegou por ali e dominou a produção local.
Atualmente, além das usinas, novas empresas tem se estabelecido na região, como a Hyundai. Assim, a cidade segue seu rumo ao futuro… Sem esquecer do seu passado.
E um olhar pro passado não pode ser feito sem deixar de se lembrar do futebol local.
Passaram pela cidade 5 times usando o nome “Riopedrense“.
O primeiro deles a Associação Atlética Riopedrense foi fundada na década de 20.
O time jogou diversas competições municipais e também com times da região. Encontrei essa foto na Fanpage “Rio das Pedras antiga”. Seria do time de 1934:
Nestas primeiras décadas de existência, jogadores como o goleiro Civolani e o zagueiro Dito Boi (nos anos 20), Lio Roncato (nos anos 30) e Luis Paris e Osvaldo Miori (nos anos 40) entraram para a história local. Esse foi o time de 1940:
A partir de 1942 passou a disputar a 15a região do Campeonato do Interior, até 1944. O time nunca chegou a se classificar para a segunda fase, já que essa era uma das regiões mais difíceis, visto que jogavam os times de Piracicaba, Santa Bárbara do Oeste, Capivari e Indaiatuba.
Só nos anos 50 o time realizou campanhas expressivas, como o bicampeonato da “Liga de Capivari”, a “Ituana“, que era a primeira fase, regional do Campeonato do Interior, de 1953 e 1954:
Em 1954, após ser campeão da “Ituana”, foi jogar a final da região com o XI de Agosto de Tatuí e sagrou-se campeão na melhor de 3 partidas (derrota por 4×1 em Tatuí, vitória de 3×1, em Rio das Pedras e 2×0 no jogo decisivo, dia 4 de abril de 1954). Destaque para os jogadores Áureo, Rugia e Joãozinho Migriolo e Antonio Furlan.
Leia mais sobre essa época no site de Luiz Barrichelo, um apaixonado pela cidade pelo time!
Outra boa matéria sobre a época saiu na “Revista Nossa“, lá de Rio das Pedras mesmo.
Mas, a AA Riopedrense acabou fechando suas portas e o time a representar a cidade no futebol a partir de 24 de junho de 1968, passou a ser o Clube Recreativo e Esportivo e Social da Usina Sao Jorge.
Era o time formado pelo pessoal da própria Usina São Jorge, que hoje se encontra em ruínas…
Mais do que manter o futebol ativo, o time da Usina São Jorge levou a cidade ao futebol profissional pela primeira vez na história, disputando a série A3 em 1975 e 76.
O amigo Roberto (pesquisador do time do Primavera de Indaiatuba) nos enviou um belo registro do empate em 1×1 entre o São Jorge contra o Primavera de Indaiatuba, em Indaiatuba, pelo campeonato de 76:
Ainda segundo as pesquisas do Roberto, o resultado do jogo de volta, em Rio das Pedras, no dia 3/10 foi um novo empate: Usina São Jorge 0 x 0 Primavera.
O resultado mais desastroso foi: A.E. Laranjalense 7×1 Usina São Jorge. Assim, compunha o seu grupo:
Com o fim do Clube Recreativo e Esportivo e Social da Usina São Jorge, surge o segundo time homônimo: a Associação Atlética Riopedrense.
Se por um lado, os dois times homônimos não guardam nenhuma relação entre eles, a população local acabou abraçando de coração esta segunda agremiação, fundada em 7 de junho de 1977, por Antenor Soave.
Iniciou sua história disputando o Torneio Alfredo Metidieri, naquele mesmo ano de 1977.
A então “refundada” Associação Atlética Riopedrense também levou a cidade ao futebol profissional!
A sua estreia aconteceu no quarto nível do futebol paulista (a atual série B) de 1977, que teve o Primavera de Indaiatuba como campeão. Aliás, obrigado ao Roberto e ao Michael por passarem os resultados:
No ano sequinte jogou o quinto nível do Campeonato Paulista (o que um dia foi a série B2) de 1978. Este campeonato era chamado de “Terceira Divisão“, mas acima dela existiam 4 outros níveis: o Campeonato Paulista de Futebol, a Divisão Intermediária, o Campeonato Paulista da Primeira Divisão e o Campeonato da Segunda Divisão.
Veja como foi a boa participação na estreia do time:
Classificado para o octogonal decisivo (o Dracena foi eliminado), o time terminou em 3o lugar!
Nesse ano, a rivalidade com a Saltense foi elevada à décima potência, já que a vitória sobre eles no último jogo, quando lideravam o Grupo, deu o título ao Cruzeiro. Olha que bela história contada por um torcedor da época:
“O primeiro jogo foi em Salto, e junto ao time, uma pequena torcida se deslocou para aquela cidade. A torcida da Saltense, pra ajudar o time, naquele dia humilhou e maltratou o nosso time e também a nossa pequena caravana de torcedores
Voltamos derrotados e humilhados a Rio Das Pedras.Jogo de volta, o troco. Sem ninguém combinar nada, a cidade se uniu em dar uma recepção melhor a que tínhamos recebido lá em SaltoDia do Jogo!!!!!!!!!! Horas antes do jogo, o povo de RdP já estava em peso na frente do Estádio. E sem nenhum líder, fez um grande corredor Polonês a espera de “nossos convidados”. E eles todos chegaram, o time e mais de dez ônibus de torcedores, isso fora uma caravana de automóveis, seguramente mais de 400 pessoas.Pois bem…..Hora do troço………. Conforme iam chegando, tinham que passar pelo corredor montado pelos Riopedrenses, e aí uma chuva de tapas e tabefes e alguns chutes no bum-bum. Apanharam, antes, durante e depois do jogo, em que o Cacique da Ituana (a AA Riopedrense) saiu vencedor.Terminado o jogo, os torcedores da Saltense se recusaram a sair do Estádio, pois o corredor novamente estava a sua espera, e somente com a chegada do Batalhão de Choque e do Canil da PM de Piracicaba, enfim deixaram o Campão em segurança, e lógico que com alguns pneus furados e algumas portas amassadas. Nem o Riopedrense e nem a Saltense, se sagraram campeãs naquele ano, mais o jogo entrou para a história. O TROCO FOI DADO.”
Em 1979, mais uma disputa da quinta divisão, classificando-se para a 3a fase!
Chegamos a 1980 e as mudanças na estrutura do futebol paulista levam a AA Riopedrense a disputar o terceiro nível do futebol paulista, a atual série A3, que tem o CA Lemense como campeão.
Em 21 de novembro, ainda foi disputado um amistoso: AA Riopedrense 1×4 Comercial (Ribeirão Preto).
