Quem cruza o estado pela Anhanguera muitas vezes não sabe o número de estádios que esta estrada interliga. Um deles, fica na cidade de Porto Ferreira, cidade cerca de 230 km distante da capital e onde vivem pouco mais de 60 mil pessoas. A cidade é conhecida por seu comércio, mas também tem força na indústria e no agronegócio. É cortada por vários rios, entre eles o Mogi Guaçu.
Mas…. Estivemos ali para conhecer o Estádio Municipal da Vila Famosa, o campo onde a Sociedade Esportiva Palmeirinha manda seus jogos.
O time foi fundado em 3 de abril de 1955, mas somente se profissionalizou em 1967, disputando a Quarta Divisão (atual Série B) do Campeonato Paulista. O time fez história nas divisões de acesso principalmente nos anos 80!
Mas manteve-se nas disputas oficiais até 2016. Aqui, o time de 2010:
A parte externa do Estádio é bastante imponente!
Vitória! Vamos poder registrar o estádio por dentro, mas… Antes deveremos passar pelo túnel do terror heehehehe:
O estádio tem capacidade atual para 5.558 pessoas, sendo que uma das arquibancadas está interditada.
O time do Palmerinha não disputou a Bezinha neste ano de 2017, mas mantém ativas as categorias de base.
Uma pena, pois o estádio está muito bem conservado!
Um grande momento desse estádio ocorreu na inauguração dos refletores, em 1992 com um amistoso contra o Corinthians, em que o Palmeirinha venceu por 1 a 0, gol de Júnior aos 37′ do primeiro tempo.
A placa indicativa parece estranha…
Que as bancadas não permaneçam vazias em disputas profissionais por muito tempo.
Mais uma história do ano passado (2016), quando fomos até Assis ver o VOCEM jogar.
No caminho de volta pra Santo André, viemos pela Raposo Tavares e pudemos registrar mais um estádio, dessa vez, em Piraju.
Como sempre gostamos de fazer, antes de apresentar o estádio, um rápido olhar sobre a cidade, considerada estância turística, graças ao seu potencial natural, em especial ao Rio Paranapanema e à represa.
Vivem cerca de 30 mil pessoas na cidade.
Olha aí o cemitério Municipal…
Deixando a morbidez de lado, vamos ao tema da nossa visita, o Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes, casa do time do Piraju FC.
O Piraju Futebol Clube foi fundado em junho de 1957 (ou seja, completaria 60 anos esse mês, se ainda estivesse em atividades).
Aqui, o time de 1958:
Em 1962, o time fez história ao vencer o São Paulo por 2×1, em uma partida amistosa.
Dizem que mais de 6 mil pessoas teriam comparecido a este embate no Estádio Municipal.
O time participou 13 vezes da terceira divisão do Campeonato Paulista de Futebol, entre 1962 e 1968, depois em 1980, 1981, 1982, 1984, 1986 e 1987.
Aqui, o time de 1981:
Aqui, em 1982:
E por fim, o time faria em 1991 na quarta divisão sua última participação até o momento em campeonatos oficiais.
Essa foto é do time em 1990, e ficou na história por contar com Alexandre Escobar Ferreira, goleiro que iria para o São Paulo (seria o substituto de Zetti) e que infelizmente viria a falecer no início de sua carreira.
O Estádio Municipal Gilberto Moraes Lopes tem capacidade para mil espectadores.
Vamos dar uma olhada?
O estádio fica em um quarteirão bem tranquilo da cidade.
E é um daqueles campos em que a natureza ainda está bem integrada com as arquibancadas…
No site do pessoal do Jogos Perdidos existe um posto específico sobre o estádio, clique aqui para acessá-lo e ver outras informações e imagens como essa, da arquibancada interna (que acabei não fotografando…):
“Borracho en la Tribuna, otra vez!”… Em 2016, tivemos a oportunidade de mais uma vez visitarmos a terra de Dom Diego. E como fazia tempo desde nossa última passagem, decidimos revisitar alguns pontos mais “turísticos” que há tempos não víamos, como o bairro de La Boca.
Fomos na tradicional feirinha de San Telmo, e acabamos encontrando alguns jogadores do time do bairro, passeando por lá!
Voltamos a dar uma olhada nas lojas de esporte, no calçadão da Lavalle, e uma vez por lá, impossível não visitar nosso amigo Lito, que mantém sua loja na galeria cheia de itens dos mais diferentes times argentinos (e não só a mesmice dos times da primeira).
