E aí está… O último post desse rolê que foi feito há quase 3 meses, lá no feriado de 7 de setembro de 2018.
Já no caminho de volta, e depois de percorrer 20 cidades e registrar seus estádios (Pirassununga, Descalvado, Santa Rita do Passa Quatro, Tambaú, Santa Rosa de Viterbo,Santa Cruz das Palmeiras,Vargem Grande do Sul, São José do Rio Pardo, Cajuru, Batatais,Orlândia, São Joaquim da Barra,Igarapava, Uberaba, Guaíra, Miguelópolis, Ituverava, Franca, Altinópolis e São Simão) foi a vez de conhecer a capital da Jabuticaba: Casa Branca!
Ruas desertas (afinal era um domingo pós feriado)….
Deu pra conhecer a antiga estação ferroviária…
O coreto central faz a memória voltar a outros tempos…
As construções de tempos atrás fazem parte da realidade do dia-a-dia atual:
E lá está uma das igrejas da cidade:
Olha que diferente essa parte da cidade, uma rua larga, arborizada, lembra até as cidades históricas de Minas Gerais.
E assim, caminhando pela cidade, chegamos ao nosso objetivo: o Estádio João dos Santos Meira:
É… faltou uma sinalização deixando claro o nome do estádio, mas…. Aí está! Pelo que eu pesquisei, a entrada do estádio foi reconstruída, e infelizmente não encontrei nenhuma imagem de como era antigamente…
O Estádio também chamado de “Estádio Municipal da Mogiana“, foi a casa do EC Mogiana (que não chegou a disputar nenhuma competição profissional) e também do Esporte Clube Corinthians de Casa Branca.
O EC Corinthians foi fundado em 7 de março de 1958 e disputou cinco edições do campeonato paulista da série A3 (de 1980 a 84) e disputou duas edições do campeonato paulista da quinta divisão (1978 e 79). Aqui, uma imagem do time juvenil, na década de 60:
Atualmente o clube participa apenas de competições de futebol amadoras. Pesquisando pela Internet, vi que é possível comprar uma réplica da camisa, clique aqui para fazê-lo:
Vamos adentrar e conhecer um pouco mais do estádio:
O estádio possui arquibancadas em uma das laterais (aparentemente também parecem novas):
Lá do outro lado, também existem dois lances menores de arquibancada ao lado do banco de reservas:
Esse é o gol do lado esquerdo:
Aqui, o gol da direita:
Essa é a arquibancada lateral. Poucos degraus, mas aparentemente foi refeita (cimento ainda tá claro).
Aqui, os bancos de reserva:
Ainda existe uma mini estrutura (aquelas duas casinhas a esquerda):
A molecada tava mandando uma disputa de penaltys na hora da nossa visita:
E com esse último olhar do estádio do EC Corinthians de Casa Branca, fechamos nosso rolê de independência.
21 cidades visitadas. Nem todas com estádios abertos à visitação, mas fizemos o possível para ao menos registrar algumas imagens.
Já temos novos assuntos pra postar por aqui, novos estádios, camisas e times… É só achar um tempo pra preparar todo esse material … Abraços!
Após tantos quilômetros, pontes, paisagens e rios, chegamos à penúltima cidade do nosso rolê…
Minha vó, Maria José, não se cansa de nos lembrar que nasceu numa noite chuvosa em uma fazenda de São Simão. Enquanto seu irmão ajudava no parto, seu pai viria a falecer, naquele mesmo instante, tentando livrar um animal que estava sendo eletrocutado por um fio que se soltara com a ventania. Nos dias que se seguiram, a desculpa para o estranho “sumiço” era que ele estaria jogando futebol em Ribeirão Preto. Mesmo com esta triste relação com nossa família, sempre quis conhecer a cidade e obviamente seu Estádio. Assim, bem vindo à São Simão!
Em São Simão vivem pouco mais de 14 mil pessoas, e embora as atividades agrícolas sejam muito importante para a cidade, também existe uma parte urbana bem bacana.
Tem um parque / bosque municipal bem cuidado…
E uma cidade bem interessante!
A cultura de se estar nas ruas ainda é forte no interior. Uma pena que os condomínios e milhares de prédios tenham tomado as ruas da maioria das pessoas nas grandes cidades… A elas restou os shoppings
Os diversos clubes (não só os de futebol) ainda resistem pelo interior, sendo importante rede social fora dos computadores e celulares.
