Localizada na Serra da Mantiqueira, a pouco mais de 60km da capital, Piracaia tem se tornado um importante ponto turístico de São Paulo graças a sua estrutura geral, suas cachoeiras e a represa:
Vale ressaltar que a Igreja Matriz de Santo Antonio da Cachoeira, de 1891, também leva diversos turistas à cidade, porque no seu teto estão pintados os rostos de todos os Papas de São Pedro até Francisco.
Além disso, a cidade tem vários pontos que mantém a arquitetura do início do século XX (e talvez de fins do século XIX):
Oficialmente, Piracaia foi fundada em 9 de novembro de 1817, como um bairro de Nazaré Paulista, mas como todas as cidades deste chamado “Brasil”, existia vida antes da chegada dos europeus, e em memória dos indígenas um dos principais folclores da cidade é o “Caiapó de Piracaia”, desde a década de 1910, um evento envolvendo homens e mulheres, com lanças, arcos e flechas. Não sei até que ponto este ato se conecta às origens indígenas da cidade, mas…. Vale citar, certo?
O futebol chegou à cidade na década de 1910, com Eduardo Silva Pinto que trouxe da capital a primeira bola e, junto de outros rapazes (entre eles Agripino Herdade, que doou o terreno para a construção do campo, dando nome ao Estádio), fundaram o Piracaia FC em 13 de junho de 1913, na época como “União Athletica Piracaiense”.
Logo uma reunião decidiu pelo nome que segue até os dias de hoje: Piracaia Futebol Clube (PFC).
Em 2013, completou seu primeiro centenário e teve uma série de ações comemorativas.
Assim, lá fomos nós conhecer o Estádio Agripino Herdade, inaugurado em um empate por 2×2 contra o São João Futebol Clube, de Atibaia.
Em 17 de junho de 1917, ocorre a primeira partida contra o Bragança FC, que antes do surgimento do Bragantino, seria um grande rival local do Piracaia FC.
Na década de 20, partidas contra adversários locais como a AA América fizeram a cidade se apaixonar pelo esporte!
Já nos anos 30, o time “extra” do CA Bragantino enfrentou o Piracaia FC e goleou por 5×0, em 1931. Em 1933, na inauguração do Estádio das Pedras (o atual Estádio Nabi Abi Chedid) o time principal do Piracaia FC enfrentou o segundo quadro do Bragantino na partida preliminar e acabou derrotado por 2×1.
O primeiro embate entre os times principais do Piracaia FC e do Bragantino ocorreu apenas em 1940 e terminou em um emocionante 2×1 para o time de Bragança que jogava em casa.
Em 1946, o Piracaia FC recebeu em seu estádio o Bragança FC mas o fator casa não ajudou: 4×1 para os visitantes.
Em 1948, o Piracaia FC debita no Campeonato Amador do Estado no grupo do setor 7 ao lado do Bragantino, AA Cetebê (atual GE Atibaiense) e São João FC de Atibaia, AA Socorrense e União AC de Socorro e o time sagra-se campeão do grupo, vencendo o Bragantino fora de casa por 4×1!
Além de bater um bolão em campo, a Gazeta Esportiva daquele ano descreveu um pouco do lado “briguento” do quadro local:
Com o resultado, o Piracaia FC passa a ser chamado de “Fantasma da Bragantina“, alcunha que se encontra descrita até hoje em seu estádio!
Em 1949, a Gazeta trouxe um outro amistoso entre o Piracaia FC e o Laborterapica FC (campeão da LEC):
Nos anos 50, mais uma vez faz história ao participar do Campeonato Amador do Estado de 1955, terminando o grupo como vice-campeão metendo um 6×3 no outro time de Bragança (o Ferroviários AC) que foi o grande campeão. Esse time foi registrado nas páginas da Gazeta Esportiva:
A Gazeta Esportiva noticiou um amistoso contra o EC Internacional de Campo Limpo:
Em 1958, mais uma disputa do Campeonato do Interior:
Em 1962, o Piracaia FC sagrou-se campeão da Liga Bragantina de Futebol enfrentando Ferroviários AC, Legionário EC, São Lourenço EC, o time de amadores do CA Bragantino, Pinhalzinho FC, Tuiuti FC e Domínio FC de Piracaia.
De lá pra cá, muita coisa mudou na sociedade e também no futebol, mas o time segue atuando em competições amadoras exibindo com orgulho a camisa alvi rubra do Piracaia FC
Após essa breve recordação sobre o time, vamos voltar ao seu lindo estádio!
Ah, isso aí na entrada é um matadouro! 🙁 Que triste um lugar assim tão perto do estádio…
Essa é a parte de dentro do portal de entrada do estádio.
Mas vamos entrar e conhecer melhor o campo!
Vamos ver o campo de jogo!
Aqui, o meio campo:
Gol da esquerda (por onde entramos):
O estádio possui arquibancadas também lá do outro lado, na lateral do campo:
Gol da direita onde está o pórtico de entrada em frente o matadouro.
Os bancos de reserva:
O estádio possui algumas estruturas dentro dele, que servem de bar e de espaço pra curtir uma sombra!
E no andar de cima do portão de entrada o pessoal tava fazendo aquela tradicional reunião pra definir ações futuras.
Vale reforçar o visual ao redor do estádio…
Hora de se despedir de mais um templo do futebol, sempre na torcida para que esses times sigam existindo e disputando campeonatos!
29 de janeiro de 2023… Hora de pegar a Fernão Dias rumo a Bragança Paulista para acompanhar a 5ª rodada do Paulistão 2023.
Vale a pena lembrar quem foi a figura que dá nome a esta estrada, mas vou deixar pro Eduardo Bueno resumir pra você:
Bem vindo a Bragança Paulista!
Um lugar bonito e aparentemente muito legal pra se viver e que tem no lago do Taboão seu ponto de encontro e diversão!
Mas a noite de sábado deixava em segundo plano essa lindo lago e todas as demais opções da cidade para concentrar as atenções no antigo Estádio Marcelo Stéfani, atual Estádio Nabi Abi Chedid.
A partida era importante para os dois times, afinal esse Campeonato Paulista 2023 está maluco!
