O campo do EC Nacional, o "vovô" da várzea andreense.

E hoje é dia de falar de um time super tradicional do futebol amador de Santo André: o Esporte Clube Nacional

O EC Nacional foi fundado em 2/1/1943, o que faz dele o clube mais antigo ainda em exercício na várzea da cidade de Santo André.

Vale a pena conhecer mais sobre o time em sua página do Instagram (veja aqui)

O Campo do EC Nacional fica na Rua América do Sul, 301, no Parque Novo Oratório, e além de receber os jogos do Nacional também tem grande importância no futebol amador da cidade.

Oficialmente, ele é chamado de C.D.F. (Campo Distrital de Futebol) Cidade dos Meninos “A”. Vamos dar uma olhada nesse lindo campo!

Olha aí o time de 2019:

Em 2017:

Em 2016:

Esse é mais um campo da várzea de Santo André, que recebeu gramado sintético. Olha aí o meio campo:

E por mais que eu ache que o gramado natural é um charme e muito mais tradicional, o sintético representa a oportunidade da várzea ter um gramado de qualidade constante, mesmo em dias de chuva. Esse é o gol do lado esquerdo:

E esse é o gol do lado direito. Olha que bacana a arquibancada na lateral do campo.

O Campo do Nacional já recebeu até os jogos das categorias de base do Ramalhão, veja uma matéria do amigo Bellotti sobre isso.

Além disso, segundo pesquisas do jornalista Fernando Martinez do Jogos Perdidos, já rolaram jogos da Copa São Paulo de Futebol Júnior no início dos anos 90. Pesquisando na Fundação Pró Memória, encontrei algumas matérias do Diário do Grande ABC que comprovam esse uso:

Enfim, são arquibancadas bem utilizadas!

Aliás, a arquibancada é bem imponente com seus vários degraus.

Nos dias de jogo além da própria arquibancada, a galera chega a ocupar as áreas acima dela.

A bandeira de escanteio segue firme.

Sabemos que muitos times que disputam o próprio campeonato profissional não tem um estádio tão bacana hein..

E olha o gol!

A entrada fica ali no lado direito, naquela rampa.

E tem banco de reservas coberto e tudo? Tem sim!

Um time com muita história e um campo muito bonito!

Esse ano o time disputou a Primeira divisão do Campeonato de Santo André, chegando `às Quartas de final contra o Comercial.

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Finais do Campeonato Amador de Santo André

Manhã de domingo cheia para quem gosta de futebol em Santo André. Rodada tripla com 3 finais do amador, em diferentes categorias, todas no Estádio Bruno José Daniel!

Eram pouco mais de 8 horas quando a primeira partida começou entre a Associação Atlética Portuguesa de Santo André e a Associação Atlética Ponche, do Jardim do Estádio.

A Associação Atlética Portuguesa foi fundada em 1º de Janeiro de 1954, um time bastante tradicional em Santo André!

Já a Associação Atlética Ponche, do bairro Jardim do Estadio, foi fundada em 2020.

Toda torcida valia, afinal era a decisão do sub 14 da Liga, a Copa Andrezinho!

Mesmo com o frio da manhã, os meninos fizeram bonito em uma partida que manteve a emoção até o final.

O time do Ponche fez 1×0 e segurou o resultado até o final!

Parabéns à equipe da AA Portuguesa pelo vice campeonato!

E pra molecada da Associação Atlética Ponche pelo título!

A 2a final da manhã era entre o time sub 18 da Associação Atlética Ponche e a Associação Atlética Araguaia, que trouxe sua torcida para apoiar o time!

A torcida do lado do Ponche também fez sua festa, ainda mais que já tinha celebrado um título pela manhã! (Depois fiquei sabendo que foi uma homenagem do pessoal do Ourinhos pra eles).

Confesso que a ida ao estádio hoje foi muito para registrar o time da Associação Esportiva Araguaia.

A AE Araguaia foi fundada em 1º de Agosto de 2015 em Santo André. Em 2016, estreou em uma competição oficial da cidade. O time tem priorizado as categorias de base e conquistou alguns títulos como o da Copa Andrezinho Sub-16 de 2018, da Copa UEFA Sub-15 de 2019 e da Copa Nacional Sub-16 também de 2019.

A equipe principal tem como principal título a edição 2016 da Copa Amizade do E.C. Nacional. E é hora do último papo antes de mais uma chance de título…

Em campo, o jogo era rápido e pegado, com poucas chances claras de gol.

Embora tivesse maior posse de bola, o Araguaia não conseguiu converter em gol suas chances.

Enquanto isso, as torcidas dos times da próxima partida não paravam de chegar.

O primeiro tempo termina e o professor Renato Ramos vai para os vestiários pensando em como vencer a final!

O Renato é figura conhecida no futebol da cidade por ter sido presidente da Fúria Andreense por vários anos.

Volta o segundo tempo e as chances continuam, para o desespero da torcida alvi rubra que seguia acompanhando o 0x0.

Com o placar mantido até o fim do jogo, o título teve que ser decidido nos penaltys.

O AE Araguaia teve a chance de sagrar-se campeão na última cobrança. Era só marcar pra levantar a taça, mas o jogador tentou uma cavadinha e acabou perdendo a cobrança. Aí o Ponche marcou o seu gol e o Araguaia deu adeus ao título ao perdendo sua última chance.

Mais uma festa pro pessoal do Ponche!

Mas ainda assim, ficou a importante conquista do vice campeonato para a AE Araguaia.

O Estádio já se encontrava bastante cheio quando enfim chegamos ao momento da terceira partida entre a AA Batuquinho e o União FC São Jorge.

Parabéns às duas torcidas, pela festa linda!

Olha aí o pessoal do Batuquinho

Em campo, o União São Jorge fez 2×0 e sagrou-se campeão da 2a divisão!

