Nossa primeira parada foi a cidade de Marília, onde passamos a noite após várias horas de viagem. A dica de um lugar legal pra comer é a pizzaria Buga, onde jantamos um belo rodízio de pizza e massa. O endereço é Rua Bandeirantes, 284 e o telefone é (14) 3413-7333…
Aproveitamos a visita para reencontrar uma família muito especial, amigos há mais de 15 anos.
Abraços à Fernanda, Benê e Nilda, e parabéns por terem guardado tantas recordações da história do Marília Atlético Clube, e menção especial ao Benê que defendeu as cores do MAC no fim dos anos 70.
Olha só um dos materiais históricos que o Benê guarda do MAC:
Outro detalhe bacana da cidade é a vocação para indústria alimentícia. Além da conhecida Marilan, os tradicionais salgadinhos Dori tem sua fábrica na cidade.
Eu não sabia, mas Marília é um foco de estudos de Paleontologia. Tem até um museu na cidade dedicado aos dinossauros.
Assim como boa parte das cidades da região, Marília é cortada pela ferrovia, mas infelizmente o transporte sobre trilhos não tem sido utilizado mais…
Após passear um pouco pela cidade, fomos finalmente conhecer o Estádio Municipal Bento de Abreu Sampaio Vidal, o “Abreuzão”.
O estádio fica bem no centro da cidade, na Avenida Vicente Ferreira.
O nome do estádio é uma homenagem a um dos fundadores da cidade.
O Abreuzão foi inaugurado em 1967 e foi palco de grandes momentos da história do futebol local. Vamos conhecer a casa do MAC:
Como dá pra ver, o estádio tem uma diferença muito bacana, ele possui não apenas um, mas dois setores cobertos, além de outros dois lances de arquibancadas descobertas, que circulam o campo todo.
Aqui dá pra ver os dois lados cobertos e a Mari ali no meio hehehehe!
Sua capacidade máxima é de 19.800 pessoas.
A inauguração do estádio foi em 1967, e já no ano seguinte, ganhou seu sistema de iluminação. O engraçado é que ninguém sabe dizer qual foi a primeira partida disputada no estádio… Alguém arrisca um palpite?
Pra fechar o passeio com chave de ouro, uma rápida passagem na loja oficial do time!
A entrada da loja está repleta de fotos de times históricos!
Aliás, por que ninguém mais faz fotos de times assim, em ângulos diferentes e bacanas?
Esse é o time de 1984:
Hora de um último olhar ao estádio e seguir caminho.
Última foto, em frente à bilheteria…
E vamos para Lins, enquanto tentamos entender a arquitetura das arquibancadas do MAC!
A estrada aí acima é a Índio Tibiriça, responsável por ligar o ABC até a região leste do estado, passando por Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra. Nosso destino: Mogi das Cruzes, onde vamos conhecer o Clube Atlético Mogi, time que nunca vimos ao vivo.
O jogo que fomos acompanhar é mais um embate válido pela série B do Campeonato Paulista, o quarto nível do futebol estadual (abaixo das séries A1, A2 e A3).
O Clube Atlético Mogi enfrentou o Jacareí Atlético Clube, time que representa a cidade de Jacareí, fundado em 1980, também conhecido como Jacaré ou Tricolor do Vale, ou simplesmente “JAC”.
O jogo foi realizado no Estádio Municipal Francisco Ribeiro Nogueira, o “Nogueirão”, onde normalmente ocorrem as competições oficiais da Federação Paulista de Futebol, além das partidas decisivas da Liga Municipal de Futebol.
O campo do Atlético Mogi fica na Vila Industrial, em um bairro bem tranquilo.
Pra quem quer chegar ao estádio, taí uma informação que eu sempre acho difícil: o endereço do campo. Anote aí e confira na placa: Rua Professora Ana Maria Bernardes, s/nº – Vila Industrial – Mogi das Cruzes. O telefone do estádio é 4791-0360.
E lá vamos nós a mais uma bilheteria!
Os ingressos estão seguindo a “Tabela da Federação”: R$ 10, a inteira e R$ 5 a meia.
Como sempre, fizemos questão de pagar nossos ingressos!
O estádio do Atlético é bastante recente, inaugurado na década de 90 e tem capacidade para cerca de 10 mil pessoas.
É dia de ver a bandeira da cidade e do clube hasteadas!