Como o jogo só era a noite, ainda curtimos o dia na cidade vizinha de Socorro…
Também fomos ao campo do Ferroviários AC, um dos maiores campeões do Amador do Estado e que em breve ganhará um post aqui!
Mas, voltemos ao nosso jogo, no Estádio onde o Red Bull Bragantino manda seus jogos, o Estádio Nabi Abi Chedid. Já estivemos lá pra conhecê-lo e também pra registrar o estádio do Legionários (veja aqui como foi)….
Lá estavam os apaixonados pelo Ramalhão!
Sei que boa parte dos que lêem estas porcas & parcas linhas também torcem pra equipes como o Santo André (ou seja, fora dos chamados “4 grandes”), mas vale a pena sempre reforçar como é emocionante vivenciar ano após ano a arquibancada com os amigos que tem esse sentimento.
Mas mesmo o mais confiante deles não poderia acreditar na noite que viveríamos…
Os times entram em campo, e curiosamente a torcida local comparece em pequeno número… A chuva deve ter desencorajado boa parte deles, mas mesmo assim, parece que as coisas não andam tão bem para os lados do RedBull Bragantino…
No primeiro tempo, o goleiro do Santo André, Lucas Frigeri defendeu o gol próximo a nós, e fez uma partidaça, diga-se de passagem!
As torcidas organizadas chegaram. A Fúria…
E a Esquadrão…
Que posicionaram suas faixas em dois lados do espaço destinado à nossa torcida, mas que se uniram para apoiar em uma só voz o EC Santo André!
E com elas começou a cantoria do lado Ramalhino…. Cante conoso: “San – Toan – Dréééééé“…
A torcida do RedBull Bragantino pode não ter comparecido em grande numero, mas estava lá!
Também com duas organizadas, mas aí sim, separadas geograficamente, uma atrás do gol:
E outra na lateral:
Quem nos acompanhou também foi a chuva (e ali ao fundo, a polícia… num número até alto para o tamanho do jogo).
Como era de se esperar, jogando em seus domínios, o RedBull Bragantino partiu para cima, com ímpeto de abrir o marcador.
Mas o Santo André também levou perigo!
Jogo tenso… O juiz teve bastante trabalho, os dois times morderam o tempo todo!
Os torcedores que não foram ao jogo ouviram a transmissão pela rádio local, e o narrador estava animado, dizendo que o gol do time local era uma questão de tempo. Será? O futebol é mesmo indecifrável!
E na bancada a ideia era cantar o tempo todo… Então, canta aí: Ramalhão eô!Ramalhão eô! Ramalhão eô!
O RedBull Bragantino apertava mas não convertia em gol as jogadas criadas… E o Ramalhão conseguiu levar o 0x0 para o intervalo!
Na volta, a torcida do Santo André parece ter empolgado e simplesmente não parou de cantar um único minuto, mesmo levando um sufoco…
Será a turma do Santo André ali nas cabines?
Vale ressaltar que o estádio é bem bonito, uma pena a torcida local não ter comparecido em peso pra deixar o clima ainda mais legal…
O RedBull Bragantino dominou ainda mais o segundo tempo, mas uma jogada fora do lance, do jogador Jadsom que aparentemente se descontrolou e deu uma porrada no zagueiro do Santo André acabou resultando na expulsão do atleta e mudou a cara do jogo.
O Santo André começou a contra atacar (mesmo antes da expulsão já tinha feito isso em pelo menos 3 vezes) e levar perigo ao RedBull Bragantino.
E se o 0x0 já estava bom, um penalty a favor do Ramalhão transformou a noite em um verdadeiro sonho!!
Festa na bancada!
Até os mascotes do RedBull Bragantino desanimaram com o gol kkkkk….
Foi só aguentar a pressão até o juizão terminar o jogo…
Muitas alterações ajudaram o tempo a passar mais rápido e ao mesmo tempo dar uma “cozinhada” no jogo.
Fim de jogo! Hora da festa!
Se a viagem em si já tinha valido a pena, a vitória acabou tornando a noite perfeita!
Uma das primeiras cidades que visitamos para fotografar estádios foi Valinhos, láááá em 2008, mas… naquele dia, nada deu certo…
Não conseguimos autorização para entrar nos campos, não fizemos nenhum registro legal e por isso, programamos um retorno algum dia. Quase 15 anos depois, finalmente voltamos à cidade!
A região de Valinhos como todo o Brasil foi território indígena e é impressionante como existe pouca informação sobre as etnias que a ocupavam antes da chegada dos europeus… Se você tiver alguma informação sobre isso, por favor envie e eu complemento este post.
A história da formação da atual cidade de Valinhos nasce das trilhas que ligavam Jundiaí a Goiás e que fez surgir uma parada junto ao ribeirão Pinheiros. O lugar exato ninguém sabe dizer, mas acredita-se que fica na região do atual bairro da Capuava. A pousada teria existido por quase cem anos!
No início do século XIX é a vez do café chegar até a região que para atender às necessidades logísticas fez surgir a Companhia Paulista de Estradas de Ferro com um trem que ia de Valinhos para Jundiaí. E essa estação “dos Vallinhos” deu origem ao centro urbano da cidade (Foto de 1908 da revista o Malho / APHV.):
A ferrovia ampliou a população de Valinhos trazendo imigrantes europeus, para substituir a mão de obra escrava. A sequência desenvolvimentista foi o surgimento de indústrias. Em 1896, a vila de Valinhos foi elevada à categoria de Distrito de Paz, e em 1953 a município.
Os trilhos ainda cortam a cidade, e existem planos reais para que a ferrovia volte a fazer parte da realidade!
Importante ressaltar a produção de Figo Roxo, que é um dos principais produtos da cidade, junto da Goiaba. Se você curte frutas e festas, não deixe de participar da Festa do Figo (clique aqui e veja mais)!
E quando falamos de futebol, temos 5 times que fizeram história na cidade, e vamos recordar um pouco da história de cada um deles!
Começando com o mais antigo, falemos do Clube Atlético Valinhense, fundado em 20 de setembro de 1925, em um bar na Rua 7 de Setembro, em frente ao antigo Cine Paz.
Inicialmente, o time se chamava Sport Club Valinhense e teve seu primeiro campo na Rua Senador Feijó, construído em 1926, em um mutirão.