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O futebol em Santa Bárbara d'Oeste parte 3: a Associação Esportiva Internacional

Se você tem seguido o blog nesses últimos dias, viu que fomos até Santa Bárbara d’Oeste e aproveitamos para começar a registrar um pouco da história do futebol na cidade, já que 4 times que participaram das edições do Campeonato Paulista.

A primeira parte dessa história já foi contada e trata sobre o União Agrícola Barbarense (leia aqui esse post), assim como a segunda, onde registramos a origem, algumas campanhas e até fotos de onde surgiu o CAUSB – Clube Atlético Usina Santa Bárbara (leia aqui esse post).
E chegou a hora de homenagear a Associação Esportiva Internacional. O incrível site História do Futebol traz um outro distintivo:

A história da Associação Esportiva Internacional começa em 1930 com outro time, o “Democrático de Santa Bárbara“, que foi obrigado a mudar de nome (onde já se viu, falar em democracia…).
Assim, adotou-se o nome EC Esperança e este logo se tornou o time da Fiação e Tecelagem Santa Bárbara FC até que a diretoria da empresa exigiu que fosse extinto.
Em 1947, chegaram a jogar com um uniforme emprestado do time IMOR (das indústrias ROMI) que tinha um “I” como distintivo.

Esses mesmos atletas que integraram estes times até então, pediram uma ajuda ao superintendente da Usina Santa Bárbara (Adriano Arcani) para reformar o antigo campo de futebol que pertencia à Companhia Fiação e Tecelagem Santa Bárbara. E assim, em 3 de março de 1947 surgia a Associação Esportiva Internacional, também conhecida como “time do Ferro velho”.

A AE Internacional mandava seus jogos no Estádio “Luizinho Cervone”, que ficava entre as ruas Santa Bárbara e Duque de Caixas, bem no centro da cidade, bem próximo da estação ferroviária. Tentei localizar o campo num mapa atual, pelo que eu entendi lendo algumas descrições, espero que alguém possa aferir se acertei:

O jogo de estreia foi contra o CAUSB e o time da AE Internacional venceu por 3×1. A Fundação Romi apresenta um arquivo (clique aqui para ler) sobre o futebol na cidade e apresentam uma foto que registrou como era o Estádio “Luizinho Cervone”.

E também veio de lá essa foto de 1958 de um amistoso contra o Paulista de Jundiaí:

Entre os anos 40 e 60, o time disputou disputado campeonato municipal e aqui vale uma menção especial para o EC Paulista , que passou a ser uma importante força citadina a partir de 1956 e que em 1958 representou Santa Bárbara d’Oeste no Campeonato Paulista do Interior:

A AE Internacional disputou também o Campeonato Amador do Interior.

A estreia no profissional aconteceu em 1965, na Terceira Divisão, o quarto nível do Campeonato Paulista, mas o time fez uma campanha mediana e perdeu a vaga da próxima fase para o Palmeiras de Santa Bárbara d’Oeste.

Jogou a Terceira Divisão novamente em 1966 e dessa vez foi o União Barbarense que se classificou para a próxima fase, junto do Rocinhense, da AE São José de Cerquilho e do Comercial de Tietê:

Aqui a campanha de 1967:

Em 1968, sua última participação no profissionalismo com um amargo último lugar.

Assim, o time seguiu nas competições amadoras até 1972, quando mais um time acabou deixando de existir em Santa Bárbara d’Oeste, mas não sem antes marcar a história da cidade…

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O futebol em Santa Bárbara d'Oeste parte 4: a Sociedade Esportiva Palmeiras Usina Furlan

A primeira parte dessa história é sobre o União Agrícola Barbarense (leia aqui esse post), a segunda, sobre o CAUSB – Clube Atlético Usina Santa Bárbara (aqui esse post) e a terceira sobre a Associação Esportiva Internacional (aqui esse post).
A quarta e última parte se dedica a Sociedade Esportiva Palmeiras da Usina Furlan.

O Palmeiras foi fundado em 21 de fevereiro de 1960 e ocupou o lugar do antigo Usina Furlan Futebol Clube.

Ambos os times eram mantidos por mandatários da Usina Açucareira Furlan, a mesma que recentemente foi acusada de ter ligações com o crime organizado, como se vê nesta matéria do G1.

Por muitos anos, o clube esteve participando em torneios amadores locais.
Em 1962 a Sociedade Esportiva Palmeiras da Usina Furlan sagrou-se campeã invicta do Campeonato e Taça da Cidade, da Liga Barbarense de Futebol.
O último jogo, contra o Esporte Clube Paulista, teve o placar de 6×2 para o Palmeiras da Usina, no “Estádio João Batista Furlan“.
A Fundação Romi mantém um belo arquivo de imagens dessa época:

Pedi pra IA dar uma melhorada pra ver como ficava e… Meio maluco né?

Foi bicampeão do seu grupo em 1963 / 64 e veja…
Essa talvez seja a foto com maior visibilidade do Estádio João Batista Furlan

Infelizmente esse estádio fica dentro da área da Usina que é mais protegida que uma área militar…
O que dá pra ver pelo Google Maps atualmente é essa visão:

E no próprio Google Maps existe essa foto (sem identificação da data) e aparentemente temos o Estádio ali presente:

Juntando as duas fotos, podemos ver onde ficava o estádio, aparentemente uma área que a natureza cobriu de árvores:

Em 1964, ingressou na Terceira Divisão profissional, equivalente ao 4º nível daquele ano e liderou o seu grupo, a 1ª série.

No total eram 7 grupos na primeira fase, de onde se classificaram 2 times por grupo, formando outros dois grupos da fase final.
O Palmeiras acabou fora da final por 1 pontinho… E o EC São José sagrou-se campeão!