A antiga estação de trem se transformou na rodoviária municipal.
Fora que as ruas de paralelepípedos e arborizados são um charme especial!
Mesmo as construções antigas despertam um monte de sentimento e um certo questionamento sobre o caminho que a sociedade tem seguido nas grandes cidades.
Até por isso, nós que nem somos religiosos, gostamos de fotografar as igrejas destas cidades.
Espero que a cidade ofereça um mínimo de condições de emprego e saúde pra quem vive lá, porque tudo isso que percebemos como “visitantes”, nem sempre se materializa numa boa condição de dia-a-dia.
Mas, deixando as divagações de lado, vamos para o motivo que nos levou até São Simão: o Estádio da Associação Esportiva São Simão.
Um estádio que não tem nome oficial, é apenas o Campo da Associação, na Av. Simão da Silva Teixeira, 1962 onde está também a graciosa sede do time.
O time a que nos referimos é a Associação Esportiva São Simão, fundada em 25 de janeiro de 1920.
A Associação Esportiva São Simão, também conhecida como “A hiena da Mogiana”disputou muitos amistosos e competições amadoras, como o Campeonato do Interior. Aqui, notícia de desafio ao Corinthians em 1957:
Graças a uma matéria da Globo local (vale assistir) sobre o time, consegui algumas fotos, aqui, o time de 1964:
Mas o time também se desafiou no Profissionalismo e jogou 6 edições do Campeonato Paulista de Futebol (em 1986, 91, 92 e 93 pela série A3, e 1988 e 89 pela 4ª divisão). Atualmente limita-se ao futebol amador, mas para quem quer saber como era a camisa do time, aí está ela com aqueles que fizeram história no time:
Voltemos ao presente e à nossa visita ao Estádio:
Mesmo assim, mantém um charmoso campo de futebol, muito bem cuidado! Vamos dar uma olhada:
Perceba que além de uma grande arquibancada lateral (com direito alguns lugares cobertos), o campo também possui mais um lance atrás do gol (que é onde estou):
Com tudo isso, o estádio chega a ter capacidade pra mais de 2 mil torcedores, mas infelizmente é muito difícil voltar a disputar uma competição oficial.
Aqui dá pra ver a área coberta com mais detalhes:
De lá, eu fiz as fotos do gol da direita (onde chega a arquibancada que eu citei):
O meio campo com as montanhas ao fundo (lá está o pequeno prédio que vimos na entrada):
E o gol da esquerda:
A cobertura é simples mas vale lembra que o estádio do meu Santo André nem isso tem atualmente e seguimos jogando a A2-2019.
A montanha ao fundo dá um charme ainda maior:
Hora de ir embora, com o orgulho de mais um objetivo atingido!
Vale citar outro time da cidade: a Associação Esportiva Quirinense.
A AE Quirinense foi fundada em 1934 graças ao espírito de companheirismo e solidariedade que se fez sentir com a chegada da Estrada de Ferro “São Paulo & Minas” no bairro de Bento Quirino.
A AE Quirinense tem sua própria sede e o Estádio Ovídio Carramaschi, também chamado de Estádio de Bento Quirino.
E assim, nos despedimos de São Simão e nos dirigimos para a última cidade deste rolê: Casa Branca, a capital da Jaboticaba!!!
Falta pouco para concluir esse rolê que aconteceu no feriado de 7 de setembro de 2018. Nossa missão era ir até Uberaba e voltar, registrando estádios nas diversas cidades que ficam no caminho.
Vivem cerca de 15 mil pessoas em Altinópolis, e a cidade diz produzir o melhor café do Brasil!
A cidade parece muito bem cuidada, tem até o tradicional pórtico de boas vindas!
Embora os bairros mantenham sua característica de cidade do interior, tranquilo e com pouco movimento, a cidade é cruzada por largas e arborizadas avenidas.
Nosso objetivo na cidade de Altinópolis era conhecer e registrar o Estádio Municipal Sileno Crivelente.
E aí estamos nós! Em mais um estádio desse interior tão futebolístico!
Uma bilheteria a mais registrada.
O Estádio Sileno Crivelente foi a casa do Altinópolis FC em suas disputas amadoras e em sua única aventura pelo profissional da Federação Paulista de Futebol, a terceira divisão de 1958.