Como o local do campo (onde atualmente está a Unilever) era próximo a um brejo e alagava com frequência, em 1928 construíram um novo campo, onde hoje está a Igreja da Vila Santana. Neste ano, se filiou à Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) e disputou o Campeonato do Interior, jogando o grupo da 3a região:
Em 1938, novas mudanças: agora seu nome passa a ser Clube Atlético Valinhensee comprou um novo terreno (onde está a rodoviária atualmente), que se tornou a casa do CAV por mais 25 anos.
Entre 1945 e 1949, o CA Valinhense conquistou o tetracampeonato do Campeonato Regional Amador da Liga Campineira. Aqui, o time de 1945 (fonte: site )
Em 1949, fez uma partida contra o time amador do Guarani pela 1a divisão da Liga Campineira de Futebol.
O time que sairia campeão desta competição!
A notícia do campeonato em 1950, o time foi bicampeão da Liga Campineira. Surgia o apelido do time “Esquadrão Fantasma”.
Em 1951, disputou um jogo treino com o São Paulo e perdeu por 6×0.
E também jogou com o Palmeiras!
O grande momento viria ainda em 1951, com a estreia do CA Valinhense no futebol profissional, disputando a 2ª divisão e com uma campanha mediana:
Em 1952, mais uma disputa da 2ª divisão.
Fica sem jogar em 1953, e em 1954 volta na 3ª divisão:
Em 1955, mais uma disputa da terceira divisão.
Aqui, uma foto do estádio em 1955:
Em 1957, um amistoso contra o Palmeiras marcou o aniversário do CAV (6×1 pro alviverde paulistano).
Em 1964, foi feito um pedido de desapropriação da área a mando da prefeitura, levando o CA Valinhense a uma nova mudança para a Avenida Onze de Agosto, seu endereço atual, inaugurado em 1970 e fomos registrar o clube!
Um olhar na entrada do clube:
Vamos conhecer a parte interna do estádio:
O atual estádio possui iluminação e um belo gramado. Aqui o meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
O distintivo do clube ao fundo do gol dá uma charme ainda maior ao campo:
O banco de reservas:
A visão de traz do gol:
Sabemos que dificilmente o CA Valinhense voltará às disputas profissionais, mas sonhar… não custa, até porque a cidade não para de crescer e merece uma participação!
Falemos então do segundo time mais antigo da cidade, a Associação Desportiva Classista Rigesa, fundada em 23 de setembro de 1943.
A Associação Desportiva Classista Rigesa nasceu pela MWV Rigesa, empresa norte-americana produtora de papel, e até por isso seu primeiro nome era Papelão Futebol Clube.
O time se tornou conhecido ao ser vice campeão do amador de Interior em 1951.
Com essa conquista, mudou o nome para Rigesa Esporte Clube, em 1952. Aqui, o time no estádio do EC Mogiana:
Aqui, no próprio campo do Rigesa!
Em 1954 fez sua estreia no futebol profissional, disputando a 3a divisão junto do CA Valinhense e o time estreou com uma incrível campanha na primeira fase.
Na segunda fase, ficou em 4o lugar não chegando nas finais.
Em 1955, disputou um amistoso contra a Ponte Preta!
Em 1955 e 56, terminou a 1a fase em 4o lugar, em 1957 e 58, terminou em último do seu grupo e em 1959, em sua última participação na terceira divisão novamente em 4o lugar, não se classificando à segunda fase em nenhum desses campeonatos.
Em 1960, disputa a quarta divisão e se classifica em segundo lugar na primeira fase:
Na segunda fase, acabou em 3o, fora das finais.
O time ficou de fora dos profissionais por 6 anos, e voltou à 3a divisão em 1967 para enfim despedir-se do futebol profissional:
Time de 1977 que sagrou-se campeão do campeonato amador do interior:
Em 1979, mudou de nome novamente, para Associação Desportiva Classista Rigesa mas se afastou de competições profissionais de futebol.
Entre os anos de 1978 e 1981, o time teve como goleiro o (futuro) jornaista Flávio Gomes como goleiro das categorias de base. Aqui, ele – o primeiro à esquerda- no time de 1981:
Em 2015, o WestRock, grupo dono da Rigesa, encerrou as atividades do clube. Em 2017, a venda do espólio da ADC Rigesa foi debatida em plenário na Câmara de Valinhos, mas ao que parece ainda não se concretizou, e antes que isso aconteça, estivemos no Estádio para registrá-lo
Essa é a entrada do Estádio que além do campo, possuía outros equipamentos esportivos (até uma piscina!)
Por sorte ou por conta do destino, o estádio estava aberto e com um treino do time de futebol americano do Guarani de Campinas e assim pudemos registrar essa histórica arquibancada.
Olha como ela ficava nos dias de jogo:
Dá uma olhada como o espaço é lindo!
Aqui, o meio campo:
Gol do lado esquerdo
Gol do lado direito:
E lá vem o trem!!!
Aparentemente, o estádio passou por mudanças, será que esses bancos estavam aí antes? Mesmo assim, bateu um grande saudosismo de estar aí…
E pelas fotos, também existiam arquibancadas nos demais lados do campo.
Atualmente, nenhum dos lados possui arquibancada.
Olha aí a piscina que eu falei:
E a bocha!
Mais um estádio importante do futebol paulista registrado!
Falemos do terceiro time a surgir na cidade e que chegaria ao futebol profissional: a União Valinhense de Esportes, fundada em 1968.
O União Valinhense disputou no ano seguinte (1969) o campeonato paulista da terceira divisão (que equivalia ao quarto nível do futebol estadual aquele ano) pela primeira e única vez.
Depois dessa participação, o clube foi extinto. E alguns anos depois, em 7 de maio de 1972 surge o EC União Bom Retiro, fundado da fusão entre duas tradicionais equipes locais: Ribeiro e Concordia e seu nome homenageia o bairro onde ficava (Bom Retiro).
Em 1976, construiu o Estádio Eugênio Francischini com capacidade para 5 mil torcedores e que foi reaberto recentemente depois de anos fechado (atualmente é um equipamento público da prefeitura de Valinhos).
Olha aí o meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
O estádio não tem uma fachada na entrada que o identifique… Mas tem uma boa estrutura por estar sendo utilizado para os projetos da prefeitura e para o futebol local. Tem uma cobertura na área superior que oferece bom conforto.