Em 1965, novamente foi o campeão do seu grupo, desta vez a 7ª série.

No total, este ano eram 10 séries na primeira fase que formaram 2 novos grupos de onde saíram os finalistas Andradina FC e Transauto de São Caetano.
O Palmeiras terminou em último do grupo desta fase.

Em 1966, não passou da primeira fase.

Aqui, o time de 1966:

Olha ela pós IA:

Em 1967, faz um bom campeonato mas apenas o líder do grupo se classifica.

Assim como no já longínquo 1968, em sua despedida do profissionalismo:

Assim, acaba a história de um time, de uma época…
De um estilo de vida de toda uma geração…
Triste né?
Que bom que o União Agrícola Barbarense segue na cidade…

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Semifinais do Amador de Santo André 2022

Domingo, 15 de maio de 2022, tá lá na Fanpage da liga, pode confirmar, é dia de rodada dupla no Brunão: as semifinais do campeonato amador de Santo André!

Chegando por lá, já encontramos rostos conhecidos, esse é nota mil!!!

O Estádio é o tradicional Bruno José Daniel, nossa segunda casa, e onde o Ramalhão manda seus jogos!

Logo nas paredes da entrada, vejo um recado animador!

Lá dentro, temos 4 torcidas convivendo juntas.

Do lado das antigas cobertas estão os torcedores e torcedoras da Cidade São Jorge!

Opa, e olha sli no meio o pessoal da Esquadrão Andreense que compareceu pra somar!

O futebol amador ainda reúne um bom público na cidade.

Em campo, o primeiro jogo trazia a Cidade São Jorge contra o Alvinegro.

E se de um lado era festa em azul e amarelo…

Do outro lado, o pessoal do Alvinegro não deixava por menos!

Em campo, o Alvinegro fez 3xo com 3 gols do lateral Bruno Bertucci e garantiu-se nas finais!

Enquanto o jogo chegava ao fim, a torcida do Guaraciaba começava a chegar e preencher seu espaço nas arquibancadas no Brunão.

A Fúria Vermelha é a torcida do Guaraciaba!

Além das torcidas mais fanáticas de cada time, havia muita gente acompanhando os dois jogos. Aliás, a segunda partida acabou com vitória do Guaraciaba por 2×0.

Veja os gols da segunda semifinal:

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SECI: Futebol amador de Santo André

Bem vindo / Bem vinda a mais um post sobre o futebol amador de Santo André, e dessa vez um time que se tornou um projeto, e que mantém um campo que até parece um castelo do mundo de faz de contas para a garotada que participa…

Vamos conhecer a história do Insituto SECI! Para quem quiser saber mais informações, clique aqui e conheça o site do projeto!


O atual Instituto SECI, cuja sigla significa Socioesportivo, Educacional, Cultural e Inovador na verdade nasceu em 1962 como um time da várzea, a “Sociedade Esportiva Cidade Imaculada” e apenas em 2020 adotou o atual modelo de gestão e a nova sigla. Quem começou tudo isso foi o Tatinha, ex jogador.

Os caras realmente levaram a sério a ideia de fazer do futebol um agente transformador da realidade social e cultural das crianças do Capuava (um bairro de Santo André). Olha que da hora o vídeo onde o atual presidente e a coordenadora do projeto explicam o momento atual deles

E nós estivemos por lá para conhecer o campo e consequentemente toda essa ideia por traz do projeto focado em cooperativismo.

O campo do SECI é mais um do amador de Santo André que recebeu o gramado artificial.

Aí o time adulto:

Além de tudo muito bem cuidado e organizado tem uma mini sede na mesma área.

Que tal um rolê pelo campo?

Nossa tradicional olhada no meio campo:

O gol da esquerda:

O gol da direita:

E lá está o distintivo do SECI no muro próximo ao banco de reserva!

Olha aí que da hora a camisa e até a bombeta do time!

O SECI Social é o projeto esportivo de Futebol Educativo que oferece via futebol oportunidades para aprender e superar desafios. Tem também um projeto de Futebol Bilíngue que integra o ensino do Esporte à Língua Inglesa para turmas do futebol feminino.

Essas e outras fotos você vê na Fanpage dos caras!

Uma iniciativa única para o pessoal do bairro e de certa maneira para toda a cidade.

Dá uma olhada em mais uma matéria sobre o time:

Que a molecada tenha muitas e muitas vitórias no campo e na vida!

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Novo rolê por Americana – parte 2 de 2

Bom, essa é a parte 2 desse post que acabou ficando gigante graças a tanta história que Americana tem no futebol. Se você ainda não leu a parte um, que fala sobre a história dos times que defenderam a cidade, é só clicar aqui.

Esse post é dedicado ao registro atual dos clubes e estádios que receberam partidas profissionais e agradeço o amigo Gabriel Pitor Oliveira.

O Gabriel é autor do genial site do Vasquinho (clique aqui e conheça o lindo trabalho dele!), por toda a ajuda, dicas e respostas. O cara sabe tudo sobre o futebol de Americana.

Então, comecemos nosso rolê batendo na porta do pessoal do Flamengo Futebol Clube!

O time que disputou 2 edições da terceira divisão, chegou a construir um estádio em sua sede pensando em atender as exigências da Federação Paulista, mas infelizmente o estádio foi inaugurado quando o clube já havia desistido do profissionalismo.

Entretanto, os sócios ganharam um estádio lindo e que foi dividido em 4 campos de futebol, com iluminação e uma arquibancada capaz de abrigar 5 mil torcedores!

A arquibancada de cimento tem 20 degraus e acompanha toda a lateral dos campos.

Acho que aqui dá pra ver os dois campos lado-a-lado (e são mais dois à esquerda destes).

Aqui, o outro lado:

São 4 campos com um gramado impecável. E pensar que essa área era um brejo em Americana… Imagina o trabalho que tiveram para conseguir transformar em um gramado tão retinho…

E claro, não pode faltar o distintivo do clube estampado lá em cima na arquibancada!

Olhando da arquibancada, esse é o gol (ou no caso, os gols) do lado esquerdo:

Esse os do lado direito:

E aqui…. seria o meio campo do campo original…

Do lado oposto à arquibancada ainda existe um lance único de arquibancada

O canal Rio Branco, embaixador de Americana trouxe essa preciosa foto do estádio original:

Screenshot

Como mostramos no post anterior, fui presenteado com um livro incrível que conta a história do Flamengo FC.

E no livro, muitas vezes falou-se do tal “Bar do Flamengo” e consegui dar um pulo até lá para conhecer o lugar.

Infelizmente o bar estava fechado.

Embora o estádio dentro do clube seja lindo, não foi lá que o Flamengo mandou seus jogos pelo Paulista da Terceira divisão de 67 e 68, e fomos até o Estádio Victório Scuro em busca de respostas. Estivemos lá há algum tempo (veja aqui como foi), mas é sempre bom rever as arquibancadas de um estádio clássico como o Victório Scuro, também conhecido como “Caldeirão do Dragão” ou “Vovô”.

O Victório Scuro foi a casa do EC Vasco da Gama em suas competições profissionais e amadoras. Mas vale lembrar que o Vaquinho chegou a ter um outro campo lá na Vila Galo, onde hoje é a Rua Dom Pedro II

O Estádio Victório Scuro foi construído em um terreno cedido pela prefeitura em 1959, por um comodato de 10 anos.
O responsável pela construção do estádio foi Ítalo Scuro (o nome do estádio homenageia seu pai), dono de uma indústria têxtil e a inauguração ocorreu em abril de 1960 como celebração do aniversário de 10 anos do time.
Na partida preliminar, o CRS Carioba venceu o Recreativo Sumaré por 3×2, mas a partida que fez a alegria da torcida local foi EC Vasco 3×0 XV da Lapa (SP).
O Vasco mandou seus jogo aí até 1977, quando o Americana EC (antigo Vasco) acabou trocando o Victório Scuro pelo atual Estádio Décio Vitta.

O Victório Scuro ainda seria utilizado pelo Sete de Setembro, mas vale lembrar que em 1984, o próprio Rio Branco chegou a mandar jogos ali.

Atualmente o Estádio Victório Scuro é a sede de um projeto focado em crianças e adolescentes, gerido pelo Colorado, um tradicional time de futebol amador da cidade que parecia caminhar para o seu fim, mas que ganhou nova vida com essa molecada!

Quem coordena o projeto atualmente é Rogério Panhoça junto do “Zé Pulga”, uma figura super tradicional no futebol da região.

Aliás, foi ele quem resolveu a charada de onde o Flamengo mandou seus jogos na Terceira Divisão de 1968 e 69. Aliás, ele contou mais um monte de histórias, confere aí:

O papo foi ótimo, mas a missão em Americana ainda não tinha acabado. Era necessário registrar a Praça de Esportes Milton Fenley Azenha, também chamado de “Centro Cívico”.

O complexo é formado por uma série de equipamentos esportivos, e o Estádio de futebol recebeu diversos jogos das categorias de base do Rio Branco .

E no ia da nossa visita, conseguimos pegar as oitavas de final da Copa Inter de futebol amador de Americana.

Ainda que as nuvens estivessem no céu, estava quase 40 graus de calor em campo…

Em campo jogavam o Malucos da Praia e o Descubra (se me informaram correto, o placar final foi Descubra 4 x 0 M.D.P.).

Poucas pessoas acompanhavam a partida nas arquibancadas do Centro Cívico.

Mas olha que bela imagem do meio campo:

O gol da esquerda:

O gol da direita:

Vale até ver um gol:

Já cansou? Porque ainda faltam 2 estádios para fechar nossa missão. Um deles é o Estádio Eugenio Cia (ok, ok, a “praça de esportes” Eugenio Cia), inaugurado em 1979 e que fica localizado na Avenida Bandeirantes, 4100, na Vila Cordenonsi.

O Campo Municipal Eugênio Cia nasceu de uma escola de samba, a Sociedade Recreativa Folclórica Esportiva Unidos da Cordenonsi, cujos integrantes aproveitaram o antigo Ninho do Gavião, campo do Sete de Setembro e fizeram uma nova praça de futebol em mutirão.

Vamos conhecê-lo?

As bilheterias ainda estão por ali…

O campo fica numa região bastante arborizada, e muito bonita.

Estava rolando mais uma partida pelas oitavas de final da Copa Inter de futebol amador da cidade, e dessa vez, duas equipes tradicionais lotaram o Eugenio Cia: Cantareira x Cidade Jardim.

Tinha gente torcendo por todos os lados do campo…

Aliás, essa linda arquibancada veio do campo do SCR Carioba que havia sido desativada e foi desmontada e remontada degrau a degrau no campo da Cordenonsi.

Olha o detalhe de como são os degraus:

O gramado muito bem cuidado permitiu uma boa partida!

E a arquibancada coberta foi providencial pra dar uma fugida do sol e do calor.

Daqui aproveito pra registrar o gol esquerdo:

O meio campo:

E o gol da direita:

E dentro de campo, a bola seguia num jogo bem disputado, mas que parecia se resolver para o time do Cidade Jardim, que ia vencendo por 2×0.

Mais uma vez é muito bacana poder estar presente pra registrar não só o campo, mas a força do futebol amador, dessa vez, em Americana!

O banco preocupado porque o time do Cantareira fez seu gol. 2×1.

Olha que visual incrível. Espero que em 2047 alguém olhe essa foto e diga “olha como o mundo era louco naquele longínquo 2021″…

O jogo seguia para o fim, e as próximas duas equipes estavam prontas para entrar em campo (aliás, o jogo seguinte foi uma goleada do time que seria o campeão da Copa, o São Jerônimo/Bruxela por 9×0 contra Jardim América II

Fim de jogo, 3×1 para a festa do time do Cidade Jardim!

Hora de seguir para a última parte desse rolê pelos campos de Americana, o Estádio Parque Dona Albertina , o campo do Carioba!

Segundo os conselhos do amigo Gabriel, acessar o ainda existente campo do Carioba não seria missão fácil por estar dentro do terreno do DAE (Departamento de Águas e Esgotos de Americana), já no fim da vila Carioba. Mas, lá fomos nós na esperança de acessar o campo!

O rolê pela Vila Carioba é uma volta ao passado, com certa dor no coração pelas imagens do presente. Embora a natureza ainda seja exuberante, o que se vê das antigas indústrias têxteis e da arquitetura da época, mostra que em algum momento as coisas deram errado.

A indústria têxtil acabou prejudicando demais a vila… Em vários documentários (veja esse, ou este por exemplo) que contam sobre a vida na vila no início do século XX mostram que havia toda uma vida em colônia em torno das fábricas que sofreu com isso.

Mas o visual vale o rolê…

E ali ao fundo, após cruzar o rio (é o rio Piracicaba!! Ainda menorzinho…) chegamos ao antigo campo do SCR Carioba!

Logo em seguida, o rio se junta a outro afluente e recebe maior vazão de águas.

Na verdade, atualmente não se chega ao antigo Estádio Parque Dona Albertina mas sim ao DAE-Americana.

Realmente a entrada no campo não foi tarefa fácil. Foram necessárias diversas ligações do responsável pela segurança até obter uma autorização para nossa entrada (rápida) para realização do registro desse campo tão histórico! Pena que o antigo pórtico já não existe mais…

Então liguemos a nossa máquina do tempo para mais este registro incrível da história do fuebol de Americana…

Ainda há um lindo bosque acompanhando a lateral do campo, que já não tem mais um gramado impecável…

Ali, no gol dos “fundos” (já que entramos pelo lado do outro gol), existe uma construção que parece ser uma caixa d’água.

Ainda resiste um alambrado separando o espaço do campo do resto do terreno.

Ao lado do campo, uma área onde possivelmente ficava a antiga arquibancada de madeira.

Aqui, a alegria dos atletas… o equipamento que permite a alegria maior do esporte, o gol!

Encontrei essa estrutura em um dos vitrais da construção ao lado do campo. Tentei enxergar um possível distintivo desenhado ali ao meio, mas não se parece em nada com o distintivo conhecido do SCR Carioba.

Incrível como a combinação natureza + futebol parece combinar tão bem…

Quantas partidas, quantas histórias, quantas pessoas terão passado por aqui e marcado em sua memória a lembrança deste campo…

Com a sombra em meu rosto, um sentimento de orgulho e missão cumprida, ao mesmo tempo em que tantas lacunas, saudades e até um pouquinho de tristeza se misturam ao comparar o passado e o presente, pensando no futuro de campos como esse do Carioba, vendo a velocidade com que o progresso atropela toda a nossa história…

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O futebol profissional em Cafelândia!

Mais de 2 meses depois do rolê no feriado de 7 de setembro de 2021, finalmente chegamos ao nosso último destino…
Após visitar os estádios de Monte Alto, Guariba, Bebedouro, Monte Azul Paulista, Severínia, Riolândia, Cardoso, Votuporanga, Fernandópolis, Palmeira d’Oeste, Aparecida d’Oeste, Ilha Solteira, Pereira Barreto, Auriflama, Araçatuba, Guararapes, Buritama, Promissão, Getulina, Lins e Pirajuí, é hora de falar sobre o futebol e os estádios de Cafelândia!!!

Como o nome indica, a cidade tem sua história ligada ao cultivo do café. Lembra que no post anterior (sobre Pirajuí) citamos que aquela cidade fora uma das maiores produtoras mundiais?
Pois bem, Cafelândia era uma vila de Pirajuí e se desenvolveu graças ao viciante pó preto. Somente em 1926 foi criado o município de Cafelândia, desmembrado-se de Pirajuí.

Porém, a crise do café obrigou a procura por outras culturas (como a cana de açúcar) e pela pecuária como atividade econômica.
Atualmente, Cafelândia conta ainda com um distrito industrial com empresas de pequeno e médio porte. Mas mantém sua cara de cidade tranquila…

A cidade também possui uma importante Feira de Artesanato, a Cafeartes, que antes da pandemia, acontecia no feriado de 7 de setembro (ou seja, se estivesse tudo ok, nós teríamos conhecido o evento…)…
Só nos restou conhecer a igreja local.

Mas o ponto chave dessa visita à Cafelândia era registrar o Estádio Santa Izabel, uma das casas do futebol na cidade!

Eu digo uma das casas, porque este foi um dos campos utilizados pelo Glória FC, mas ele não é o único estádio da cidade, e nem o Glória foi o único time de Cafelândia.

Aliás, o Estádio Santa Izabel foi o terceiro campo do Glória. Vamos dar uma olhada lá dentro!

O Estádio Santa Izabel possui uma arquibancada coberta maravilhosa, com uma capacidade para quase mil torcedores!
Na arquibancada, mesmo um pouco apagado ainda há também o nome do Glória FC, que ocupou o estádio por um bom tempo e que parece aos poucos voltar à ativa.

Aqui o gol do lado esquerdo:

Ao lado do gol ficam os vestiários do estádio.

O gol do lado direito:

E aqui no meio campo a visão de sua magnífica arquibancada coberta!

Uma placa indica que o estádio foi reconstruído em 1994:

Mas mesmo reformado, não perdeu seu ar de interior, cheio de frondosas árvores espalhadas pelo seu entorno.

E também manteve seu ar bucólico… Já que fica numa área pouco habitada da cidade, com muita natureza ao seu redor…

O gramado segue sendo bem cuidado.

É ou não é um verdadeiro monumento ao futebol?

Esse post teve grande corporação do pessoal de Cafelândia, em especial Wanderley Colmati e Paulo Odenio Pacheco (autor do livro Cafelândia − Histórias e Estórias).

Como ele mesmo me disse, para falar da história do futebol em Cafelândia, precisamos contar sobre os 3 times que disputaram o futebol profissional, começando pelo mais antigo, fundado ainda na época da “vila”: o Cafelândia FC!

O Cafelândia FC, também chamado de “alviverde” foi fundado em 26 de abril de 1923, representando a parte baixa da cidade (a cidade tem mesmo uma parte mais alta e uma baixa, e… um time para cada!).
Seu estádio fica na Av. Duque de Caxias, 552 e por isso é conhecido como o “Estádio Duque de Caxias“.
Esse Estádio também seria utilizado pela Associação Cafelandense de Esportes.

E aqui algumas fotos que fizemos em 2025 no Estádio Duque de Caxias:

O Estádio segue desafiando os tempos modernos e mantém suas arquibancadas e o campo, hoje dedicado ao futebol amador.

Algumas partes do gramado com aquelas pragas tão tradicionais nos campos…

Esse é o gol da direita:

O meio campo com sua linda arquibancada coberta:

E o gol da esquerda, onde a sigla do time aparece no morro.

Sua cobertura tem uma construção diferente e dá um visual bem legal!

Logo o Cafelândia FC filiou-se à Federação Paulista de Futebol e passou a disputar os campeonatos amadores até 1954, quando decidiu ingressar no profissionalismo disputando a Terceira Divisão do Campeonato Paulista de 1955, com uma fraca campanha, terminando seu grupo na última colocação com apenas um empate.

O Cafelândia FC jogou ainda a Terceira Divisão de 1956 e 57, fazendo novamente campanhas fracas, levando-o a se licenciar do profissionalismo e voltar aos campeonatos amadores.

Em 1964, o time disputou o amador (foto da fanpage “Eu amo Cafelândia”) e foi campeão de seu setor:

Em 65, o bicampeonato do setor!

E levou o tricampeonato do setor em 1966:

Nesse mesmo ano, em 1966, o time retornou ao profissional, desta vez jogando a Quarta Divisão, mas só permaneceu na disputa por dois anos, licenciando-se novamente ao final de 1967, mesmo tendo feito nesse seu último ano de história a sua melhor campanha.

Aqui, uma outra linda imagem do time:

Porém, nem só de café se faz o futebol da cidade.
Em 26 de setembro de 1926, quando a vila tornou-se cidade, surgiu o Glória FC, para a glória da parte alta da cidade.

Como a parte baixa da cidade já possuía seu time de futebol (o (Cafelândia FC), e existia grande rivalidade entre as duas partes da cidade, a parte alta não podia ficar atrás no futebol e assim surgia o alvipreto de Cafelândia, o Glória FC!.

O primeiro campo do Glória F.C. ficava na área onde está a Escola Kennedy e a Praça S.C.J.

Dali, o campo do Glória foi transferido para a Vila Operária, onde hoje está a Escola Presidente Afonso Pena e próximo ao atual Estádio Municipal. Nesse campo, o Glória ), onde disputou vários amistoso com times da região como o Clube Atlético Linense.

O Glória FC foi o primeiro time do interior paulista a jogar no Estádio do Pacaembu, em 1941, contra um combinado formado pelo Corinthians e o então Palestra Itália. E com tamanha força, viu sua torcida aumentar a cada dia, mas em 1945, novamente teve que mudar de campo, indo para um terreno desmembrado da Fazenda ”Santa Isabel” (daí o nome do atual campo que mostramos lá no começo!).

A inauguração do Estádio Santa Izabel coincidiu com a disputa do Campeonato Amador do Interior e a partir de 1946. Esse é o time de 1946:

Esse é o Glória FC de 1947, campeão da 30a região do amador do estado:

Esse foi o grupo:

O time passou uma grande série de jogos sem perder para o rival local (Cafelândia F. C.), de 1945 até 1957, quando no seu próprio campo, perdeu essa invencibilidade por 3 a 2.

No amador, o Glória FC sagrou-se campeão do seu setor muitas outras vezes!

Olha aqui, o campeão do setor de 1963:

A partir de 1955, o Glória FC decidiu participar do Campeonato Paulista da Terceira Divisão, entretanto em seu primeiro ano, o time desistiu da competição e só participou em 1956, com campanha mediana, assim como 1957, porém em 1958 classificou-se para a fase final do campeonato.

Na segunda fase, o time acabou perdendo a classificação para o triangular final para o time do Nevense!

Em 1966, o time voltou para uma última participação no profissionalismo, novamente na Terceira Divisão, mas acabou se despedindo do profissionalismo com uma campanha fraca, o que não apaga sua força como equipe demonstrada até ali!

Recentemente, o patrimônio do Glória FC chegou a ficar abandonado até que um empresário assumiu a presidência na tentativa de reativar o clube.

Mas toda essa rivalidade na cidade acabou quando Cafelândia F.C. e o Glória FC perceberam que talvez poderiam se unir e criar uma nova potência para o futebol: assim, em 17 de março de 1968 surgia a Associação Cafelandense de Esportes que disputou 17 edições do Campeonato Paulista entre a 3a e a 4a divisão, até se licenciar da Federação Paulista em 1984.

Com apoio do então prefeito municipal, Jayme de Lima (ex-jogador do Glória FC), o ACE estreou no profissionalismo, em 1968, na Quarta Divisão fazendo uma campanha sem grandes resultados.

Disputou ainda a Quarta Divisão em 1977, fazendo uma boa campanha, e em 78 e 79, com campanhas ruins. Essa foi a primeira fase:

E essa a segunda fase, de onde o Cafelandense não conseguiu passar:

Mas o ACE também jogou a Terceira Divisão de 1970 a 76 e de 1980 a 84, quando abandonou o futebol profissional. O time de 1972 fez uma grande campanha se classificando para a segunda fase:

Na segunda fase acabou em 6o lugar, 3 pontos atrás do segundo colocado, o Rio Claro:

Em 1973, uma campanha linda! Na primeira fase classificou-se em segundo lugar, atrás da Penapolense:

Na segunda fase liderou o grupo desclassificando o poderoso Mogi Mirim!

E ainda saiu invicto da final, com dois empates e uma dolorosa derrota nos penaltys para o Independente de Limeira… Aliás, naquele ano não houve acesso e ambos os times permaneceram na Terceira Divisão.

Esse foi o time do vice campeonato de 1973:

Aqui, o time de 1975:

Aqui, o amigo Benê de Marília, no time da Cafelandense!

Com o fim do profissionalismo, em 84, logo se desfez a antiga fusão entre Glória FC e Cafelândia FC (em 88), mas mantendo a Associação Cafelandense de Esportes. Em 1990 foi realizada uma reunião com a finalidade de ressuscitar o Glória FC.

A Cafelandense permaneceu voltou a disputar uma competição amadora em 1990, participando do Campeonato Amador da Região de Bauru – Setor 68, tendo conquistado o título da região em 1992, 94 e 96. Esse foi o time de 1990:

Em 2016 retornou às suas atividades participando da 1ª Taça Paulista, Grupo Especial, Sub-18, organizada pela Liga de Futebol Paulista.

Que cidade, que história… Espero que em breve possamos ouvir falar novamente no futebol de Cafelândia!

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O futebol profissional em Pirajuí!

Bem vindo e bem vinda à nossa penúltima parada!!! Depois de visitar os estádios de Monte Alto, Guariba, Bebedouro, Monte Azul Paulista, Severínia, Riolândia, Cardoso, Votuporanga, Fernandópolis, Palmeira d’Oeste, Aparecida d’Oeste, Ilha Solteira, Pereira Barreto, Auriflama e Araçatuba, Guararapes, Buritama, Promissão, Getulina e Lins é hora de conhecer o futebol de Pirajuí! (Não confunda com Pirajú!!!)

Como muitas das cidades que visitamos nesse rolê, o território de Pirajuí também era ocupado por indígenas Kaingangs até o final do século XIX. Também citam a presença de grupos Terenas, que vieram do Mato Grosso em busca de melhores terras, caça e pesca. Tudo seguia em paz até a chegada das expedições militares que tinham como ideia povoar aquelas terras, usando como base o binômio: agricultura + ferrovia.

Assim, foi uma questão de tempo até que os indígenas fossem varridos da região pelo “progresso”. Os poucos sobreviventes foram agrupados em reservas. E a partir de 1888, surgem os primeiros vestígios do que se tornaria o município de Pirajuí em 1915

Como sempre…. Tem uma igreja na história para agregar mais e mais pessoas em torno do povoado…

Mas a cidade prosperou mesmo graças ao cultivo do café. Em meados do século XX, foi considerada o maior município cafeeiro de todo o planeta.

Atualmente, a agricultura ainda é a base da economia da cidade, mas muitos dos jovens já se planejam para estudar e trabalhar em regiões metropolitana. E aí está sua rodoviária por onde parte das pessoas deixam a bela Pirajuí para ir atrás de seus sonhos.

Por falar em sonho, o nosso era o de conhecer e registrar o Estádio Municipal Francisco Nazareth Rocha, o “Rochão“!

Estádios do interior costumam aproveitar seus longos muros para ganhar uma graninha a mais com publicidade!

E aqui estamos nós, na casa do futebol profissional em Pirajuí!

Na mesma bilheteria que já registrou a chegada de tantos e tantas torcedoras!

Este é o outro lado do estádio, por onde “escorre” sua arquibancada.

Aliás, há uma placa na parte interna do estádio que data de 1962 a inauguração da arquibancada do Estádio Municipal.

Aliás…. vamos conhecer um pouco da parte de dentro do Estádio Municipal Francisco Nazareth Rocha

Sua arquibancada ainda está muito bem preservada! A capacidade oficial é de 2.700 torcedores.

Existe uma pequena cobertura capaz de proteger do sol ou da chuva pelo menos uns 4 lances da arquibancada.

E elas ficam lá no alto, como um verdadeiro “trono”, fazendo os torcedores serem os verdadeiros reis deste jogo!

O campo também. Nosso tradicional registro mostrando o meio campo:

O gol da esquerda:

Ao fundo, a torre da igreja…

E o gol da direita:

Ali ao fundo, pode se ver a torre de iluminação.

Mais uma missão cumprida, afinal, esta é a casa de dois times que disputaram aí os campeonatos profissionais da Federação Paulista e que fizeram também um importante papel no futebol amador.

O primeiro deles é o Pirajuí Atlético Clube.

O time foi fundado em 27 de dezembro de 1927, ainda como Pirajuhy Atlético Clube ou seja… Está há pouco mais de 5 anos de seu centenário! Aqui uma foto do time dos anos 30:

Essa é a sede social deles. Peguei a foto lá no Google Maps, porque não deu tempo de visitar o local 🙁 .