Jogou a A3 ainda em 1981, que teve o Cruzeiro FC como campeão. Mais uma vez as pesquisas do amigo Roberto e do Michael nos ajudaram a dividir com você, os resultados:
Em 1982, mais uma A3, com o Barra Bonita campeão. E a AA Riopedrense realizou uma boa campanha!
Chegou a disputar a segunda fase do campeonato…
E em 1983, com o CAL Bariri campeão, a AA Riopedrense termina aí sua participação no futebol profissional.
Além das 2 AA Riopedrense, outros 3 times mais recentes resgatam o nome e o futebol local.
Este é o Clube Atlético Riopedrense, fundado em 10/07/2013 e que tem jogado o amador.
Outro, também dedicado ao futebol amador é o Clube Riopedrense de futebol.
E por fim a Associação Olímpica Riopedrense:
E a casa do futebol local em Rio das Pedras desde tempos antigos até hoje é o Estádio Municipal Massud Coury!
Mais uma bilheteria pra nossa conta!
O Estádio segue muito bem cuidado, com sua bela arquibancada coberta!
Pra se ter ideia geral do campo, olhando da arquibancada, esse é o gol esquerdo:
Aqui o meio campo, onde podemos perceber o sistema de iluminação.
E aqui, o gol do lado direito:
Vamos experimentar um role entrando no estádio desde a rua:
Aqui, uma visão do lado oposto, para se admirar a lindíssima arquibancada coberta!
A visita a um estádio como esse dá uma sensação muito bacana… Muita energia boa envolvida, muitas imaginações e imagens vêm à minha cabeça, como eu costumo dizer “saudades do que eu não vivi”.
E ao mesmo tempo me sinto honrado em poder estar num estádio que teve tanta história no passado e que ainda tem feito a alegria de quem gosta de futebol em Rio das Pedras.
Olha os bancos de reserva ali atrás, que bacana!
Tentei registrar o estádio no maior número de ângulos possíveis pra tentar dividir com quem não conseguiria viajar até Rio das Pedras, mas que adoraria saber como é andar por ali…
Aqui, eu estou atrás do gol, e se você estivesse ali e se virasse para olhar pra traz, veria que ao fundo do estádio está o ginásio de esportes da cidae, que aliás estava em reforma.
Ali, aparentemente estão os vestiários em azul.
Enfim, só nos resta admirar a vista do Estádio Municipal Massud Coury, sonhando com alguma iniciativa meio doida de levar novamente o futebol da cidade ao profissionalismo. Quem sabe com um dos times que jogam por lá atualmente…
Vamos embora, levando no coração e na memória um pouco de tudo isso que ouvimos, que vimos e que lemos…
Outubro de 2020, aproveitando o entorno da Via Dutra, paramos pra almoçar em Jacareí e fomos mais uma vez tentar registrar o EstádioStavros Papadopoulos, a casa do JAC!
A história de Jacareí está diretamente ligada à busca de ouro e metais preciosos no interior do Brasil, já que ficava no antigo caminho para as “minas gerais”, servindo de pousada para tropeiros.
A partir do século XVIII, viu o café ganhar espaço e movimentar a economia local. A Ferrovia também ganhou espaço pra movimentar cargas e pessoas.
O nome da cidade é uma referência aos jacarés nas lagoas e no Rio Paraíba do Sul, já que Jacareí em Tupi seria “Icare-ig” ou “Rio dos Jacarés”.
O futebol fez parte da cultura local desde muito cedo, quando no ano de 1917, três funcionários da Fábrica de Meias Elvira montaram um time que viria a se oficializar em 27 de julho de 1920 como o alvi-rubro Esporte Clube Elvira.
Em sua “primeira fase”, além de vários amistosos e campeonatos locais o EC Elvira disputou desde 1921 o Campeonato Paulista do Interior e no ano de estreia não passou da primeira fase perdendo os dois jogos (18/12: Caçapavense 3×1 EC Elvira e 8/1: Taubaté 3×2 EC Elvira), assim como em 1922, ainda que aqui tenha realizado uma campanha melhor que no ano anterior:
Em 1923, foi ainda melhor, sendo vice campeão da Zona Central do Brasil.
Em 1924 o campeonato do interior não foi realizado, e em 1925, finalmente o EC Elvira consgeuiu sagrar-se campeão do seu grupo, a 5a região, indo pra fase final.
Em 1925, Jacareí viu mais um time participar do Campeonato Paulista do Interior: o Esperança FC.
O Esperança FC foi fundado em 1910 e chegou a ter seu estádio, que anos mais tarde seria o campo do Ponte Preta de Jacareí (falaremos deles na sequência). Aqui, uma imagem do campo, já na época do Ponte Preta:
Chegamos em 1926, um ano muito importante para o EC Elvira, pois ele sagrou-se campeão do Campeonato Paulista do Interior, em um campeonato meio bagunçado já que na fase final dois times deram WO.
Com o título, o EC Elvira disputou a Taça Competência contra o Palestra Itália (campeão da série A1). O Palestra havia sido campeão com 100% de aproveitamento e venceu fácil por 9×0, mas mesmo assim, o EC Elvira cravou seu nome na história.
Em paralelo ao Campeonato Paulista do interior da APEA, houve o Campeonato do Interior da LAF (Liga dos Amadores de Futebol) e quem estava lá era o EsperançaFC, que terminou em segundo da Região D (o Taubaté foi o campeão do grupo .
Em 1927, o EC Elvira não passou da primeira fase (que teve a AE Guaratinguetá como campeã do grupo).
E o Esperança FC seguiu jogando o Campeonato do Interior da LAF, sagrando-se campeão da seção, mas acabou entregando os pontos (não descobri o porquê) para o Hepacaré, num jogo que seria no dia 27/11.
Em 1928, o EC Elvira abandonou o Campeonato do Interior e só voltaria a disputar em 1930, e deu uma grande confusão no seu grupo (a 8a região). Havia a necessidade de um jogo desempate entre EC Elvira e a Caçapavense, mas esta se negou e por isso a APEA classificou o time de Jacareí. Na segunda fase, o EC Elvira bateu o Taubaté por 4×2. O time só acabou eliminado na semifinal em uma partida que foi batido por 5×2 pelo Paulista de Jundiaí.
Em 1931, sequer passou da primeira fase e só voltou a disputar o Campeonato em 1942, jogando a 24a regIão, que teve o Taubaté como campeão.
Esse ano teve como novidade a participação do (é “do” mesmo e não “da”) Ponte Preta FC!