Arquibancada colorida e lá ao fundo vê se o ginásio que também faz parte do complexo esportivo da Prefeitura.
Possui arquibancadas ao fundo do gol também!
Em 1986, o EC União Bom Retiro filia-se à Federação Paulista de Futebol e estreia nas competições disputando a Terceira Divisão daquele ano, terminando em último lugar.
Em 1987, mais uma péssima campanha, terminando em último lugar 🙁
Em 1988, o time surpreende e faz uma incrível campanha na primeira fase, classificando-se como vice campeão!
Na segunda fase, um ponto o afastou da classificação para a 3a fase:
Em 1989, mais uma boa primeira fase, terminando na terceira posição e se classificando…
E passou os 6 jogos da segunda fase sem perder nenhuma partida!
Faltava uma só fase para chegar a final, mas dessa vez duas derrotas terminaram com o sonho do União Bom Retiro.
Em 1990, não disputa, retornando em 1991 em uma campanha bem ruim…
Em 1992 e 93, novamente campanhas ruins e em busca de novo ânimo, em 1994 altera seu nome para Valinhos Futebol Clube (imagem abaixo do site escudos Gino).
Infelizmente a FPF reformulou as divisões dos campeonatos e o Valinhos FC faz sua estreia na Quinta Divisão, de 1994 e embora o time tenha feito uma boa campanha acabou desclassificado da próxima fase por não ter um estádio que atendesse às demandas da Federação Paulista.
Disputa a sexta divisão em 1995, com uma campanha mediana sem se classificar para a fase seguinte. E finalmente chegamos a 1996, e uma campanha incrível levou o Valinhos FC ao quadrangular final. Campanha do primeiro turno:
A classificação após o primeiro turno:
A campanha e classificação no segundo turno:
E no quadrangular final, uma vitória na última rodada contra o Velo Clube deu o título ao Valinhos FC!
Mas o título que poderia dar ainda mais ânimo ao Valinhos FC acabou sendo um tiro no pé… A Federação alegou que o seu estádio não atendia as exigências e impediu o seu acesso. Após esta trapalhada, o Valinhos FC se licenciou e desde então segue no amadorismo, mas infelizmente não conseguimos pegar um jogo deles…
Aí o banco de reservas:
Aqui, duas placas identificando o estádio e demonstrando suas reformas.
Apertem os cintos, o piloto do destino sumiu. A noite de 4a feira 11 de janeiro é pra ficar guardada na memória da torcida ramalhina, independente dos próximos resultados.
Vamos começar do final: 3×0. Classificados em primeiro lugar, uma noite de gala feita por esses meninos: Gabriel Cabral; Leonardo, Henrique Cayres (Gabriel Silva), Renan Veltri (Rodrigo Canovas) e Lucas Serrano (Lucas Jesus); Caio Roger, Jhonatas (Marcos Vinicius), Pato e Bruninho; Cledson e Gabriel Ferreira (Rodrigo Fuzil), dirigidos por Ari Mantovani.
O que mais pedir pra um time de futebol? Que goleie um dos chamados “grandes” do futebol paulista? Feito! Que comemore com a torcida? Feito! Que peça pra tremular o bandeirão em pleno campo? Feito!
Em um momento tão difícil do nosso país com os atos terroristas que envergonharam a todos, me fez muito bem poder estar em um evento público, gratuito, que reuniu tanta gente… As vezes faz bem se permitir certas doses de felicidade…
Pra quem não conhece o Estádio Bruno José Daniel, vale reforçar que a torcida do Santo André é formada por diferentes grupos: são 3 organizadas (TUDA + Fúria + Esquadrão), um bom número de torcedores “autônomos” que só torcem pro Ramalhão e em jogos como esse da copinha, aparecem os tradicionais “turistas”, que serão sempre bem vindos, mas que não tem necessariamente uma grande ligação com o time.
De qualquer forma… o estádio estava cheio!
Tão cheio que os muros em torno do estádio se transformaram em um outro anel de arquibancada.
E teve bandeirão, teve festa…
Teve bandeira de mastro…
E teve um baile dos ramalhinhos em cima do Santos.
O pessoal da Esquadrão agora fica na lateral da entrada do estádio.
A torcida do Santos, óbvio, também merece grande destaque, mesmo com o placar adverso, se fizeram presentes do início ao fim.
Com tanta gente, os portões do estádio foram fechados e muita gente teve que acompanhar a partida de cima do muro…
Agora é a hora de conhecer um pouco da história do futebol em João Ramalho e o Estádio João Boim!
A cidade nasceu de um “desmembramento” de Quatá.
Após a chegada dos bandeirantes na região e a expulsão dos indígenas, ainda no século XIX, a partir dos anos 1920, alguns grandes proprietários de terra construíram as primeiras casas. Com a chegada da Estação ferroviária à região, em 1916, ainda sob o nome de “Santo Ignácio” a cidade passou a receber muitos moradores.
Em 1935, foi elevado a distrito, e em 1959 a município, mas a oficialização só ocorreria em 1961, porque Quatá não aceitou a emancipação e entrou com um recurso, que demorou 2 anos para ser julgado.
O nome da cidade (João Ramalho) é uma homenagem a uma figura muito importante na história do Brasil e cheia de controvérsias. Ninguém sabe oficialmente como nem quando João Ramalho chegou ao Brasil, e embora tenha vivido com indígenas tupiniquim, acabou envolvido diretamente na escravização de tribos inimigas transformando São Vicente em um ponto de tráfico de escravizados conhecido mundialmente no século XVI.
Sabendo da proximidade dele com a nossa história, em 2020 fomos até sua cidade natal, Vouzela, registrar um pouco da história do futebol veja aqui como foi!
Atualmente, a cidade possui cerca de 5 mil habitantes e mantém as tradicionais casas feitas em madeira que tanto caracterizam as cidades que surgiram ao lado das ferrovias.
