157- Camisa do Pouso Alegre F.C.

E lá vamos nós para mais uma camisa e mais uma história! Chegamos à 157ª camisa e infelizmente, falamos de mais um clube que não disputa os campeonatos profissionais: o Pouso Alegre Futebol Clube.

Consegui a camisa em uma visita que fiz à cidade de Pouso Alegre, em Minas Gerais. Clique aqui e veja como foi!

E em 2018, estivemos em uma partida do Pouso Alegre contra o Araxá. Veja aqui como foi.

A cidade de Pouso Alegre fica ao sul de Minas Gerais, bem próxima da divisa com o estado de São Paulo.

É uma cidade muito bacana, que mistura os aspectos do interior com o de uma cidade em pleno desenvolvimento!

O time foi fundado em 1913, como “Pouso Alegre Football Club“. Mas, as dificuldades naquela época eram grandes, e só em 1928, o rubro-negro se firmou com estabilidade. Em 1928, foi construído o estádio do Pouso Alegre Futebol Clube, o “Estádio da Comendador José Garcia“, permitindo a visita de muitos times paulistas e mineiros para desafiar o PAFC, como Guarani, Ponte Preta e o extinto Ypiranga, da capital. A Liga Esportiva Municipal de Amadores (LEMA) ficou responsável por administrar o Estádio, por isso, muitos o chamam de “Estádio da LEMA”.

O início do time foi marcado pela disputa de torneios municipais e intermunicipais. Outros times foram criados e o Pouso Alegre FC acabou sendo deixado de lado durante a década de 1950.

A década de 60 foi mais feliz para o time e a torcida do Pouso Alegre, e em 1967, o time não só voltou a ativa como decidiu participar pela primeira vez da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. Nessa época, a torcida comparecia em peso aos jogos do time!

E pra satisfazer sua torcida, o rubro negro foi o campeão da Chave Sul, classificando-se para a fase final, porém, a inscrição irregular de um jogador eliminou o time da sequência do campeonato.

Um fato curioso, é que em 1968, o Pouso Alegre FC disputou um amistoso com o Grêmio Recreativo Beta, de São Paulo e venceu por 38 a 0. A partida é considerada como a maior goleada do futebol mundial. Mas mesmo tantos gols não impediram o clube de  fechar suas portas no ano seguinte, após um mal campeonato.

Dessa forma, a década de 70 passou em silêncio para o time e até para a cidade, com o final da LEMA. O futebol só daria sinais de vida nos anos 80, com a reativação da Liga Municipal, e em 1983, com o retorno do Pouso Alegre F.C. à ativa.

No mesmo ano, o time sagrou-se campeão da Copa Sul Mineira, jogando apenas com atletas da cidade. Mas o ânimo que faltava ao time viria ainda no mesmo ano, com a conquista do Campeonato Amador do Estado de Minas Gerais. Essa conquista reacendeu time e torcida e em 1984, o time voltou a disputar a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro.

Em 1988, o grande momento: o rubro negro de Pouso Alegre chega a Primeira Divisão do Campeonato Mineiro, após uma verdadeira batalha contra o Atlético de Três Corações, que teve final no tapetão e somente no ano seguinte, já com a primeira divisão em andamento. Resultado, o time de Pouso Alegre estreou com o campeonato já em andamento, chegando a jogar 3 vezes por semana para “alcançar” os demais clubes.

Em seu ano de estreia na primeirona, 1989, o time conseguiu se segurar na elite do futebol mineiro.

1990 é considerado o ano de ouro do Pouso Alegre Futebol Clube, terminando o campeonato na quinta colocação. Aquele time tinha no gol PC Gusmão, hoje técnico de futebol.

Aqui, um vídeo com os gols do time, em 1991:

Assim como acontece sempre, no final do ano o time foi desmontado e em 1992, o time voltou à segunda divisão. Em 1996, o então prefeito, João Batista Rosa, inaugura o Estádio Manduzão, com capacidade para 30 mil pessoas, considerado o 3º maior estádio de futebol de Minas Gerais. Estádio Manduzão Essa, a gente fez na nossa visita, em 2012:

O “dragão” permaneceu no chamado Módulo II do Campeonato Mineiro até 1998, quando novamente se afastou das disputas até 2009.