O time começou disputando os campeonatos amadores, como o Campeonato do Interior (em 1942, 44, 45, 47). Aqui, o time de 1949, campeão do Regional (e que seria bicampeão em 1950):

Mas, em 1954, o Pirajuí Atlético Clube daria seu salto mais importante rumo ao profissionalismo, disputando a Terceira Divisão, como faria depois em 1955 e 1980. Na campanha de 1955, classificou-se para a segunda fase, liderando seu grupo!

Infelizmente na segunda fase, terminou na lanterna do triangular atrás da Santacruzense e do Duartina. O Pirajuí AC disputou também a edição da quarta divisão (a atual B) em 1965, ficando em 4º lugar na 5ª série.

Por fim, foram mais duas edições da quinta divisão (atualmente extinta), em 1978 e 79. Em 1979, o time ainda se classificou para a segunda fase, liderando o seu grupo, mas terminando a fase final em último lugar:

Esse era o time do Pirajuí AC nos anos 70:

Nessa época, quem visitou a cidade para um amistoso foi o craque Garrincha!

Atualmente o departamento de futebol do clube se dedica apenas a competições amadoras. Aqui, o time dos anos 90:

O outro time da cidade, é mais novo, fundado em 24 de abril de 1972. Trata-se do Flamengo Futebol Clube de Pirajuí! Distintivo do site Escudos Gino:

O Flamengo Futebol Clube também se originou nas disputas amadoras, aqui o time de 1984 (enviada pelo ex jogador Luiz Carlos Lopes Scafina):

Mas em 1986, o Flamengo seguiu os caminhos do Pirajuí AC e debutou na Terceira Divisão, terminando a poucos pontos da classificação para a segunda fase.

Depois, participou da Quarta Divisão em 1988, 89 e sua última participação no torneio seletivo para a Segunda Divisão de 1991, terminando nas últimas colocações em todos os campeonatos. No ano seguinte, pediu licença junto a Federação Paulista de Futebol.

O time pirajuense voltou à atividade amadoras em 2011 para a disputa do Campeonato Paulista de Futebol – Segunda Divisão Sub-20 e depois para participar da São Paulo Cup 2019, competição organizada pela Global Scouting Football. O Flamengo jogou com o time abaixo:

É isso aí! Frequente o estádio da sua cidade!

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O futebol profissional em Severínia-SP

Dando sequência ao rolê de 2021, após passarmos por Monte Alto, Guariba, Bebedouro e Monte Azul Paulista, é hora de conhecer um pouco da cidade de Severínia!

Severínia surgiu em 1914 com terras doadas por um criador de porcos chamado José Severíno de Almeida (daí o nome da cidade). Sua ideia era apostar no café, e para isso criou a fazenda “Bagagem”.
Aos poucos a cidade foi crescendo até que a estrada de ferro chegou na cidade, porém, no dia da inauguração, para surpresa de todos, mudaram a placa indicativa da localidade e o nome passou a ser Luís Barreto.

A própria cidade passou a se chamar Luis Barreto por quase oito anos quando voltou a se denominar Severínia.

Atualmente a população de Severínia é de pouco mais de 17 mil pessoas, que vivem basicamente da agricultura e dos empregos gerados pela Usina Guarani, pelo comércio e pela Prefeitura Municipal.

E Severínia tem também seu destaque no esporte, mais particularmente no futebol graças à Associação Atlética Severínia, time que conseguiu chegar a disputar o Campeonato Paulista de Futebol (distintivo do site História do Futebol).

A Associação Atlética Severínia foi fundada no dia 2 de janeiro de 1987 e 3 anos depois estreou na Quarta Divisão do Campeonato Paulista de 1990, com o time abaixo:

O campeonato contou com poderosas equipes do interior paulista:

Naquele ano mágico até a categoria de base se movimentou!

Achei curioso o fato do distintivo da camisa ser diferente daquele tradicional… Ainda estou pesquisando pra saber o motivo, mas por hora, vamos dar um pulo no Estádio Municipal de Severínia!

E mais uma vez vamos registrar um estádio que foi palco das divisões de acesso do futebol paulista.

Abaixo, uma foto da entrada no dia da inauguração do estádio, em 17 de outubro de 1976 (foto do site Onda do Esporte):

E nessa época, quem mandava aí seus jogos nos campeonatos amadores era o EC Severínia, que inclusive perdeu o jogo de inauguração do estádio por 5×1 para o Rio Preto (distintivo do site História do Futebol).

Vale lembrar que antes do Esporte Clube, houve ainda um outro time, o Severínia FC.

Segundo a placa na entrada, o nome oficial é “Estádio Municipal Jovelino José Lopes“.

Mais uma bilheteria para nossa coleção!

No vídeo abaixo, acabei dizendo que o Severínia foi campeão, mas na verdade, o time apenas disputou as competições de acesso. A emoção do momento falou mais alto, acontece!

O forte calor da região somado ao tempo seco deixou o gramado em condições prejudicadas, mas mesmo assim, nota-se que a prefeitura tem cuidado do estádio e do campo.

Aparentemente haviam feito a poda da grama naqueles dias.

O campo ainda possui alambrado e sistema de iluminação.

E uma mini estrutura na lateral para banco de reservas e de arbitragem,

A impressão é que essa área na lateral onde existe a maior parte da arquibancada foi coberta no passado. Provavelmente se deteriorou e acabaram a retirando

O que deverá acontecer em breve com os alambrados de traz do gol.

Para quem gosta de ter uma ideia geral do campo, seguem as 3 tradicionais imagens, começando pelo meio campo:

O gol da esquerda:

E o gol da direita:

Sem dúvidas um estádio que está registrado eternamente na história do futebol paulista e que merece ser preservado até para que possibilite num futuro, o retorno do time ao profissionalismo.

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