Além disso, como a ocasião da viagem foi muito bacana por dois motivos, primeiro porque nossos amigos da banda 88Não! estava em turnê por lá, e pudemos reunir vários amigos da cena punk/oi! antifascista que há algum tempo não víamos!
Martin, além de grande conhecedor da cena musical argentina também é torcedor fanático do River, inclusive esteve conosco quando fomos ver um River x Velez, alguns anos atrás (veja aqui como foi).
Chino e sua família! A última vez que nos vimos foi quase 10 anos atrás, quando estivemos em Rosário para a turnê do Doble Fuerza (banda punk rocker argentina).
E pra noite acabar rebuena, uma pizza na Ugi’s, a melhor pizzaria ruim do mundo!!!
Ainda pude celebrar meu aniversário com o pessoal, no Lopecito, um incrível restaurante em San Telmo.
Uma mesa bem democrática com hinchas do Argentino Jrs (o Checho, da banda Scarponi que inclusive nos acompanhou em um jogo no passado, veja aqui como foi) e do All Boys (Fernandito, da banda Tango 14).
Ainda tínhamos hinchas do Racing (Adrian) e do Atlanta (Lionel).
E como ainda não conhecíamos o Estádio do time do Lionel, dessa vez, nosso foco foi conhecer a casa do Club Atlético Atlanta, time sediado no bairro Villa Crespo.
Atualmente, o Atlanta joga a terceira divisão argentina, conhecida como “Primeira B Metropolitana”.
O Atlanta foi fundado no dia 12 de outubro de 1904, e seu nome é homenagem a um navio de guerra norte-americano que havia atracado no porto de Buenos Aires.
O time tem uma importante marca em sua história, um 9×0 sob o River Plate, em junho de 1906.
Para chegar no estádio é fácil, ele fica próximo à estação de metro Dorrego, da Linha B. Também deve dar pra ir de trem, já que o estádio está ao lado da linha.
Mas, lembre-se… não ande pelos trilhos!
Antes de tentar entrar no estádio, passei pela sede social, onde pude ver algumas camisas e trofeus.
O Atlanta possui títulos na Primera B Nacional (em 1956 e 1983) e na Primeira B Metropolitana (em 1994/1995 e 2010/2011). Fomos tentar conhecer o estádio onde esses títulos foram conquistados, o Estádio Don León Kolbovski, numa tarde chuvosa em que eu completava 39 anos.
Os torcedores tem um espaço cultural colado ao estádio, onde acontecem uma série de atividades que reforçam a ligação do time com o bairro.
Aqui, a bilheteria:
O estádio fica numa rua bem residencial.
Pra se ter ideia do valor dos ingressos, atualmente:
O bairro possui diversos grafites relacionados ao time e à torcida.
Eu já estava desanimado, achando que não seria possível adentrar ao estádio, afinal era um tempo feio e as poucas pessoas lá presentes estavam ocupadas demais para me acompanhar.
Foi aí que percebi que havia um pedreiro entrando no espaço do estádio para executar alguma obra e consegui pegar uma carona…
O Estádio Don León Kolbowski recebeu esse nome em maio de 2000. O campo já recebeu mais de 34 mil torcedores, mas atualmente tem capacidade para apenas 14.000 hinchas.
Esqueça a chuva, esqueçam as regras… É nossa invasão a la cancha!!
Embora esteja no meio do bairro, o estádio tem uma boa área interna.
Imagina a pressão que dá pra ser feita ali!
Chega de chuva! Honrados por mais um estádio registrado, é hora de seguir!
Para maiores informações sobre o time, acesse: www.caatlanta.com.ar . Vamos em frente! Vai dar certo! E mantenha sua rebeldia, rebeldes!
Orlando Scarpelli, casa do Figueirense Futebol Clube e que fica na parte continental da cidade de Florianópolis, no bairro Estreito.
Estivemos por lá em mais uma visita feita ao Marcel, meu irmão, que vive no lado sul da Ilha.
Antes de entrar demos uma passada na loja do clube.
E também pelo memorial do clube.
Quantas belas e históricas camisas estão ali eternizadas…
O nome do estádio é uma homenagem ao empresário Orlando Scarpelli, que presidiu o clube por vários anos na década de 40.
Vamos dar um role por dentro?
O estádio tem passado por obras de melhorias constantes nos últimos 10 anos. Ele é o maior estádio da capital de Santa Catarina.