O time, fundado em 2004, com o nome de Mogi das Cruzes Futebol Ltda., não pôde disputar o campeonato naquele ano, porque a Federação Paulista de Futebol não permitia que clubes da mesma cidade entrassem em competições profissionais, e Mogi das Cruzes já contava com o União Mogi. Em 2009, o time mudou seu nome para Clube Atlético Mogi das Cruzes.
Como o União era vermelho, o Atlético adotou o azul em seu uniforme, como podemos ver na camisa do Cordeiro, uma das pessoas que conversamos por lá:
Além de conhecer um novo time, pisávamos pela primeira vez no Estádio “Nogueirão”.
O Estádio possui um setor coberto central, onde a maior parte dos torcedores estavam, já que fazia uma tarde fria.
Ao fundo, pode se ver as montanhas, lembrando que em Mogi das Cruzes estão a Serra do Mar e a Serra do Itapety.
Na entrada, atrás do gol, outro lance de arquibancadas descobertas.
Em campo, duas equipes que colocavam a dedicação e raça na ponta da chuteira, como a maior parte dos times que disputam a segundona paulista.
Nas arquibancadas, um público apenas razoável. Mas, até que animado!
No capítulo “Guloseimas de estádio”, destaque para a barraquinha de pastel que atende o público dos jogos.
Em campo os times começaram quente e logo aos 5 minutos os visitantes fizeram 1×0.
Ducha fria nos ânimos do público local…
Mas antes da metade do primeiro tempo, o time local empatou em 1×1, para a festa da galera!
A torcida, embora pequena, ajudava a esquentar ainda mais o jogo.
Teve até cantoria!
Apoiado pelos torcedores, o time da casa apertou no final do primeiro tempo, tentando ir pro vestiário com o placar favorável. O treinador do Jacareí gritou e gesticulou bastante, pra ajudar o time a segurar o empate.
E conseguiu. Fim do primeiro tempo!
Tempo de registrar e oficializar nossa presença em mais um templo do futebol.
Olha os reservas saindo por ali…
É sempre muito gratificante poder conhecer de perto um estádio, principalmente em dias de jogos. Sabemos como é difícil manter um time disputando as competições oficias da Federação.
O segundo tempo chegou com más notícias para o time local, o Jacareí fez seu segundo gol.
E na base do tudo ou nada, o Atlético Mogi levaria ainda o terceiro e derradeiro gol, que fecharia o placar em 3×1 para os vistantes.
Mas, o placar era o menos importante numa tarde em que mais uma vez registrávamos um clube para a história.
É triste ver a maior parte das arquibancadas ainda vazias, sabendo que Mogi das Cruzes é uma cidade tão populosa, mas ainda vai chegar o dia em que as pessoas vão valorizar o time da cidade, independente de resultados ou divisões.
Já era hora de ir embora, por isso uma última olhada no estádio…
Para casa, agora, Mau…
Depois do jogo ainda deu pra dar um role pela cidade!
A 151ª camisas de futebol do blog representa novamente a força do interior de São Paulo e foi presente do amigo Daniel, que trabalha na Heinz Brasil. O time defende as cores e a cultura da cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, que já tivemos o prazer de visitar e que tem, uma história futebolística muito interessante, remetendo ao início do século XX (maiores informações, podem ser encontradas no excelente site: www.satoprado.com.br).
O time em questão é a Associação Esportiva Santacruzense, fundado em 1935, por funcionários da Estrada de Ferro Sorocabana. Sim, mais um time que tem seu coração ligado aos trilhos dos trens que cortam o estado de São Paulo.
Graças a este início “ferroviário”, o time tem o apelido de “Locomotiva“, e seu mascote também nasce dessa história.
De 1935 até o início dos anos 50, o time se concentrou na disputa de campeonatos amadores. Aqui, uma foto de 1936:
Esse é o time de 1948, em frente à “Maria Fumaça” da época:
Em 1954, fez sua estreia no profissionalismo, disputando o Campeonato Paulista da Terceira Divisão, e já em 1956, chegou ao vicecampeonato, com o time abaixo:
O time passou alguns anos afastado do profissionalismo, e só retornou, em 1962, na Segunda Divisão (equivalente à atual A3), onde sagrou-se campeão, com o time abaixo.
Com essa conquista, passou a disputar, a segunda divisão. Encontrei essa foto de um jogo contra a Ferroviária, em 1963:
Ficou na segunda divisão até 1967, quando novamente ficou longe dos gramados. Isso seria uma constante na vida do time. Esse é o elenco de 1964:
Em 1969, voltou para disputar a Segunda Divisão, mas novamente parou suas atividades, retornando apenas em 1979, na Quinta Divisão estadual. A década de 80 foi marcada por novas paralisações. Mas montou times que marcaram a cidade!