O time nasceu em 1933, quando o Esperança F.C. fechou suas portas e pra não deixar a cidade sem futebol (lembrando que o EC Elvira nem vinha jogando o Campeonato do Interior nesse período) a população local se uniu e contando com o apoio de Alfredo Schurig fundaram o Ponte Preta Futebol Clube, herdando o estádio do Esperança FC.
Em 1973, os herdeiros do Sr. Schurig, após uma grande batalha jurídica conseguiram “tomar” o campo. O time conseguiria um novo estádio com o apoio da Prefeitura.
Em 1943, novamente participaram do Campeonato do Interior o Ponte Preta FC e o EC Elvira (que decidiu a vaga para a fase final com o Taubaté, sendo derrotado por 2×0).
Em 1944 e 45 novamente o Taubaté foi o classificado do grupo da 24a região, que além de Ponte Preta FC e EC Elvira, teve a participação de uma outra equipe de Jacareí, o EC Pedra Santa! Em 1946, os 3 seguiram na disputa que teve o Cruzeiro FC como campeão do grupo, e em 47, seguiram na disputa que teve o União FC (Mogi) como classificado.
Ao chegarmos nos anos 50, 0 EC Elvira entra pra história do futebol profissional ao disputar a série A3 em 1956 (com o time abaixo), 57 e 60.
Graças às mudanças nos sistemas de disputa, o EC Elvira chegou ainda a jogar a A2 em 1958, 59, 61 e 62, sempre com campanhas abaixo da média.
A partir daí o time se manteve apenas em disputas do amador.
O EC Elvira mandava seus jogos no seu Estádio Antonio Jordão Mercadante, inaugurado em 13 de abril de 1924, num amistoso contra o Palestra Itália da Capital (1×1).
Embora tenha sido demolido em 2014 o pessoal do Jogos Perdidos esteve por lá em 2005 e fez um incrível registro desse lindo estádio:
A cidade só voltaria a ter um representante nas competições profissionais da FPF com o Jacareí Atlético Clube.
O Jacareí Atlético Clube foi fundado em 27 de outubro de 1980 e nasceu de um jeito muito louco, quando os apresentadores da Rádio Clube Jacareí lançaram a ideia de um novo clube e os primeiros ouvintes que ligaram se tornaram conselheiros do clube.
Logo, o time passou a jogar a série A3 do Campeonato Paulista, já em 1981.
Ficou na série A3 até 1988, quando sagraram-se campeões subindo para a série A2:
Em 89 a campanha foi bastante irregular e acabou rebaixando o time de volta à série A3,
Eram 2 grupos (que se denominavam série A e série B) que jogavam dentro de cada um e entre eles, terminando com a seguinte classificação:
O JAC permaneceu na série A3 até 94, quando foi rebaixado para a série B (a quarta divisão) e a partir daí oscilou chegando até a sexta divisão (que já não existe mais).
Durante todo esse tempo, o Jacareí Atlético Clube mandou seus jogos no Estádio Antonio Jordão Mercadante até 2001, quando um novo estádio foi construído, pela Sports International, que geriu o clube até 2005.
Trata-se do Estádio Stavros Papadopoulos, cujo nome homenageia um dos empresários da Sports International, e como disse no início do post, nossa missão era finalmente fotografar a casa do JAC!
O Estádio Stavros Papadopoulos foi inaugurado em 27 de maio de 2001 em um 1×1 entre o Jacareí AC e OSAN (Indaiatuba).
Mais uma bilheteria para a nossa conta!
A capacidade do Estádio Stavros Papadopoulos é de cerca de 4.500 torcedores.
Ainda que mais uma vez não tenhamos conseguido entrar no Estádio, foi possível uma mínima visão de suas arquibancadas!
Além de toda a história ligada ao futebol, o Estádio temum charme a mais: dizem que é mal assombrado! As pessoas (atletas e funcionários) dizem ouvir barulhos estranhos e ver vultos no local. Alguns dizem que isso é porque o estádio foi construído em cima de um sítio arqueológico indígena. Nós estivemos por lá sozinhos e não vimos ou ouvimos nada de anormal.
Fica pelo menos o registro, e prolongada a nossa missão de adentrar ao estádio…
O Estádio possui arquibancadas nas duas laterais do campo.
Os últimos anos do Jacareí AC foram tristes, uma vez que permaneceu disputando as divisões inferiores, sem grandes campanhas, até que em 2014 a Prefeitura (responsável pela administração do estádio desde a saída da Sports International) interditou o local, após uma briga entre torcedores do São José (que utilizava o estádio pela série A2) e do Guarani evidenciarem a necessidade de melhorias.
O JAC teve que mandar seus jogos nas cidades vizinhas e decidiu pedir liçensa das disputas profissionais até que consigam arrumar o Estádio.
Tremembé é uma cidade que sempre chamou minha atenção, embora eu não tenha nenhuma grande memória com o futebol local, mesmo sabendo, agora, de sua tradição.
Localizada na região Metropolitana do Vale do Paraíba, Tremembé é a casa de quase 40 mil pessoas.
Seu nome é de origem tupi: “Tirime’mbé”, que entre outros significados pode ser compreendido como “Escoar Molemente”, uma ligação com os vários rios e riachos presentes em seu território, com destaque para o Rio Paraíba.
Em 1877, a ferrovia chegou à região e a estação de Tremembé foi inaugurada em 1914, mas, teve vida curta… A linha entre Pindamonhangaba e Taubaté foi desativada em 1951, eliminando a estação de Tremembé, restando à população local a nova estação de Engenheiro Cotrim que ficava fora da cidade. Em 1970, o prefeito tentou derrubar a estação abandonada para construir o paço municipal, porém o povo não deixou e o prédio continuou ali, até hoje.
O futebol na cidade tem uma série de times que fizeram (e fazem) a alegria dos tremembeenses, mas dois times representam verdadeiros patrimônios para o futebol. Um deles é o Clube Atlético Tremembé, o “CAT”!
Fundado em 18 de julho de 1921, o CA Tremembé brilhou nas disputas municipais e regionais. Esse é um dos primeiros times da história do clube:
O CA Tremembé fez história ao disputar o Campeonato do Interior de 1942, no grupo da 24ª Região, que teve o EC Taubaté como campeão.
Vale reforçar que em 1942, o Maristela FC, também de Tremembé, participou do Campeonato do Interior. (Distintivo refeito por Victor Nadal):
Em 1943, o CA Tremembé jogou mais uma vez o Campeonato do Interior, e novamente teve o EC Taubaté como campeão do grupo.
