Sábado, 24 de agosto de 2024.
A Série B do Campeonato Paulista (atualmente equivalente à 5ª divisão estadual) chega em sua fase decisiva, onde conheceremos os dois times que sobem para a Série A4 de 2025.
Um deles sairá deste encontro!

Então, bem vindos ao Estádio Dr. Jayme Cintra, em Jundiaí para este incrível embate!

O inverno de 2024 está sendo marcado por grandes temperaturas, que somadas a um longo período de seca, originaram uma assustadora onda de incêndios pelo interior paulista, como mostra a foto do Portal A hora da notícia:

Sendo assim, nem deu pra reclamar da milagrosa chuva que caiu no fim da tarde, que ajudou a diminuir a tragédia, mas que acabou nos obrigando a assistir à partida nas cadeiras cobertas e não na arquibancada…

O jogo aconteceu no incrível Estádio Dr. Jayme Cintra, caso queira saber mais sobre ele, leia este post onde falamos também sobre os demais times profissionais de Jundiaí (Hydecroft Foot-Ball Club, Jundiaí FC, Clube São João, Corinthians Jundiaiense, Paulistano, AA Ipiranga, AE Promeca e o próprio Paulista).

Em campo duas equipes centenárias, com grande tradição, sendo que o Paulista tem como grande momento em sua história a conquista da Copa do Brasil de 2005 e a consequente disputa da Libertadores de 2006.

Relembre o jogo com o River Plate:
Já a Inter de Bebedouro, se orgulha de ser o segundo time paulista mais antigo ainda em atividade, mas vive uma realidade um pouco abaixo daquela do time jundiaiense, se fazendo presente nos níveis intermediários do Campeonato Paulista.
Além disso, possui o incrível Estádio Sócrates Stamato. Veja aqui nosso post sobre ele, quando estivemos por lá em 2021 e fizemos fotos como essa:

Voltando ao Estádio Dr Jayme Cintra, a casa do galo, importante citar que mesmo estando na 5ª divisão estadual, o Estádio segue muito bem cuidado, cheio de detalhes que reforçam a identidade do time!

Ah, e tem também um lindo espaço para a Loja Oficial do time:

A companhia para esta partida não podia ser melhor: o amigo Daniel lá mesmo de Jundiaí, que eu não encontrava há mais de 10 anos!

Do lado visitante, o pessoal de Bebedouro se fez presente com a Torcida Sangue do Lobo!


Em campo, os segundos que antecedem o início da partida são dedicados à concentração e união dos dois times!


Sente o clima do começo do jogo no Estádio…
Insanidade total…
Enquanto rolava a queima de fogos e a torcida em loucura, o time visitante desencanou da festa e meteu 1×0 a menos de um minuto…
Por sorte (para os torcedores locais), o gol acabou anulado.
Sim, a torcida do Paulista comprou a ideia de participar da decisão e com certeza só não foi maior por conta da chuva que caiu bem na hora do jogo.

Foram 2.555 torcedores, e a grande maioria apoiando o Paulista!

Teve fumaça colorida para homenagear o tricolor de Jundiaí!

Com a chuva, as cadeiras cobertas receberam também um bom público!




Será que mesmo nessa atual fase, disputando a 5ª divisão, vêm aí uma nova geração de torcedores do Paulista? Esses 4 aí mostram que sim!

Até porque sabemos da importância de manter esse amor entre torcida e time sempre presente…

Em campo, um jogo diferente de muito atrevimento de ambos os times!

Tanto que depois do gol da Inter anulado logo no começo do jogo, aos 13 minutos foi a vez do bandeira anular um gol do Paulista, de Vinícius Souza.

A Inter ainda perderia duas grandes chances que esquentaram ainda mais o jogo… Teve até momentos de empurra empurra entre os atletas…

Mas o Paulista sabia da importância da vitória nesta partida… E após um cruzamento, a bola lançada bateu na mão da defesa da Inter.
É penalty!

Vinicius Souza cobrou bem e fez o gol que decretaria o resultado final da partida!
Olha aí o artilheiro da partida, em foto da Rebeca Reis/Agência Paulistão:

Veio o intervalo e era a vez de conhecermos a culinária local do Estádio Dr Jayme Cintra…

Destaque para os churros que fariam dona Florinda morrer de inveja e te ajudam a engordar como o Nhonho kkkk

A volta ao segundo tempo trouxe um jogo mais parelho e brigado e com menos finalizações reais…

Da arquibancada, a GAMOR seguia fazendo barulho para apoiar…

A Raça Tricolor também fez sua parte…

Até o povo das cobertas mandava seu apoio!

Mas em campo, ambos os times lutavam com grandeza!


A partida foi encaminhando-se para o seu final e a torcida do Paulista ainda teve tempo para fazer iluminar a arquibancada com seus celulares:

Mais do que o escanteio, o vídeo abaixo é pra ilustrar como são sinalizadas as substituições do Paulista, literalmente com o galo cantando após a narração informar os atletas que entram e saem:
A turma mais próxima do campo começa a aumentar…
Isso significa que a partida chega em seus momentos finais…


Vale ressaltar que o time da Internacional bem que tentou chegar ao empate…
Aliás, o tempo todo a equipe visitante não deixou de se lançar ao ataque, mas não conseguiu chegar ao seu gol…

Eu sempre pondero sobre a relação do futebol com a vida social de uma cidade.
E sem dúvidas, os resultados em campo sempre afetam essa relação…
Espero que o Paulista esteja reconstruindo essa relação entre time e torcida!

Mesmo com um placar mínimo, a torcida do Paulista manteve a festa na arquibancada, entendendo que o time se dedicou e entregou o que podia, pra levar essa vantagem para o jogo decisivo em Bebedouro.
O jogo terminou e o 1×0 manteve o ânimo para as duas torcidas.
E agora, é hora do bravo povo de Bebedouro mostrar sua força no jogo de volta, e aí? O que você acha?

Mais uma vez, saio de campo agradecido pela experiência. Mais que futebol, amigos, o que mais eu ia querer?

Hora de irmos embora… Até a próxima!