Em 86, 88 e 89 disputou o Campeonato Paulista da Terceira Divisão. Em 1991, voltou a disputar as competições oficiais e em 1994 chegou à série A2. Mas novamente se licenciou até 2004, quando voltou para a disputa da então chamada série B2. Em 2010, conseguiu o acesso à série A3.
Em 2013, tive a oportunidade de assistir ao jogo da Esportiva Santacruzense, contra o Santo André, algumas fotos podem ser vistas no link: FOTOS.
O time manda seus jogos no Estádio Leônidas Camarinha. Estivemos lá e uma das coisas mais legais, é sua entrada estreita, tão comum nos campos do interior antigamente.
A capacidade do Estádio é de mais de 10.000 torcedores.
O estádio foi inaugurado em 1950, com o nome de Estádio Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo.
O jogo inaugural foi entre o Santos e a Santacruzense. O placar é daqueles bem tradicionais…
A 148a camisa de futebol foi presente do amigo Renato Ramos, da Fúria Andreense.
O time defende as cores da cidade de Franca, com mais de 300 mil habitantes e conhecida como a capital nacional dos calçados masculinos!
O time dono da camisa é a Associação Atlética Francana.
A história do time começa há 100 anos atrás (sim, escrevo este post no ano do centenário), em 1912, quando o clube foi fundado com a ideia de incentivar o esporte entre professores, comerciantes e demais trabalhadores da cidade. Por isso o time é conhecido como “a Veterana”. Durante muito tempo, mandou seus jogos no Estádio da Bela Vista, construído em 1922, em um terreno doado pelo Coronel Francisco de Andrade Junqueira, por isso, o Estádio também é chamado de “Nhô Chico”.
Ali, a Francana mandou seus jogos até 1969, quando a Prefeitura construiu o Estádio Municipal José Lancha Filho, com capacidade para 15.100 pessoas.
Veja aqui como foi nossa visita ao estádio em 2018. Após anos disputando contra equipes da cidade, chegava a vez de sonhos maiores. O time filiou-se a Apea (Associação Paulista de Esportes Atléticos) e passou a disputar o Campeonato da Mogiana e em 1921, chegou à final perdendo o título para o Comercial, de Ribeirão Preto. Em 1923, sagrou-se campeã da Alta Mogiana, derrotando o Botafogo de Ribeirão Preto, mas perdeu a disputa de Campeão do Interior contra o Rio Branco. Em 1925, novamente foi campeã, dessa vez invicta. Porém, mais um vez perdeu o título do interior, dessa vez contra o Velo Clube, de Rio Claro. A partir de 1948, passou a disputar o Campeonato da Divisão de Acesso, agora pela Federação Paulista de Futebol. Em seu primeiro ano, acabou em terceiro lugar. O Campeonato de 1949 era dividido em quatro séries, de onde se classificavam apenas os campeões. O time abaixo, ficou em segundo na série Branca (Mogiana), atrás do Batatais:
O time seguiu na disputa da divisão de acesso. Aqui, uma foto de 1950:
Em 1958, o campeonato foi dividido em 4 módulos e a Francana terminou como líder do seu grupo (o Amarelo), sendo desclassificado na fase seguinte, contra o Corinthians de Presidente Prudente, o Rio Preto, entre outros times. Aliás, lembrei que tenho um ítem de colecionador aqui, referente a este ano:
Em 1964, foi novamente campeã do seu módulo (o “João Mendonça Falcão”) e fez ótimos campeonatos em 1968, 1969 e 1976, mas sem conquistar o sonhado acesso. Aqui, o time de 1967:
Contam que em 1969, jogando a final contra a Ponte Preta, o time chegou a comemorar o título após vencer por 3×1, mas somente dias depois souberam que perderam a vaga para a primeira divisão, no saldo de gols (por um gol…). Esse era o time daquele ano:
Então chegou 1977, com um time que tinha como maior estrela um craque chamado Assis, e trazia ainda no gol, uma figura que permanece até hoje no mundo do futebol: Geninho.
Com esse time, a Francana derrotou o Araçatuba, por 2 x 0, na final, conquistando enfim o direito de disputar a primeira divisão estadual.