O clube foi fundado em uma primeiro de maio, em 1917. E desde cedo, brilhou no amadorismo. Esse era o time de 1937:
Esse, o time de 1949, campeão Amador do interior do Estado de São Paulo:
E olha que vídeo sensacional sobre essa conquista:
Não encontrei nenhuma placa indicativa da inauguração do estádio, apenas uma de “condições de uso”.
Vamos dar uma olhada por dentro?
Demos sorte de estar rolando uma partida amadora (mas não era do Altinópolis FC).
Esse é o gol do lado esquerdo (pra quem olha da lateral principal):
Esse, o gol do lado direito (perceba a arquibancada lá atrás):
É bonito ver o distintivo do clube ainda nas paredes.
Esse é o lado “da arquibancada”:
E aqui está a própria arquibancada atrás do gol:
Aqui, uma vista de traz do gol, olha que linda a serra lá atrás:
Aqui, o pessoal que apoia o time local:
Olha que linda fonte, dentro do estádio.
Muito orgulho em estarmos presente em mais um templo do futebol paulista! E sigamos em frente!
Seguimos nossa aventura pelas estradas! Depois de passar por Pirassununga, Descalvado, Santa Rita do Passa Quatro, Tambaú, Santa Rosa de Viterbo,Santa Cruz das Palmeiras,Vargem Grande do Sul, São José do Rio Pardo, Cajuru, Batatais,Orlândia, São Joaquim da Barra,Igarapava, Uberaba, Guaíra, Miguelópolis e Ituverava agora chegamos à Franca!
Conhecer a cidade e o futebol local é um desejo antigo meu.
Toda a tradição do futebol da Francana aguçou ainda mais esse desejo, por isso decidimos passar a noite na cidade (até porque se vc está acompanhando toda a saga desse rolê, vai lembrar que chegamos à Ituverava já anoitecendo).
A cidade respira esporte. É muito legal ver os lambe-lambes convidando para os jogos da “feiticeira”.
E não só o futebol, o basquete local também é muito respeitado e incentivado, e tem um timaço!
Foi por causa de um jogo do Franca Basquetebol contra a equipe do Bauru (que se hospedou no mesmo hotel que a gente, lembrando uma outra viagem) que a partida entre Francana e Comercial, pela fase final de grupos, acabou sendo adiado para segunda feira… Ou seja, perdemos a partida
Mas, ainda existia o nosso desejo de conhecer o Estádio Municipal Doutor José Lancha Filho, casa da Associação Atlética Francana.
A Associação Atlética Francana foi fundada em 12 de outubro de 1912.
O primeiro Estádio da Francanca foi o campo da Bela Vista (também chamado de Nhô Chico), que teve suas arquibancadas inauguradas em 1947 (num amistoso contra o São Paulo) e utilizado nas disputas até 1969, quando foi construído o atual Estádio Municipal Dr. José Lancha Filho.
Essa é a entrada do “Nhô Chico“:
Aqui algumas fotos mostrando um pouco do campo no presente…
E no passado:
A partir de 1948, a AA Francana passou a disputar as competições profissionais da Federação.
A Francana foi Vice-campeã da série A2 em 1969 e 2002 e Vice campeão Série A3 de 1996.
Em 1977, obteve o acesso para o Campeonato Paulista ao sagrar-se campeã da Divisão Intermediária (a A2 da época).
Em 1982, foi rebaixada com o time abaixo:
Disputou o Campeonato Brasileiro de 1979, sendo eliminado na primeira fase.
Em 1997, chegou ao quadrangular final do Campeonato Brasileiro da Série C, terminando na 3ª colocação e perdendo o acesso à Série B do ano seguinte na última rodada.
Em 2015, a “Veterana” foi rebaixada para a Segunda Divisão de 2016, após terminar a Série A3 na lanterna.
Fomos até o Estádio Municipal Dr. José Lancha Filho, onde a Francana tem mandado seus jogos.
O estádio é mais conhecido por Lanchão. E marca aí mais uma bilheteria pra nossa conta!
O estádio fica bem localizado e é de fácil acesso.
O Estádio foi inaugurado em 1969.
Já teve capacidade para mais de 15 mil torcedores, mas atualmente não passa de pouco mais de 10 mil pessoas.
Essa é a entrada principal, para a torcida local.
Andando ao redor do estádio, temos a….
Entrada dos Visitantes! Do jeito que o diabo gosta hehehehe.