Em 1944, novamente disputou a 24ª Região, com novas equipes, mas novamente com o EC Taubaté campeão.
O CA Tremembé também participou do campeonato de 45 e mais uma vez teve o EC Taubaté campeão!
Em 1946, o time não disputou o Campeonato do Interior, voltando apenas em 1947, quando disputou o Setor 2 da Zona 1, tendo como campeão a AE Guaratinguetá.
Pra quem gosta de boas imagens do passado, a Fanpage “Tremembé das antigas” disponibiliza uma série de fotos da cidade e também do time do CA Tremembé, como essa, justamente de 1947:
A mesma fanpage ainda disponibiliza (sem a menção à data) outras fotos lindas, do time.
E uma imagem de 1955, mostra que o futebol sabe ser “gente boa” quando quer 🙂
O CA Tremembé mandou e manda seus jogos no Estádio Amèrico Texeira Pombo, a “Arena Atlético Tremembé”!
Como a pandemia tirou o futebol do dia a dia, o estádio acabou um pouquinho descuidado, mas vale mostrar como eraa faixa antes desse período:
O Estádio fica no meio da cidade, na Rua André Geraldo da Silva e além da entrada mostrada nas fotos acima, também tem esse portão com o distintivo do clube.
O pequeno portão dá entrada a um mundo mágico, mas a pandemia parece nos impedir de conhecê-lo internamente…
A menos que… A vizinhança dê uma força para conhecer a “Arena Atlético” por dentro de seus muros.
Sem dúvida que a parte mais charmosa e que parece transparecer muita história é a arquibancada coberta!
A mensagem na arquibancada é clara: “Aqui é Atlético!“
Várias árvores ao redor das arquibancadas dão uma cara ainda mais legal pro campo e pra arquibancada.
Esse é o gol da entrada:
Ainda existe uma estrutura bem bacana de bar, vestiário e tudo o que precisa para seguir levando o futebol amador!
Esse é o gol do fundo, com vários eucaliptos dando uma refrescada pro goleiro:
Tem até uma área para a imprensa:
E aqui dá pra ver como o estádio é literalmente “colado” às casas da vizinhança:
Mas… Algumas pessoas do futebol local dizem que o Estádio Américo Texeira Pombo também teria participado do futebol profissional, graças a uma participação especial do segundo time da cidade na 3a divisão de 1957. Trata-se do CREIX!
Esse é o distintivo mais difundido, mas as fotos mostram que o distintivo usado pelo time era outro:
O Clube Recreativo e Esportivo da Indústria do Xisto foi um clube de vida efêmera na cidade de Tremembé, que nasceu para servir aos operários locais.
O time foi fundada em 1956 e disputou a série A3 de 1957.
Segundo nos contaram, embora o CREIX tivesse um campo de futebol, onde atualmente fica localizado o Fórum de Tremembé, eles teriam disputado algumas partidas da A3 de 57 em cidades vizinhas, como comprova a nota da Gazeta Esportiva que o amigo Ivan Gotardo localizou…
E aqui, o amigo e pesquisador do futebol de Taubaté, Moacir (autor do blog https://moataubate.com) me enviou uma matéria sobre o jogo entre o CREIX e a Ferroviária de Pindamonhangaba comprovando que o campo do CA Tremembé foi também a casa do time na série A3 de 1957!
Então… voltemos a olhar o Estádio Amèrico Texeira Pombo, agora dando lhe os devidos créditos de ter recebido jogos da série A3!!
Esse foi o time que disputou a A3 em 1957:
No ano seguinte, o CREIX voltou a disputar amistosos, como em 13/04/1958, quando venceu o Instituto de Reeducação por 3×0 (informação do incrível site História do Futebol.)
A fanpage “Tremembé das antigas” guarda outras fotos do time do CREIX, sem identificação da data:
Aqui uma foto da viagem do time do CREIX para Piquete:
Mais uma cidade com bastante história no futebol paulista que segue se mantendo no amadorismo mas que sem dúvida poderia voltar a se arriscar no profissional!
Finalmente a chance de poder registrar um dos estádios mais legais do lado leste do estado de São Paulo: o Estádio Dr. Antonio Pinheiro Junior!
Se você não ligou o nome ao local, o Estádio Dr. Antonio Pinheiro Júnior é a casa da Associação AtléticaFerroviária de Pindamonhangaba!
Antes de falarmos sobre o futebol, vale informar que a cidade de Pindamonhangaba está situada na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, às margens do Km 99 da Rodovia Presidente Dutra (passou da hora de propor um novo nome pra essa estrada hein?), há pouco mais de 140 km da capital paulista.
O nome da cidade vem do tupi e significa “lugar onde se fazem anzóis” e serve de casa para aproximadamente 170 mil pessoas.
Os registros de ocupação de Pindamonhangaba datam de 1643, mas oficializou-se 10 de julho de 1705 (dia de sua emancipação) como a data oficial da fundação da cidade.
A grande revolução começou em 18 de janeiro de 1877 quando foi inaugurada a Estrada de Ferro São Paulo – Rio de Janeiro, e em julho do mesmo ano, o trecho da estrada entre São Paulo e Cachoeira passou a funcionar.
Em 1890, com a Proclamação da República, a estrada de ferro seria encampada pelo governo federal, passando, no ano seguinte, a denominar-se Estrada de Ferro Central do Brasil e logo a cidade ganhou sua própria estação, que permanece por lá…
A cidade conseguiu aproveitar o ciclo do café no Brasil, transformando a cidade em um grande centro cafeeiro. Mas… com o fim da escravidão, não houve como sustentar a produção e a cultura cafeeira de Pindamonhangaba passa a diminuir até sumir em 1920, trazendo um momento de estagnação econômica. A arquitetura da época permanece por lá…
E foi da ferrovia que, em 12 de abril de 1930, surgiu o único time da cidade a disputar o Campeonato Paulista de Profissionais, com a união dos funcionários das ferrovias Campos do Jordão e Central do Brasil que passaram a jogar futebol nos cantos do terreno da Vila Nair (atual sede do INSS), como uma forma de lazer. Ali seria o primeiro campo da Ferroviária.
Alguns de seus distintivos na história:
O time estreiou em competições oficiais (ainda que na época não fosse considerado “profissional”) disputando o Campeonato da Divisão do Interior da FPF em 1934, e teve a Ferroviária como campeã do grupo que contava com a AA Aparecidense, o Cachoeira FC, o Commercial FC, também de Pindamonhangaba, o Cruzeiro FC e o Teciguará FC.