Suas arquibancadas já receberam 38 mil pessoas, mas após as alterações exigidas pela CBF (que diminuíram a capacidade de todas as canchas brasileiras), o Orlandão só pode receber até 20 mil torcedores.
Mais um estádio de grande importância do futebol brasileiro devidamente registrado!
Ainda não tivemos a oportunidade de ver um jogo nele, mas com certeza ainda teremos essa oportunidade.
O estádio tem a inscrição “A maior torcida de Santa Catarina”. Será que essa marca ainda é válida, ou o crescimento da Chapecoense mexeu com os números?
O que sabemos é que sua torcida segue apaixonada fazendo barulho nas bancadas.
Uma última olhada nas bilheterias…. E sigamos pelo mundo!
É isso aí chapeuzinho vermelho, nós nos orgulhamos de tirar fotos em frente aos estádios…
Mais um rolê pelo interior de São Paulo, visitando novas cidades, conhecendo novas paisagens e histórias…
O rolê desta vez foi para conhecer dois estádios de cidades vizinhas: Mairinque e Alumínio. Começando pela primeira, em Mairinque vivem cerca de 45 mil pessoas.
O Clube Atlético Sorocabana de Mairinque foi fundado em março de 1940, nascendo dos funcionários da Estrada de Ferro Sorocabana, completando em 2010, seus 70 anos!
O clube debutou no Campeonato Paulista da Terceira Divisão em 1958 e fez uma boa campanha classificando-se para a fase seguinte do campeonato.
Não passou da segunda fase.
E aqui está o time de 1958, registrado pela Gazeta Esportiva:
Esse é um quadro com a foto do time de 1959:
Também disputou o Campeonato Paulista da Quarta Divisão de 1960 até 1968. Alguns dos times que vestiram a camisa local neste período:
O time possui uma série de conquistas, expostas em sua sala de troféus.
Vamos conhecer a casa do time?
Estivemos presentes com a turma toda (Mari, Mau e Osvaldo):
O estádio fica dentro do clube social, e conta com uma arquibancada para cerca de 500 torcedores.
Tem até uma “arquibancada coberta”!
O estádio fica próximo de uma mata, dando um visual único a ele!
Rolou até uma neblina enquanto estávamos ali!
Olha o banco de reservas em frente às bananeiras!
O gramado está muito bem cuidado!
Estádio visitado e registrado! Fomos tomar um café na Padaria Ponsoni! Do lado de fora, o cão tirava seu cochilo matinal.
Tivemos a oportunidade de conhecer Verona quando fomos para a Itália, no final de 2016. É uma cidade cheia de mercados e feiras de rua!
Pra quem não lembra Verona é a cidade da história de Romeu e Julieta e a gente esteve na famosa varanda da Julieta:
A cidade possui uma série de pontos lindos de se visitar e um centro histórico que preserva várias de suas construções.
Destaque para a “Arena de Verona”, construída no começo do século I, ainda com suas muralhas protegendo um anfiteatro que segue sendo utilizado em óperas nas épocas menos frias do ano.
Em frente à Arena existem um monte de restaurantes com deliciosas opções. Vai um macarrão com cogumelos?
A cidade é cortada pelo lindo rio Adige com ele diversas pontes com cenários lindos.
Mas, como sempre, também estivemos em Verona por conta do futebol. A cidade possui três times:
Mas não visitamos os três, escolhemos o Virtus Verona por ser o time do coração dos amigos Enrico e Elisa, que moram lá:
O Enrico é vocalista do Los Fastidios, uma banda italiana de Punk Rock / Oi, que ficou bastante conhecida nas arquibancadas pela música “Antifa Hooligans”:
E lá fomos nós conhecer o Estádio Gavagnin Nocini, casa do Virtus Verona, localizado na Via Montorio, 112 (fácil de chegar, mas um pouco distante do centro da cidade, como pode se ver no mapa abaixo).
Belas arquibancadas!
O estádio é pequeno, mas muito bem cuidado!
Ótima experiência! Mais um estádio internacional conhecido, em companhia de pessoas que tem as mesmas ideias que a gente!
A capacidade atual do Estádio Gavagnin Nocini é de cerca de mil e quinhentas pessoas.
Após o jogo acabamos indo parar em um Pub, junto de outro casal de amigos, os escoceses Allan e Lyn, que são torcedores do Virtus e frequentemente dão um jeito de vir até Verona pra ver um jogo!
