Em evento realizado na noite de 13 de janeiro de 2023, o Ramalhão apresentou as 3 camosas oficiais para o ano de 2023.
A camisa 1, branca, traz a imagem do estádio de maneira quase sublminar.
A camisa 2, num azul escuro, traz uma imagem vibrante mas que eu ainda não consegui definir.
A camisa 3, bastante diferente do que se fez nos últimos anos, é uma homenagem a Inter de Milão… Pode ser que parte do público não se identifique, mas a moçada que representa o futuro do Ramalhão nas arquibancadas adorou!
Uma das primeiras cidades que visitamos para fotografar estádios foi Valinhos, láááá em 2008, mas… naquele dia, nada deu certo…
Não conseguimos autorização para entrar nos campos, não fizemos nenhum registro legal e por isso, programamos um retorno algum dia. Quase 15 anos depois, finalmente voltamos à cidade!
A região de Valinhos como todo o Brasil foi território indígena e é impressionante como existe pouca informação sobre as etnias que a ocupavam antes da chegada dos europeus… Se você tiver alguma informação sobre isso, por favor envie e eu complemento este post.
A história da formação da atual cidade de Valinhos nasce das trilhas que ligavam Jundiaí a Goiás e que fez surgir uma parada junto ao ribeirão Pinheiros. O lugar exato ninguém sabe dizer, mas acredita-se que fica na região do atual bairro da Capuava. A pousada teria existido por quase cem anos!
No início do século XIX é a vez do café chegar até a região que para atender às necessidades logísticas fez surgir a Companhia Paulista de Estradas de Ferro com um trem que ia de Valinhos para Jundiaí. E essa estação “dos Vallinhos” deu origem ao centro urbano da cidade (Foto de 1908 da revista o Malho / APHV.):
A ferrovia ampliou a população de Valinhos trazendo imigrantes europeus, para substituir a mão de obra escrava. A sequência desenvolvimentista foi o surgimento de indústrias. Em 1896, a vila de Valinhos foi elevada à categoria de Distrito de Paz, e em 1953 a município.
Os trilhos ainda cortam a cidade, e existem planos reais para que a ferrovia volte a fazer parte da realidade!
Importante ressaltar a produção de Figo Roxo, que é um dos principais produtos da cidade, junto da Goiaba. Se você curte frutas e festas, não deixe de participar da Festa do Figo (clique aqui e veja mais)!
E quando falamos de futebol, temos 5 times que fizeram história na cidade, e vamos recordar um pouco da história de cada um deles!
Começando com o mais antigo, falemos do Clube Atlético Valinhense, fundado em 20 de setembro de 1925, em um bar na Rua 7 de Setembro, em frente ao antigo Cine Paz.
Inicialmente, o time se chamava Sport Club Valinhense e teve seu primeiro campo na Rua Senador Feijó, construído em 1926, em um mutirão.
Como o local do campo (onde atualmente está a Unilever) era próximo a um brejo e alagava com frequência, em 1928 construíram um novo campo, onde hoje está a Igreja da Vila Santana. Neste ano, se filiou à Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) e disputou o Campeonato do Interior, jogando o grupo da 3a região:
Em 1938, novas mudanças: agora seu nome passa a ser Clube Atlético Valinhensee comprou um novo terreno (onde está a rodoviária atualmente), que se tornou a casa do CAV por mais 25 anos.
Entre 1945 e 1949, o CA Valinhense conquistou o tetracampeonato do Campeonato Regional Amador da Liga Campineira. Aqui, o time de 1945 (fonte: site )
Em 1949, fez uma partida contra o time amador do Guarani pela 1a divisão da Liga Campineira de Futebol.
O time que sairia campeão desta competição!
A notícia do campeonato em 1950, o time foi bicampeão da Liga Campineira. Surgia o apelido do time “Esquadrão Fantasma”.
Em 1951, disputou um jogo treino com o São Paulo e perdeu por 6×0.
E também jogou com o Palmeiras!
O grande momento viria ainda em 1951, com a estreia do CA Valinhense no futebol profissional, disputando a 2ª divisão e com uma campanha mediana:
Em 1952, mais uma disputa da 2ª divisão.
Fica sem jogar em 1953, e em 1954 volta na 3ª divisão:
Em 1955, mais uma disputa da terceira divisão.
Aqui, uma foto do estádio em 1955:
Em 1957, um amistoso contra o Palmeiras marcou o aniversário do CAV (6×1 pro alviverde paulistano).
Em 1964, foi feito um pedido de desapropriação da área a mando da prefeitura, levando o CA Valinhense a uma nova mudança para a Avenida Onze de Agosto, seu endereço atual, inaugurado em 1970 e fomos registrar o clube!
Um olhar na entrada do clube:
Vamos conhecer a parte interna do estádio:
O atual estádio possui iluminação e um belo gramado. Aqui o meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
O distintivo do clube ao fundo do gol dá uma charme ainda maior ao campo:
O banco de reservas:
A visão de traz do gol:
Sabemos que dificilmente o CA Valinhense voltará às disputas profissionais, mas sonhar… não custa, até porque a cidade não para de crescer e merece uma participação!
Falemos então do segundo time mais antigo da cidade, a Associação Desportiva Classista Rigesa, fundada em 23 de setembro de 1943.
A Associação Desportiva Classista Rigesa nasceu pela MWV Rigesa, empresa norte-americana produtora de papel, e até por isso seu primeiro nome era Papelão Futebol Clube.
O time se tornou conhecido ao ser vice campeão do amador de Interior em 1951.
Com essa conquista, mudou o nome para Rigesa Esporte Clube, em 1952. Aqui, o time no estádio do EC Mogiana:
Aqui, no próprio campo do Rigesa!
Em 1954 fez sua estreia no futebol profissional, disputando a 3a divisão junto do CA Valinhense e o time estreou com uma incrível campanha na primeira fase.
Na segunda fase, ficou em 4o lugar não chegando nas finais.
Em 1955, disputou um amistoso contra a Ponte Preta!
Em 1955 e 56, terminou a 1a fase em 4o lugar, em 1957 e 58, terminou em último do seu grupo e em 1959, em sua última participação na terceira divisão novamente em 4o lugar, não se classificando à segunda fase em nenhum desses campeonatos.
Em 1960, disputa a quarta divisão e se classifica em segundo lugar na primeira fase:
Na segunda fase, acabou em 3o, fora das finais.
O time ficou de fora dos profissionais por 6 anos, e voltou à 3a divisão em 1967 para enfim despedir-se do futebol profissional:
Time de 1977 que sagrou-se campeão do campeonato amador do interior:
Em 1979, mudou de nome novamente, para Associação Desportiva Classista Rigesa mas se afastou de competições profissionais de futebol.
Entre os anos de 1978 e 1981, o time teve como goleiro o (futuro) jornaista Flávio Gomes como goleiro das categorias de base. Aqui, ele – o primeiro à esquerda- no time de 1981:
Em 2015, o WestRock, grupo dono da Rigesa, encerrou as atividades do clube. Em 2017, a venda do espólio da ADC Rigesa foi debatida em plenário na Câmara de Valinhos, mas ao que parece ainda não se concretizou, e antes que isso aconteça, estivemos no Estádio para registrá-lo
Essa é a entrada do Estádio que além do campo, possuía outros equipamentos esportivos (até uma piscina!)
Por sorte ou por conta do destino, o estádio estava aberto e com um treino do time de futebol americano do Guarani de Campinas e assim pudemos registrar essa histórica arquibancada.
Olha como ela ficava nos dias de jogo:
Dá uma olhada como o espaço é lindo!
Aqui, o meio campo:
Gol do lado esquerdo
Gol do lado direito:
E lá vem o trem!!!
Aparentemente, o estádio passou por mudanças, será que esses bancos estavam aí antes? Mesmo assim, bateu um grande saudosismo de estar aí…
E pelas fotos, também existiam arquibancadas nos demais lados do campo.
Atualmente, nenhum dos lados possui arquibancada.
Olha aí a piscina que eu falei:
E a bocha!
Mais um estádio importante do futebol paulista registrado!
Falemos do terceiro time a surgir na cidade e que chegaria ao futebol profissional: a União Valinhense de Esportes, fundada em 1968.
O União Valinhense disputou no ano seguinte (1969) o campeonato paulista da terceira divisão (que equivalia ao quarto nível do futebol estadual aquele ano) pela primeira e única vez.
Depois dessa participação, o clube foi extinto. E alguns anos depois, em 7 de maio de 1972 surge o EC União Bom Retiro, fundado da fusão entre duas tradicionais equipes locais: Ribeiro e Concordia e seu nome homenageia o bairro onde ficava (Bom Retiro).
Em 1976, construiu o Estádio Eugênio Francischini com capacidade para 5 mil torcedores e que foi reaberto recentemente depois de anos fechado (atualmente é um equipamento público da prefeitura de Valinhos).
Olha aí o meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
O estádio não tem uma fachada na entrada que o identifique… Mas tem uma boa estrutura por estar sendo utilizado para os projetos da prefeitura e para o futebol local. Tem uma cobertura na área superior que oferece bom conforto.
Arquibancada colorida e lá ao fundo vê se o ginásio que também faz parte do complexo esportivo da Prefeitura.
Possui arquibancadas ao fundo do gol também!
Em 1986, o EC União Bom Retiro filia-se à Federação Paulista de Futebol e estreia nas competições disputando a Terceira Divisão daquele ano, terminando em último lugar.
Em 1987, mais uma péssima campanha, terminando em último lugar 🙁
Em 1988, o time surpreende e faz uma incrível campanha na primeira fase, classificando-se como vice campeão!
Na segunda fase, um ponto o afastou da classificação para a 3a fase:
Em 1989, mais uma boa primeira fase, terminando na terceira posição e se classificando…
E passou os 6 jogos da segunda fase sem perder nenhuma partida!
Faltava uma só fase para chegar a final, mas dessa vez duas derrotas terminaram com o sonho do União Bom Retiro.
Em 1990, não disputa, retornando em 1991 em uma campanha bem ruim…
Em 1992 e 93, novamente campanhas ruins e em busca de novo ânimo, em 1994 altera seu nome para Valinhos Futebol Clube (imagem abaixo do site escudos Gino).
Infelizmente a FPF reformulou as divisões dos campeonatos e o Valinhos FC faz sua estreia na Quinta Divisão, de 1994 e embora o time tenha feito uma boa campanha acabou desclassificado da próxima fase por não ter um estádio que atendesse às demandas da Federação Paulista.
Disputa a sexta divisão em 1995, com uma campanha mediana sem se classificar para a fase seguinte. E finalmente chegamos a 1996, e uma campanha incrível levou o Valinhos FC ao quadrangular final. Campanha do primeiro turno:
A classificação após o primeiro turno:
A campanha e classificação no segundo turno:
E no quadrangular final, uma vitória na última rodada contra o Velo Clube deu o título ao Valinhos FC!
Mas o título que poderia dar ainda mais ânimo ao Valinhos FC acabou sendo um tiro no pé… A Federação alegou que o seu estádio não atendia as exigências e impediu o seu acesso. Após esta trapalhada, o Valinhos FC se licenciou e desde então segue no amadorismo, mas infelizmente não conseguimos pegar um jogo deles…
Aí o banco de reservas:
Aqui, duas placas identificando o estádio e demonstrando suas reformas.
Apertem os cintos, o piloto do destino sumiu. A noite de 4a feira 11 de janeiro é pra ficar guardada na memória da torcida ramalhina, independente dos próximos resultados.
Vamos começar do final: 3×0. Classificados em primeiro lugar, uma noite de gala feita por esses meninos: Gabriel Cabral; Leonardo, Henrique Cayres (Gabriel Silva), Renan Veltri (Rodrigo Canovas) e Lucas Serrano (Lucas Jesus); Caio Roger, Jhonatas (Marcos Vinicius), Pato e Bruninho; Cledson e Gabriel Ferreira (Rodrigo Fuzil), dirigidos por Ari Mantovani.
O que mais pedir pra um time de futebol? Que goleie um dos chamados “grandes” do futebol paulista? Feito! Que comemore com a torcida? Feito! Que peça pra tremular o bandeirão em pleno campo? Feito!
Em um momento tão difícil do nosso país com os atos terroristas que envergonharam a todos, me fez muito bem poder estar em um evento público, gratuito, que reuniu tanta gente… As vezes faz bem se permitir certas doses de felicidade…
Pra quem não conhece o Estádio Bruno José Daniel, vale reforçar que a torcida do Santo André é formada por diferentes grupos: são 3 organizadas (TUDA + Fúria + Esquadrão), um bom número de torcedores “autônomos” que só torcem pro Ramalhão e em jogos como esse da copinha, aparecem os tradicionais “turistas”, que serão sempre bem vindos, mas que não tem necessariamente uma grande ligação com o time.
De qualquer forma… o estádio estava cheio!
Tão cheio que os muros em torno do estádio se transformaram em um outro anel de arquibancada.
E teve bandeirão, teve festa…
Teve bandeira de mastro…
E teve um baile dos ramalhinhos em cima do Santos.
O pessoal da Esquadrão agora fica na lateral da entrada do estádio.
A torcida do Santos, óbvio, também merece grande destaque, mesmo com o placar adverso, se fizeram presentes do início ao fim.
Com tanta gente, os portões do estádio foram fechados e muita gente teve que acompanhar a partida de cima do muro…
Agora é a hora do último estádio desse rolê, o Estádio Clemente Alberto de Sousa em Echaporã!
Com este relato me despeço não apenas do incrível rolê de 15 de novembro como também do ano de 2022. Que tenhamos novas aventuras boleiras em 2023 e que todos tenhamos muita saúde, trabalho, amor e grana pra poder estar nessa!
Antes de falarmos do futebol, é sempre importante ressaltar uma breve visão sobre o caminho trilhado até chegarmos a Echaporã dos dias de hoje.
Echaporã significa Bela Vista em Tupi Guarani, e este foi o nome da cidade por um bom tempo. A cidade se desenvolveu no mesmo modelo das que visitamos no oeste paulista: primeiro a chegada de alguns bandeirantes, depois a distribuição de terras ainda no papel para uns poucos poderosos e a partir daí uma verdadeira guerra com os habitantes originais indígenas, kaingangues em sua maioria.
No caso de Echaporã, além da expulsão e da matança, houve ainda um processo de catequização em pleno século XX, realizado pelos freis capuccinos, que teriam inclusive tentado ajudar na guerra contra os grupos que chegavam, mas… sem grandes resultados. Aqui, uma foto de 1910 dos indígenas com um padre da ordem dos Capuccinos (Fonte: Livro “As antigas fazendas Alta Sorocabana”):
Em 1922, Santiago Fernandes (que vivia na região ocupada pelos freis capuccinos) iniciou a construção da primeira igreja do local, dedicada a Nossa Senhora Aparecida. A região passa a se reunir no entorno da igreja e o Padre João di Longue batiza o nome do vilarejo como “Bela Vista” (o nome durou até 1944, quando mudou-o para Echaporã).
Em 1° de janeiro de 1939, o distrito passa à município de Bela Vista.
Em 1947, foi construída a igreja matriz da cidade:
E em homenagem à cidade, em 1935 foi fundado o time do Bela Vista Futebol Clube.
Em 1942, estreia no Campeonato do Interior disputando o grupo da 13a região, que teve a Ferroviária de Assis como campeã:
Em 1950, novamente jogou o Campeonato do Interior e ainda aplicou uma das maiores goleadas contra o time do Barra Funda de Assis:
A Gazeta Esportiva de 1957 trouxe uma citação sobre uma partida do time no Campeonato do Interior daquele ano:
Em 1966 faria sua estreia no Campeonato Paulista, mas pouco antes do início, desiste da participação que teria colocado o nome do time e da cidade ainda mais na história!
Esse era o time de 1968:
Aqui, uma foto do time jogando em Assis já nos anos 70:
Aqui, uma foto do atual time de veteranos:
Para viver um pouco dessa história, fomos até o Estádio Municipal Clemente Alberto de Souza:
O estádio fica num quarteirão bem aberto, sem muros em seu entorno, apenas alambrado, aqui o gol da esquerda:
Agora é a hora de conhecer um pouco da história do futebol em Quatá e o Estádio Municipal Benedicto Dalla Pria!
O passado de Quatá como o de todo oeste paulista está ligado à forte presença indígena, principalmente dos Caingangues, que ligavam suas aldeias no sentido Norte-Sul, via a trilha “Caminho dos Macaúbas”.
Um dos primeiros ocupantes da terra foi Manoel Pereira Alvim, por volta de 1887, ao longo do Ribeirão Bugio afluente do Rio São Matheus. Os caingangues perceberam a presença do invasor e acabaram com a plantação de café, além de matar todos os presentes.
Mas… as atuais imagens cristãs deixam claro quem ganhou a disputa dessas terras… Ainda que os indígenas tenham criado forte resistência, não foi suficiente para parar o tal “progresso”. Ou deveríamos dizer retrocesso?
A “grilagem” da terra marcou o início da ocupação do povoado, ainda no século XIX. A chegada da estrada de ferro, com a inauguração da estação da cidade em 1916 ajudou a povoar ainda mais a região. A foto é do site Estações de trem.
Em 15 de novembro de 1927 (coincidentemente no mesmo dia em que estávamos na cidade, 95 anos depois…) foi erguida a Paróquia Santo Antonio:
E assim… o povoado cresceu e foi elevado à município em 1925..
Atualmente, quase 15 mil pessoas vivem em Quatá e entre várias opções de lazer, alguns ainda têm o futebol como preferência e assim, tem como lugar especial o Estádio Municipal Benedicto Dalla Pria.
E lá fomos nós para conhecer mais um estádio importante para o futebol paulista.
Aqui está o meio campo:
O gol da esquerda:
E o gol da direita:
Aqui, uma imagem da construção do estádio
O Estádio é a atual casa do futebol de Quatá, e o time mais conhecido da cidade é o Quatá Futebol Clube, fundado em 5 de novembro de 1926, pelos esportistas Guido Pecchio, Manoel Maricato, Azarias Gagliardi, Ângelo de Barros e outros. Distintivo do site História do futebol:
Agora é a hora de conhecer um pouco da história do futebol em João Ramalho e o Estádio João Boim!
A cidade nasceu de um “desmembramento” de Quatá.
Após a chegada dos bandeirantes na região e a expulsão dos indígenas, ainda no século XIX, a partir dos anos 1920, alguns grandes proprietários de terra construíram as primeiras casas. Com a chegada da Estação ferroviária à região, em 1916, ainda sob o nome de “Santo Ignácio” a cidade passou a receber muitos moradores.
Em 1935, foi elevado a distrito, e em 1959 a município, mas a oficialização só ocorreria em 1961, porque Quatá não aceitou a emancipação e entrou com um recurso, que demorou 2 anos para ser julgado.
O nome da cidade (João Ramalho) é uma homenagem a uma figura muito importante na história do Brasil e cheia de controvérsias. Ninguém sabe oficialmente como nem quando João Ramalho chegou ao Brasil, e embora tenha vivido com indígenas tupiniquim, acabou envolvido diretamente na escravização de tribos inimigas transformando São Vicente em um ponto de tráfico de escravizados conhecido mundialmente no século XVI.
Sabendo da proximidade dele com a nossa história, em 2020 fomos até sua cidade natal, Vouzela, registrar um pouco da história do futebol veja aqui como foi!
Atualmente, a cidade possui cerca de 5 mil habitantes e mantém as tradicionais casas feitas em madeira que tanto caracterizam as cidades que surgiram ao lado das ferrovias.
Não havíamos planejado passar pela cidade, porque nosso cronograma estava super apertado e já era o dia de retornar a Santo André, mas, o time que representa a cidade havia sido campeão regional de futebol amador da liga de Tupã e assim, classificou-se para o campeonato amador do estado, ou seja… Não podíamos perder a oportunidade…
Assim, lá fomos nós conhecer a casa do João Ramalho Futebol Clube! Esse era o distintivo antigo do time:
E este, com o brasão da cidade, é o que está sendo utilizado atualmente:
O João Ramalho FC ainda teve um outro distintivo antes, quando foi campeão do Amador Interestadual de Palmital-SP:
Nestas fotos, perceba que o time do João Ramalho usa o distintivo antigo e tem a camisa similar ao do tricolor paulista:
E este achado incrível: o cartão de identidade de atleta de Domingos Boim, que foi prefeito da cidade:
Além de uma série de partidas amistosas e campeonatos locais, o João Ramalho FC jogou o Campeonato do Interior. Aqui, imagem da Gazeta Esportiva de 1956 do setor 44:
O Quatá FC , grande rival do João Ramalho FC sagrou-se campeão do setor.
Jogou também o Campeonato Amador de 1958, disputando o setor 33, segundo a Gazeta Esportiva de 13 de junho de 1958:
Enquanto isso, vamos curtir as fotos dos times do passado.
Em 2022, o time do João Ramalho FC sagrou-se ainda campeão da Copa Intermunicipal 2022.
Aqui, o Campeonato Amador Regional, da liga de Tupã:
Walef Donegá (auxiliar técnico) e Maicon Ribeiro (Técnico) levantam a taça de campeão:
E aqui, o elenco que jogou o Campeonato amador do estado de 2022:
Aqui, no jogo contra o New Boys, de Piracicaba:
Outra formaç˜ão recente do time:
O João Ramalho Futebol Clube manda seus jogos no Estádio Municipal João Boim e com tanta história, não podíamos deixar de conhecer!
Em um primeiro momento, achei que só conseguiríamos registrar do lado de fora…
Pelo menos dava pra ver a sala de troféus do time!
O estádio possui até umas plantas decorativas. Lá ao fundo a arquibancada!
Mas, com os deuses do futebol ao nosso lado, acabamos conseguindo adentrar ao Estádio João Boim!
Aqui podemos ver o gol da esquerda, e um pouco do banco de reservas:
O gol da direita (onde está a entrada do estádio) e o banco de reservas correspondente:
O meio campo e as torres de iluminação:
Veja o detalhe do banco de reservas e também como é próximo para assistir aos jogos no Estádio João Boim:
Agora é a hora de conhecer um pouco da história do futebol em Martinópolis e o Estádio Coronel João Gomes Martins!
Mais uma cidade do oeste paulista que foi criada afugentando os indígenas que ali residiam e abrindo espaço em meio a densa floresta, seja para a agricultura ou para as residências dos que chegavam em busca de uma vida melhor.
Como toda aquela terra “não tinha dono”, em meados do século XIX, José Teodoro de Souza e Francisco de Paula Moraes se tornaram proprietários de enormes extensões. Logo, muitos imigrantes (em especial os japoneses) chegaram para trabalhar no agronegócio.
Em 1930, na Cachoeira do Rio Laranja Doce foi construída a Usina Hidrelétrica considerada a “avó” das usinas existentes nos rios Paranapanema e Paraná.
Em paralelo, a Estrada de Ferro Sorocabana inaugurou a estação local em 1917, que colaborou para a chegada de cada vez mais pessoas. Era o casamento perfeito entre café e ferrovia. (Foto do site Estações Ferroviárias):
Na década de 20 foi construída a Paróquia Santa Bibiana.
Como o agro era muito forte na região, foi natural ver o futebol surgir dentro das fazendas, como o Fazenda Capão Bonito, o FAC, dos anos 40 e que se fez conhecido por disputar campeonatos e jogos com times de outras fazendas e de cidades próximas e que tinha como padrinho o “coronel” João Gomes Martins. O uniforme ostentava na camiseta do uniforme um ramo de café com grãos vermelhos. Olha aí a galera da fazenda reunida em uma foto disponível na Fanpage Museu Virtual de Martinópolis (as demais fotos dos times posados também são desta fanpage):
Se você se interessa por futebol da região, precisa conhecer o site Osmardeamigos, vale a pena conhecer! Outro que surgiu na agricultura foi o time da Fazenda Laranja Doce:
No final dos anos 30, surgiu uma nova potência no futebol local: o Martins Futebol Clube.
O time mandava seus jogos no campo ao lado da Cerâmica Martins (atual bairro Jardim Pioneiro) e se apresentou na festa de emancipação do município, em 29 de janeiro de 1939. Em 1942, o Martins EC disputa o Campeonato do Interior, jogando o grupo da 11a região:
Em 15 de fevereiro de 1944 seria refundado como Martins Esporte Clube.
Em 1947, o Martins Esporte Clube joga novamente o Campeonato Paulista do Interior.
Aqui,o time de 1948:
Alguns atletas do time:
Martins EC, campeão amador regional em 1961.
Time de 1962:
Time do fim dos anos 70:
MEC de 1975:
Martins Esporte Clube, em 1988.
A equipe mais recente, em 2005.
Ainda nos anos 40, foi fundado o Operário FC:
O Operário FC disputou o Campeonato do Interior de 1944:
Outro importante time que existe em Martinópolis é a Associação Martinopolense de Esportes Atléticos (AMEA), fundado em 26 de novembro de 1946, do antigo time Operário FC e que logo se tornou rival do Martins Esporte Clube.
O time da AMEA na Vila Alegrete, década de 1960.
Time da AMEA em 1966.
A cidade teria ainda o time “Pimenta“, que surgiu nos anos 50, por funcionários da empresa Martins Pimenta.
O Pimenta tinha como grande rival o Esporte Clube Vasco da Gama, fundado em 1950. Outro time importante é o Bocafogo Atlético Clube, fundado em 1975 por Lourival Fagundes Odilon, o Buzza, proprietário de um famoso bar próximo da estação da Fepasa. O campo do Bocafogo se localiza no Jardim O Pioneiro. Aqui, o time nos anos 90:
O Teçaindá Esporte Clube foi fundado em 3 de novembro de 1955.
Outras equipes como a da Fazenda Swift, Fazenda Junqueira, Vila Escócia, Vila Martins, e de bairros rurais como o Jacaré fizeram história também, mas nenhuma teve tanta visibilidade quanto o Clube Atlético Martinópolis.
O CA Martinópolis foi fundado em 1º de janeiro de 1942, e nasceu como um verdadeiro selecionado de jogadores do Martins EC e pela AMEA. Além de muitos Campeonatos amadores, o CA Martinópolis entrou pra história ao colocar a cidade nos campeonatos profissionais da Federação Paulista, disputando a 4a divisão em 1966. E a boa surpresa é que o time se classificou para a segunda fase.
Na 2a fase, o time se juntou a outras 4 equipes para jogar a “4a série”, e o time acabou em terceiro lugar, uma posição intermediária, mas que colocou fim no campeonato de estreia do time.
Em 1967, o time até se preparou para disputar o campeonato, mas acabou desistindo antes do campeonato. Mas o CA Martnópolis já havia entrado pra história! E toda essa história do futebol da cidade, inicialmente aconteceu em campos bem amadores, mas nos anos 30, Martinópolis ganhou um estádio bastante importante para o futebol local: o Estádio Coronel João Gomes Martins, que fica na Rua Antônio J. Senteio.
A área do Estádio foi doada por João Gomes Martins Filho.
Olha a vista aérea do campo (também do site Osmardeamigos):
E aqui, um olhar do seu belo gramado:
E essas deliciosas mangas esperando amadurecerem…
A bilheteria do estádio ainda está lá…
Atrás do gol, existe um pequeno lance de arquibancadas.
Aqui o meio campo:
Na lateral do campo, também há uma pequena arquibancada:
Como não conseguimos entrar no campo, só conseguimos algumas parcas imagens feitas do lado de fora:
Já no caminho de volta pra casa, fomos conhecer um pouco da história do futebol em Álvares Machado e do Estádio do Paulista e é o que veremos neste post!
Álvares Machado é uma pequena cidade que está praticamente colada a Presidente Prudente com uma população de pouco mais de 25 mil pessoas.
Como todas as cidades do oeste paulista, a história de Álvares Machado começa com a ocupação indígena que ocorria há muito tempo e que viu o seu fim com a chegada dos bandeirantes. Aquela área selvagem, rodeada pela floresta do Vale do Paranapanema com seus córregos e ribeirões foi aos poucos vendo a chegada das novas famílias, expulsando (muitas vezes matando) os indígenas locais, que reagiram com bravura, mas não foram capazes de brecar este movimento.
Considera-se o fundador de Álvares Machado, Manuel Francisco de Oliveira, que chegou ao local, na época conhecido como Brejão, comprando terras da viúva de Manuel Pereira Goulart e construindo sua casa. Aos poucos o local passou a atrair outros moradores.
Em 1919, a Estrada de Ferro Sorocabana chegou à região, com a estação ferroviária de Brejão que mudaria de nome para Álvares Machado. Foto do site Estações Ferroviárias:
O futebol na cidade se iniciou com a criação do Paulista Futebol Clube em 1943. Distintivo do site Escudos Gino:
Esse é o time de 1943:
Em 1944, disputa o Campeonato Paulista do Interior na 17ª região, ao lado do rival local EC Bandeirantes. O grupo tem como campeã a AA Venceslauense.
Em 1945 mais uma disputa e o campeão do grupo foi o FADA:
Em 1946, não disputa o Campeonato do interior, mas no ano seguinte, em 1947, sagra-se campeão do seu grupo (o setor 22):
O Paulista FC enfrenta então os campeões da Zona 5, e a AA Botucatuense sai vitoriosa classificando-se para a próxima fase e chegando até a final do campeonato, da qual o Rio Pardo FC sagrou-se campeão!
Também disputou o Campeonato amador de 1950.
No site Osmardeamigos encontra-se essa foto do time de 1973:
Aqui, o time de 74:
Fiquei um pouco decepcionado por chegar ao estádio e ver que o tempo foi impiedoso com ele… A começar pela sinalização que foi apagada pelo tempo e pelas reformas.
Pelo Google Maps ainda encontrei uma imagem que mostrava o nome do time nos muros do local, diferente da realidade atual.
Navegando pelo Facebook encontrei essa imagem interna que mostra uma estrutura com toda a identificação do time.
E também uma imagem interna do campo.
Além do Paulista e do já citado Bandeirantes, nos anos 70 ainda existiu o time do Estudantes:
Nos anos 80 ainda havia o Machado Atlético Clube, o MAC que jogava no Campo Municipal do Paulista. Nessa foto, dá pra ver que existia uma arquibancada coberta lá:
E destaque também para o time do Avaí:
Nos dias atuais, sequer conseguimos entrar no campo, e só deu pra registrar o campo lá de fora.
Já no caminho de volta, vamos conhecer um pouco da história do futebol em Santo Anastácio, e do Estádio José Spaus da Silva, o antigo Estádio da Vila Lunardi.
Então não perca a saída da Raposo e entre no trevo!
Santo Anastácio está na região oeste do estado com uma população de cerca de 25 mil pessoas e ainda guarda um pouco da tranquilidade comum no interior.
A região foi ocupada por séculos por indígenas GuaranisKaiowás, Xavantes e Kaingangues que foram exterminados ou expulsos para as áreas ainda mais ao interior ocupando as matas virgens do Vale até chegar ao Mato Grosso do Sul.
A soma Agricultura (café e cana) + estrada de ferro impulsionou uma nova ocupação à região por brasileiros e muitos imigrantes.
Como era comum, as terras pertenciam a poucas pessoas, que logo passaram a vender lotes na área rural que davam direito a um lote na parte central, desenvolvendo a cidade ao mesmo tempo que a área rural crescia.
O povoado foi crescendo de forma planejada, com ruas e avenidas largas, passou a ser conhecida como “Vai e Vem”
Quando elevado à vila em 1921 por Washington Luís, passou a denominar-se distrito de paz de Santo Anastácio.
Em 1925 o distrito foi elevado à cidade e foi erguida a Paróquia Santo Anastácio.
Mas… Lembre que a nossa religião é o futebol, e que nosso objetivo em Santo Anastácio era conhecer e registrar o “Estadio Municipal José Spaus da Silva“, antigo “Estádio da Vila Lunardi“.
O futebol em Santo Anastácio se iniciou na década de 20, em um campo, que ficava na área onde está hoje o Grupo Escolar Enrico Bertoni. Como fonte desse post, utilizei algumas informações do incrível site Osmar de amigos. O primeiro time importante surgiu em 1929: a Associaçao Atlética Anastaciana, com sede na Avenida Dom Pedro II.
O time teve uma história curta, encerrando suas atividades em 1936, mas fez história nas disputas locais, incentivando o surgimento de outros times na cidade.
Em 1930, o time realizou um derbi contra um time de Ferroviários locais (décadas depois surgiria o União Ferroviária Anastaciana).
O segundo time a fazer história na cidade, seria fundado em 10 de maio de 1940: o FADA Futebol Clube. Encontrei dois distintivos do clube:
O nome do time é uma sigla que significa “Federação Anastaciana de Desportos Atléticos“, mas a Federação Paulista de Futebol, não topou alegando que não poderia existir outra “Federação”. Daí surge a ideia de nomear o time como “Fada Futebol Clube“. Esse é o time de 1940:
Depois de partidas amistosas com times locais, estreou no Campeonato do Interior em 1942:
Não disputa em 1943, voltando em 44 (a AA Venceslauense sairia campeã do grupo):
Em 1945, o FADA foi campeão do seu grupo, derrotando a Associação Atlética Venceslauense por 7 a 1. Mas pegou a Ferroviária de Assis no mata mata, perdendo em Assis por 4×0 e vencendo em Santo Anastácio por 1×0, sendo eliminado.
Em 1946 o FADA conquistou mais uma vez a sua zona no Campeonato Amador Regional, ao empatar com o Palmeiras em Presidente Prudente por 2×2. Infelizmente na segunda fase (um quadrangular), perdeu a vaga para a AA Botucatuense.
Em 1947, o FADA não consegue se classificar, perdendo a vaga para o Paulista FC de Álvares Machado.
Esse foi o time que disputou o Amador daquele ano:
Em 1950, o FADA conquista mais uma vez o grupo do Campeonato Amador Regional vencendo na final o XV de Novembro, também de Santo Anastácio por 3 a 1. Após várias eliminatórias, o FADA alcança a fase final com o Candidomotense, Ourinhense, Pirajuí FC, Saltense e o campeão América de Ibitinga.
Este foi o time de 1951:
Em 1952 conquistou mais uma vez o título do grupo do Campeonato Amador Regional. Em 1954, uma campanha mediana, mas em 1955, o FADA aceita um novo desafio: disputar a 3ª Divisão do Campeonato Paulista.
É sem dúvida o maior momento do time, mesmo terminando o campeonato com uma campanha fraca. O FADA volta a disputar o Campeonato Amador conquistando o título do seu setor outras vezes. A Fanpage Esporte Totaltrouxe esta foto de 1963:
Em 1966 encerra suas aventuras no mundo do futebol sagrando-se campeão da região mais uma vez, como um presente de despedida para os anastacianos.
Após 12 anos de pausa, o Fada Futebol Clube tentou voltar ao mundo do futebol, disputando a quinta divisão do Campeonato Paulista de 1978.
O amigo Wesley Paula postou em sua página do Facebook esta foto incrível da camisa do FADA FC:
Na sequência dos times, em 1948, foi a vez do XV de Novembro aparecer. Aqui, uma foto do time em 1954:
Em 1952, surge o União Ferroviária Anastaciana, o “UFA“.
Além das disputas amadoras e vários derbis, em 1957 disputou a 3a divisão do Campeonato Paulista:
Em 1958 foi convidada a disputar a segunda divisão, mas não aceitou e pediu pra jogar a terceira e … acabou sem divisão kkk
Em 1954, é a vez do Grêmio Esportivo Casemiro de Abreu aparecer. Aqui, o time de 1956:
E se todos esses times tiveram uma história tão bonita, foi graças a este pedaço de chão que segue lá…
Se antes o Estádio era conhecido como Estádio da Vila Lunardi, desde1972 (segundo a placa no próprio estádio) o nome oficial é Estádio Municipa;l José Spaus da Silva.
O estádio preserva dois lances de arquibancadas na lateral do estádio, sendo uma delas coberta.
Do outro lado, se não há arquibancada, ao menos o “desenho do estádio” parece pronto para isso.
E aí, uma visão atrás do gol:
Vamos dar uma olhada no campo:
Olha a arquibancada vista de dentro do campo:
E a arquibancada descoberta ao lado dela:
E ali a entrada do estádio, de onde eu fiz as fotos iniciais:
Faltou contar uma parte importante da nossa ligação com a cidade: foi em Santo Anastácio que meu pai nasceu, então por mais que ele nem tenha nenhuma recordação da cidade, seria nesse campo que ele teria jogado e torcido!
Olha aí o placar manual:
Até o banco de reservas segue por lá com seu charme:
Até a polícia tem seu espaço ali…
O gol do fundo do estádio…
Que essas arquibancadas tenham a energia que merecem seja no futebol profissional ou amador!
Tem até um espaço para a imprensa ali no meio das arquibancadas:
O estádio é muito bonito e parece ter “brotado” em meio à natureza…
Um último olhar…
Hora de ir embora com a certeza de mais uma missão cumprida!