Uma pena que não conseguimos entrar, mas tudo bem, fica para uma próxima vez para podermos acompanhar a Francana! Ao menos, ta aí um pouco do entorno do estádio:
Pra quem ficou na vontade de saber mais, seguem algumas imagens do Facebook Oficial da Francana, mostrando o estádio lotado, nesses últimos jogos da série B de 2018:
É mesmo uma torcida apaixonada! Mas, dizemos um “até logo” esperando retornar em breve.
Enquanto isso, vamos conhecer o outro time da cidade que já disputou o profissional, o Palmeiras Futebol Clube!
O Palmeiras F.C. foi fundado em 25 de dezembro de 1917 e também representou a cidade de Franca no profissionalismo, em 16 participações.
Nasceu como Palestra Itália de Franca Futebol Clube logo transformou-se no “Palmeirinhas” (assim como os demais times que homenageavam a Itália, Alemanha e outros representantes do nazi fascismo na segunda guerra mundial), porém, desde 2010, voltou a se chamar oficialmente por Palestra Itália de Franca Futebol Clube.
Disputou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão em 47, 48, 49 e 1953, além da Terceira de 83 a 87 e de 91 a 1993, a Quarta de 1988 a 1990 e por fim, a Quinta Divisão em 1994.
Manda seus jogos no Estádio da Rua Santos Pereira, com capacidade para cerca de 1.000 torcedores.
A entrada é simplesmente linda! Parece que o mundo parou nos anos 20…
É sempre muito bom poder estar presente em um templo do futebol como este!
E pra não perder o trocadilho, em frente ao estádio do Palmeiras, existem… “palmeiras” plantadas…
Pudemos encontrar algumas fotos no site do Jogos Perdidos, como essa do time de 81:
Ou as do time de 84:
E que tal essa do time de 87:
Enfim, com tantas participações nas competições oficiais, e com tantos anos de vida, o Palmeiras FC é mesmo uma potência na região, e o mais importante: segue vivo, jogando as competições amadoras.
Vamos dar uma olhada no campo?
E nós aqui… pisando na grama do Palestra Itália de Franca!
Ao fundo a arquibancada coberta.
Linda, não?
O gol da esquerda (pra quem olha da arquibancada coberta):
O placar, ainda manual:
E se tem Palmeiras a frente do estádio, quem passa o dia sobrevoando o campo são os perequitos e maritacas.
Olha eles aí pousados em uma árvore, ao lado do campo:
Aqui, o gol da direita (olhando da arquibancada coberta):
Todo o estádio está repleto de detalhes, que as grandes arenas preferem ignorar…
Aqui dá pra se ter uma ideia melhor da arquibancada coberta:
Olha a placa oficializando a fundação do Palmeiras FC:
Aqui o meio campo:
Um último olhar, antes de seguir nossa viagem!
Não sem antes dizer um tchau pro pessoal que tava ali disputando uma partida de bocha!
Seguimos com a descrição do nosso rolê, que passou pelas cidades e estádios de Pirassununga, Descalvado, Santa Rita do Passa Quatro, Tambaú, Santa Rosa de Viterbo,Santa Cruz das Palmeiras,Vargem Grande do Sul, São José do Rio Pardo, Cajuru, Batatais,Orlândia, São Joaquim da Barra,Igarapava, Uberaba, Guaíra e Miguelópolis e agora chega à Ituverava!
A cidade abriga uma população de 41 mil pessoas.
Infelizmente chegamos tarde e já estava escurecendo…
Conseguimos apenas passar pelo Estádio do Complexo Esportivo Municipal, que não chegou a receber jogos pelas competições oficiais da Federação Paulista de Futebol…
A última brecha de sol…
Por sorte, o amigo Nagib Miguel Neto, conseguimos algumas fotos do campo, em tempos atrás, quando ele era secretário de Esportes.
Uma pena, pois deveremos voltar para registrar melhor a casa da Associação AtléticaItuveravense, o “Tigre do Ramal” (o apelido era porque o time ganhava todos os torneios que aconteciam nas cidades por onde passavam os trens da mogiana). Na torre da entrada do campo da A.A.I havia um desenho de um tigre, retirado nos anos de 1970.
A Associação Atlética Ituveravense foi fundada em 25 de janeiro de 1926.
Chegou a montar grandes esquadrões, com destaque para o time de 1966 que chegou à final da A3 do Campeonato Paulista contra a Internacional de Limeira.