Com o título, a Ferroviária obteve o direito de disputar o Campeonato Estadual da FPF, que nada mais era do que um mata mata contra o campeão da FPF, que naquele ano fora o CA Fiorentino (que nada mais era do que o Juventus).
Foram dois jogos, sendo a decisão na Rua Javari:
Em 1935 foi comprado um terreno ao lado das oficinas da “Estradinha” onde foi construído o novo estádio.
Em 1942, mais uma participação no Campeonato Paulista do Interior e a Ferroviária sagra-se campeã da 9a região!
No mata mata, a Ferroviária acabou desclassificada ao perder por 5×3 pro Taubaté, fora de casa.
Em 1943, não conseguiu classificar-se às eliminatórias, jogando novamente a 9a região ao lado de:
Em 1943, houve a estreia de 2 outros times de Pindamonhangaba, o Commercial Mombaça FC e o Curupatuba FC:
Em 1944, mais uma vez disputa o Campeonato do Interior, e o título do grupo dessa vez vai pro Cruzeiro:
Mais uma vez um time de Pindamonhangaba fez sua estreia no campeonato: o São Paulo FC!
Aqui, o time de 1951, que usava o distintivo original, bem próximo do tricolor da capital:
Em 1945, foi a vez do Frigorífico de Cruzeiro ser campeão da 9a região:
Ainda em 1945, uma retificação dos trilhos da Estrada de Ferro acabou passando exatamente no campo da Ferroviária, o que parecia ser o fim do time… Tanto que em 1946 nem disputou o Campeonato, apenas em 1947, o setor 2 da zona 1:
Destaque para mais um time de Pindamonhangaba que participou dessa edição do Campeonato do Interior: a AE Industrial!
O time ainda seria campeão do Campeonato do Interior em 71 e 74.
Aqui, o time no amador de 1983 (já usando o novo distintivo):
A própria Central do Brasil ajudou o time a se reerguer e a Associação Atlética Ferroviária seguiu na disputava de torneios, amistosos e campeonatos amadores da cidade em seu campo novo, o atual Estádio, construído por meio de uma campanha popular.
O Estádio Dr. Pinheiro Júnior foi inaugurado oficialmente, em 1948, e alguns anos depois, a A.A. Ferroviária decide disputar o futebol profissional, e a partir de 1953, o time passa a jogar a Série A3 do Campeonato Paulista até 1957.
Esse foi o time que jogou a A3 de 1956:
Em 1958, o time jogou a série A2, mas fez uma campanha bem irregular, terminando em último no grupo azul.
Em 1959, mais uma disputa do segundo nível do futebol profissional paulista, uma campanha um pouco melhor, mas ainda sem se classificar. Pra piorar, houve uma reformulação no estadual, o que provocou o rebaixamento da Ferroviária à série A3 novamente.
Esse foi o time que jogou a A2 de 1959:
Em 1960, voltou a jogar a A3, e esse foi o time daquele ano:
Em 1961, faz sua última participação no futebol profissional, pela série A3. Algumas das partidas:
O clube estava enfrentando grandes dificuldades financeiras para se manter, e como o futebol exigia gastos que não estavam sendo recompensados com resultados mais expressivos, a diretoria encerrou as atividades do futebol profissional em 1962. Mas o time seguiu nas disputas amadoras, como esse time de 1970:
Pindamonhangaba ainda veria o Corinthians local, fundado em 1930, sagrar-se bicampeão do Campeonato do Interior (agora já sob o nome de “Amador do Estado”) em 1981 e 1982.
Aqui, o poster do título de 81:
E aqui, o time de 82:
Essa é a entrada do seu campo, o “Estádio do Cardosão“:
Pra saber mais sobre o futebol de Pindamonhangaba, não deixe de acessar o incrível trabalho do pessoal do “PindaFuteboldoPassado“.
Entretanto o clube segue de pé, tanto com sua belíssima sede social, quanto com o Estádio Dr. Antonio Pinheiro Junior.
Ele fica localizado na rua Dra. Isaura e de Tolêdo Silva, 45.
Mais uma bilheteria para a nossa coleção!
E graças a ajuda do pessoal do clube, em especial o Anderson e o Zé Carlos, foi possível conhecer o estádio por dentro.
Agradecimentos também para o Leandro Matos (Presidente da Diretoria Executiva) e Júlio César Piorino (Vice-Presidente da Diretoria), por permitir a visita. Então, vamos lá?
O nome do Estádio é homenagem ao médico Dr. Pinheiro Júnior, o “Dr Tinoco”, que foi um dos entusiastas na campanha pela construção do estádio, além de atender a muitos dos trabalhadores da ferrovia.
E nós, em pleno 2020, 90 anos depois da fundação do time… Estamos aí!
O Estádio tem capacidade para cerca de 3 mil torcedores.
O campo segue muito bem cuidado, afinal o time ainda disputa competições amadoras. O gramado está muito bom!
Os bancos de reserva levam a gente numa volta ao passado!
Possui ainda arquibancadas cobertas em toda a lateral do campo:
Pra quem está nesta arquibancada, esse é o gol do lado esquerdo:
Aqui, o meio campo:
E esse o gol do lado direito:
E o que dizer do placar que já registrou tantos gols ?
Ao fundo, a cidade de Pindamonhangaba não fica parada e começa a se verticalizar.
Até um setor para a imprensa existe ali no meio das arquibancadas!
Mais do que uma pintura qualquer na parede, a força desse distintivo faz a gente sonhar com a volta do time e da cidade às competições da Federação…
Um último olhar antes de nos despedirmos de mais um templo do futebol do interior paulista!
E lá vamos nós, de volta à estrada… Antes, vale relembrar o time tri-campeão amador!
Para os dados desse post utilizei basicamente o livro “Os esquecidos – Arquivo de Futebol Paulista” e o “História da 2ª Divisão no Futebol Paulista” do Julio Bovi Diogo e Rodolfo Pedro Stella Jr.
Hora de conversarmos sobre Rafard, a cidade fundada em 1883 pelo bigodudo Júlio Henrique Raffard, de onde surgiu o seu nome.
Assim como vários municípios brasileiros, a história de Rafard está diretamente ligada à cana de açúcar, graças ao engenho da Usina Sociéte de Sucréries Brésillenes, uma sociedade anônima que pertencia a alguns franceses e empregava quase 1700 pessoas (dos quais cerca de 1200 eram estrangeiros).
O povoado passou a ser chamado de “Villa do Henrique Raffard” e logo “Villa Raffard”.