Enfim, 1978 viu a Francana na elite do futebol paulista. E a torcida não fez por menos, tornando o clube campeão de renda no interior. Na classificação, o time também foi bem e ficou entre os oito melhores. Neste período, destacam-se vitórias históricas contra o São Paulo (2 a 0), em pleno Pacaembu, em 19 de outubro de 1978, conquistadas pelo time abaixo:
No ano seguinte, bateu o Corinthians por 1 x0, em pleno Pacaembú, frente a mais de 40 mil torcedores. Em 1982, venceu o Santos, na Vila Belmiro, mas não conseguiu impedir o rebaixamento…
Só voltou a disputar o profissional, em 1984, novamente na divisão de acesso.
Em 1989, o time quase voltou. sendo novamente líder do seu grupo, na primeira fase.
No começo dos anos 90, o time acabou rebaixado para a série A3, e por lá ficou até 1996, quando conseguiu o acesso à A2. Em 1997, chegou ao quadrangular final do Campeonato Brasileiro da Série C, perdendo o acesso à Série B na última rodada.
Em 2002, o acesso à primeira divisão estava em suas mãos, quando na final da Série A-2 contra o Marília vencendo em Franca por 2 x 0, mas sendo batido por 3×0, em Marília. Em 2005, acabou novamente rebaixado para a Série A-3, onde está até atualmente, 2012. Sempre com campanhas regulares, mas não suficientes para garantir o acesso à série A2. Como foi o caso do time de 2011:
Para saber mais sobre o time, acesse: www.aafrancana.com.br Ah, um detalhe que não pode ser esquecido é a mascote do time, que foi criada com base em um grande rival, o Catanduvense. Como o “apelido” da cidade de Catanduva é “A cidade feitiço”, após uma vitória do Francana, surgiu a Feiticeira Verde:
O hino do time:
Que tal acompanhar um pouco da realidade do estádio, com a torcida Dragões da Veterana:
Falaremos hoje da camisa e da história do Commercial Football Club.
A história deste tradicional time do interior paulista, começa em 1911, quando um grupo de comerciantes se reuniu para montar seu próprio time de futebol.
É incrível como as pessoas do início do século XX conseguiram dar valor aos atos de criação dos times, quase como que prevendo que se transformariam em instituições “eternas”. Hoje, os fundadores do time dão nomes às cadeiras cativas do estádio.
A primeira partida seria disputada ainda em 1911, uma derrota por 3×1 para a Associação Athletico Gymnasial, de Ribeirão Preto.
Em 1915, enfrentou o badalado SC Germânia, da capital paulista e venceu por 4 a 1. Assim como estes, vários amistosos mantiveram a torcida em polvorosa nos primeiros anos do clube.
Em 1919, disputou o Campeonato Paulista – Divisão do Interior da APEA (Associação Paulista de Esportes Athléticos), tornando-se vice-campeão.
Em 1920, disputou uma série de amistosos no Pernambuco onde conquistou 7 vitórias e um empate, dando origem ao apelido e futuro mascote do time: o Leão do Norte.
Em 1922, fato curioso, o time disputou um amistoso contra a Seleção Argentina, no Estádio da Rua Tibiriçá, onde mandava seus jogos.
Em 1927, estreiou na Primeira Divisão do futebol paulista. Esse é o time dos anos 20:
A crise de 29, que afetou o mundo todo, principalmente os EUA acabou chegando até os cafeicultores de Ribeirão Preto e manteve o time fora das disputas até 1954.
Em 1954, o time ressurge, agora como Comercial Futebol Clube e passou a mandar seus jogos no Estádio Antônio da Costa Coelho, campo do E.C. Mogiana. O retorno foi marcado por uma série de amistosos, com destaque para a derrota para o São Paulo FC.
Mas o time também participou da segunda divisão, chegando a final contra o EC Taubaté, que acabou num 0x0, dando o título e o acesso à primeira divisão ao Burro da Central.
Seria neste ano que aconteceria o primeiro clássico “Come-Fogo”, da fase profissional, terminando num empate em 1×1.
O título paulista da segunda divisão viria em 1958, junto do acesso para primeira divisão, fazendo a final contra o Corinthians de Presidente Prudente, em jogo no Estádio do Pacaembu.
A partir daí, a torcida do Comercial se acostumou a disputar a elite do futebol paulista e os anos 60 acabaram marcados como os anos de glória do time.
Em 1962, o clube foi vice-campeão da Taça São Paulo, perdendo apenas a final para o Santos de Pelé. Esse é o time de um ano antes:
Em 1964, era hora de inaugurar seu estádio, o Palma Travassos, utilizado até os dias de hoje e apelidado de “La Bafonera”.