Em 2009, o time voltou a disputar a Segunda Divisão, terminando em quinto lugar. Aqui uma foto do pessoal do  Jogos Perdidos:

Depois de sua volta em 2009, o Dragão do Mandú, novamente se desligou do futebol profissional e mais uma vez deixou órfãos seus torcedores.

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Em busca do Estádio perdido em Paranapiacaba

Há tempos que estou devendo um registro oficial aqui no blog sobre um dos lugares mais místicos em relação ao futebol brasileiro: Paranapiacaba, a serra de onde se vê o mar (se a neblina deixar)!

Chegamos lá cedinho, pra poder curtir um pouco da cidade (a tarde teríamos o jogo entre Santo André e Goiás, pela Copa do Brasil – 2013).

Pra quem não conhece, Paranapiacaba é um distrito, que pertence a Santo André (embora seu território não esteja dentro da cidade).

A história do lugar começou com a chegada da Companhia Inglesa de trens, a São Paulo Railway, que operava a estrada de ferro Santos-Jundiaí.

Atualmente é um “museu a céu aberto” sobre o transporte ferroviário.

Essa era a antiga casa do “Chefe a estação”, onde atualmente funciona o museu da Vila. Dizem que o lugar, chamado de castelinho, é mal assombrado.

A maior parte das bandas do ABC já utilizou o local para fazer fotos. Também, olha as coisas que você acha por lá…

O mais louco é a mistura entre esse cenário tão maquinário e a natureza, da mata atlântica.

Mas, nosso papo é sobre futebol, então é hora de conhecer o Serrano Athletico Club, o time local, fundado em 1903.

Serrano Athletico Club

Aqui em uma foto de 1929:

Existe uma lenda, passada oralmente entre as gerações de que em 1925, o Serrano AC derrotou o já poderoso Corinthians por 2×1. Existe até um troféu exposto que seria a prova de tal feito (foto de Fabrício Martinez):

Troféu Serrano x Corinthians

Anos depois, o time passou por uma fusão com o União da Sociedade Recreativa Lira da Serra e transformou-se no Clube União Liga Serrano, com uma bela sede construída na década de 1930.

Nesse mesmo ano de 1930, segundo as pesquisas do amigo Julio Bovi Diogo, o time disputou o Campeonato Citadino de Santos:

Campeonato Citadino de Santos 1930

Olha o time dos anos 40:

Aqui, uma foto do time, no início dos anos 60:

Olha o time juvenil de 1965, em foto obtida pelo amigo Ozires Alves Rodrigues:

Serrano AC - Paranapiacaba

Mas onde eram disputadas estas partidas? Onde os funcionários da São Paulo Railway disputram jogos ainda no final do século XIX? Apresentamos o “Estádio Vila Inglesa“, o campo do Serrano, um dos primeiros do Brasil!

O campo fica na Avenida Fox, s/nº e é responsável por outra lenda que circula nas ruas da vila: a de que Charles Miller teria jogado nesse campo, em 1894 com outros funcionários da São Paulo Railway.

Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba

Pelo valor histórico, o campo está muito abandonado, mas sabemos que não é fácil, principalmente porque quase tudo na Vila está tombado como patrimônio cultural.

Arquibancada do Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba

Aqui algumas fotos do campo, de uma outra visita que havíamos feito:

Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba
Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba
Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba
Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba
Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba
Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba

Olhando do banco de reservas (ou da arquibancada) este é o gol do lado esquerdo:

Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba

E este do lado direito:

Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba

E aqui o campo com a vila ao seu redor:

Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba
Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba

O campo da Vila presenciou ainda vários outros jogos do Serrano Athletico Clube contra times da época.

Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba

Quantos gols já teriam sido marcados aqui? Quantos sonhos este campo teria alimentado? A arquibancada singela ao fundo segue preparada para receber torcedores que queiram assistir a um jogo amador, e reviver parte do passado do futebol no Brasil.

Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba

Olha que foto bonita disponibilizada no site da Prefeitura:

Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba
Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba
Estádio do Serrano Atlético Clube - Paranapiacaba

E quando menos se espera, lá vem ela… a neblina! Cobrindo histórias, campos, trens…

É, sem dúvida, um grande espetáculo da natureza!

Em questão de minutos, o sol sumiu e o que se viu, ou melhor, não se viu… foi a neblina cobrir toda a Vila.

Pra quem gosta de objetos, design antigo e imagens diferentes, Paranapiacaba é um espetáculo!

Muitos destes objetos estão ali há quase um século…

E lá de cima, nos despedimos de mais um local histórico e nos encaminhamos para  Santo André novamente…

Uma pena que os trilhos que levam até a vila estejam cada vez menos utilizados (apenas para transporte de cargas e trens turísticos, com passagens mais caras).

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156- Camisa do ABC de Natal

A 156ª camisa de futebol vem em dose dupla!

Duas camisas de um time que defende as cores de uma cidade linda: Natal!

Para quem nunca visitou a cidade e a região, eu recomendo…

E não deixe de fazer um rolê de buggy, para conhecer as dunas e locais incríveis!

Levei até minha camisa do Votoraty pra passear…

Em Natal, fica o maior cajueiro do mundo.

Ambas camisas foram presentes. Uma de um leitor que reconheceu a gente lá na praia e outra do José, um colecionador de camisas que é garçon lá na Pizzaria Cipó Brasil, se liga no lugar:

Como já deu pra perceber, falamos do time da torcida alvinegra da cidade: o ABC Futebol Clube.

As quatro estrelas no canto superior representam os campeonatos conquistados no ano de 1954 e a estrela maior no canto inferior direito simboliza o campeonato no ano do sesquicentenário da Independência do Brasil. A estrela dourada sobre o escudo simboliza o título brasileiro da Série C conquistado em 2010.

O ABC Futebol Clube foi fundado em 1915, no bairro da Ribeira, lá em Natal. Esse foi o seu primeiro uniforme:

O nome do time me agrada muito, não só por ser o mesmo da região em que vivo, mas principalmente por ser uma homenagem ao pacto de amizade fraternal, assinado por Argentina, Brasil e Chile. O time é chamado também de “O Mais Querido”, alguns atribuem o apelido pelo fato do time ser o time com o maior número e conquistas estaduais.

Embora apenas em 1927, o clube tenha sido reconhecido oficialmente, já em 1915, o ABC goleou por 4×1 aquele que seria seu maior rival, o América, num campo improvisado.

Durante a década de 30, o time faria história ao conquistar o decacampeonato estadual, entre 1932 e 1941. Esse é o time de 1941:

Dá pra imaginar? 10 vezes campeão seguido!

Mas o ABC entrou de vez para a história nacional do futebol  em 1959 ao disputar a primeira versão do Campeonato Brasileiro: a Taça Brasil.

O time ainda disputaria outras seis edições da competição até 1968.

A década de 70 começou com um tetracampeonato, conquistado de 1970 a 1973.

Este é o time de 1973:

Porém, em 1972, o ABC foi punido pela então CBD (Confederação Brasileira de Desportos) com dois anos de suspensão por inscrição irregular de dois jogadores. Como o time não poderia atuar, decidiu partir em excursão ao exterior, atuando contra clubes e seleções. Foram 24 jogos, com 7 vitórias, 12 empates e 5 derrotas.

Os anos 80 trouxeram novos títulos ao ABC, como os estaduais de 1983 e 1984. Aqui, parte do elenco do time do início dos anos 80:

E aqui, o time de 1983:

Os anos 90, trouxeram mais conquistas, em 1990, 93, 94, 95, 97, 98, e 99. Esse é o time de 1990:

Os anos 2000 também não foram diferentes, estaduais em 2000, 2005, 2007 e 2008.

Aqui, o time do ano 2000:

Esse, o time de 2005:

O time ainda levaria o bicampeonato 2007 / 08 com o time abaixo:

Esse é o time de 2008:

A “década de 10” (estranho falar assim né?) já trouxe os títulos de 2010 e 2011. Aqui o título de 2011:

Um dos principais aliados do time é sua torcida!