Não havíamos planejado passar pela cidade, porque nosso cronograma estava super apertado e já era o dia de retornar a Santo André, mas, o time que representa a cidade havia sido campeão regional de futebol amador da liga de Tupã e assim, classificou-se para o campeonato amador do estado, ou seja… Não podíamos perder a oportunidade…
Assim, lá fomos nós conhecer a casa do João Ramalho Futebol Clube! Esse era o distintivo antigo do time:
E este, com o brasão da cidade, é o que está sendo utilizado atualmente:
O João Ramalho FC ainda teve um outro distintivo antes, quando foi campeão do Amador Interestadual de Palmital-SP:
Nestas fotos, perceba que o time do João Ramalho usa o distintivo antigo e tem a camisa similar ao do tricolor paulista:
E este achado incrível: o cartão de identidade de atleta de Domingos Boim, que foi prefeito da cidade:
Além de uma série de partidas amistosas e campeonatos locais, o João Ramalho FC jogou o Campeonato do Interior. Aqui, imagem da Gazeta Esportiva de 1956 do setor 44:
O Quatá FC , grande rival do João Ramalho FC sagrou-se campeão do setor.
Jogou também o Campeonato Amador de 1958, disputando o setor 33, segundo a Gazeta Esportiva de 13 de junho de 1958:
Enquanto isso, vamos curtir as fotos dos times do passado.
Em 2022, o time do João Ramalho FC sagrou-se ainda campeão da Copa Intermunicipal 2022.
Aqui, o Campeonato Amador Regional, da liga de Tupã:
Walef Donegá (auxiliar técnico) e Maicon Ribeiro (Técnico) levantam a taça de campeão:
E aqui, o elenco que jogou o Campeonato amador do estado de 2022:
Aqui, no jogo contra o New Boys, de Piracicaba:
Outra formaç˜ão recente do time:
O João Ramalho Futebol Clube manda seus jogos no Estádio Municipal João Boim e com tanta história, não podíamos deixar de conhecer!
Em um primeiro momento, achei que só conseguiríamos registrar do lado de fora…
Pelo menos dava pra ver a sala de troféus do time!
O estádio possui até umas plantas decorativas. Lá ao fundo a arquibancada!
Mas, com os deuses do futebol ao nosso lado, acabamos conseguindo adentrar ao Estádio João Boim!
Aqui podemos ver o gol da esquerda, e um pouco do banco de reservas:
O gol da direita (onde está a entrada do estádio) e o banco de reservas correspondente:
O meio campo e as torres de iluminação:
Veja o detalhe do banco de reservas e também como é próximo para assistir aos jogos no Estádio João Boim:
Agora é a hora de conhecer um pouco da história do futebol em Martinópolis e o Estádio Coronel João Gomes Martins!
Mais uma cidade do oeste paulista que foi criada afugentando os indígenas que ali residiam e abrindo espaço em meio a densa floresta, seja para a agricultura ou para as residências dos que chegavam em busca de uma vida melhor.
Como toda aquela terra “não tinha dono”, em meados do século XIX, José Teodoro de Souza e Francisco de Paula Moraes se tornaram proprietários de enormes extensões. Logo, muitos imigrantes (em especial os japoneses) chegaram para trabalhar no agronegócio.
Em 1930, na Cachoeira do Rio Laranja Doce foi construída a Usina Hidrelétrica considerada a “avó” das usinas existentes nos rios Paranapanema e Paraná.
Em paralelo, a Estrada de Ferro Sorocabana inaugurou a estação local em 1917, que colaborou para a chegada de cada vez mais pessoas. Era o casamento perfeito entre café e ferrovia. (Foto do site Estações Ferroviárias):
Na década de 20 foi construída a Paróquia Santa Bibiana.
Como o agro era muito forte na região, foi natural ver o futebol surgir dentro das fazendas, como o Fazenda Capão Bonito, o FAC, dos anos 40 e que se fez conhecido por disputar campeonatos e jogos com times de outras fazendas e de cidades próximas e que tinha como padrinho o “coronel” João Gomes Martins. O uniforme ostentava na camiseta do uniforme um ramo de café com grãos vermelhos. Olha aí a galera da fazenda reunida em uma foto disponível na Fanpage Museu Virtual de Martinópolis (as demais fotos dos times posados também são desta fanpage):
Se você se interessa por futebol da região, precisa conhecer o site Osmardeamigos, vale a pena conhecer! Outro que surgiu na agricultura foi o time da Fazenda Laranja Doce:
No final dos anos 30, surgiu uma nova potência no futebol local: o Martins Futebol Clube.
O time mandava seus jogos no campo ao lado da Cerâmica Martins (atual bairro Jardim Pioneiro) e se apresentou na festa de emancipação do município, em 29 de janeiro de 1939. Em 1942, o Martins EC disputa o Campeonato do Interior, jogando o grupo da 11a região:
Em 15 de fevereiro de 1944 seria refundado como Martins Esporte Clube.
Em 1947, o Martins Esporte Clube joga novamente o Campeonato Paulista do Interior.
Aqui,o time de 1948:
Alguns atletas do time:
Martins EC, campeão amador regional em 1961.
Time de 1962:
Time do fim dos anos 70:
MEC de 1975:
Martins Esporte Clube, em 1988.
A equipe mais recente, em 2005.
Ainda nos anos 40, foi fundado o Operário FC:
O Operário FC disputou o Campeonato do Interior de 1944:
Outro importante time que existe em Martinópolis é a Associação Martinopolense de Esportes Atléticos (AMEA), fundado em 26 de novembro de 1946, do antigo time Operário FC e que logo se tornou rival do Martins Esporte Clube.
O time da AMEA na Vila Alegrete, década de 1960.
Time da AMEA em 1966.
A cidade teria ainda o time “Pimenta“, que surgiu nos anos 50, por funcionários da empresa Martins Pimenta.
O Pimenta tinha como grande rival o Esporte Clube Vasco da Gama, fundado em 1950. Outro time importante é o Bocafogo Atlético Clube, fundado em 1975 por Lourival Fagundes Odilon, o Buzza, proprietário de um famoso bar próximo da estação da Fepasa. O campo do Bocafogo se localiza no Jardim O Pioneiro. Aqui, o time nos anos 90:
O Teçaindá Esporte Clube foi fundado em 3 de novembro de 1955.
Outras equipes como a da Fazenda Swift, Fazenda Junqueira, Vila Escócia, Vila Martins, e de bairros rurais como o Jacaré fizeram história também, mas nenhuma teve tanta visibilidade quanto o Clube Atlético Martinópolis.