Após alguns goles a mais, fomos caminhando até o centro pra gastar um pouco do teor alcoólico (quem nos conhece sabe que a gente não é tão forte pra bebida… hehehe). O jeito foi contar com as pizzas locais para reporem as energias!
Como diz a canção do MMDC: “A chuva caindo, manhã de domingo…”.
Um dia com cara de segunda feira, mas que prometia o nosso reencontro com o Estádio Municipal Alfredo Chiavegato, em Jaguariúna!
E como por um passe de mágica, ao chegarmos na casa do Jaguariúna FC, a chuva passou!
Hora de pegar os ingressos (R$ 10 e meia entrada a R$ 5).
Ingressos em mãos, vamos em frente!
O caso do Estádio Municipal Alfredo Chiavegato é uma exceção do que normalmente ocorre no futebol paulista.
É uma construção recente, com excelente estrutura, mas que serve de base para um time que infelizmente ainda não caiu nos braços da torcida da cidade.
Assim, suas arquibancadas ainda vivem tristes e solitárias e não foi diferente para esse Jaguariúna x Francana, pela série B do Paulista de 2017.
Dentro de campo, os times não se importaram com o baixo número de torcedores nem com o frio e fizeram um jogo quente!
E ficamos contentes por poder participar e registrar mais um jogo da tão apaixonante “Bezinha”, a quarta divisão do estado de São Paulo.
Logo de cara, a equipe local surpreeendeu as expectativas e saiu na frente para a alegria da pequena, mas animada torcida local!
O time da Francana, embora bastante tradicional, não conseguia se encontrar no jogo e demorou até conseguir se impor no jogo e levar perigo ao goleiro local.
Pra aumentar suas chances, a Veterana começou a arriscar chutes de longa distância, que paravam nas mãos do goleiro do Jaguariúna.
O técnico da Francana começou incentivar as arrancadas dos seus meias e o time visitante começou a gostar do jogo.
Numa dessas descidas, a zaga do Jaguariúna acabou fazendo uma falta próxima à área.
O resultado você confere aí:
Mas o time visitante não pode comemorar por muito tempo, pois o Jaguariúna ao invés de se abalar com o gol sofrido, foi pra cima de novo e novamente se colocou a frente do placar com um golaço, um petardo de fora da área sem chances para o goleiro da Francana.
Bom pra quem estava presente e pode ver dois golaços no mesmo jogo!
O fim do primeiro tempo ainda reservou chances para as duas equipes, mas acabou assim mesmo, 2×1 para o Jaguariúna. Alguns lances e cenas da primeira etapa:
E lá vamos nós para o segundo tempo!
O time da Francana voltou melhor buscando o empate a todo custo!
E a torcida local ficou “P” da vida ao ver que o árbitro marcou um pênalti para a Francana.
Acompanhe a cobrança:
O jogo acabou esfriando, por mais que o time do Jaguariúna quisesse sair com a vitória. A garoa voltou a cair para a tristeza da pequena torcida local.
Só quem estava lá no setor coberto pode ficar numa boa…
Seguem alguns lances do segundo tempo:
Outras imagens do fim do jogo (principalmente para quem queria ver o raro uniforme do Jaguariúna):
É isso aí! O Campeonato Paulista Série B está apenas começando e vamos tentar chegar a alguns estádios que ainda não pudemos acompanhar! Que venham as estradas.
Mais uma vez na estrada, mais uma chance de conhecer uma nova cidade e um novo estádio. Dessa vez, fomos até Cerquilho!
A cidade fica há cerca de 140 km da capital e é a residência de quase 45 mil pessoas.
A cidade, embora próxima de São Paulo, ainda mantém seu ar de interior e os clássicos lugares, como a igreja central:
Fomos até lá pelas ótimas estradas paulistas! (comentário com cara de merchandising pró governo né? A gente não fecha nem apoia governo nenhum hehehe mas não se pode negar que as estradas do interior de São Paulo ajudam muito quem pode viajar no fim de semana).
E chegamos até Cerquilho para conhecer o Estádio onde a Associação Esportiva São José, o time local, mandou seus jogos nas duas disputas que fez pela Federação Paulista.
Fundado em 4 de outubro de 1926, o São José licenciou-se há tempos da Federação mas ainda mantém um belo clube social, e anexado a ele, seu antigo estádio.
Aqui, uma foto antiga da fachada, mas… ela parece diferente, com casas ao lado, quem saberia identificar?