Em 1965, venceu a Copa Ribeirão Preto jogando contra Corinthians, Fluminense e Botafogo carioca e ainda empatou em 1×1 com o Peñarol do Uruguai, em um amistoso.
Em 1966, o Leão acabou com uma invencibilidade de 14 jogos do Palmeiras e fez um jogo inesquecível contra o Santos de Pelé, perdendo por 7×5. Ainda faria incríveis 8×1 no Bragantino, terminando em terceiro lugar no campeonato paulista. O ano ainda traria uma incrível surpresa, o time enfrentaria a Seleção Brasileira (perdendo por 4×2), em Amparo.
Em 1972, o Comercial ficaria marcado como o último time a levar um gol do craque Garrincha (Olaria 2 x 2 Comercial).
Em 1974, terminou o Paulistão em sétimo lugar.
Em uma disputa histórica, conquistou a vaga para o Brasileiro de 1978, em cima do Botafogo FC.
Em 1979, ficou em 14º, num brasileirão que contou com quase 100 clubes.
No início da década de 1980, o Comercial conseguiu grandes resultados como golear o Corinthians em Palma Travassos por 4 a 0, o Santos na vila: 3 a 1, o São Paulo no Morumbi por 5 a 4.
Em 1980 foi campeão do primeiro turno da Taça de Prata, a segunda divisão do Campeonato Brasileiro na época.
Em 1983, fez 4×1, no São Paulo, no Estádio Palma Travassos.
Em 1986, um soco no estômago da torcida… O Comercial acaba rebaixado para a Divisão Intermediária do Campeonato Paulista, mesmo tendo vencido novamente o forte São Paulo FC, dentro Morumbi, por 5×4.
Olha, que legal o Come-Fogo de 1986, que bom público:
O time se segurou na segunda divisão até 1993, quando conquistou o acesso, porém… Foi quando a Federação organizou o campeonato com as atuais definições (A1, A2, A3 e B) mantendo o time Comercialino na série A2, longe dos holofotes da imprensa.
Os anos seguiam, e mesmo com o constante apoio de sua apaixonada torcida, em 2009, o time viveu um novo momento de terror. O Comercial era rebaixado para a série A3, e vivia uma forte crise financeira. Até o Estádio Palma Travassos, entrou em disputa para saldar dívidas.
Parecia o fim. Mas não foi.
Graças a uma série de esforços locais, passando por uma polêmica parceria com o grupo Lacerda Sports Brasil e com o OléBrasil (até então, terceiro time de Ribeirão Preto), até culminar com o movimento “Comercial meu amor Imortal”.
Os resultados logo vieram, em 2010 mesmo, o time conseguiu retornar à série A2, ainda que com por meio de uma manobra legal. O time do Votoraty (fortemente ligado ao grupo OléBrasil) desistiu de continuar disputando a série A2, e o Comercial acabou herdando sua vaga.
O ano seguinte, no centenário do Comercial, apresentou ao Leão uma A2 bastante forte e competitiva, mas conquistou o acesso de volta à elite do Paulistão, com o time:
Para celebrar o centenário, o Comercial realizou uma excursão para Europa, onde fez cinco amistosos, vencendo 3, empatando 1 e perdendo 1.
Ainda foi publicado o livro “Comercial – Uma paixão centenária”, pelo pesquisador Igor Ramos.
Para marcar ainda mais o ano do centenário, o Comercial ficou ainda com o vice-campeonato da Copa Paulista, perdendo o título para o Paulista de Jundiaí.
Infelizmente, em 2012 o Comercial acabou voltando para a serie A2.
Destaque para a galera da Mancha Alvinegra, fundada em 1986.
Outra torcida que merece destaque é a Batalhão Alvinegro, desde 2002 e da qual faz parte nosso amigo Alfredo “Sapo”, lá de Serrana!
Maiores informações sobre o clube podem ser encontradas no site oficial: www.comercialfc.com.br
Curta um pouco com a torcida do Comercial…
O futebol já ajudou milhares de cidades a escrever seu nome na história do esporte nacional.
Entretanto, existem algumas que acabaram esquecidas pelo grande público, mesmo tendo seus momentos heróicos.
E foi em busca dessas histórias já desgastadas pelo tempo que fomos até Iracemápolis…
O futebol de Iracemápolis teve como principal representante o Clube Atlético União Iracemapolense, o CAUI, fundado em 1 de maio de 1946. Escudo vindo do incrível site Escudos Gino!