O CA Martinópolis foi fundado em 1º de janeiro de 1942, e nasceu como um verdadeiro selecionado de jogadores do Martins EC e pela AMEA. Além de muitos Campeonatos amadores, o CA Martinópolis entrou pra história ao colocar a cidade nos campeonatos profissionais da Federação Paulista, disputando a 4a divisão em 1966. E a boa surpresa é que o time se classificou para a segunda fase.
Na 2a fase, o time se juntou a outras 4 equipes para jogar a “4a série”, e o time acabou em terceiro lugar, uma posição intermediária, mas que colocou fim no campeonato de estreia do time.
Em 1967, o time até se preparou para disputar o campeonato, mas acabou desistindo antes do campeonato. Mas o CA Martnópolis já havia entrado pra história! E toda essa história do futebol da cidade, inicialmente aconteceu em campos bem amadores, mas nos anos 30, Martinópolis ganhou um estádio bastante importante para o futebol local: o Estádio Coronel João Gomes Martins, que fica na Rua Antônio J. Senteio.
A área do Estádio foi doada por João Gomes Martins Filho.
Olha a vista aérea do campo (também do site Osmardeamigos):
E aqui, um olhar do seu belo gramado:
E essas deliciosas mangas esperando amadurecerem…
A bilheteria do estádio ainda está lá…
Atrás do gol, existe um pequeno lance de arquibancadas.
Aqui o meio campo:
Na lateral do campo, também há uma pequena arquibancada:
Como não conseguimos entrar no campo, só conseguimos algumas parcas imagens feitas do lado de fora:
Agora é a hora de conhecer um pouco da história do futebol em Indiana dos seus dois estádios: Estádio Municipal Amadeu Poleto e o Estádio Capitão Whitaker!
Até 1906, as bacias do Rio Feio, Rio do Peixe, Santo Anastácio e o baixo Paranapanema, apareciam nos mapas de São Paulo como “zona desconhecida” e o Governo definiu que era hora de habitar essas terras.
O território onde hoje está Indiana foi ocupado por muito tempo por indígenas (Kaingangues, Guaicurus e Xavantes, entre outros) em tamanha quantidade que acabou originando o nome da cidade. Mesmo lutando, por muito tempo, para manter suas terras, acabaram expulsos para o interior do país ou quase dizimados.
A construção de uma estrada que ligava São Paulo ao Mato Grosso do Sul foi essencial para esta ocupação e foi liderada pelo Capitão Francisco Whitaker (que dá nome a um dos estádios de Indiana), que é considerado um dos fundadores do Município junto do Coronel Arthur de Aguiar Diederichsen e Alonso Junqueira.
Indiana passou a Município em 24 de dezembro de 1948, e atualmente vivem ali quase 5 mil pessoas.
Uma imagem dos anos 20 da cidade:
Atualmente, a cidade cresceu mas mantém um ar bucólico…
Inicialmente achei que nossa missão se resumiria ao Estádio Municipal Amadeu Poleto e já me preocupei em vê-lo fechado…
Do alto do muro deu pra ver um pouco da parte interna do estádio:
Mas graças a uma obra que ocorria no campo, conseguimos entrar no estádio e registrar o campo!!
Olha aí a arquibancada rubro amarela!
Não era um cataclisma nuclear, era apenas o sol da manhã!
Agora um registro em vídeo da parte interna:
Mas… Se o Estádio Amadeu Poleto é de 1995… Onde então jogou o CAI, Clube Atlético Indiana e demais clubes da cidade nas décadas de 40, 50.. ??
Descobrimos pesquisando que nos anos 50, o point do futebol na cidade era o Estádio Capitão Whitaker!
Por sorte, antes de sair da cidade passamos pelo Estádio e ainda sem saber de sua história e importância, decidimos fazer alguns registros:
Aí está sua entrada na rua homônima:
Ali está o gol esquerdo, percebe-se que um alambrado simples protege o campo como um todo:
O meio campo revela um pedaço mal cuidado do gramado:
E o gol da direita, sem grandes detalhes.
Ao menos, a arquibancada coberta do Estádio Capitão Whitaker segue por lá…
O nome, como dito anteriormente, é uma homenagem ao Capitão Francisco Guilherme de Aguiar Whitaker, um dos responsáveis pela fundação da cidade.
O Estádio abrigava os jogos dos primeiros times da cidade: o Formiga Esporte Clube, fundado em 1938, e que passa a se chamar 9 de Julho Esporte Clube a partir de 1944.
Mas o mais conhecido time da cidade é o Clube Atlético Indianense, o CAI, fundado em 23 de setembro de 1947.
O time ainda disputa o futebol amador e usa uma versão mais moderna do distintivo:
Aqui, o time do CAI (Clube Atlético Indiana) de 1949, nesta época o time disputou o Campeonato do Interior.
Aqui, o time dos veteranos:
Partida contra a AA Bernadense em 1955:
Esse era o seu grupo no paulista amador de 1956:
Time do CAI de 1958:
O CAI acabou extinto na década de 70.
Mas recentemente voltou a existir nas disputas amadoras:
Olha aí o novo uniforme do veteranos:
Além disso, houve um time fundado pelos ferroviários da cidade em 1948: a Ferroviária, e no ano seguinte, no distrito rural de Sete Copas, surgiu em 1949 o Sete Copas Futebol Clube, que segue ativo no amadorismo.
Já no caminho de volta pra casa, fomos conhecer um pouco da história do futebol em Álvares Machado e do Estádio do Paulista e é o que veremos neste post!
Álvares Machado é uma pequena cidade que está praticamente colada a Presidente Prudente com uma população de pouco mais de 25 mil pessoas.
Como todas as cidades do oeste paulista, a história de Álvares Machado começa com a ocupação indígena que ocorria há muito tempo e que viu o seu fim com a chegada dos bandeirantes. Aquela área selvagem, rodeada pela floresta do Vale do Paranapanema com seus córregos e ribeirões foi aos poucos vendo a chegada das novas famílias, expulsando (muitas vezes matando) os indígenas locais, que reagiram com bravura, mas não foram capazes de brecar este movimento.