A Gazeta Esportiva noticiou boa parte dos jogos do Campeonato do Interior de 1955, onde a AE São José disputava o Setor 38:
E a AE São José decidiu o título de campeão com o Rafard, XI de Agosto de Tatuí e ECSão Martinho de Tatuí!
A mídia dava boa atenção ao futebol do interior, como mostra essa singela nota da Gazeta Esportiva de 1957, quando a AE São José foi jogar em Tietê:
E aqui, em 1958:
Pudemos adentrar ao campo e conhecer um pouco das arquibancadas do São José.
Veja só que linda arquibancada coberta!
O campo permanece muito bem cuidado.
Este é um lugar mágico, afinal, em 1966, o time desafiou as probabilidades e aventurou-se no futebol profissional.
Em 1966, a AE São José disputa a Terceira Divisão, o quarto nível do futebol paulista e logo em sua estreia fez uma boa campanha classificando-se para a segunda fase como vice-campeão do grupo.
Infelizmente na segunda fase, não sei qual o motivo levou o time do São José de Cerquilho a abandonar a competição:
Em 1967, mais uma boa campanha, mas apenas o campeão do grupo se classificava, então a segunda colocação acabou não adiantando muito. Aqui terminava a participação da AE São José no futebol profissional.
Mas, o campo, e o gol, ainda estão por lá!
Atualmente, a AE São José segue com atividades em sua sede, focadas nos esportes amadores.
Mais um estádio visitado, registrado e eternizado para a memória do futebol!
E lá vamos nós para mais um estádio do interior paulista. A bola da vez é a cidade de Aparecida, na região leste do estado de São Paulo, onde vivem pouco mais de 35 mil pessoas.
Bastante conhecida pelo turismo religioso, já que a cidade cresceu em torno da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, encontrada por pescadores em 1717, no rio Paraíba do Sul.
A cidade possui duas basílicas para onde boa parte dos times e torcedores viajam pagando suas promessas de acesso, títulos e glórias. Por esses e outros grupos, o local é atualmente o maior centro de peregrinação religiosa da América Latina.
Mas, Aparecida também já contou com um time de futebol disputando as competições oficiais da Federação Paulista: o Aparecida Esporte Clube, o Furacão do Vale!
O Aparecida EC mandava seus jogos no Estádio Municipal Comendador Vicente de Paula Penido, anteriormente chamado de Estádio Municipal 17 de dezembro.
O Estádio tem capacidade para 5 mil torcedores, e já foi palco de disputas da série A2, A3 e B (na época com outras denominações), entre os anos de 1956 e 1996.
O time nasceu em 1965 (vale lembrar que antes dele existia o Esporte Clube Aparecida, original de 1955), e passou a disputar as competições profissionais a partir de 1965. Em 1967 passou a jogar a Segunda Divisão (o terceiro nível do futebol paulista daquele ano) fazendo uma boa campanha na fase inicial.
Em 1968 o time ficou de fora do profissionalismo disputando novamente o mesmo nível em 1969, terminando em 3º lugar a primeira fase.
Outra parada em 1970 e volta à disputa em 1971, com uma má campanha (5º lugar em um grupo de 7 times). De 1972 a 1979, novo intervalo e retorno à Terceira Divisão (agora sim, o terceiro nível do futebol paulista) em 1980, com uma super campanha (apenas 4 derrotas em 30 jogos) não se classificando por 2 pontos…
Em 1981, o time foi ainda mais distante, chegando às finais do grupo, nos dois turnos da primeira fase, perdendo ambas para o Cruzeiro.
Em 1982, o time passa a disputar a segunda divisão (o segundo nível do futebol), e sua campanha de estreia foi muito boa, classificando-se para a segunda fase como líder do grupo:
Na segunda fase, terminou em último do grupo.
Esse era o time em 1982:
Ficou na segunda até 1987. Em 1988, acabou rebaixado de volta para a “terceirona” e decidiu paralisar suas atividades no futebol profissional.
Em 1995, o time retornou às competições, mas sua volta se resumiu a dois anos na série B do Paulista.
Pra quem gosta de histórias de arquibancada, recomendo o texto no blog luciomdiastextos.blogspot.com.br que narra um pouco das “guerras campais” que aconteciam quando o extinto e saudoso time do “Furacão do Vale” jogava, com incríveis brigas entre a torcida local e seus rivais, entre eles o time do Cruzeiro, da cidade homônima, o Jacareí e a Esportiva de Guaratinguetá. A fanática torcida local chamava-se “Explosão do Furacão”.