Esse era o time de 1966:
Mas, a final só foi realizada em 1967, então vale destacar o time deste ano:
Pude conversar com o ex jogador Antonio Carlos Milano, o goleiro Tomires, da foto acima (que depois jogaria por outros times como o Comercial de Ribeirão Preto).
Existe uma controvérsia a respeito dos jogos e ainda não encontrei nenhum documento que me responda quem venceu o jogo de volta.
O que se sabe é que a Ituveravense venceu o jogo de ida, e no site da Federação, ambos os times são apresentados como campeões daquele ano, ganhando o direito de disputar a série A2 de 1967.
Resta confirmar quem venceu o segundo jogo. Seo Tomires (o goleiro daquela partida) garante que eles venceram os dois jogos, enquanto a Inter cita na campanha do título uma incrível virada no segundo jogo.
Para a Ituveravense disputar a série A2 de 1967, o Estádio da Rua Victor Venerando da Fonseca, precisava ser ampliado para no mínimo 15 mil pessoas (quase a população da cidade na época).
E embora tenham tentado, o máximo que o “campo da Ituveravense” chegou foi à capacidade dos atuais 6 mil pessoas e assim, o time acabou se licenciando do Campeonato Paulista.
O amigo Nagib conseguiu mandar mais umas fotos desse belo estádio também:
O time voltaria a disputar a terceirona em 86 e 87 (antes disso já havia disputado de 1961 a 66), e a quarta divisão em 89, 90 e 91, sendo essa sua última participação no futebol profissional.
Aqui, o time que jogava o amador, com nome de Ituverava EC, em 1947:
Esse o time de 1963:
Aqui, a Ituveravense de 1964:
Essa é de data desconhecida:
A de 1968:
Atualmente o time segue disputando as competições amadoras na Liga Brodowskiana de Futebol.
Foi no clube da Ituveravense onde o nadador medalhista olímpico Gustavo Borges iniciou sua carreira.
Essa é sua sede:
As cerca de 20 mil pessoas que vivem em Miguelópolis tem na agricultura e nos serviços decorrentes sua principal riqueza.
Ainda dá pra encontrar o pessoal tranquilo, curtindo o feriado sentado na calçada, sem a agitação que estamos acostumados aqui no ABC.
Mas, quando falamos de futebol, a agitação é a mesma!
E por isso, vamos mostrar um pouco do Estádio Waldemar de Freitas.
Acreditávamos que o estádio fora a casa do Miguelópolis FC na sua única participação em competições oficiais da Federação Paulista, em 1964, pela quarta divisão, conforme descrita pelo Livro “125 anos de História – A enciclopédia do futebol paulista“.
O mesmo livro cita o time como Associação Esportiva Miguelópolis.
O time havia participado de edições do Campeonato Amador do Interior, como mostra a Gazeta Esportiva de 1958:
Aqui o grupo do time em 1964:
Voltemos assim para o Estádio Waldemar de Freitas!
O Estádio estava fechado e o dia acabando…
Já estava me conformando em só registrar a parte externa do estádio.
Ao menos dava pra ver uma placa celebrativa. Mas ela só me deixou em dúvida. A placa não diz se é sobre a inauguração, mas sua data é de 1982… O que me leva a perguntar se existiu um outro estádio na época do profissionalismo, ou se a placa é apenas de alguma reforma…
Conversei com um ex jogador que fez parte do time que jogou a terceira divisão, chamado Fábio Ribeiro (tio do amigo Paulo) e ele confirmou que não foi neste estádio que o Miguelópolis mandou suas partidas. E mais, ele garante que o time que jogou era mesmo o Miguelópolis FC e não a AE Miguelópolis.
Estávamos quase indo embora quando cruzamos com o amigo Valdomiro Pinheiro que mora literalmente colado ao estádio, e adivinhe onde o quintal da casa dele termina…
Assim, após cruzar a casa do Valdomiro…
E assim, tendo o sol como companheiro, adentramos ao Estádio Waldemar de Freitas.
O belo gramado mesmo no gol é para poucos…
Ao fundo a arquibancada coberta.
O alambrado cerca o campo todo!
As árvores atrás do gol completam o charme local!
Não existem arquibancadas nas laterais, além da coberta.
E assim, mais um capítulo da nossa aventura chega ao fim, graças ao amigo Valdomiro.
Depois de visitar terras mineiras, onde acompanhamos até uma partida da segunda divisão (confira aqui como foi), chegou a vez de registrar o Estádio de Guaíra.