Considera-se o fundador de Álvares Machado, Manuel Francisco de Oliveira, que chegou ao local, na época conhecido como Brejão, comprando terras da viúva de Manuel Pereira Goulart e construindo sua casa. Aos poucos o local passou a atrair outros moradores.
Em 1919, a Estrada de Ferro Sorocabana chegou à região, com a estação ferroviária de Brejão que mudaria de nome para Álvares Machado. Foto do site Estações Ferroviárias:
O futebol na cidade se iniciou com a criação do Paulista Futebol Clube em 1943. Distintivo do site Escudos Gino:
Esse é o time de 1943:
Em 1944, disputa o Campeonato Paulista do Interior na 17ª região, ao lado do rival local EC Bandeirantes. O grupo tem como campeã a AA Venceslauense.
Em 1945 mais uma disputa e o campeão do grupo foi o FADA:
Em 1946, não disputa o Campeonato do interior, mas no ano seguinte, em 1947, sagra-se campeão do seu grupo (o setor 22):
O Paulista FC enfrenta então os campeões da Zona 5, e a AA Botucatuense sai vitoriosa classificando-se para a próxima fase e chegando até a final do campeonato, da qual o Rio Pardo FC sagrou-se campeão!
Também disputou o Campeonato amador de 1950.
No site Osmardeamigos encontra-se essa foto do time de 1973:
Aqui, o time de 74:
Fiquei um pouco decepcionado por chegar ao estádio e ver que o tempo foi impiedoso com ele… A começar pela sinalização que foi apagada pelo tempo e pelas reformas.
Pelo Google Maps ainda encontrei uma imagem que mostrava o nome do time nos muros do local, diferente da realidade atual.
Navegando pelo Facebook encontrei essa imagem interna que mostra uma estrutura com toda a identificação do time.
E também uma imagem interna do campo.
Além do Paulista e do já citado Bandeirantes, nos anos 70 ainda existiu o time do Estudantes:
Nos anos 80 ainda havia o Machado Atlético Clube, o MAC que jogava no Campo Municipal do Paulista. Nessa foto, dá pra ver que existia uma arquibancada coberta lá:
E destaque também para o time do Avaí:
Nos dias atuais, sequer conseguimos entrar no campo, e só deu pra registrar o campo lá de fora.
Já no caminho de volta, vamos conhecer um pouco da história do futebol em Presidente Bernardes e do Estádio Dr Arthur Ramos e Silva Jr, a casa da AA Bernardense.
Presidente Bernardes foi o nome dado à antiga povoação de Guarucaia, em homenagem às árvores desta família que existiam por ali, e receberia o apelido de “cidade amizade” décadas depois.
Assim como as demais cidades do oeste paulista, os indígenas residentes na região foram surpreendidos com a chegada dos bandeirantes e acabaram mortos, expulsos ou dominados, expulsando de suas terras de origem e pondo um fim ao sistema de vida que existia até então.
O ato final dessa verdadeira guerra ocorre em 1º de novembro de 1919, com a inauguração da Estação de Trem da cidade. Foto da estação em 2016, do site Estaçoes Ferroviárias:
Junte-se ao cenário a chegada da igreja..
Embora nenhum time da cidade tenha participado de competições profissionais, um deles chegou bem perto disso: a Associação Atlética Bernardense, “O Leão da Alta Sorocabana”, fundada em 1º de maio de 1944.
Muitas das informações para este post eu li no site Osmardeamigos, vale a pena visitá-lo. Esse é o mascote da AA Bernardense:
A Associação Atlética Bernardense se tornou uma bastante conhecida nos campeonatos de Futebol Amador do Estado de São Paulo, como em 1956, sendo campeã do setor:
Ou em 1957, quando fez várias partidas para se preparar para o Campeonato:
Neste ano, um segundo time de Presidente Bernardes esteve nas disputas: o Ponte PretaEC.
Nas décadas de 60 e 70 disputou muitos amistosos com times que participavam de competições profissionais, de equipes locais como a Prudentina, até potencias do interior como o XV de Piracicaba, da capital como o Juventus e até equipes de outros estados como o Olaria e Operário de Campo Grande. Esse foi o time de 1960:
Em 1974, se tornou vice campeã do amador do estado.
Aqui, o time da Associação Atlética Bernardense de 1977, Campeão Amador Regional:
Aqui, a Associação Atlética Bernardense de 1978.
Aqui, o time de 1980:
Em 2005, a AA Bernardense terminou em 3º lugar no Campeonato Amador Regional.
O primeiro campo da Bernardense era localizado na Vila São Vicente, onde atualmente está localizada a Casa da Lavoura, mas graças a Arthur Ramos e Silva Júnior, que doou um terreno no bairro Village, surgiu o novo estádio, construído através de um mutirão, por isso, o Estádio leva seu nome.
Primeiro, fomos conhecer a entrada da sede social da AA Bernardense:
Na mesma rua, mais acima, está a entrada do Estádio Dr. Arthur Ramos e Silva Jr.
Inicialmente achamos que não seria possível entrar o campo, como se as imagens por cima do muro fossem ser tudo o que iríamos conseguir…
Mas…. o portão estava aberto permitindo o nosso registro:
O gol do lado esquerdo:
O do lado direito:
E o meio campo:
Ao fundo uma estrutura que dá suporte nos dias de jogo:
Ali, um espaço onde seria a entrada tradicional:
E um registro oficial da nossa presença em mais um lindo estádio do interior paulista!
Vale ressaltar que atualmente a cidade possui também o Estádio Municipal Manoel Inácio Cavalcante. Imagem do Google Maps da rua Dr Arthur Falcone:
Sigamos a estrada, feche a porteira depois de passar e vamos em frente!
Já no caminho de volta, vamos conhecer um pouco da história do futebol em Santo Anastácio, e do Estádio José Spaus da Silva, o antigo Estádio da Vila Lunardi.
Então não perca a saída da Raposo e entre no trevo!
Santo Anastácio está na região oeste do estado com uma população de cerca de 25 mil pessoas e ainda guarda um pouco da tranquilidade comum no interior.
A região foi ocupada por séculos por indígenas GuaranisKaiowás, Xavantes e Kaingangues que foram exterminados ou expulsos para as áreas ainda mais ao interior ocupando as matas virgens do Vale até chegar ao Mato Grosso do Sul.