Com a vila ganhando importância, passou a ser um Distrito de Capivari e em 1964 conseguiram a emancipação, tornando-se o atual município de Rafard, onde hoje vivem quase 10 mil pessoas.
A cidade fica na região da Grande Campinas, próxima também de Piracicaba e de acesso tanto via Rodovia Castelo Branco, quanto pelo sistema Anhanguera / Bandeirantes.
Rafard ainda tem grande dependência da Usina Raifard (que agora pertence à Raízen).
Passamos por ali no mesmo dia em que visitamos Salto pra registrar o Estádio da AA Avenida.
O açúcar fez a cidade crescer e trouxe a estrada de feroo até Rafard, com a linha que ligava Itaici a Piracicab. O transporte de passageiros acabou em 1976 e os trens de carga continuaram trafegando até meados dos anos 1980. Por volta de 1990, os trilhos, já abandonados, foram retirados pela agora FEPASA.
A estação de Villa Rafard, inaugurada em 1884 para atender à Usina Rafard, ligando também dois ramais ferroviários de usinas locais.
Ainda existe uma lembrança da Estação Sorocabana com um trem da época gloriosa…
O futebol local movimentava a cidade e a região com vários times, entre eles, o Elite FC, fundado em 1928:
Não encontrei muitas informações sobre o time, apenas algumas fotos, como essa de 1928, do ano de fundação do time:
Aqui, o time de 1937:
Aqui, o de 1942, que disputou a 15ª Região (a Piracicabana) do Campeonato Paulista do interior daquele ano, ao lado de outros 39 times:
Outro time que disputou o Campeonato do Interior de 1942 foi o União Agrícola F.C. (Saltinho) formado nas fazendas do Engenho.
Existia ainda o União Rafardense Futebol Clube.
Da união do Elite FC com o União Rafardense FC, em 8 de dezembro de 1943, para o desgosto dos mais radicais, que curtiam a rivalidade do derbi, surgia o Rafard Clube Atlético, o RCA!
O time deu sequência à tradição da cidade e disputou o Campeonato Paulista do Interior, em 1946.
Além do campeonato do interior, o “RCA“, o time teve a ajuda da Usina e se profissionalizou-se em 1954, disputando a Série A3 do Campeonato Paulista em 1954 e 1959.
O Rafard CA mandava seus jogos no Estádio Usina, que ficava praticamente dentro da Usina Rafard e era inteiro murado, possuia alambrados entre a torcida e o campo, e a partir de 1956, passou a ser iluminado:
Encontrei algumas matérias falando sobre amistosos, como o de Maio de 1956, contra os cariocas do Olaria AC:
Outro carioca que “aterrissou” na estaçao ferrroviária da Vila Rafard foi o São Cristóvão:
Em 1956, mais uma vez participou do Campeonato Amador do Interior, pelo Setor 36:
Em 1957, novamente disputou o Campeonato Amador do Interior, e encontramos um resultado na Gazeta Esportiva:
O RCA participou ainda de muitos campeonatos municipais (quando ainda pertencia a Capivari), como lembra essa partida de 7 de setembro de 1958, contra o AA Cillo:
E esse flyer (cujo original pertence ao amigo André Stucchi), convidando a galera pro jogo?
Em 1958, mais uma edição do Campeonato Paulista do Interior, veja alguns dos jogos que consegui encontrar, pela primeira fase:
Aqui, um jogo contra o Santa Cruz, em 19 de setembro de 1958, pelo amador do estado:
Aqui, o penúltimo jogo contra o SE Floresta (time da Fazenda Forte):
O time acabou sagrando-se campeão da Série Carlos Rolim, graças à vitória contra o Santa Alice, em 27 de outubro, de 1958.
Aqui, ainda em 1958, uma reportagem em homenagem aos 15 anos do Rafard Clube Atlético:
E esse é o time de 1959:
O Raffard Clube Atlético jogaria ainda a Quarta Divisão (a atual “Série B“) do Paulista em 1960, 1961 e 1963. Aqui a campanha de 1960:
O Rafard Clube Atlético jogava de com uma camisa com listras verticais paralelas nas cores do clube, como pode se ver nessa foto celebrando a conquista de mais uma taça!
Por conta da emancipação, o seu maior rival era o Capivariano F.C da cidade de Capivari.
Aqui, outra imagem do time, no Estádio da Usina:
Aqui, o time do Rafard em 1962, foto da Gazeta Esportiva, enviada pelo amigo André Stucchi:
E uma rara imagem do estádio inundado pela enchente em 1970.
Após a nossa visita, o amigo Túlio, do “O Semanário“, enviou algumas fotos bacanas também, olha só, essa do Estádio:
E uma formação do time:
Aqui, o time juvenil:
E até uma do time de futebol de salão.
Atualmente, a área que recebia o estádio e suas proximidades seguem sob o controle da Usina.
Pra chegar até a área específica do Estádio, basta seguir o muro da Usina.
E se a sua imaginação foi boa, faça com que ela retire dali todo esse restolho de cana, e imagine que bem ali está o mítico estádio da Usina…
Era ali que o RafardCA fazia a alegria de toda uma cidade…
E não, vc sequer pode chegar perto…
A Usina segue a todo vapor…
Fiz um pequeno vídeo dela, com a ajuda do amigo Lúcio!
Já há algum tempo ela foi adquirida pela Raízen.
Mas mantém algumas coisas de antigamente como essa pequena capela…
A cidade chegou a construir um novo estádio, municipal que tem sido utilizado pelo time vizinho do Capivariano.
Fica aí o nosso registro do que um dia foi o Estádio da Usina, do poderoso Rafard Clube Atlético!
Quase 6 anos depois de termos visitado Salto pela primeira vez, quando conhecemos a cidade e registramos o Estádios da Associação Saltense, além do que restou do clube social do Guarani Saltense, do Estádio Municipal Amadeu Mosca e do campo do XV de Novembro, voltamos à cidade para completar nossa missão.
A cidade foi fundada por Antônio Vieira Tavares, sobrinho do bandeirante caçador de índios Antônio Raposo Tavares. Em 1698, ele ergueu uma capela em louvor a Nossa Senhora do Monte Serrat, dando origem ao que viria se tornar a cidade de Salto.Em 1936, a capela foi reformada dando origem à Igreja Matriz.
Atualmente existe um Monumento à Nossa Senhora do Monte Serrat, que permite uma linda vista da cidade.
Acreditando na promessa de despoluição do rio Tietê, a cidade tem investido no turismo ecológico, com parques e até mesmo uma linda ponte pênsil.
Essa construção histórica não só foi preservada como atualmente é ocupado pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP).