Para chegar lá, voltamos por uma outra estrada, e cruzamos o rio Grande por um lugar diferente de onde havíamos chegado.
Guaíra é um município que faz limite com o Estado de Minas Gerais. Sua população atual está em torno de 43 mil pessoas.
Antes chamada de Nuporanga, o atual nome “Guaíra” é um topônimo que pode ser traduzido como “Águas correntes”. Olha que linda imagem do rio Sapucaí que passa pela cidade:
Olha aí a Igreja Matriz São Sebastião:
Uma esquina da pacata cidade…
E… aí está ele! O Estádio Municipal José Zuquim Nogueira.
Mais uma importante meta atingida pelo nosso blog!
O estádio fica numa rua sem saída, e a entrada estava fechada
A cidade de Guaíra teve dois times disputando as competições oficiais da Federação Paulista, o primeiro deles o Guaíra Esporte Clube.
O time foi fundado em 1961 e disputou a quarta divisão em 1964 e 1965.
O segundo time foi a Associação Atlética Guaraiense.
A Guairense foi fundado em 16 de junho de 1969, depois da extinção do Guaíra EC e em 1973, o time estreia na terceira divisão.
Sagrou-se campeão paulista da terceira divisão em 1976.
Em 1994 e 1995, disputou a Quarta Divisão licenciando-se do futebol profissional.
Vamos então conhecer o estádio?
Taí, numa tarde de sol que quase não deixa ver a bela arquibancada numerada.
Agora ficou melhor…
O Estádio Municipal José Zuquim Nogueira tem capacidade para 5 mil torcedores.
Foi inaugurado em 1976, em um amistoso entre São Paulo e Corinthians.
Achei essa foto no “Templos do Futebol“:
Aqui o gol da entrada (aquela mesma que estava fechada):
Mais uma olhada na linda arquibancada coberta.
O gol do “fundo”:
O placar segue funcionando:
A entrada, vista por dentro:
A arquibancada de cimento, que já viu a torcida local gritar “É campeão!!!”:
E com mais este registro, é hora de ir embora!!!
Igarapava significa “Porto de canoas”, e era um dos locais onde os bandeirantes faziam suas paradas rumo às minas dos índios goiazes.
Atualmente, cerca de 32 mil pessoas vivem nestas terras, onde outrora viveram os bandeirantes Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera), João Leite da Silva Ortiz e o capitão Anselmo Ferreira de Barcelos, entre outras figuras da sangrenta história paulista.
Outrora chamada de Comarca de Santa Rita do Paraíso, em 1906, foi elevada à categoria de município e em 1907 teve seu nome mudado para Igarapava.
A cidade tem o orgulho de possuir a Usina Hidrelétrica de Igarapava, no Rio Grande, na divisa entre SP e MG.
Olha ali onde ficam a cidade e a própria usina:
Fomos até Igarapava conhecer o Estádio Garibaldi Pereira, casa do Igarapava EC!
A fachada do estádio não possui mais nenhuma identificação
Uma pena… A casa do alvi rubro Igarapava Esporte Clube merecia maior reconhecimento já que recebeu vários times do estado de São Paulo, desde a fundação do time em 21 de agosto de 1919.
Assim como muitos times do interior, o IgarapavaEC encontra-se afastado das competições oficiais.
Como todo time do futebol paulista, o Igarapava EC começou no amador, principalmente no Campeonato do Interior. Aqui, matéria de 1948:
Mas sua história é muito rica; participou em 11 edições das divisões de acesso do Campeonato Paulista, pela 3ª divisão (de 1961 a 1964, 1976, 1980 e 1986), pela 4ª divisão (de 1977 a 1979) e pela 5ª divisão em 1994.
Aqui, o Diário da Noite de 1962, declarava que o Igarapava EC faria parte da Segunda Divisão, o terceiro nível do futebol àquela época:
Este era o time de 1962:
Olha aí o esquadrão já nos anos 90:
E cá estamos nós, rodeando o estádio em busca de um lugar para fotografá-lo, mas os muros parecem inimigos…
A menos que… Sim, a famosa escada do seo Osvaldo nos salvou mais uma vez e garantiu o nosso registro!
O Estádio Garibaldi Pereira perdeu mais do que a presença dos torcedores em disputas profissionais… Sua arquibancada coberta já não está assim tãããão coberta…
A arquibancada ao fundo do gol de entrada lembra um pouco o eco estádio em Curitiba.
Mas o campo está bem cuidado, mesmo enfrentando um longo período sem chuvas.
A arquibancada lateral é o bom e velho cimentão, dando ao estádio a capacidade para 4 mil torcedores.
Aqui, o outro gol, ao fundo, onde não há arquibancada.
Enfim, mais uma missão cumprida!
Hora de voltar para a estrada, mas antes, um rápido passeio por dentro da cidade…
A cidade serve de residência par acerca de 50 mil pessoas atualmente e nos surpreendeu com a infraestrutura que pudemos ver!
Desde ruas largas e arborizadas, até o comércio local, forte e ativo!
Mesmo tão desenvolvida, a cidade ainda guarda a calma das tradicionais cidades do interior.
O motivo da nossa visita à cidade é o São Joaquim Futebol Clube!
O São Joaquim FC foi fundado em 20 de abril de 1920, sendo assim um clube centenário (na época de nossa visita já existiam algumas homenagens aparecendo por lá)!
O time desafiou a distância da capital e disputou 5 edições do Campeonato Paulista: 1949 e 1950 na A2, 1993 na A3 e 1994 e 1995 na atualmente extinta quinta divisão. Esse era o time de 1948 no dia em que o São Paulo FC foi até São Joaquim disputar um amistoso com o “Espigão” (apelido do time local) para inaugurar um novo espaço do Estádio:
Segundo a Gazeta Esportiva, em 1955, o Espigão contratou o zagueiro Blanco, do River Plate!
Mais notícias de 1955:
O time despediu-se do profissionalismo com o título da Quinta divisão de 1995.
Esse era o time campeão:
Um fato curioso é que o time foi abandonado pelo patrocinador no meio do campeonato e os jogadores decidiram seguir, tendo como única fonte de renda a bilheteria e patrocínios pontuais:
Aqui, o time presente em Aparecida contra o Aparecida EC: Aqui a camisa de recordação do título!
Em 2011, foi realizado um jogo beneficente entre o São Joaquim Futebol Clube (com os jogadores campeões em 1995) contra a equipe Master do Corinthians Paulista.
O clube tem uma série de brindes e materiais comemorativos, como essa caneca:
O futebol nasceu na cidade no início do século XX (em 1915), e em 1920, o futebol da cidade se uniu para fundar o São Joaquim Futebol Club (S.J.F.C.). Em 1961, o time muda de endereço deixando o campo na esquina da Rua Voluntário Geraldo com a Rua Goiás. Essa era a fachada da época:
E assim, começava a surgir o atual Estádio Dr. José Ribeiro Fortes!
Essa é a entrada do estádio atualmente:
E mais uma vez estamos aí pra registrar parte desta linda história!
E o clube social possui uma entrada própria também.
Entrando por lá, existem distintivos do time por toda a parte.
E também no muro que margeia o clube.
Lá dentro, nota-se um trabalho de marketing que nem os grandes clubes da capital conseguem fazer.
Mas, viemos para ver o estádio, que tal uma volta por lá?
E assim, finalmente conhecemos mais um templo do futebol paulista!
O estádio Dr. José Ribeiro Fortes é quase impensável! Ou inacreditável… Um estádio tão bacana e tão grande… Merecia ter um time de volta ao campeonato!
O banco de reservas segue ali! Mesmo antigo, provavelmente atenderia às expectativas do futebol.
Com tantas arquibancadas ao seu redor, o estádio possui capacidade para cerca de 12 mil pessoas.
São arquibancadas de cimento, no melhor estilo old school, com uns 12 degraus.
Ali ao fundo, fica o clube.
Aqui, uma visão do meio campo para quem está na arquibancada.
Aqui, o gol do lado direito:
E aqui, o lado esquerdo:
Aqui ficava a identificação do estádio, bem no centro do campo.
Olha como era esse lugar em 1995, no ano do título de campeão paulista da série B:
E olha como a torcida lotava as arquibancadas do estádio:
Uma curiosidade é que não existem lugares cobertos no estádio.
Importante citar o outro time da cidade, a Associação Atlética Joaquinense (AAJ).
Fundada em 3 de fevereiro de 1942, a AA Joaquinense não chegou a disputar competições profissionais mas manteve seu time em atividade por décadas e ainda possui sua sede e ginásio na cidade:
A AA Joaquinense era chamada de o “time da baixada”.
A cidade viveu dias de glória com o futebol e o futsal. Mas, nem mesmo com muita reza na Paróquia São José, as coisas se sustentaram
A cidade de Orlândia fazia parte de Batatais até 1890, e sua história tem muito a ver com a produção agrícola da cidade e com o fato da Cia Mogiana de Estradas de Ferro permitirem seu escoamento para outros mercados.
A cidade foi planejada para colaborar com a circulação dentro dela, por isso, existem várias avenidas largas, nem sempre comuns nas cidades do interior.
E é possível encontrar diversas lembranças arquitetônicas do passado da cidade!
E aí você se pergunta: Por que estávamos em Orlândia? Simples, por causa da Associação Atlética Orlândia.
A Associação Atlética Orlândia foi fundada em 5 de Maio de 1920 e mandava os seus jogos no Estádio Municipal Virgílio Ferreira Jorge, o “Virgilhão”.
Essa já não é a atual cara da entrada do estádio (e aí começamos a desenrolar a triste história do futebol local). Se você for até lá hoje, encontrará a seguinte imagem:
Pois é, já não tem a placa indicando o nome do Estádio e nem sequer uma entrada… Está tudo bem fechado. E o motivo? R$ 3 milhões de motivos… Que fizeram o terreno ser agora da propriedade do Grupo Colorado.
Pra quem não conhece a história de sucesso do time local, vale lembrar que a AA Orlândia disputou 27 Campeonatos Paulistas entre a A2 (de 1949 a 52, 1967, 1969, de 1971 a 74, 1976, de 1982 a 84 e 1986). E pela terceirona, foram 11 disputas (de 1961 a 66 e depois de 1977 a 1981).
Um pouco do registro fotográfico desses times encontra-se em fotos aqui e acolá distribuídas pela Internet, a começar por um time da década de 60 (que tinha no gol, Carlão, que jogou aqui no Santo André, também):
Olha o Carlão em uma bela imagem da época:
Essas são do site do Milton Neves, da seção “Que fim levou”. O jogador em destaque é José Augusto Lopes da Silva, o Zé Augusto (ou Guto).
É , a AA Orlândia tem mesmo um passado glorioso, com destaque para o título do Torneio Matheus Marinelli, de 1982 e o título de 1994, da Quinta Divisão (campanha abaixo):
O campeonato foi decidido em um hexagonal final e a AA Orlânidia sagrou-se campeã!
Mas, seu presente é uma lacuna…
Logo após o título de 1994, o clube se licenciou e hoje, o estádio aguarda o início de sua demolição… Que tal uma espiada?
Ao fotografar o lado externo fomos orientados por um morador que evitasse demonstrar muito interesse, porque segundo ele, a Polícia Militar e a segurança privada do local costumava ser um tanto rígida ao não permitir qualquer registro sobre o local.
Respeitamos o conselho e obviamente não adentramos à área do estádio, agora particular, mas pelo menos as fotos da bilheteria, foram feitas!
Decidimos dar uma volta ao redor do quarteirão para ver se ao menos alguma fresta permitiria um registro mínimo da parte interna do estádio.
E encontramos! Um furo no portão permitiu trazer luz a um dos campos mais misteriosos da atualidade. Ele segue lá! Mas… E aquele ônibus?? O que faz lá?
A arquibancada coberta resiste, como que implorando uma segunda chance…
Encontrei uma foto que parece ser dessa mesma arquibancada, alguns anos atrás:
Aqui, uma imagem do gol:
E consegui fazer uma foto dos fundos da arquibancada coberta.
Ainda encontrei algumas imagens da parte de dentro do Estádio Municipal Virgílio Ferreira Jorge:
Mas o registro mais marcante é o que foi feito pelo artista Nuno Ramos, em sua performance “Placar final”, de 2007, que parecia antever um triste futuro da cidade, enterrando o futebol profissional…
E além disso, contamos com a ajuda dos nossos amigos que seguem acompanhando o blog, e graças ao Naressi, torcedor do CAP (Pirassununguense) da Malucos do Vale, conseguimos algumas imagens internas:
Acho que mesmo sem conseguirmos entrar, deu pra ter uma ideia da grandiosidade do estádio e sua importância pro futebol local.
Uma última olhada via buraco…
Ah, e pra quem se pergunta por quê a tristeza também no futsal, é que o time que outrora teve Falcão como principal jogador / embaixador, acabou vendo o final dessa parceria deixando a cidade órfã.