Sábado, 21 de junho de 2025. Depois de quase 18 anos de relação com Cosmópolis, finalmente vamos acompanhar uma partida válida por uma competição da Federação Paulista. Bem vindo ao Estádio Thelmo de Almeida e ao Campeonato Paulista sub 15 e sub 17.
Olha que bacana, o novo Estádio Thelmo de Almeida já tem capacidade para quase 4 mil pessoas…
E ali já estão prontos os espaços de expansão da arquibancada…
Ao lado, vem ainda um novo campo para os sócios do clube que, com tantas partidas oficiais, acabaram ficando com poucos horários para jogar aquela pelada de fim de semana…
As camisas que se enfrentam hoje são recentes: de um lado, os donos da casa defendem as cores do Cosmopolitano Sports, fundado em 15 de março de 2023, em parceria com o tradicional e mais que centenário Cosmopolitano Futebol Clube. Esse é o craque “Hulk” (Davy de Franco) atleta do sub-14 que estreou hoje no sub-15.
A última notícia que vem de Cosmópolis é que o time do Cosmopolitano Sports fechou uma parceria com o time da Lazio (veja aqui a notícia na página do time!). Aproveitamos a oportunidade para perguntar pro André sobre esse e outros fatos do clube, confere aí:
Olha lá as placas da Lazio no campo:
Já do lado visitante, temos o Sporting Club Paulinense, clube fundado em 2003 e filiado desde 2024 na Federação Paulista de Futebol.
O Allan contou um pouco sobre a história do time:
E lá vamos nós para um rolê pelo Estádio Thelmo de Almeida a começar pelo bar, muito bem equipado!
Nosso rolê pelo Estádio Thelmo de Almeida foi pra registrar mais do que jogos: viemos conhecer e registrar histórias que estão só começando. Estes são os times da categoria sub-15:
Em campo, jogo duro, disputado lance a lance, com garotos que sonham alto e jogam com o coração.
Nessas manhãs de domingo é assim: o sub 15 joga e o sub 17 acompanha e depois invertem-se os papeis!
No sub-15, o Cosmopolitano abriu 2×0 no primeiro tempo e depois administrou o resultado, mesmo com o Sporting (é assim que eles se autodenominam) apertando e buscando ao menos diminuir o placar adverso:
A torcida visitante fez bonito mais uma vez, apoiando seus meninos…
Mas o Cosmo (assim que eles se chamam nas arquibancadas) não teve dó e fechou o sub-15 com um 3×0, classificando-se para a segunda fase!
Já para a segunda partida da manhã, aí vêm os times do Sub-17, detalhe para o uniforme diferente do time de Paulínia:
E aqui, o enredo parecia que ia ser diferente… O Sporting Clube Paulinense começou apertando e fez 1×0, pra deixar menos triste os torcedores da cidade vizinha.
Aliás, o Sporting é um dos poucos times que se dedicam apenas às categorias de base mas mesmo assim tem uma torcida organizada! Já havíamos visto no derby paulinense (veja aqui como foi)
Entretanto, a manhã era mesmo do lado verde da arquibancada!
Aos poucos, o time do Cosmopolitano foi tomando conta do jogo…
E terminou ganhando de virada por 4×1! Assim como o sub-15, classificou-se para a segunda fase, contra novos adversários. E é pra isso que os meninos treinam! Para vencer novos desafios a cada dia!
Sempre gostei de viajar… Tenho ligações e memórias carinhosas com muitas cidades, mas existem 4 que tem um lugar especial no meu coração: Santo André, Itanhaém, Buenos Aires e … Cosmópolis, a cidade da Mari e onde sempre estamos presentes pra curtir a família, a natureza ou mesmo pra servir de parada pros rolês do interior afora!
E embora tenha registrado a UE Funilense e seu estádio várias vezes (aqui tem mais um post sobre eles) faltava um time da cidade para ser registrado, que embora também tenha perdido seu estádio para o crescimento urbano, segue firme e forte, já tendo passado do seu centenário.