Nosso objetivo estava próximo, seguindo um pouco a frente contornando a igreja, chegamos num declive: a rua 24 de outubro, que vai até o rio Tietê!
Pra entender o lugar que fomos conhecer, vale olhar essa imagem do Google Maps e ver que se trata realmente de uma ilha em meio ao rio Tietê.
O rio ainda não está limpo, mas já é bem diferente do que os paulistanos estão acostumados.
Do outro lado (de onde ele vem), pode se ver ao fundo o prédio histórico que comentamos do CEUNSP.
E ao passar a ponte, chegamos à Ilha Grande, para enfim conhecer o Estádio Luiz Milanez.
O portão de entrada dá acesso ao estádio já na ilha.
Aqui, a visão logo após o portão:
Ali, os pássaros já começam a habitar o leito do rio, talvez também acreditando em sua futura despoluição.
O Estádio Luiz Milanez é a casa da Associação Atlética Avenida.
A A.A. Avenida foi fundada em 1º de janeiro de 1945, com o nome em homenagem a uma antiga avenida que cruzava toda a cidade, e segundo a placa no campo, esta é a data considerada como a fundação do próprio Estádio Luiz Milanez.
Olha que bacana o jogo de botão que um fã montou pra AA Avenida:
Antes do campo, você encontrará a sede social do Avenida.
Mas, vamos enfim conhecer o campo e suas arquibancadas.
O Estádio já teve arquibancadas de alvenaria, mas segundo o pessoal do Avenida, elas foram levadas em uma inundação causada pela cheia do Tietê, em 1983. Aliás, olhando o rio tranquilo como ele estava hoje (em época de extrema seca), é difícil acreditar no potencial destrutivo que ele possui, mas … vale ver as imagens abaixo…
Essa é de 1983, e existem muitas outras no blog: Históra Salto.
E esse ano, já teve uma inundação que virou notícia:
Mas vamos deixar todo esse aguaçeiro pra lá e dar uma olhada no campo:
Aqui, o gol da esquerda, visto da arquibancada:
Aqui, o gol da direita:
Aqui, a arquibancada em madeira, como tanto se via pelo interior de São Paulo:
Aqui, olhando do fundo para a entreada do estádio e da sede social:
E aqui, a vista pelo outro lado:
Ao fundo do gol da esquerda, mais um pequeno lance de arquibancada, cuidada com todo esmero por aqueles que ainda amam o futebol local e a AA Avenida!
Em 15 de maio de 1955, o time fez história ao se tornar o primeiro da cidade a disputar uma partida no Pacaembu contra o time de Cosmópolis (aliás, que time será esse? A Funilense??), e a equipe abaixo meteu logo uma goleada por 7×2:
Um registro histórico de um estádio que foi a casa da AA Avenida no Campeonato Paulista da série A3 em 1956, e a Série A2 de 1957 a 59.
Achei até o registro da Gazeta Esportiva de um amistoso contra o Corinthians de Santo André, disputado em 29 de abril de 1956:
Em 1956,jogou com a Portofelicense, o Guarani Saltense e a Ferroviária de Itú, ganhando 2 jogos, perdendo outros 2 e empatando 2, classificando para a fase seguinte, onde enfrentou a AA Saltense, o Elvira (Jacareí), o Aparecida, a Portofelicense e o Palmeiras de São João da Boa Vista, onde ganhou 3, empatou 6 e perdeu uma partida.
Em 1957, essa foi a tabela e a classificação da série A2:
Em 1957, ainda participou do Torneio Santos Dummont que tinha divulgação dos jogos na poderosa Gazeta Esportiva:
Aqui, a campanha da série A2, de 1958:
Esse é o time de 1958 (aliás, obrigado ao Valdir Líbero, por me passar essa e outras fotos, que ele pegou do livro História do Esporte Saltense, de autoria do jornalista Valter Lenzi:
E em 1959 houve uma melhoria nos resultados, com destaque para duas goleadas seguidas contra a Mogiana (7×3!!!) e contra o Bandeirantes (5×1).
O time que fez essa campanha de 1959 é esse:
Aqui, outra foto histórica do time também do final dos anos 50:
Voltando ao presente, as arquibancadas atuais não são as originais, porque segundo o pessoal que estava por lá, a enchente de 1983 levou as arquibancadas de alvenaria.
E fica aqui, meu agradecimento mais uma vez ao Lúcio que foi o companheiro de viagem 🙂
Um último olhar para o campo, sonhando com um improvável, mas nunca impossível retorno do futebol profissional à Ilha Grande…
As notícias recentes pelo menos mostram que existe uma esperança do retorno do futebol profissional a Salto (veja aqui, a notícia completa).
Recentemente escrevemos sobre o Estádio Cerecamp, a casa do EC Mogiana e, nos anos 80 do Gazeta e ao pesquisar, encontrei um vídeo incrível sobre essa história e por volta do minuto 3 do vídeo fiquei sabendo que o Gazeta de Campinas chegou a mandar seus jogos em outros dois estádios da cidade: o Campo do Náutico, no Jardim Leonor e o Campo do Souzas.
E, aproveitando a passagem pela cidade, decidi registrar um dos estádios citados, o Campo do Náutico, localizado até que próximo à Rodovia Anhanguera (pra quem quiser passar e dar uma rápida olhada).
O nome oficial do campo é Praça de Esportes Sarkis Salamene, e fica no Jardim Leonor.
Como o vídeo que me deu a referência era sobre o EC Mogiana, acabei me confundindo na hora de fazer o vídeo e dizendo que eles haviam jogado ali, mas na verdade, quem mandou algumas partidas nesse campo, foi o EC Gazeta de Campinas.
O lugar é muito bonito, parece um refúgio da natureza, tanto que fomos pegos de surpresa com a presença de micos nas árvores ao redor do campo:
Olhando do lado da arquibancada, esta é a visão do gol da direita:
O meio campo:
E o gol da esquerda:
Uma olhada lá do lado de baixo, vendo o gol e a arquibancada.
É muito loco imaginar que, em se comprovando a tese de que o Gazeta mandou alguns jogos aí, essa arquibancada recebeu a fanática torcida do Gazeta em jogos oficiais da Federação Paulista.
Sendo assim, mais um estádio histórico, dessa vez em Campinas!
A notícia é triste e somente o portal futebolinterior.com.br conseguiu chegar perto do tom necessário:
O futebol é um esporte bem diferente dos demais… Nem melhor nem pior. Mas diferente.
E boa parte dessa diferença é devido a toda cultura que se cria ao seu redor.