E se tem uma forte torcida, precisamos de um estádio importante e o “Maria Lamas Farache”, ou simplesmente o “Frasqueirão“, inaugurado em 2006, representa tudo isso. A casa de uma torcida apaixonada.

Estivemos por lá em 2010! (veja aqui como foi) e deu pra conhecer bem o Frasqueirão!

O Frasqueirão presenciou o acesso do clube à série B do Campeonato Brasileiro, com o time abaixo:

Se eu fosse torcedor do ABC, só ia ficar nesse lugar, no estádio:

O mascote do time é um elefante!

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Dor, alegria, lágrimas e catarse com o Santo André na Copa do Brasil 2013

1de maio de 2013.
Dia do trabalhador, feriado para protestar e repensar a relação do homem com seu trabalho, com seus patrões.
E por quê não fazer isso no estádio?
Curtindo um mata mata de Copa do Brasil?

Olha aí a nossa torcida, em sua casa…

O “Esquerdinha” foi caracterizado como operário metalúrgico, e levou sua bicicleta toda estilizada para relembrar aqueles que tratavam o 1de maio simplesmente como dia de festas.

A comunicação do time com sua torcida ainda é pequena, mas mais do que as faixas, a população da cidade se mobilizou e mais uma vez surpreendeu, indo em bom número ao Bruno José Daniel.

O jogo era bom, segunda fase da Copa do Brasil.
Pegue sua bandeira, sua camisa e vamos lá, torcedor Ramalhino!

Até fila pra entrar teve….

Já dentro do estádio, o público se mostrava confiante no time, mesmo sabendo dos limites do time atual.
Pra quem nunca foi a um jogo do Santo André, a experiência é cada vez mais “bairrista”, mais próxima e intimista. Todo mundo se conhece e, felizmente, se respeita.

Essa intimidade está até mesmo presente na relação com o time, que tem literalmente chegado cada vez mais perto da torcida.

Se fosse pra natureza escolher um dos times, o céu escolheu o seu. Esse era o céu daquela tarde:

O Ramalhão posou pra foto com cara séria. O time sabe dos seus limites, mas tem colocado a raça como sua maior arma. É tudo o que a gente pedia…

O reflexo nas arquibancadas está sendo percebido. Aqui, a rapaziada da Esquadrão Andreense cantando e apoiando!

Momento pra gente nunca esquecer. Os dois times perfilados, o Goiás é o primeiro time da série A a pisar no Brunão, este ano.

Aqui, o pessoal da Fúria Andreense, reunido e pronto pra gritar pelo Ramalhão.

Mas o estádio estava tomado por torcedores comuns, autônomos, livres para torcer do seu jeito, pelo time da sua cidade.

Em campo, o Santo André começou com tudo, indo pra cima e fazendo valer seu mando.

Mesmo jogando bem, confesso que o gol me surpreendeu… Abrir o placar deu um suspiro de esperança que há tempos não sentia.

O gol trouxe ainda mais alegria e ânimo à torcida!

E o Ramalhão seguiu no ataque! Parecia que novamente havíamos encontrado nosso rumo!

Porém, uma falta na entrada da área, tirou a alegria dos rostos ramalhinos… Walter (ele mesmo, o gordo…) empatou o jogo em 1×1.

A pancada doeu. Mas, mantivemos a fé…

O intervalo mostrou mais uma vez a presença do movimento contra o futebol moderno.

Ah, e esse jogo contou com a ilustre presença do amigo Edú, que ainda não conhecia o nosso estádio.

O segundo tempo veio ainda com a esperança e a alegria dominando a torcida.

Olhando de cima, o estádio mostrava-se ainda mais bonito, como há tempos eu não via…

Diferentes pessoas, diversas torcidas, mais uma vez o futebol como agente social de integração e união.

Durante o intervalo, a Fúria Andreense organizou um mosaico bacana com as cores do Ramalhão.

Mas nem todo o esforço do torcedor e do time foi capaz de segurar o resultado.
O Goiás virou o jogo. 2×1.