Trata-se do time que nesse 15 de Novembro, completa nada menos do que 115 anos, falamos do Cosmopolitano FC, fundado em 1915!!
Na época de sua fundação, Cosmópolis era apenas um distrito de Campinas.
O nome da cidade significa “cidade universo“, e é uma relação direta à história da ocupação de suas terras por uma infinidade de imigrantes de diferentes nacionalidades.
Vale lembrar esse momento da história, quando o fim da escravização fez com que os cafeicultores paulistas perdessem sua principal mão de obra e razão de tamanha lucratividade com o café.
Uma vez aterrorizados com a ideia de não ter mão de obra, os “barões do café” passaram a bancar a vinda de imigrantes europeus para trabalhar na lavoura (num segundo momento o próprio Governo passou a realizar tal ação).
Só depois de chegar aqui, o imigrante entendia as “letrinhas miúdas do contrato” e descobria que ele deveria pagar pelos custos de sua viagem, e também pela habitação, comida e etc… Não a toa, muitos acabaram desistindo ou tentando desistir, já que legalmente estavam presos a um contrato em que a cada mês trabalhado suas dívidas com os donos da terra só aumentavam.
Foi assim que cidade viu surgir suas colônias de imigrantes, sendo a primeira delas a Colônia Núcleo Campos Sales (formada por suíços). Até escolas foram criadas para atender às colonias, como a tradicional Escola Alemã, que atualmente mantém uma série de festividades relacionadas à cultura alemã. Fotos do Portal Cosmopolense:
Com o Brasil investindo em sua industrialização, em 1898 foi fundada a Usina Ester, o que de certa maneira dividiu a cidade entre a turma da Usina, a vila e as famílias que viviam da agricultura. Leia aqui o post que mostramos algumas imagens da Usina.
Em 1906, surge o distrito de Cosmópolis e em 30 de novembro de 1944 eleva-se à condição de Município.
A “terceira onda” de desenvolvimento da cidade veio na década de 50, com os trilhos da Estrada de ferro da Funilense, braço da Sorocabana, que cruzava a Região Metropolitana de Campinas (Cosmópolis, Paulínia, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho e Conchal).
Eu costumo comparar a estrada de ferro à Internet porque representava a porta de entrada de muita informação para a cidade. Consequentemente é nessa época que a cidade mais se desenvolve.
Foi este o cenário que colaborou para formação e fortalecimento do Cosmopolitano FC, que praticamente acompanha todo o desenvolvimento da cidade.
A principal fonte de informações para este post foi o livro “A história dos 100 anos do Cosmopolitano FC“, escrito por Walber Kowalesky e Antono Rodolfo Rizzo (interessados em adquirir o livro, contatar o próprio clube).
O livro apresenta uma série de fotos históricas que permitem registrar a história do clube, com times de várias épocas, esse foi o que jogou em 1917:
Inicialmente, o Cosmopolitano FC mandava seus jogos em um campo ao lado da Igreja Matriz, mas em 15 de novembro de 1919 conseguiram inaugurar sua “Praça de esportes“, com direito a uma arquibancada de 20 metros e 6 degraus, em uma partida onde empataram em 1×1 com a AA Ponte Preta.
Pra se ter ideia da importância do campo do Cosmopolitano, basta pensar que na época, nem Guarani ou Ponte Preta possuiam estádio. Veja que incrível registro de um amistoso em 1920:
Até detalhes do uniforme dos anos 20, podem ser observados:
E assim, as primeiras décadas foram marcadas por partidas disputadas com adversários da região, como em novembro de 1920, na celebração de 5 anos do clube, quando o Cosmopolitano FC ganhou a Taça Carvalho & Fonseca, vencendo por 4×1 o Clube Concórdia, de Campinas.
A partir de 1921, filia-se à Liga Funilense de Futebol e já em 1922, sagrou-se campeão da Liga. Além disso, houve um torneio comemorativo ao centenário da Independência do Brasil, onde venceu o União Coqueiros FC por 4×0.
Em 1923, mais uma conquista da Liga disputada contra times como o Usina Esther FC, Guaiquicano FC, Paulinense FC, entre outros. Ainda nesse ano, levou a taça “Câmara Municipal de Campinas” ao vencer o Voluntários da Pátria FC, por 2×0 em 9 de setembro de 1923.
Em 1926, seguem as partidas e campeonatos regionais e esse foi o time que representou o Cosmopolitano FC.
Até o fim dos anos 20, o esquadrão cosmopolitano foi batendo adversários como o Capão Fresco FC (Betel), João Aranha FC, Quilombo FC (ambas de Cosmópolis), EC Tujuguaba (Conchal), União Internacional FC (Arthur Nogueira), Brasil FC (Campinas), Salto Grande FC e o CA Comercial (Limeira).
Aqui o registro do embate contra o Conchal FC, valendo a “Taça Apito” em 1927:
A década de 30 se inicia com o time se cadastrando na Liga Campineira de Esportes Athléticos. Aqui o time de 1931 que iria enfrentar o São Paulo Railway AC, conforme conta o jornal “A Gazeta“:
Infelizmente a Revolução Constitucionalista de 32 paralisou todas as competições esportivas do estado e a Liga Campineira não teve final naquele ano, mas encontrei no jornal “A Gazeta” uma nota sobre a 3a rodada, onde o Cosmopolitano FC é chamado de Cosmópolis:
O Cosmopolitano FC foi campeão da sua série e chegou à final do campeonato, perdendo por 3×1 para o Corinthians, que se tornou bicampeão campineiro.
Em 15 de Novembro de 1933, foi disputada uma partida em homenagem ao aniversário do Cosmopolitano FC e mais uma taça garantida com a vitória por 1×0 contra o time da Tecelagem Libanesa de São Paulo. O Correio de São Paulo até divugou o jogo:
O Cosmopolitano FC foi ainda campeão da Liga Campineira de 1933, após vencer o Pátria FC, no Estádio do Guarani, por 2×0. Segue uma nota da vitória da primeira rodada:
E a matéria do jornal “A Gazeta”, de 22 de janeiro de 1934 (disponibilizada pelo amigo Celso Franco, pesquisador do futebol campineiro) que mostra a vitória final:
Em 1936, o ano seria macado por mais um amistoso contra uma equipe paulistana: Clube Atlético Lapa. Distintivo disponibilizado pelo site História do Futebol:
Os anos 40 mantiveram a sequência de amistosos e desafios com destaque para o jogo contra o CR Floresta (de Artur Nogueira) em março de 1946, vitória do time de Cosmópolis por 3×2.
Em 47, uniram-se os rivais citadinos Cosmopolitano FC e Adm Usina Ester para formarem uma seleção e enfrentar no Estádio Thelmo de Almeida o Guarani FC de Campinas: vitória do Bugre por 3×2.
Em 48, uma série de bons resultados registrados:
Em 49, constam duas partidas jogadas como visitante: Itaicy FC 1×1 Cosmopolitano FC e EC Prada (Limeira) 0x1 Cosmopolitano FC.
Aqui, o time de 1952:
Aqui, o time de 1953:
Em 1954, um amistoso com um misto do Guarani FC.
Em 1955, um grande acontecimento, graças aos esforços de Adão Martelli Filho e Francisco de Mário, o Cosmopolitano FC foi convidado para disputar um amistoso contra a AA Avenida (de Salto), no Estádio do Pacaembú. A partida seria a preliminar de Palmeiras x Vasco (pelo Rio São Paulo daquele ano). Público presente: quase 40 mil pessoas! Infelizmente a tarde não estava para o time do Cosmopolitano FC que foi batido por impiedosos 7×3.
Em 1956, o time disputou o Setor 12 do Campeonato Amador do Interior ao lado da AA Internacional (Limeira), do CA Usina Santa Bárbara e da AE Internacional (Santa Bárbara), CA Usina Iracema (Iracemápolis) e EC Paulista (Santa Bárbara D’Oeste) como mostra a Gazeta Esportiva:
O time de 1957 tem uma característica muito especial: o quarto jogador postado em pé, da esquerda pra direita é o “João Bocão“, também conhecido como o vô da Mari infelizmente, já falecido:
Em 1957, o time disputou o Campeonato Amador do Interior, ao lado de outros 3 times na série B do setor 13:
Ainda naquele ano, disputou o Torneio João Mendonça Falcão, ao lado da UA Barbarense, AA Ararense, AA Internacional (Limeira), SER União São João e EC Lemense, Canto do Rio FC (Americana), como mostram diversas notas da Gazeta Esportiva da época de outubro de 1957, até a final em janeiro de 1958:
A Gazeta Esportiva divulgava o que seria o jogo final:
E infelizmente… o resutado 9×3 para os grenás da AA Ararense…:
Em 1958, o Cosmopolitano FC disputou o setor 21 da zona 14 do Campeonato Amador do Interior, ao lado de potencias como o XV de Piracicaba, e o União Agrícola Barbarense, como registrou a Gazeta Esportiva:
Aqui os jogos, alguns resultados e a classificação do grupo:
Em 15 de Novembro, em comemoração ao aniversário do clube, venceu o EC Mogiana por 3×1, como apresentou a matéria da Gazeta Esportiva da época:
Aqui, o 2o quadro de 1958:
Este, o primeiro quadro:
Em 59, disputou o amador do estado.
Em 1961, seu estádio ganha a denominação “Estádio Thelmo de Almeida” em homenagem a um dos sócios fundadores do clube que fez história jogando, apitando ou ajudando na organização do time.
Este foi o time de 1961, que empatou com o juvenil da AA Ponte Preta por 1×1.:
Em 62, mais jogos importantes disputando o amador do estado (não encontrei maiores detalhes sobre sua participação neste campeonato).
Aqui, um flagrante da diretoria do clube em 1962 (até Antonio Pinto, um dos fundadores do clube ali sentadinho):
Olha que maravilha a arquibancada coberta do Estádio Thelmo de Almeida, lotadinha em uma partida contra o Botafogo local!
1963: mais uma boa sequência, com direito a participação no Campeonato Amador da Federação (não encontrei maiores detalhes sobre sua participação neste campeonato):
O time de 1963:
Em 1964, mais uma vez o time disputa o Campeonato Amador do Estado, pelo Setor 21 e monta um grande time, que em março bate o Barão Geraldo por 6×2. Temos ainda uma ficha técnica disponibilizada pelo incrível site História do Futebol com o registro de incrível goleada:
Aqui, o time de 1964:
Aqui uma imagem da fachada do estádio em 1965, que recebeu o time de aspirantes do Guarani para uma peleja, também do site “Relíquias do futebol” (eles deram uma bela tratada na imagem do livro e a foto ficou linda!):
E aqui, uma foto do derbi no campo da Usina Ester:
Em 1966, sagrou-se campeão do setor 13, zona 22, numa sequência invicta de 25 jogos.
No time, ainda tem o “Tio Tito”(tio avô da Mari):
Veja a faixa feita na época para comemorar o título e já aparecendo seu mascote!
Embora o time fosse conhecido como o “Galo da Funilense“, logo, ganhou um mascote oficial, o papagaio da vila:
Em 1967, mais uma vez disputou o amador da Federação Paulista, mas antes venceu um amistoso contra o Real São Paulo de Campinas por 3×1. Pelo amador, o jogo contra a Usina Ester (futura Funilense) empatava em 0x0 quando um penalty foi marcado para o Cosmopolitano FC e o time da usina abandonou o campo, cabendo ao juiz dar a vitória ao time da vila.
Na última partida do amador, jogando em Serra Negra, venceu a Portuguesa local por 3×2.
O livro oferece duas fotos do time de 1967:
Em 1968, novamente uniram-se os times do Cosmopolitano FC e da Usina Ester para enfrentar o Guarani de Campinas, com vitória para os bugrinos por 3×2.
Há apenas o registro da vitória por 1×0 num amistoso contra o CA Silvicultura do Horto Florestal de São Paulo. Distintivo disponível no site História do Futebol:
Aqui, o registro do time de 1969:
Os anos 70 parecem ter afastado o time das disputas do Campeonato Amador da Federação Paulista. Há o registro de um amistoso em 74: Cosmopolitano FC 1×0 São José (Campinas).
Já em 79: Cosmopolitano FC 1×0 EC Alvorada (Campinas) e celebrando o aniversário do clube um amistoso contra a Inter de Limeira.
Quase não há registros do futebol nos anos 80. Em 1990, o time que se sagrou campeão municipal também disputou uma com o União São João, vencendo por 3×2.
Em 96, foi campeão da Liga Cosmopolense e o torneio municipal “30 de novembro”, revivendo o derbi com o time da usina agora representados pela UE Funilense.
Em 1997, conquista o Campeonato Paulista de Futebol Amador promovido pela Federação Paulista, desta vez realizando a final contra o time do SR Cantareira. Primeira partida vencida por 2×0 no Estádio Thelmo de Almeida e o segundo um empate por 1×1 no Estádio Mansueto Pierrot, em São Vicente. Foram 10 vitórias, 3 empates e uma derrota!
Em 2001, definida a venda do estádio. Eram os últimos momentos de um dos estádios mais antigos do estado…
Foi realizada uma partida de despedida entre os ex atletas do Cosmopolitano FC e uma seleção de craques do passado, que venceram por 3×1.
Em 2002, acertada a compra do terreno onde seria construído o novo estádio.
Em 2003 foi inaugurado em partida cont
ra o time B do Corinthians, que terminou com a vitória cosmopolense por 3×2.
E aqui está o Estádio Thelmo de Almeida, atualmente:
A placa celebrativa ainda homenageia mais um que tem estado bastante com a gente nessas andanças em busca de estádios: o Lúcio Carone (tio da Mari) que era o 2º secretário na época!
Vamos dar uma olhada no Estádio atualmente:
O Estádio possui uma estrutura bem maior que o original e fica na entrada da cidade.
Um grande lance de arquibancadas com 8 degraus, na lateral da entrada:
Além da arquibancada lateral, ainda existe um lance de arqubancadas atrás do gol!
Atrás do outro gol, os vestiários. E ali na lateral se pode ver os bancos de reserva e para os mesários / árbitros.
O Estádio além de bem cuidado e grandioso, possui toda a sinalização do clube, com seu nome no banco de reservas.
Olhando da arquibancada, esse é o gol da esquerda:
Aqui, o meio campo:
E aqui, o gol da direita:
A entrada do estádio possui ainda uma área verde que dá um charme especial ao Estádio.
Em 2007 e 2008, o sub 15 e o sub 17 disputam o Campeonato Paulista sa categoria.
O clube segue sua vida equilibrando as atenções entre o social e os esportes.
E pra terminar, o seu hino:
E olha que legal esse anúncio da Usina Esther pra terminar o post:
Eae pessoal!
Aproveitamos o feriado de 7 de setembro de 2018 para realizar mais um rolê em busca de estádios.
Foram mais de 1.540km, cruzando o estado de SP rumo à cidade de Uberaba em Minas Gerais.
Dá pra se ter uma ideia do roteiro no mapa abaixo:
Conseguimos conhecer e registrar 28 estádios em 21 cidades, tendo a estrada como verdadeira terapia para dias cada vez mais difíceis em um país que tenta se levantar.
Saímos de Santo André na quinta feira, 6/9 à noite e fomos ate Cosmópolis, onde passamos a noite.
Na sexta 7/9, saímos as 7 hs e fomos visitar 4 estádios em Pirassununga, depois passamos por Descalvado, Santa Rita do Passa Quatro, Tambaú, Santa Rosa de Viterbo, Santa Cruz das Palmeiras, Vargem Grande do Sul, São José do Rio Pardo, Cajuru, até chegarmos em Batatais, onde fizemos a parada pra dormir.
No sábado saímos cedo e passamos por Orlândia (onde a área do estádio local foi comprada e em breve será demolido), São Joaquim da Barra e Igarapava até chegarmos em Uberaba-MG. Aí começamos a voltar, passando por Guaíra, Miguelópolis e Ituverava, até chegarmos em Franca, onde dormimos.
No nosso último dia, saímos de Franca, passamos por São Simão, Altinópolis e Casa Branca, antes de voltar à Santo André.
Em breve começaremos a postar sobre cada cidade.
É incrível como as pessoas se importam cada vez mais com as aparências e com as glórias ao invés de dar valor à verdadeira felicidade do dia a dia.
É exatamente por isso que as culturas regionais e de menor alcance acabam quase sempre engolidas pelas grandes corporações.
Não me importo. Sigo acreditando que tem mais gente que pensa como eu. Que acredita que as pequenas e sinceras coisas tem tanto ou mais valor do que a cultura vendida pelos meios de comunicação de massa.
Por isso, de volta à Cosmópolis, acho um barato a Mari gastar seu tempo se divertindo com seu projeto de artesanato / design de Abajour…
No interior o tempo corre em outra velocidade. Deu tempo de curtir a manhã e ainda ir até Campinas, comer no Vegetalle, fantástico restaurante vegetariano!
Na saída, uma cena curiosa, um carro da Companhia de Engenharia de Tráfego de Campinas…multado por estacionar sem cartão zona azul… Cobras engolindo cobras.
Outro passeio bem bacana e que merecia maior conhecimento e incentivo pela própria Prefeitura de Cosmópolis é o rolê de bike pelas áreas menos urbanas. Dessa vez fomos até a reformada “Ponte de Ferro” (ponto pra prefeitura), que passa sob o rio Jaguari, que como a placa avsa, cria correnteza e poços profundos… Aliás, tem uma caveira na placa, e segundo o ‘seo’ Madruga, quando tem uma caveira…
Após uma meia hora de bike, chega-se a um belo lugar… Mas se o que você busca é o glamour, melhor descer rumo às das praias do litoral norte de SP.
Como para nós é a beleza da natureza que vale, tá aí mais um registro incrível de um lugar há menos de 130 km de SP e que poucas pessoas conhecem…
Ok, nem tudo são flores… Assim como nas grandes cidades, o role de bike pelo interior tem outros obstáculos… Andar pelo canavial pode fazer você trombar algum cadáver desovado ou algum caminhão da Usina…
O jogo foi contra o Real Parque, outro time local, pelo Campeonato Amador Municipal. Pra quem não conhece Cosmópolis tem algo que é impossível explicar virtualmente. Por causa da Usina Estér, o ar da cidade é doce. É, não tem como explicar, mas a noite, quando a gente tá chegando na cidade, já dá pra se localizar pelo ar…
Haviam poucas pessoas acompanhando o jogo. Uma pena que um time com tanta história não esteja no profissionalismo. É comum encontrar pessoas com a camisa do time andando pelas ruas da cidade.
Aproveito para publicar a entrevista que fiz com duas pessoas ligadas ao time, já a algum tempinho.
2 de março de 2012. Sábado de forte calor no interior de São Paulo. Partimos de Cosmópolis até Capivari, para mais uma rodada da série A3. No caminho, vimos que o tempo podia mudar. A esperada chuva parecia estar a caminho…
Nosso destino era Estádio Carlos Colnaghi, onde o Capivariano tem conquistado resultados que o colocaram na liderança da série A3 de 2012.
O adversário do time da casa é uma equipe bastante conhecida pelo nosso blog. Trata-se do Guaçuano. E como a distância não é tão grande e a campanha do time verde e branco também é boa, a torcida visitante compareceu!
A torcida local também fez bonito. Aliás, desde o ano passado que os projetos desenvolvidos pelo time e pela cidade para trazerem mais público tem dado resultado. Relembre aqui.
A cidade de Capivari tem conseguido conquistar o público, seja pelo bom futebol, seja pela diversão pra criançada…
Aliás, tem até um setor só para a molecada:
Ah, e… lá estávamos nós para acompanhar mais uma passagem do futebol do interior paulista!
Os amigos da rádio Cacique também estavam por lá, aproveito para mandar um abraço ao grande Bira que é repórter de campo e há anos acompanha o time local.
O estádio está cada vez mais colorido em vermelho e branco, com várias faixas e bandeiras. Aqui a do pessoal da “Guerreiros do Leão“:
Mas se as mais de 1.500 pessoas faziam bonito na arquibancada, o mesmo não podia dizer do time em campo… O leão estava manso…
O primeiro tempo virou um estranho 2×0 para os visitantes de Mogi Guaçú, preocupando os torcedores locais que se acostumaram com as vitórias em casa.
O segundo tempo veio e o torcedor local acreditava na reação!
A rapaziada do batuque seguia firme incentivando o Capivariano.
Em campo, o time parecia nervoso e chegou até a ameaçar uma briga após discussão mais acalorada…
Mas, o que se viu em campo foi uma ampliação do placar por conta do time visitante. No final das contas, nem o mais animado torcedor do Mandi podia imaginar um placar tão elástico. Capivariano 0x5 Guaçuano. Festa na torcida visitante.
Duro golpe no líder, mas que deve ser bem compreendido. O público que tem comparecido não pode desanimar…
O vermelho e branco tem que continuar a colorir o estádio e a cidade, lembrado que o time acabou de subir da segundona paulista e já tem a chance de chegar à série A2!
Da nossa parte, fica o orgulho mais uma vez de visitar a cidade e o estádio local e termos sido muito bem recebidos.
Ao fim do jogo, conseguimos ouvir uma bonita frase, mesmo após a derrota do time da casa:
Vale citar que o Capivariano ainda perdeu um penalty, já no finalzinho do jogo, mas mesmo assim, a torcida preocupou-se mais em apoiar do que em criticar o time.
Houve ainda um princípio de confusão com a diretoria e alguns torcedores do Mandi que estavam num espaço destinado a torcida local, mas nada que a polícia e a diretoria do Capivariano não resolvessem da melhor forma possível, sem violência.
A gente ainda teve que sofrer um pouco com as obras na estrada que em alguns momentos mantinham uma faixa única…
E depois com a chuva que nos acompanhou até a cidade de Campinas…
A 74ª camisa do site pertence ao time da União Esportiva Funilense, da cidade de Cosmópolis, onde a Mari morava antes de vir pro ABC. Esse post se complementa com o post que escrevemos sobre o Cosmopolitano (veja aqui):
Foto do site da prefeitura
O time foi fundado em 1º de novembro (mesmo dia do meu aniversário) de 1933, sob o nome de o nome de União Funilense de Esportes e foi originado de três outros times que costumavam se enfrentar na Usina, entre eles o da colônia Botafogo.
Recentemente, ganhamos do Gabriel Uchida, uma segunda camisa:
O time passou a disputar os torneios amadores da chamada “Zona Funilense“, do qual sagrou-se campeã, em 1952, com o time abaixo:
E também em 1960:
Anos depois, o nome do time pasou a ser União Esportiva Funilense.
Jogou profissionalmente de 1978 até 1987, desde então, nunca mais voltou ao profissionalismo, atuando somente em partidas e torneios amadores da região.
Em 1978 fez sua estreia na Quinta Divisão Paulista, com o time:
Em 1979 montou um bom elenco, com o time abaixo:
Em 1980, o futebol paulista passou por uma reformulação e assim o clube começou a disputar a Terceira Divisão. A foto abaixo é do time que enfrentaria a A.A. Santarritense, pelo campeonato daquele ano.
Chegou a ser vice campeã da terceirona, em 1982, disputando o quadrangular final com Barra Bonita (Campeã), José Bonifácio e Palmeirinha. Naquele ano, somente o campeão tinha direito ao acesso para a série A2. O time vice campeão é este aqui:
Time de 1983:
Em 1985 fez uma boa campanha pela Terceirona. Na primeira fase teve os seguintes resultados:
Assim, o clube se classificou para a 2a fase, em terceiro lugar, junto do Itapira, Serra Negra e Guapira. Na segunda fase, ficou em último, com a campanha:
Em 1986, fez razoável campanha, tendo ficado em terceiro, mas só os dois primeiros se classificavam:
[27/Jul] Comercial (Tietê) 1×0 Funilense [3/Ago] Funilense 2×0 Estrela [10/Ago] Guarani Saltense 1×1 Funilense [24/Ago] Funilense 2×1 Itapira [31/Ago] União Bom Retiro 1×1 Funilense [7/Set] Funilense 2×0 Ararense [14/Set] Gazeta 1×0 Funilense [21/Set] Funilense 3×1 Iracemopolense [28/Set] Funilense 2×2 Comercial [5/Out] Estrela 2×0 Funilense [12/Out] Funilense 0x0 Guarani Saltense [26/Out] Itapira 0x0 Funilense [2/Nov] Funilense 5×1 União Bom Retiro [9/Nov] Ararense 1×2 Funilense [23/Nov] Funilense 2×1 Gazeta [26/Nov] Iracemopolense 1×1 FunilenseOs classificados foram o Gazeta (de Campinas) e o Comercial (de Tietê).
Em 1987, disputou seu último ano no Campeonato Paulista.
A Funilense mandou seus jogos no, já finado, Estádio Dr. Sergio Luís Coutinho Nogueira, fundado em 1978, e com capacidade para cerca de 500 torcedores. Estamos falando de um estádio único, acredite.
Estive por lá no começo do ano de 2010 para fazer umas fotos e é impressionante…
Pra começar, o estádio fica dentro da Usina Ester, fundada em nada mais, nada menos que… 1898!!
E ela funciona até hoje, aliás, da modesta arquibancada do estádio se vê a fumaça saindo pela chaminé…
No dia em que estivemos lá, a Funilense enfrentava um adversário de Campinas, em seu tradicional campo!
Dá um pouco de tristeza em ver as arquibancadas vazias e deixadas de lado, num local onde outrora tantos torcedores já devem ter estado…
O clima chega a ser sombrio, principalmente se você for lá de manhãzinha, e pegar a neblina que não deixa você ver nada a mais de alguns metros a sua frente…
Mas ao mesmo tempo assistir um jogo no Estádio da Funilense tem um aspecto nostálgico, de um tempo que infelizmente parece não voltar mais.
O Estádio é muito parecido com os tradicionais campos de várzea, onde praticamente não há espaço entre torcida e atletas.
Além disso, o campo fica numa localização única, entre a usina e muito verde.
Fica nosso agradecimento ao pessoal do time, ao Duzão e ao pessoal da The Wall, a confecção que me arrumou a camisa!
Só pra reforçar que ainda visitamos muitas outras vezes o Estádio da Funilense, como quando levamos os amigos Javi & Jose, torcedores da La U, do Chile para conhecer o local…
Infelizmente o estádio foi totalmente demolido em 2019….
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
Participe, interaja. O futebol da sua cidade é do tamanho do seu esforço…