E Luís Carlos Ferreira, o “Ferreirão” foi um dos personagens que ajudaram não só a manter acessa essa chama da cultura futebolística como incendiá-la um pouco mais.
Muito mais do que colecionar acessos (que provavelmente será o fato mais considerado pela imprensa esportiva), Ferreira criou um verdadeiro universo paralelo dentro do futebol profissional.
Não faltam causos, histórias e lendas em torno do seu nome.
Decisões e atitudes que jamais seriam aceitas ou pensadas no futebol profissional de hoje em dia.
Junto dos bons resultados e dos acessos, essas atitudes “fora da caixa” fez com que ele se tornasse um nome tão forte e conhecido no mercado, ao mesmo tempo em que jamais tenha conseguido chegar ao primeiro nível dos treinadores brasileiros.
Não vou ficar citando aquilo que você vai ler em qualquer site por aí… Vou apenas fazer minha homenagem baseada em 4 fatos / lembranças curiosas e importantes:
1) Em 1997, ele dirigia o time da Matonense (contando com o apoio da Predilecta e consequentemente da TV Bandeirantes e de Luciano do Vale) e ao final de um polêmico jogo contra o Santo André, cheio de expulsões onde eles ganharam por 4×2 (lembre aqui como foi) Ferreira mandou um recado para a torcida Ramalhina (já que dependeríamos diretamente do resultado de Matonense x Ituano), algo como “Eu queria dizer pro pessoal do Santo André que vão ao jogo de domingo e que o time faça sua parte, porque nós vamos jogar pra ganhar do Ituano, em Itú”. Eles empatariam em 1×1, mas o Santo André não conseguiu fazer sua parte, empatou também e acabamos fora da A1 98…
2) Em 2001, conquistamos o acesso da série A2 para a A1 sob o comando do bruxo Ferreira, com classificação vinda nos penaltys aos 48 do segundo tempo (num jogo contra o Ituano). Essa, na minha opinião foi a melhor passagem de Ferreira pelo time. A foto abaixo é de um momento após a carreata de comemoração pela cidade:
3) Em 2003, o Santo André chegou à última rodada da série C do Brasileiro precisando vencer a Campinense em Campina Grande para conquistar o acesso à série B, e mesmo antes do jogo começar, Ferreira armou um “quiprocó” com o jogador “Zinho” (que era seu amigo próximo), para desestabilizar o principal jogador adversário (o que aparentemente deu certo). O Santo André voltou da Paraíba com a histórica vaga para a série B.
4) Em 2008, o Santo André estava de volta à A2 e nosso jogo de estreia foi em Catanduva. Meu carro estava bem na frente do estádio e no fim do jogo a torcida local disse a nós e à polícia que não nos deixariam sair hehehehe. A solução da polícia foi incrível: “Coloque o seu carro dentro do estádio (na arquibancada mesmo) enquanto a torcida local vai embora”. Assim o fiz e para minha surpresa as últimas pessoas a irem embora do estádio era um grupo de senhores, entre eles… Ferreira! Ele foi solidário e ficou batendo um papo por uns 15 minutos enquanto aguardávamos.
Enfim, Ferreira fez parte da minha vida como torcedor nos últimos 25 anos… Foi um ícone para o futebol do interior e muito especial para o Santo André (ele mesmo disse isso por várias vezes). Mais especial ainda para alguns que viam sempre a “eterna” possililidade do seu retorno iminente, fosse para salver o time, fosse para alcançar um acesso.
Chegou-se ao fato de existirem “santinhos da sorte” do Ferreira para se guardar na carteira em jogos decisivos.
Nesse domingo, 13 de setembro de 2020, Luíz Carlos Ferreira faleceu, e com ele o futebol perdeu um pouco da magia e do inesperado e talvez seja um caminho mesmo sem volta, que ponha no lugar estatísticas, mega patrcoinadores, arenas pomposas e um distanciamento cada vez maior entre torcida e jogadores / treinadores.
Para os poucos que ainda acreditam no resgate de um futebol (e por que não de um mundo) melhor e menos idiota, seguiremos com a lembrança nos nossos corações e mentes desse que foi um grande treinador.
Até um próximo encontro, Ferreira! Sentiremos sua falta!
…
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Pessoal, a 193ª camisa de futebol da nossa coleção vem do interior de São Paulo e pertence à Associação Athlética Avareense.
Como o próprio distintivo demonstra, a AA Avareense acaba de completar seu centenário (fundação em 5 de junho de 1920) em meio à pandemia do Coronavirus.
A camisa foi um presente da própria diretoria de futebol, quando estivemos em Avaré visitando o Estádio da Avareense. Veja aqui como foi essa visita!
O time nasceu da fusão do Avaré Atlético Clube e do Atlético Clube Avareense e passou a ser figura importante no futebol amador da região.
Aqui, o time dos anos 40, que foram bem animados pro time:
Em 1942, jogou a 5a região ao lado do Cerqueira César FC, Piramboia FC (Anhembi), AA Sãomanuelense e o EC Bandeirantes de São Manuel, além da AA Botucatuense, do Bandeirante FC (Botucatu) e da Ferroviária de Botucatu que se classificou para a sequência do Campeonato.
Em 1943, jogou a 5a região ao lado do Cerqueira César FC, CA Lençoense, AA Sãomanuelense e o EC Bandeirantes de São Manuel, AE Laranjalense, além da AA Botucatuense e da Ferroviária de Botucatu que se classificou para a sequência do Campeonato.
Em 1944, jogou a 5a região ao lado do Cerqueira César FC, CA Lençoense, AA Sãomanuelense e o EC Bandeirantes de São Manuel, além da Ferroviária de Botucatu, que se classificaria para a sequência do Campeonato.
Em 1945, disputou a 5a região, ao lado do CA Lençoense, AA Sãomanuelense e o EC Bandeirantes de São Manuel, além da Ferroviária de Botucatu e a AA Botucatuense, que se classificaria para a sequência do Campeonato.
Em 1946, disputou a 4a zona ao lado dos times de Botucatu: Bandeirantes, Ferroviária e a AA Botucatuense, que se classificaria para a sequência do Campeonato.
E se os anos 40 foram animados, os anos 50 viram a AA Avareense passar a disputar o futebol profissional pela primeira vez em 1954, quando jogou a série A3.
Os anos 60 ainda viriam outras cinco edições do Campeonato Paulista da Série A3 (1961, 1962, 1963, 1964 e 1965).
Atualmente, o departamento de futebol do clube se dedica apenas a competições amadoras.
Aqui, um vídeo com algumas entrevistas com figuras históricas do time: