No fim de semana de 8 e 9 de novembro, estivemos por Cosmópolis e a cidade estava respirando futebol! No sábado pela manhã, o Cosmopolitano Sports (agora de distintivo novo, como se vê abaixo) emprestou o Estádio Telmo de Almeida para que o Guarani disputasse a partida de ida das semifinais do Campeonato Paulista sub17.
Dê uma olhada em como estava bacana o clima no Estádio Thelmo de Almeida, mesmo em uma manhã chuvosa…
Cosmópolis tem respirado futebol de um jeito especial. A cidade carrega uma relação histórica com o esporte, por meio dos seus 2 times (Cosmopolitano e a Funilense) parece voltar a se acostumar a conviver com partidas decisivas.
O Estádio está praticamente pronto para receber a copinha de 2026!
Em campo, os visitantes não deram muita bola pro campo, nem o adversário e venceram a partida por 2×1!
Aqui, o gol da esquerda:
Gol da direita:
Meio campo:
O Guarani levou perigo tentando empatar…
Vista da arquibancada visitante:
Torcida do Guarani saiu meio brava com o resultado, mas o Bugre chegou até a semifinal revertendo fora de casa placares adversos, então… A esperança sobrevive!
A estrutura do Thelmo de Almeida impressiona pela organização e cuidado. Arquibancadas limpas e gramado bem tratado. A cada reforma, o espaço reafirma seu papel como casa do futebol cosmopolense e símbolo de resistência esportiva no interior paulista. Não a toa teremos copinha aqui em 2026…
Mudando de campo e de organização, seja bem vindo ao campo do Mancha Futebol e Samba, onde duas partidas das quartas de final do campeonato amador de Cosmópolis acosnteciam!
Se no sábado a manhã foi chuvosa no Estádio Thelmo de Almeida, o domingo brindou a torcida com forte sol!
Esses torneios amadores revelam o verdadeiro coração do futebol: paixão sem contrato, rivalidade sem violência e muito amor pela camisa. É nesse ambiente que surgem os novos talentos e onde o torcedor se sente parte da história, celebrando o jogo como um ato coletivo de alegria. E esse time, alguém aí conhecia?
Em julho de 2025 estivemos no Piauí, dando um super rolê por diversas cidades e aprendi que a capital Teresina fica ao lado de Timon, já no Maranhão, sendo divididas pelo rio Parnaíba.
O rio Parnaíba é o maior rio nordestino, navegável em toda sua extensão, sendo super importante para a economia do Piauí, não só para a pesca mas potencializando as atividades agropastoris, o transporte, a produção de energia elétrica, além do abastecimento urbano, lazer e turismo.
E atravessando o rio… Chegamos a Timon, já no estado do Maranhão!
Timon é a quarta cidade mais populosa do Maranhão mas faz parte do dia a dia da grande Teresina. Com base nos estudos sobre a presença indígena na área, pode-se supor que diversos grupos tenham habitado a região como os Gamela que transitavam entre o leste do Maranhão e o oeste do Piauí, povo agricultor e caçador, e que acabaram catequizados ou escravizados entre os séculos XVII e XVIII. Além dos Gamela, também haviam os Tremembé, os Timbira (que eram uma espécie de confederação de povos Jê), além de certa influência dos Tupinambá e Tabajara. Pedi pra IA uma imagem de como seriam os Gamela e olha aí o que veio:
A ocupação da região começou no século XVIII, por estar no traçado da estrada real que ligava os dois estados (Piauí e Maranhão) e fez com que fazendeiros, jesuítas e aventureiros acabassem se estabelecendo ao longo do caminho que de tão florido deu o nome ao lugar de… “Flores“. Somente em 1940, ocorreu a mudança de nome do município de Flores para Timon, numa homenagem ao intelectual maranhense João Francisco Lisboa, que deixou uma obra com o título Jornal de Tímon, numa referência ao célebre filósofo da Antiga Grécia.
Além disso, também no início dos anos 1940, tendo o Sr. Urbano Martins como interventor nomeado por Getúlio Vargas, foi construído campo que seria o Estádio Miguel Lima.
Atualmente, quem manda seus jogos la é o Timon Esporte Clube.
O TEC é um time recente, fundado em 2005 e que passou a disputar a série B do Campeonato Maranhense em 2007. Depois disputou as edições de 2010, 2014, 2017, 2018, 2019, 2020 (quando acabou rebaixado para a terceira divisão, pela perda de 16 pontos por uma irregularidade), 2021 (não houve terceira divisão e acaba voltando pra segunda), 2022, 2023, 2024 e 2025. O time chegou a bater na trave do acesso por várias vezes…
Outro time da cidade é a Sociedade Esportiva Juventude Timonense, fundado em 14 de janeiro de 2008, que atuava focado no futebol feminino mas que mais recentemente passou a ter equipes de base no masculino também.
A SEJ Timonense foi campeã do Campeonato Maranhense de Futebol Feminino de 2019, representando o Maranhão na série A2 do Campeonato Brasileiro de 2020. Em 2019 e 2022 também conquistou o título estadual.
E cruzando as ruas da cidade, enfim chegamos à casa do futebol de Timon…
Então é hora de conhecer o Estádio Miguel Lima, onde meninas e meninos escrevem suas histórias no futebol profissional e amador!
Como as portas estavam abertas, fomos dar um rolê e conhecer um pouco deste estádio já tradicional na história do esporte da cidade.
Vale um registro com sua bela arquibancada de fundo!
O gramado estava em dia, principalmente se considerarmos o forte calor da região e a falta de chuva do seco inverno piauiense.
O Estádio possui ainda uma pista de atletismo em torno do campo, que permite a prática de outros esportes à população.
O banco de reserva é de cimento. Pode não ser tão estiloso, mas dura mais…
Ali atrás do gol, um ginásio esportivo que complementa o equipamento municipal.
Acima da arquibancada, temos várias cabines de rádio em uma estrutura simples mas muito bem planejada.
Tradicional registro do gol da direita:
O gol da esquerda:
E o meio campo:
Para finalizar, não podíamos deixar de falar de outro time sediado em Timon, mas que não manda seus jogos nem em sua cidade natal, nem mesmo em seu Estado natal: o Esporte Clube Timon!
O Esporte Clube Timon disputa os campeonatos no estado do Piauí, sendo filiado à Federação de Futebol do Piauí, desde 2015. O time foi vice-campeão da Segunda Divisão do Campeonato Piauiense de 2019, conquistando o acesso para a 1ª divisão do estadual de 2020.
Em julho de 2025 tivemos a oportunidade de viajar até o Piauí e foi incrível.
Visitamos várias cidades e aprendemos muito com cada pessoa que conversamos. Obrigado por isso, futebol… Tudo começou na capital do estado: Teresina!
Única capital nordestina fora do litoral, Teresina tem sua realidade ambientada por 2 importantes rios: o Poty (esse abaixo) e o Parnaíba.
Fomos apresentados ao abacaxi temperado (alguém já conhecia de outro lugar?) que é a metade de um abacaxi servido na casca mesmo, coberta com pimenta, sal e leite condensado.
Além disso, só posso dizer que Cajuína é vida.
Essa é a Ponte Estaiada do Sesquicentenário Mestre João Isidoro França, um marco para celebrar os 150 anos da cidade, inaugurada em 2010. Mas não rola mais visitas à parte superior (a vista deve ser linda).
Abaixo da ponte, uma rica cena esportiva e cultural com uma das faixas de trânsito fechada aos carros para que a população possa aproveitar.
É muito difícil tentar resumir uma cidade tão linda e tão importante como Teresina em um mero post… O que posso fazer é enumerar alguns pontos como a Central de Artesanato Mestre Dezinho.
Um suco de Tamarindo combina bem com tanta arte.
Além da grande riqueza artística e artesanal, o espaço guarda uma parte triste da nossa história como país: ainda há no local um porão que foi utilizado como sala de tortura, durante o período da Ditadura Militar.
Também fomos até o mercado central pra sentir um pouco da vibe do centro da cidade. E adoramos!
Esse é o nosso país. E é bom ver um montão de frutas, verduras e legumes produzidos no nosso próprio território e que poderiam gerar um Brasil ainda mais igual e com menos fome.
Nossa passagem por Teresina foi uma aula viva sobre o Brasil que muitos ainda não conhecem. A arquitetura, a culinária, o sotaque, os mercados e a força do povo piauiense.
Cada conversa que tivemos, cada sorriso que recebemos e cada rua que caminhamos foi uma confirmação de que viajar é também um ato de escuta e aprendizado.
E tem também uma série de produtos ligados à cultura nordestina que também tem que ser visto como motivo de orgulho para o piauiense e para o brasileiro em geral.
A literatura de cordel sobrevive!!
Ali bem próximo do mercado está o outro rio tão importante: o Parnaíba. A outra margem já é área do Maranhão (cidade de Timón).
O primeiro Estádio que fomos registrar nesse rolê foi o Governador Alberto Tavares Silva, o “Albertão“. E olha a fachada que te recebe logo na chegada!
Arquitetura muito bonita e moderna pra um estádio que em 2023 completou 50 anos!
O pessoal que trabalha lá no estádio foi bastante receptivo e permitiu que a gente desse uma volta na parte interna para registrar o chamado “Gigante da Redenção“.
Para quem acha que o futebol do Piauí não tem representatividade, se liga nesse mapa dos times só de Teresina:
Esse busto do Governador Alberto Tavares Silva está na parte interna do estádio.
Tem até uma foto dele batendo um penalty na inauguração do estádio.
Então é hora de finalmente conhecer mais este templo do futebol, o mais importante do estado do Piauí! Vem com a gente!
O estádio tem capacidade para 44.200 torcedores, mas atualmente a Federação tem liberado apenas metade desse número.
Mas é bonito demais não?
Aí eu te pergunto… Aí no seu estado é “cadeira cativa” ou “cadeira perpétua” que se fala?
Essa marquise imponente chama a atenção…
Tem uma história pesadona do dia da inauguração do estádio (26 de agosto de 1973), quando jogavam o Tiradentes local contra o Fluminense do RJ. Uma histeria coletiva causada por alguém que gritou que o estádio estava cedendo tirou a vida de ao menos 5 torcedores, além de ferir quase uma centena de pessoas. É triste. Sempre penso na família e nos amigos que ficaram e realmente é uma situação muito difícil…
Espero que as muitas tardes de alegria que o futebol proporcionou neste lugar tenha ajudado a diminuir essa “bad vibe” que marcou a estreia.
Aí está o astro rei do nosso futebol: o gol!
Uma pena não ter conseguido assistir nenhum jogo nessa arquibancada…
Mas só de estar presente ali já foi uma experiência incrível!! Estar ali dentro do Albertão foi como entrar num território sagrado. Mesmo vazio, o estádio pulsa. Dava pra ouvir o eco dos nossos passos nas arquibancadas ressoando como se carregasse vozes antigas, gritos de gol, vaias, aplausos… É fechar os olhos e ouvir a torcida cantando (será que tomei muita cajuína??)
O concreto envelhecido, os assentos gastos, as curvas da marquise, os bancos de reserva… tudo conta uma história. É como se o estádio estivesse dormindo, à espera do próximo domingo, do próximo hino, do próximo gol. E mesmo assim, sem jogo, ele já nos entrega um espetáculo.
A cada passo, tentava imaginar como seria ver um jogo ali de verdade. A bateria das torcidas, a tensão de uma cobrança de falta, a alegria de um gol aos 46 do segundo tempo…
É sempre legal pensar que um monte de gente viveu momentos inesquecíveis nesse lugar, pais com filhos, amigos de infância, jogadores que realizaram sonhos.
Vamos embora? Antes, parei no meio da arquibancada, respirei fundo e só agradeci. Por estar ali. Por poder ver com meus olhos algo que tantas vezes só vemos pela televisão ou em registros antigos. Foi um encontro com o futebol em seu estado mais puro: concreto, sol, silêncio, memória. E foi lindo. Muito obrigado, Albertão.
Fizemos esse montão de foto pra pelo menos guardar bastante lembrança desse momento incrível!
Ao sair do Albertão, carregávamos um misto de respeito e admiração por tudo que ele representa para o futebol do Piauí. Não é apenas um estádio: é um palco onde milhares de histórias se cruzaram, de gols incríveis a momentos difíceis como aquele da inauguração, que marcou tantas vidas.
Nos próximos posts vamos mostrar outras 3 aventuras boleiras em Teresina e depois estádios de outras cidades piauienses que nos acolheram com o mesmo carinho: Altos, Piripiri, Piracuruca, Luis Correia, Parnaíba, Buriti dos Lopes e Campo Maior.
Seguimos com nossa missão de documentar estádios, clubes, histórias, cores, rostos e realidades que não cabem nos grandes centros e que merecem ser lembradas com o mesmo entusiasmo. Porque o futebol está em todo canto, e a cultura que o envolve é sempre maior do que o próprio jogo.
Ah, fizemos 7 vídeos sobre o rolê misturando música, fotos e vídeos dos estádios visitados, confira o primeiro deles que mostra um pouco mais do Estádio Albertão:
A história de São José dos Campos como a de todo Brasil é anterior à chegada dos europeus. Há milhares de anos, a região era habitada por diversos povos indígenas, como os Guayanases, Guainás, Aimorés e Puris (retratados abaixo por Van de Velden), entre outros. Cada um com sua cultura, língua e modo de vida em harmonia com a natureza.
A chegada dos europeus efetivou um processo de desapropriação das terras indígenas, resultando em conflitos e até mesmo no extermínio de comunidades inteiras. Os sobreviventes tiveram que aceitar a política de aldeamento implementada pelos jesuítas.
Com a chegada da ferrovia (olha aí a estação), em 1876 potencializou-se a expansão da cafeicultura no Vale do Paraíba, e São José dos Campos se desenvolveu economicamente.
Curiosamente, o futebol não se desenvolveu junto da Ferrovia como estamos acostumados a ver, mas sim, junto às indústrias. Entre os anos de 1920 e 40, São José dos Campos recebeu indústrias de cerâmica (como a Cerâmica Weiss) e tecelagem (Tecelagem Parahyba e a Cia. Rhodosá de Rayon, do grupo Rhodia, fabricante de fios sintéticos). A cidade ainda iria passar por outras fases mais modernas de industrialização (lembre-se que aí fica a sede da EMBRAER), mas foram as fábricas do início do século que movimentaram o futebol local.
A cidade teve nada menos que 9 times disputando as competições profissionais do futebol paulista:
Vamos relembrá-los por ordem cronológica de fundação. O mais antigo deles é a Associação Esportiva de São José, fundada em 15 de agosto de 1913 com o nome de “São José Futebol Clube“, rebatizada como Associação Esportiva São José em 23 de maio de 1918.
Seu campo ficava no local onde hoje está o Ginásio Poliesportivo Linneu de Moura.
Sua estreia no profissionalismo se deu em 1922 quando disputou a Divisão do Interior da APSA (Associação Paulista de Sports Athléticos) e terminou em último lugar, as se torna o primeiro time de São José a figurar nas competições oficiais.
A Esportiva de São José termina na mesma colocação em 1923, mas segue fazendo história no futebol paulista.
Em 1927, disputa o Campeonato do Interior da LAF (Liga dos Amadores de Futebol) jogando a Seção Sul da Zona Central do Brasil. Em 1930 e 31 disputa o Campeonato do Interior da APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos). Aqui, o time de 1942 que também jogou o Campeonato do Interior:
A Esportiva de São José disputou ainda os campeonatos de 1943, 44 e 1946 quando foi campeão da 1ª Zona do Campeonato do Interior (grupo com os times abaixo), perdendo o título da região para o Cruzeiro FC:
Em 1957, a Associação Esportiva São José decidiu extinguir seu departamento de futebol. Mas o clube social segue vivo!
A Associação Atlética Santana do Paraíba é o segundo time mais antigo, tendo sido fundada em 10 de outubro de 1913, poucos meses depois da AE São José.
O campo da AA Santana do Paraíba ainda está de pé, mas acabamos não o visitando desta vez, até porque atualmente o time manda seus jogos no AD Parahyba (que vamos mostrar mais abaixo):
O time disputou uma única edição oficial do futebol paulista: o Campeonato do Interior da LAF, em 1928, jogando a Seção Sul da Região Central do Brasil. Naquele ano, o time era denominado Sant’Anna FC.
Aqui, a AA Santana do Paraíba nos anos 40. Em 1942, 43 e 44 disputou o Campeonato do Interior.
Na sequência, foi fundado o Esporte Clube São José em 13 de agosto de 1933.
Até por levar o nome da cidade, o time logo ganhou o carinho dos torcedores, ainda que tenha se mantido por décadas disputando apenas as competições amadoras. Como São José dos Campos tinha muitas formigas, o time ficou conhecido como “Formigão“.
Duas equipes da cidade, o Klaxon Clube e o Internacional FC, se fundiram para fortalecer ainda mais o São José, o que acabou aumentando a rivalidade com o outro time da cidade, a Associação Esportiva São José. Na foto abaixo, um encontro entre os dois times.
Em 1943, estreou no Campeonato do Interior, jogando até 47. Em 1957, o time faz a estreia no futebol profissional, jogando a 3ª divisão, com o time abaixo:
Após aquela aventura, o EC São José se licenciou e só retornou ao profissionalismo em 1964, desta vez na 4ª divisão, da qual foi campeão, obtendo o acesso para a Terceira Divisão do ano seguinte.
Em 1965, o Formigão do Vale brilhou na fase inicial da Terceira Divisão, liderando a sua série:
Mas o time foi mais longe, sagrando-se Campeão da Terceira Divisão de 1965, garantindo o acesso para a segunda divisão do Campeonato Paulista. Aqui, a fase final do Campeonato:
Esse é o time de 1965:
Assim, em 1966 disputa a 2ª divisão do Campeonato Paulista.
Aqui, o time de 1967 que disputa a segunda divisão:
Foi nesse período que o clube revelou o goleiro Emerson Leão, que veio das categorias de base.
De 1970 a 76 disputou a 2ª divisão, sendo que em 1972, conquistou o título do Campeonato, classificando-se em 2º na primeira fase, atrás do SAAD…
Na segunda fase, vingou-se do time de São Caetano chegando à final contra o Garça FC:
O Formigão venceu por 3×0 em casa e empatou por 0x0 em Garça mas não subiu pra primeira, porque o acesso estava suspenso pela Federação Paulista.
Infelizmente, o time custava mais do que arrecadava e passou a se afundar em dúvidas. O time permaneceu jogando a segunda divisão até 1976, quando para vencer as dívidas encerrou sua existência, mudando seu nome e dando origem ao atual São José EC (já já falaremos dele).
O EC São José mandava seus jogos no antigo “Estádio da Rua Antonio Saes“, que desde 1942 era oficialmente denominado Estádio Martins Pereira, que viria a ser também o nome do Estádio atual.
Tentei fazer uma sobreposição imaginando onde seria o Estádio nos dias atuais…
Não resistimos e fomos até a atual Igreja que ocupa o espaço imortalizado pelo futebol, pra imaginar como era…
Antes que crucifiquem a Igreja Universal (que trocadilho hein?), vale dizer que a área foi ocupada por um supermercado Jumbo Eletro depois do Estádio.
No site do Museu do Futebol encontrei essa foto da torcida do Esporte Clube São José no 0 X 0 contra o Fernandópolis, em 1960:
Sua capacidade era de apenas 5 mil torcedores, motivo pelo qual a cidade se organizou para a construção do novo Martins Pereira. O Museu do Futebol tem também uma foto que registra a última partida disputada no Estádio da Rua Antonio Saes: o amistoso EC São José 2X0 DERAC, de Itapetininga.
O time seguinte a ser fundado foi o Rhodosá Atlético Clube, em 13 de fevereiro de 1948.
O time foi formado por trabalhadores da Companhia Rhodosá de Rayon SA, indústria química, instalada no bairro de Santana.
O time se filiou à Federação Paulista de Futebol (FPF) e passou a disputar o Campeonato Amador pela Zona de Lorena. Aqui, o time de 1949 que disputou competições e torneios amadores e com outras indústrias.
O Rhodosá Atlético Clube se tornou bicampeão amador em 1959 e 1960, levando o time a se tornar o 1º time profissional de São José dos Campos, disputando a 4ª divisão em 1965, ainda que sem conseguir realizar uma grande campanha:
De qualquer forma, o time fez história no futebol e isso não se apaga jamais!
O Rhodosá AC teve até um time feminino!
Mandava seus jogos no Estádio Dr Roberto Moreira (nome do presidente da Rhódia na época) construído junto à fábrica, no bairro de Santana, e inaugurado em 1956.
Como o endereço em mãos fomos até lá para ver se o Estádio ainda existe, mesmo com o fechamento da indústria. Próximo do local, encontramos esta linda e gigantesca árvore:
Olha aí a frente do Estádio:
Olhando do lado de fora, deu pra ver que o que encontraríamos não era mais um estádio de futebol…
A entrada para o antigo estádio é esse portão:
Pedimos permissão para o “caseiro” da atual área e fomos tentar encontrar algo do antigo estádio. Olhando assim, parecia apenas uma casa, mas… o que parece aquilo no andar de cima?
Subi essa escada, sabendo onde chegaria…
Aí está a arquibancada do Estádio Dr Roberto Moreira, o Campo do Rhodosá!
Presença registrada em mais uma arquibancada histórica!
Agora, olhando da arquibancada, aqui está (está ???) o gol da esquerda:
O gol da direita:
E o meio campo:
Encontrei uma imagem que mostra o campo algumas décadas atrás:
Missão cumprida, ainda que os registros não sejam muito animadores…
Dando sequência, é vez de falar do Corinthians Futebol Clube de São José dos Campos, fundado em 3 de janeiro de 1954.
Lá no Mercado Municipal já havia visto (e registrado) esse poster do time, no bar em que ouvimos aquele senhor cantar.
Inicialmente, o Corinthians FC usava um campo que ficava na Praça Duque de Caxias, 48, no bairro do Jardim Paulista. Esse é o time de 1961, vice campeão local:
Em 1976, decide disputar a 3ª divisão, mas infelizmente acaba abandonando a competição ao fim do primeiro turno.
Falemos agora do Grêmio Olimpico Futebol Santanense, fundado em 5 de setembro de 1975. Distintivo direto do site Escudos Gino:
O clube surgiu por iniciativa de atletas da equipe juvenil do Esportivo Futebol Clube, que queriam levar o futebol adiante, fazendo surgir o Grêmio Olímpico de Futebol Santanense. Aqui, o time de 1981:
Depois de muitos campeonatos amadores e locais, o time decidiu se profissionalizar e disputar o Campeonato Paulista da Terceira Divisão em 1986.
De 1986 a 92 disputou a 3ª divisão.
Destaque para a campanha de 1988, quando se classificou em segundo lugar na primeira fase:
Liderou a fase 2:
E só acabou desclassificado na penúltima fase.
O Grêmio Santanense mandou seus jogos no campo da ADC Parahyba, o campo que surgiu junto à Tecelagem Parahyba presente em São José de 1925 até 1995. Hoje ainda há produção de cobertores por meio de uma cooperativa de ex- funcionários. Ficou conhecida com a marca CobertoresParahyba.
Como o Estádio ADC Parahyba, também conhecido como o “Campo da Tecelagem”, ainda está lá, fomos fazer uma visita para registrá-lo:
Diferente do estádio do Rhodosá, confira que lindo está o Campo da Tecelagem:
Então, vamos eternizar mais este lugar com nossa humilde câmera digital kkkk
Olha que charmosa a arquibancada que lembra a geral dos tradicionais estádios brasileiros:
Lä do outro lado também existe um lance de arquibancada, o que totaliza mais ou menos 5 mil lugares para a torcida.
A manutenção do local garantiu mais um momento histórico para o futebol local, ao receber jogos da Copa Libertadores de América de Futebol Feminino de 2011 a 2014.
Aqui o gol da esquerda:
Aqui, o meio campo:
Aqui, o gol da direita:
Ali ao fundo, os bancos de reserva e vestiários:
A arquibancada é única e realmente inesquecível!
Agora, é a hora de falar do time mais expressivo e tradicional da cidade: o São José Esporte Clube.
Pra isso, devemos voltar a 1976, com o antigo EC São José completamente endividado. A solução para a situação foi “encerrar” o antigo clube e realizar uma reformulação da identidade, fazendo surgir um novo São José. O Formigão deixava de existir para em seu lugar surgir a Águia do Vale. O preto e branco deram lugar ao azul, amarelo e branco, as tradicionais cores da cidade.
Assim, em 24 de dezembro de 1976, surge o São José EC e que logo no ano seguinte, passa a disputar a 2ª divisão (a Intermediária) e logo no primeiro ano, termina em 3º lugar:
Mesma posição do ano seguinte (1978):
E também a de 1979:
Finalmente em 1980, chegou a vez do São José EC realizar uma campanha quase perfeita e finalmente subir para a Primeira Divisão. Essa foi a primeira fase:
Liderou também a segunda fase:
Depois vieram as semifinais contra o Aliança de São Bernardo (0x0 no ABC e 2×1 em São José), depois as finais com o Grêmio Catanduvense (ganhando como visitantes por 1×0 e 4×0 em casa) e sagrando-se assim campeão, com o meu ídolo Tonho, no gol.
Sua estreia na 1ª divisão em 1981 foi incrível! Em um campeonato maluco, chegou à fase final, após 2 turnos, em um grupo ao lado de Palmeiras, Santos e Ponte Preta, mas não se intimidou…
Assim, fez a final do turno com o São Paulo, vencendo em São José por 1×0 e perdendo por 3×2 no Morumbi, em um jogão!
Em 1982, o São José realizou uma campanha mediana, mas em 83, acabou rebaixado, e acabou se licenciando até 1985 quando voltou a disputar a segunda divisão, mas teve uma campanha fraca, assim como em 1986. Mas, em 1987, novo bom momento: com o vice campeonato da 2ª divisão, o São José estava de volta à elite!
Assim de 1988 a 93, a Águia voou pela 1ª divisão, com campanhas interessantes, um 3º lugar em 88, um vice campeonato em 1989, com o time abaixo (olha o goleirão Rafael no time!):
Em 1990, 91e 92, novamente campanhas medianas, culminando no rebaixamento de 1993. Assim, em 1994 o São José EC jogava mais uma série A2. Mas, em 1996, um terceiro lugar devolvia a Águia à principal divisão do futebol paulista.
De volta à primeira divisão, o São José EC conseguiu se segurar até 1999 quando acaba rebaixado mais uma vez. Mas dessa vez, após 4 anos na A2, a águia foi parar na A3. Daí em diante, o time passou por muito sobe e desce, jogando a A3 em 2005 e 06, a A2, de 2007 a 2014, a A3 em 2015 e 16, a Segunda Divisão de 2017 a 2020, a A3 de 2021 a 23, quando finalmente volta à série A2.
Vale reforçar a importância e o sucesso do time feminino do São José, criada em 2001. O time foi vice campeão Paulista de 2010. Em 2011, garantiu vaga na Copa Libertadores por ser sede do torneio, do qual sagrou-se campeã!
Em 2012, conquistou seu primeiro título da Copa do Brasil e o Campeonato Paulista. Em 2013, o bicampeonato da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.
Em 2014, além da Libertadores, o São José conquistou o Torneio Internacional de Clubes, derrotando o Arsenal.
Desde 2017, infelizmente, vive um período de declínio na modalidade.
Mas a cidade de São José dos Campos ainda tinha inspiração para mais times e em 1º de outubro de 1998 foi fundado o Clube Atlético Joseense.
O time nasce com foco nas categorias de base, participando dos campeonatos sub-20, 17 e 15, além da Copa São Paulo de Futebol Jr, a partir de 2001, quando também participa da Série B3 do Campeonato Paulista. Termina em 5º lugar e consegue o acesso para a Série B2, onde ficou até 2004, quando subiu para a Série B (a quarta divisão, na prática).
Aqui, o time de 2010:
Em 2012, garantiu acesso à Série A3 do Campeonato Paulista, a ser disputada pela primeira vez em sua história no ano de 2013. Em 2014 mudou seu nome para São José dos Campos Futebol Clube, mas a ideia não foi muito bem aceita pela população local que considerou que o time estava tentando tomar o lugar do tradicional “São José EC”.
Em 2017, decidiram voltar ao nome de origem. Em 2018, acaba rebaixado para a Segunda Divisão, onde está até os dias de hoje. Este é o time de 2022:
O último time fundado na cidade foi o Futebol Clube Primeira Camisa, fundado em 2 de março de 2007.
O time surgiu de uma iniciativa do zagueiro Roque Júnior em parceria com as categorias de base do São José.
Em 2008, o time se profissionalizou e passou a disputar a 4ª divisão, onde ficou até 2011, quando se licenciou.
Em 2007, fez uma parceria com o São José EC e os atletas do Primeira Camisa representaram a Águia do Vale na Copa São Paulo, tendo a melhor campanha de um time de São José dos Campos na Copa São Paulo, chegando nas quartas de final, quando perdeu para o Cruzeiro, em um Martins Pereira, com mais de 20 mil torcedores e com gente do lado de fora.