Pena que a gente não tenha visitado nenhum dos parques estaduais…. Eu gostaria muito de voltar para conhecer o Parque Estadual Nascentes do Paranapanema, se você não o conhece,
Mas, demos um rolê pela cidade em si, que é bastante receptiva.
Pra quem gosta de história, a região possui registros de ocupação humana que datam de cerca de 10 mil anos atrás, além de uma grande quantidade de sítios arqueológicos associados à Tradição Tupiguarani, de cerca de 2000 anos atrás.
De acordo com as pesquisas, o vale do Rio Paranapanema seria um dos principais eixos de expansão dos Tupis e Guaranis em direção ao sul.
Além disso outras etnias, como os Kaingang (Guaianazes) passaram a ocupar a região a partir do século XVI até o século XIX, com a chegada de outra perigosa epidemia: a do colonizador português, junto das bandeiras que descobriram ouro na região de Apiaí. O
Aí… já imaginou né? A febre do ouro levou muitas pessoas (ainda que bem menos se comparado às expedições a Goiás ou Minas Gerais) à região, fundando a “Freguesia Velha“, em 1746 às margens do rio Pananapanema.
Além disso, o local era caminho entre o sul e a vila de Sorocaba (onde se criavam as mulas que acompanhavam os exploradores), dando origem a cidades como Itapetininga.
Mas, com o tempo, a Freguesia Velha (que muitos queriam chamar de Nossa Senhora da Conceição do Paranapanema pela capela erguida em seu nome) viu acabar o ouro do aluvião, encerrando o “ciclo do ouro” nessa região.
A consequência é que os moradores que ficaram (cerca de 5 mil pessoa) decidiram transferir o povoado para outra região (a “nova” freguesia), rebatizada com o nome da fazenda que lá existia: Capão Bonito do Paranapanema, tendo como data oficial de fundação o dia 24 de janeiro de 1843 (curiosamente no mesmo dia em que escrevo esse post). Seria ainda elevada à condição de vila em 2 de março de 1857, e atualizando o seu nome para o atual em 27 de dezembro de 1921.
Se você pensa em conhecer a cidade e a região, recomendamos o Hotal Baguassu, onde ficamos hospedados, praticamente sozinhos.
Com exceção do bichano que vez ou outra dava as caras:
E até uma bela piscina pra dar um relax!
A cidade tem uma estrutura bem bacana, e ótimas opções pra comer, destaque para a Pizzaria Vitória.
Só não podemos garantir a companhia da lua cheia, como a que esteve na cidade conosco…
Mas nossa presença na cidade se deu por outro motivo.
É que em 6 de maio de 1944 era fundado o Ipiranga Atlético Clube, mais um time de futebol a surgir na cidade e disputar os campeonatos amadores da região.
Como dá pra imaginar vendo o distintivo, o time homenageava o tricolor paulista, mas tinha uniformes diferentes, como se pode ver na foto abaixo, do time de 1949.
Aqui, mais algumas fotos sem datação comprovada, mas possivelmente do fim dos anos 40 ou início dos 50, pela similariedade do uniforme.
Nos anos 50 o time chegou a usar um uniforme com listras horizontais:
E um outro modelo também muito bacana:
Até chegar no uniforme similar ao tricolor da capital.
Esse modelos perdurou até os anos 60:
E foi justamente nos anos 60, mais precisamente em 1962, que o time fez história ao disputar a 3ª divisão do Campeonato Paulista (que devido as denominações das competições, equivalia ao 4o nível do campeonato) frente a tradicionais times do interior paulista.
Esse é um campeonato do qual encontra-se muito pouca informação gerando algumas confusões. Por exemplo, existe uma matéria sobre ex atletas do Ipiranga AC onde eles lembram que o jogo decisivo desse ano foi contra a equipe do Fronteira de Itararé, mas … segundo a maioria das fontes, o Fronteira só jogaria a 3a divisão anos depois…
Após esta aventura no profissional, o time voltou ao amador e fechou as portas em 1965.
Pra não deixarem o futebol em baixa, os esportistas locais se organizaram e em seu lugar, foi fundado o Esporte Clube Capão Bonito, em junho de 1966 e que herdaria as cores e até o estádio do Ipiranga AC.
O tricolor capãobonitense era chamado de “Esporte“, esse é o time de 1969, quando sagram-se campeões do Campeonato Amador regional, promovido pela Federação Paulista tendo o jogo do título no campo do
O time está na memória da população local até atualmente, mas não chegou a disputar nenhuma competição profissional da Federação Paulista.
Ambas as equipes mandavam seus jogos no Estádio da Rua Bernardino de Campos, que acabou também sendo chamado de “Estádio do Ipiranga” e depois como “Estádio do Capão Bonito“, ou “Estádio do Esporte“.
E sua fachada imponente segue lá!
Como suas caracerísticas arquitetônicas são bastante icônicas, eu recomendo que vc olhe novamente as fotos dos dois times acima, e perceba que muitas delas mostram a fachada, mas do lado de dentro.
O estádio ocupa uma importante área na região central, tendo sua entrada, na Rua Bernardino do Campos e sua lateral “murada” na Rua Altino Arantes.
Até deu pra fazer mais algumas fotos ali, mas ainda não nos permitia a entrada…
Pelo menos dava pra ver que o gramado estava bem conservado, ainda que sem suas demarcações em cal.
Uma rápida olhada no mapa do local, ofereceu mais uma opção…
Essa entrada lateral era numa rua sem saída que terminava quase dentro do estádio, mas que também possuia um muro e um portão, ambos fechados.
Alguns vizinhos ao me ver observando o portão fechado disseram que quando querem jogar bola é por ali que entram.
Mensagem captada, amigos vizinhos! Lá vamos nós pra dentro do Estádio!
Aí sim, deu pra registrar como gostamos de fazer: as três fotos do campo… Seu gol da esquerda:
O meio campo:
E o gol da direita:
Além de um registro frente ao campo e com um espaço minimamente coberto que serve de recordação para a linda arquibancada coberta, toda de madeira que foi destruída em um incêndio, décadas atrás.
Pelo que eu entendi a arquibancada era exatamente acima desse espaço.
Depois de tantas voltas, era hora de seguir com o rolê pela cidade, pois ainda existia um verdadeiro templo do futebol a ser visitado, o Estádio Municipal Doutor José Sidney da Cunha, que ficava não muito longe dali (até porque a cidade não é muito grande) e que serve de casa para um verdadeiro patrimônio da atual Série B do Campeonato Paulista (o equivalente ao quarto nível do futebol): o EloSport Capão Bonito!
Talvez muitos nem reconheçam o distintivo acima, porque ele é relativamente novo, o tradicional usado sempre foi esse abaixo, que já trazia a “corrente”, simbolizando a união que o time tem como principal filosofia:
O time nasceu em 10 de maio de 1993, finalmente abandonando o tricolor que marcara por tantas décadas o futebol da cidade, adotando o azul e verde como cores oficiais.
Seu apelido, e consequentemente mascote é o “Galo do Sul“.
No início de sua trajetória, o time se limitou às competições amadoras, sendo campeão da Liga de Tatuí e da Liga de Sorocaba, mas em 1997, era hora de levar novamente o nome da cidade ao futebol profissional e o Elosport foi disputar a Série B1B (equivalente na época à 5a divisão do futebol paulista).
O Elosport jogou a B1B até 2001, quando o futebol paulista passou por mudanças que acabaram a levar o time para a Série B3 (equivalente à Sexta Divisão), quando conquistou o acesso para jogar a Série B2 em 2002, terminando em 8o lugar:
Aqui as demais equipes que completaram aquele campeonato e suas respectivas colocações:
No ano seguinte, o time acabou rebaixado e licenciando-se do Campeonato Paulista, retornando apenas em 2007, já dentro de uma nova formulação do Campeonato, na Série B, equivalente à quarta divisão.
Infelizmente, sua história nessa divisão não teve grandes destaques. Desde 2012, curiosamente o time sempre fica a um passo da conquista da classificação para as próximas fases na maioria das edições. Veja como foi o grupo de 2012:
2013:
2014:
2015:
2016:
2017:
2018:
E desde 2019, tem ficado em último:
2020:
Como destaque, vale lembrar que o Elosport sagrou-se campeão do Sub-20 da 2ª Divisão em 2009.
Em 2010, a gente acompanhou um jogo deles (
O Estádio Municipal Doutor José Sidney da Cunha é administrado pelo Elosport, num sistema de comodato, por isso existe toda uma sinalização com o nome do time, como se fosse um estádio particular.
O time se define nas paredes do estádio, como o “Orgulho de Capão Bonito”.
Diz a lenda que um torcedor mirim mandou um desenho para o Jornal O Expresso chamando o time de “O Galo do Sul”. Aí teria surgido o mascote do time que também se faz presente no estádio.
Olha aí os bancos de reserva:
Nossa visita foi feita naquele típico dia de verão com calor e uma possível chuva se formando acima de nós…
Olha, eu confesso que só fiquei triste por não ter visto (ainda) um jogo do Elosport aí no estádio… Mas fica o orgulho de pelo menos ter conhecido de perto um campo que tantas vezes foi utilizado no futebol profissional.
Vamos dar uma olhada por dentro:
O meio campo:
E o gol da esquerda:
Vale mais uma olhada, né?
Não acredita? Olha aí:
Além da estrutura pro torcedor, o estádio possui uma boa área para a imprensa:
É arquibancada pra tudo que é lado…
E assim, dentro do campo, pisando na mesma grama que tantos atletas da série B pisaram esses últimos anos, encerramos nosso registro…
Aliás, encerramos também os rolês de 2020, que venha um 2021 com vacina para todos!
Feliz ano novo, irmãos e irmãs!





























































