A soma Agricultura (café e cana) + estrada de ferro impulsionou uma nova ocupação à região por brasileiros e muitos imigrantes.
Como era comum, as terras pertenciam a poucas pessoas, que logo passaram a vender lotes na área rural que davam direito a um lote na parte central, desenvolvendo a cidade ao mesmo tempo que a área rural crescia.
O povoado foi crescendo de forma planejada, com ruas e avenidas largas, passou a ser conhecida como “Vai e Vem”
Quando elevado à vila em 1921 por Washington Luís, passou a denominar-se distrito de paz de Santo Anastácio.
Em 1925 o distrito foi elevado à cidade e foi erguida a Paróquia Santo Anastácio.
Mas… Lembre que a nossa religião é o futebol, e que nosso objetivo em Santo Anastácio era conhecer e registrar o “Estadio Municipal José Spaus da Silva“, antigo “Estádio da Vila Lunardi“.
O futebol em Santo Anastácio se iniciou na década de 20, em um campo, que ficava na área onde está hoje o Grupo Escolar Enrico Bertoni. Como fonte desse post, utilizei algumas informações do incrível site Osmar de amigos. O primeiro time importante surgiu em 1929: a Associaçao Atlética Anastaciana, com sede na Avenida Dom Pedro II.
O time teve uma história curta, encerrando suas atividades em 1936, mas fez história nas disputas locais, incentivando o surgimento de outros times na cidade.
Em 1930, o time realizou um derbi contra um time de Ferroviários locais (décadas depois surgiria o União Ferroviária Anastaciana).
O segundo time a fazer história na cidade, seria fundado em 10 de maio de 1940: o FADA Futebol Clube. Encontrei dois distintivos do clube:
O nome do time é uma sigla que significa “Federação Anastaciana de Desportos Atléticos“, mas a Federação Paulista de Futebol, não topou alegando que não poderia existir outra “Federação”. Daí surge a ideia de nomear o time como “Fada Futebol Clube“. Esse é o time de 1940:
Depois de partidas amistosas com times locais, estreou no Campeonato do Interior em 1942:
Não disputa em 1943, voltando em 44 (a AA Venceslauense sairia campeã do grupo):
Em 1945, o FADA foi campeão do seu grupo, derrotando a Associação Atlética Venceslauense por 7 a 1. Mas pegou a Ferroviária de Assis no mata mata, perdendo em Assis por 4×0 e vencendo em Santo Anastácio por 1×0, sendo eliminado.
Em 1946 o FADA conquistou mais uma vez a sua zona no Campeonato Amador Regional, ao empatar com o Palmeiras em Presidente Prudente por 2×2. Infelizmente na segunda fase (um quadrangular), perdeu a vaga para a AA Botucatuense.
Em 1947, o FADA não consegue se classificar, perdendo a vaga para o Paulista FC de Álvares Machado.
Esse foi o time que disputou o Amador daquele ano:
Em 1950, o FADA conquista mais uma vez o grupo do Campeonato Amador Regional vencendo na final o XV de Novembro, também de Santo Anastácio por 3 a 1. Após várias eliminatórias, o FADA alcança a fase final com o Candidomotense, Ourinhense, Pirajuí FC, Saltense e o campeão América de Ibitinga.
Este foi o time de 1951:
Em 1952 conquistou mais uma vez o título do grupo do Campeonato Amador Regional. Em 1954, uma campanha mediana, mas em 1955, o FADA aceita um novo desafio: disputar a 3ª Divisão do Campeonato Paulista.
É sem dúvida o maior momento do time, mesmo terminando o campeonato com uma campanha fraca. O FADA volta a disputar o Campeonato Amador conquistando o título do seu setor outras vezes. A Fanpage Esporte Totaltrouxe esta foto de 1963:
Em 1966 encerra suas aventuras no mundo do futebol sagrando-se campeão da região mais uma vez, como um presente de despedida para os anastacianos.
Após 12 anos de pausa, o Fada Futebol Clube tentou voltar ao mundo do futebol, disputando a quinta divisão do Campeonato Paulista de 1978.
O amigo Wesley Paula postou em sua página do Facebook esta foto incrível da camisa do FADA FC:
Na sequência dos times, em 1948, foi a vez do XV de Novembro aparecer. Aqui, uma foto do time em 1954:
Em 1952, surge o União Ferroviária Anastaciana, o “UFA“.
Além das disputas amadoras e vários derbis, em 1957 disputou a 3a divisão do Campeonato Paulista:
Em 1958 foi convidada a disputar a segunda divisão, mas não aceitou e pediu pra jogar a terceira e … acabou sem divisão kkk
Em 1954, é a vez do Grêmio Esportivo Casemiro de Abreu aparecer. Aqui, o time de 1956:
E se todos esses times tiveram uma história tão bonita, foi graças a este pedaço de chão que segue lá…
Se antes o Estádio era conhecido como Estádio da Vila Lunardi, desde1972 (segundo a placa no próprio estádio) o nome oficial é Estádio Municipa;l José Spaus da Silva.
O estádio preserva dois lances de arquibancadas na lateral do estádio, sendo uma delas coberta.
Do outro lado, se não há arquibancada, ao menos o “desenho do estádio” parece pronto para isso.
E aí, uma visão atrás do gol:
Vamos dar uma olhada no campo:
Olha a arquibancada vista de dentro do campo:
E a arquibancada descoberta ao lado dela:
E ali a entrada do estádio, de onde eu fiz as fotos iniciais:
Faltou contar uma parte importante da nossa ligação com a cidade: foi em Santo Anastácio que meu pai nasceu, então por mais que ele nem tenha nenhuma recordação da cidade, seria nesse campo que ele teria jogado e torcido!
Olha aí o placar manual:
Até o banco de reservas segue por lá com seu charme:
Até a polícia tem seu espaço ali…
O gol do fundo do estádio…
Que essas arquibancadas tenham a energia que merecem seja no futebol profissional ou amador!
Tem até um espaço para a imprensa ali no meio das arquibancadas:
O estádio é muito bonito e parece ter “brotado” em meio à natureza…
Um último olhar…
Hora de ir embora com a certeza de mais uma missão cumprida!