Na década de 90 a Federação Paulista criou a Copa Vale, disputada pelos times do Vale do Paraíba. Em sua primeira edição, o Aparecida chegou à final contra a forte equipe do São José. Na primeira partida no Estádio Penidão, derrota por um a zero num lance onde o zagueiro tentou recuar a bola para o goleiro e ela caprichosamente parou numa poça d’água, já que choveu muito antes da partida, e o atacante fez um a zero. No jogo de volta, outra derrota e o São José foi campeão.
Aqui, algumas fotos da nossa visita:
A chegada é por uma série de ruazinhas próximas ao SAE da cidade.
O time teve um grande craque: o centroavante Márcio Heleno. Dizem que a cidade simplesmente parava em dias de jogo do Aparecida para ver os gols do atacante baixinho e gordinho, que foi trazido ao time pelo também lendário treinador Lalí.
Márcio Heleno ostenta o título de maior artilheiro do Brasil no ano de 1982, isso contando todos os campeonatos de todas as divisões do Brasil naquele ano, superando até mesmo o craque Zico, artilheiro do carioca daquele ano.
Em 23 de setembro de 2014, o artilheiro se despediu dos gramados da vida.
Algumas imagens antigas do Estádio:
Pudemos adentrar ao estádio e fazer umas imagens lá de dentro:
E navegando pela Internet encontrei essas imagens no blog aparecidaantiga11.blogspot.com.br do uniforme que o time utilizou em 1984num amistoso contra o São Paulo que terminou em 0x0.
Infelizmente, o time não parece ter planos para voltar a disputar competições oficiais…
Seguimos na estrada… Desta vez a cidade visitada foi São Manuel!
Pra quem conhece um pouco o interior de São Paulo, a cidade fica próxima a Botucatu, cerca de 270 km da capital.
Ruas ainda pacatas, características de cidades do interior, por onde circulam os quase 50 mil habitantes. Estão aí, a tradicional igreja e o coreto da praça!
Nossa missão era de conhecer e registrar o Estádio “Dr. Adhemar Pereira de Barros”, onde a Associação Atlética Sãomanoelense mandava seus jogos.
A Associação Athletica Sãomanoelense foi fundada em 21 de junho de 1919. No site O Debate regional encontrei a imagem abaixo, do início dos anos 20, numa época em que nem arquibancadas ainda existiam por lá.
Em 1921, recebeu o time do EC Sorocabano não só para um jogo, mas para uma vivência na cidade:
Em 1922, houve um amistoso com o Santos:
Já em 1923, passou a disputar o Campeonato do Interior!
E também encontrei essa matéria do jornal “A Cigarra” de 1924 sobre um amistoso com o SC Corinthians.
Disputou novamente o Campeonato do Interior em 1942, com o EC Bandeirante, também de São Manuel.
Em 43 e 44 mais uma vez a região teve a Ferroviária de Botucatu como campeã.
Em 45, o campeão do setor foi a Botucatuense e em 47, o Noroeste. O time dessa época (foto do site Tempodebola)
Aqui, notícias sobre o Campeonato de 1948:
Em 1957 rolou até um amistoso com o Palmeiras:
Seus anos de glórias foram a década de 60. Logo em 1961, um amistoso contra o São Paulo.
Depois, a AA Sãomanoelense foi campeã, em 1968, da quarta divisão.
Dá pra ver as suas tradicionais cores (vermelho e preto) na foto abaixo, do time dos anos 80 (também do site Tempo de Bola):
Aqui, o time de 1990:
Mas, o tempo do futebol profissional se foi e o Estádio “Dr. Adhemar Pereira de Barros acabou ficando para o futebol amador, mas ainda muito bem conservado.
O Estádio recebeu 12 participações no Campeonato Paulista de Futebol.
Infelizmente o clube não resistiu às mudanças do futebol e principalmente aos altos custos e acabou licenciando-se da Federação Paulista, deixando ainda mais órfã a região (que já possuiu clubes em Botucatu, Lençóis Paulista, Avaré, entre outras cidades).
A atual capacidade do estádio não passa de 2.000 torcedores, e mesmo sabendo que para disputar o profissional, seriam necessárias obras de expansão, esse tema vive sendo discutido entre os boleiros da cidade.
Falando em boleiros da cidade, taí uma parte deles que ainda frequentam o estádio (que tem um bar anexado, onde rola a tradicional sinuca).
Um último olhar sob a arquitetura antiga da cidade, e como o sol se vai… Nós também vamos…