O time representava a cidade e tinha o apoio da Usina Iracema, atualmente pertencente ao grupo São Martinho.
O CAUI participou de nove edições do Campeonato Paulista de Futebol Profissional, entre a terceira e a sexta divisão, de 1986 a 1992, quando se desligou da Federação Paulista de Futebol.
O mascote do time era um Pé de Cana.
Procurando informações no Google, descobrimos o Estádio Municipal Alpino Pedro Carneiro, onde o time teria mandado seus jogos nos campeonatos profissionais, assim, fomos até a Rua Duque de Caxias para conhecer esse histórico campo!
Se o Estádio não tem uma boa fachada identificando seu nome, ao menos encontramos algumas placas comemorativas bem bacanas.
Embora a placa acima mostre a data de 1988, essa outra placa mostra que a conclusão do Estádio acontecera antes, em 1978:
O Estádio tem capacidade para 3.200 torcedores e está em boas condições, embora só receba partidas do futebol amador.
A arquibancada é de cimento, com pouco mais de 10 degraus e uma distância segura do campo, para a tristeza dos torcedores mais exaltados…
Aproveitei a presença do pessoal que jogava um baralho ali pra ouvir um pouco sobre o futebol local.
O que eu descobri é que a verdadeira “casa” do CAUI não era este estádio, mas sim um segundo estádio, localizado próximo da Usina Iracema, assim, nos despedimos desse belo templo do futebol e fomos em busca desse segundo campo.
E não é que encontramos mais um belo Estádio, o Dr. Dimas Cêra Ometto!!
Infelizmente ele também está dedicado apenas ao futebol amador, atualmente.
Mas já recebeu jogos históricos. Fuçando no site “Jogos Perdidos“, encontrei uma súmula de um jogo contra a A.A. Chavantense, de 1988.
E 1988 foi um ano especial para o CAUI, pois foi quando conseguiram o acesso para a série A3. Olha que belo quadro encontrei no bar do estádio!
Aliás, o bar do Estádio tem outra fonte de histórias incríveis, trata-se de Toninho e Neuza, que cuidam de lá e sabem bastante da história do futebol local.
Mostraram essa outra foto do time, já nos seus anos finais:
Segundo eles, esse é o time amador que mais joga (e bebe) atualmente no estádio:
Vale a pena um olhar ainda mais romântico para as arquibancadas, de madeira, do Estádio…
Os bancos de reserva também preservam em sua própria madeira a memória de décadas de futebol amador e profissional…
Outro ítem bacana do estádio são os vestiários:
O campo está em bom estado, como pode se ver:
Mais uma placa histórica:
Assim, marcamos presença em mais um santuário histórico do futebol! Antes que você pergunte, foi aqui em Iracemápolis que o Elano (atualmente no Grêmio, mas ex atleta do Santos e da seleção brasileira) começou sua carreira, mas pra mim, essa é uma história de menor valor local.
Ah, mas antes de irmos embora o nosso guia, o “Tio Lúcio” experimentou um pouco da culinária do estádio local (e aprovou!).
O Estádio fica perto da Usina Iracema, que ainda funciona a todo vapor, mas que já não apoia o futebol como outrora!
Missão cumprida, é hora de pegar a estrada de volta com direito a uma parada em um ponto especial, em Limeira, a “Casa de suco Pessatte”, onde por R$ 3 se bebe quanto suco natural de laranja quiser… Mais informações: http://www.pessatte.com.br/
Graças ao Lúcio, nosso guia, decidimos passar por alguns lugares tão próximos quanto pouco divulgados, a começar pelo Rio Piracicaba, ainda na cidade de Americana:
A barreira da represa de Salto Grande forma uma bela cena, há menos de 100km da capital…
É incrível como as pessoas se importam cada vez mais com as aparências e com as glórias ao invés de dar valor à verdadeira felicidade do dia a dia.
É exatamente por isso que as culturas regionais e de menor alcance acabam quase sempre engolidas pelas grandes corporações.
Não me importo. Sigo acreditando que tem mais gente que pensa como eu. Que acredita que as pequenas e sinceras coisas tem tanto ou mais valor do que a cultura vendida pelos meios de comunicação de massa.
Por isso, de volta à Cosmópolis, acho um barato a Mari gastar seu tempo se divertindo com seu projeto de artesanato / design de Abajour…
No interior o tempo corre em outra velocidade. Deu tempo de curtir a manhã e ainda ir até Campinas, comer no Vegetalle, fantástico restaurante vegetariano!
Na saída, uma cena curiosa, um carro da Companhia de Engenharia de Tráfego de Campinas…multado por estacionar sem cartão zona azul… Cobras engolindo cobras.
Outro passeio bem bacana e que merecia maior conhecimento e incentivo pela própria Prefeitura de Cosmópolis é o rolê de bike pelas áreas menos urbanas. Dessa vez fomos até a reformada “Ponte de Ferro” (ponto pra prefeitura), que passa sob o rio Jaguari, que como a placa avsa, cria correnteza e poços profundos… Aliás, tem uma caveira na placa, e segundo o ‘seo’ Madruga, quando tem uma caveira…
Após uma meia hora de bike, chega-se a um belo lugar… Mas se o que você busca é o glamour, melhor descer rumo às das praias do litoral norte de SP.
Como para nós é a beleza da natureza que vale, tá aí mais um registro incrível de um lugar há menos de 130 km de SP e que poucas pessoas conhecem…
Ok, nem tudo são flores… Assim como nas grandes cidades, o role de bike pelo interior tem outros obstáculos… Andar pelo canavial pode fazer você trombar algum cadáver desovado ou algum caminhão da Usina…
O jogo foi contra o Real Parque, outro time local, pelo Campeonato Amador Municipal. Pra quem não conhece Cosmópolis tem algo que é impossível explicar virtualmente. Por causa da Usina Estér, o ar da cidade é doce. É, não tem como explicar, mas a noite, quando a gente tá chegando na cidade, já dá pra se localizar pelo ar…
Haviam poucas pessoas acompanhando o jogo. Uma pena que um time com tanta história não esteja no profissionalismo. É comum encontrar pessoas com a camisa do time andando pelas ruas da cidade.
Aproveito para publicar a entrevista que fiz com duas pessoas ligadas ao time, já a algum tempinho.
A 139ª camisa de futebol, da nossa coleção foi presente de mais um apaixonado por futebol: o amigo José Antonio Martineli. A camisa representa a cultura e o esporte da cidade de Pirassununga!
O time dono da camisa é o Clube Atlético Pirassununguense.
O Pirassununguense, ou simplesmente “CAP” é mais um desses times “mágicos” que desafiam o futebol moderno e seguem até os dias de hoje dando alegrias ao povo da sua cidade. Fundado em 1907, fez seu primeiro jogo oficial em 1908, contra o Paulista, de São Carlos, vencendo por 2 x 1. Graças à sua tradição, o CAP ganhou o respeito de seus adversários. Esse fato motivou o apelido que se transformou em mascote: o “Gigante do Vale”.
A estreia em competições oficiais ocorreria em 1918, no Campeonato Paulista do Interior, o Paulista de Jundiaí foi o campeão do grupo.
O CAP disputou por mais seis vezes o Paulista do Interior, com destaque para 1942, quando sagrou-se campeão da 16ª região, e ainda batendo nos mata-matas a Esportiva Sanjoanense, o Botafogo de Ribeirão (eliminado por irregularidades nos registros) e o Palestra de São José do Rio Preto. O time pirassununguense só acabou eliminado pela equipe vice campeã daquele ano: o Lusitana de Bauru!
Além disso, em 1947, foi campeão do Setor 11 da Zona 3.
Logo que a a Lei do Acesso foi criada, em 1949, foi um dos primeiros clubes a se inscrever, disputando assim o Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 1950 e 51. Infelizmente, deixou o profissionalismo por ser um município com menos de 50 mil habitantes (essa era uma das regras estipuladas pela Federação, na época). Afastou do profissionalismo, mas sagrou-se Campeão amador do Interior, em 1954. Só em 1966, o Pirassununguense voltou ao profissionalismo, disputando a Terceira Divisão (o quarto nível daquele ano), com o time abaixo, que. se classificou para a segunda fase:
Em 1972, o time disputou a Segunda Divisão Profissional (equivalente ao terceiro nível do futebol paulista naquele ano) e foi campeão da Série Independência, fazendo a final contra o José Bonifácio (que sagrou-se campeão com um empate em casa e uma vitória por 1×0 em Pirassununga).
Em 1973, foi convidado a disputar o Campeonato Paulista da Primeira Divisão (atual Série A2), já que o José Bonifácio não teve condições de participar do campeonato. O CAP foi eliminado na segunda fase depois de ser vice líder da série C:
Em 1974, novamente o time classifica-se para a segunda fase, onde é elimiado. Esse foi o time de 1975:
Aqui, o time de 1977:
A partir de 1980, a chamada Primeira Divisão passa a ser chamada de “Terceira Divisão” e o Pirassununguense permaneceu nessa série até 1983. Esse é o time que disputou o campeonato de 1982:
Em 1987, o clube aplicou sua maior goleada em um adversário: 14 a 0 sobre o Piraju.
O time permaneceu nas disputas profissionais até 1992, quando novamente se licenciou. Somente em 2001, voltou ao profissionalismo, graças a uma parceria com o Guarani. Nesse ano, “revelou” o meio-campista Alex (ex-Internacional-RS e ex-Corinthians).
Em 2008 decidiu não disputar o campeonato, mais uma vez. E só voltou em 2012 para a disputa da segunda divisão do Campeonato Paulista e nós estivemos lá pra registrar (veja aqui como foi).
O clube manda suas partidas no Estádio Bellarmino Del Nero, que tem capacidade para mais de 5 mil pessoas.
Fica a dica cultural: o blog “Memória de Pirassununga” traz um belo registro da história da cidade (até do futebol, aliás, pegamos algumas fotos de lá!). Pra quem gosta de hino, segue o do Pirassununguense:
Outra boa dica é o site CAPirassununga, com várias notícias e informações do time. Antes de ir… Ouça a voz da torcida…
Com a frase do 365 ilustrando o dia, lá fomos eu e a Mari para mais uma aventura em busca de um estádio e suas histórias…
Nosso destino era a cidade de Cravinhos!
A cidade ainda mantém sua rica cultura e bela arquitetura!
O time que representou a cidade nas disputas profissionais da Federação Paulista é o Cravinhos Atlético Clube, atualmente desfiliado do futebol profissional da Federação Paulista.
O “CAC” foi fundado em 12 de julho de 1906, como a fachada do Estádio faz questão de nos lembrar!
E foi no histórico Estádio João Domingos Martins que o time mandou seus jogos no profissionalismo.
O Estádio tem capacidade para cerca de 3 mil torcedores:
A vida do time na competições da Federação começa em 1930, quando disputou o Campeonato Paulista do Interior, não passando da fase inicial.
Em 1931, classificou-se à segunda fase vencendo num mata-mata o Batatais e jogando a primeira eliminatória por 2×1 contra o Botafogo, em Ribeirão (no campo do Comercial). Na sequência enfrentou o Floresta no campo da Sanjoanense e venceu por incríveis 4×3, levando o time até a final, contra o XV de Piracicaba! Infelizmente, na final, mais uma vez jogando fora de casa, o 1942, o time levou o 2×1 no último minuto de jogo, perdendo a chance da conquista do título.
Em 1942, também ficou na 1a fase (que se resumiu a um “mata-mata” contra o Botafogo de Ribeirão), em 43, o mata-mata foi contra a Portuguesa de Ribeirão Preto, em 44 contra o EC Mogiana, também de Ribeirão, em 45, novamente contra o Botafogo.
Olha o time de 1945:
Embora não seja utilizado em disputas profissionais, o Estádio JD Martins está muito bem cuidado. A pintura das bilheterias está praticamente nova.
Em 1990, o CAC se aventurou no futebol profissional e disputou o Campeonato Paulista da Quarta Divisão nesse mesmo estádio.
Times como José Bonifácio EC, União Suzano AC; AA Ranchariense, A Monte Azul e até o São Caetano estiveram aí disputando o acesso para a Tercerona.
O gramado também está muito bem cuidado e tem sido utilizado pelo CAC na disputa do Campeonato Paulista de Futebol Amador e na disputa de competições envolvendo times das categorias de base.
Após essa única participação, a cidade voltou à condição de órfã de um time profissional.
Mas, o CAC mantém-se ativo no futebol amador. Em 2015, após classificar-se em 1º lugar no geral, o CAC chegou a final do torneio contra o time do BrodowskiFC.
Um empate por 1×1 no primeiro jogo e a decisão, em Cravinhos, no dias 12/07, data que o CAC completou 109 anos de fundação, por isso o pessoal aproveitou bem e fez uma exposição com fotos históricas do time.
E em campo, uma emocionante partida fez a alegria dos mais de 3 mil torcedores!!
O público foi ao delírio com a vitória de 4×2, para os “diabos-rubros” de Cravinhos…
Eu confesso que por mais que o título seja uma grande honra, ainda fico triste em ver um estádio e uma cidade tão bacana, com tanto potencial, fora do profissionalismo…
O Estádio JD Martins merecia no mínimo ver a série B do paulista, novamente…