E depois, o golpe fatal. Santo André 1×3 Goiás.
Esse resultado eliminava o jogo de volta, em Goiânia. Mas quando tudo parecia perdido, o Ramalhão mostrou-se forte novamente e marcou o gol que forçou o jogo de volta. Lágrimas e comemoração de uma derrota, coisa que poucas vezes eu vi…

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154- Camisa do Bandeirante de Birigui

A 154ª camisa de futebol do nosso blog foi presente de aniversário de um grande amigo, torcedor do Santo André e admirador e estudioso do futebol do interior paulista: Matheus Alvez Mota. O Matheus ainda escreve o blog Futebol Interiorano. O time defende as cores de Birigui! Falamos do Bandeirante Esporte Clube, o BEC! Embora eu tenha uma forte recordação do Bandeirante devido aos polêmicos W.O.s que o time enfrentou em 1987, a história da equipe começou muito antes, em março de 1923. Esse é o time daquele ano: Bandeirante Birigui Assim como várias equipes paulistas, os primeiros anos do Bandeirante foram dedicados às disputas amadoras. Aqui, uma bela recordação do fim dos anos 20, início dos anos 30: Naqueles tempos os estádios mantinham seus placares de um jeito bem artesanal, e no caso do Bandeirante não foi diferente: Em 1938, o time conquista sua sede, no centro da cidade. Aqui, o time da década de 40 que começou a se destacar conquistando campeonatos amadores e partindo para a disputa das competições oficiais organizadas pela Federação. Outro detalhe que mostra o quão tradicional o time é: as traves ainda de madeira e quadradas! Esse é o time de 1948, que além de disputar a segunda divisão, ainda sagrou-se campeão amador no mesmo ano. Os anos 50 ainda foram marcados por participações nas divisões de acesso do Campeonato Paulista, mas o time acabou se licenciando. Esse é o time de 1952. O BEC só voltaria a ativa em 1963, para a disputa da 4a divisão (chamada de “Terceira” já que a primeira era chamada de especial). E não é que o time sagrou-se campeão, conseguindo o acesso à 2a divisão de São Paulo.? Esse foi o time campeão: Os poucos anos na segunda divisão serviram de orgulho ao povo de Birigui, mas em 1968, novamente o time se licenciou. Somente em 1972, o futebol profissional voltou à Birigui, com as disputas da segunda divisão, mas anos mais tarde o time voltaria para a terceira. Esse é o time de 1978, com a base formada por atletas da cidade! O BEC ficou na terceira divisão até 1981, quando novamente conquistou o acesso, com o time: Em 1983, a cidade de Birigui viu ser inaugurado o Estádio Pedro Marin Berbel, num jogo contra o Botafogo de Ribeirão Preto. Chegamos ao grande momento do Bandeirante de Birigui: 1986. Com um time incrível, o Bandeirante conseguiu se classificar para o quadrangular final, disputado em Campinas, de onde o time sairia campeão e classificado para a Primeira Divisão de São Paulo. Assim, em 1987, o Bandeirante Esporte Clube disputou a Primeira Divisão, onde conquistou as seguintes vitórias: Botafogo 0x2 Bandeirante Bandeirante 2×1 Ponte Preta Bandeirante 1×1 Santos São Paulo 0x2 Bandeirante Bandeirante 2×1 Noroeste Bandeirante 2×1 Ferroviária Bandeirante 1×0 Sant0 André (podia ter deixado essa né?) Esse foi o time de 1987: Durante o campeonato, a Federação Paulista alterou as regras referentes ao rebaixamento e ao serem rebaixados, Ponte Preta e Bandeirante entraram na Justiça Comum, para tentar se manter na primeira divisão. Daí, os fatídicos WO’s. Os demais times negavam-se a enfrentar Ponte Preta e Bandeirante. A justiça caçou a liminar e tanto o time de Campinas quanto o de Birigui passaram o ano sem jogar, só retornando à segunda divisão no ano seguinte. Os anos 90 foram marcados por um sobe e desce de divisões, entre a A2 e a A3. Esse o time que subiu em 1995 para a A2: Os anos 2000 começaram com mais um acesso para a A2, em 2001, com o time: Em 2002, um título bacana, da antiga Copa Coca-Cola, embrião da Copa Estado de São Paulo. O Bandeirante se segurou na A2 até 2008, quando foi rebaixado à Série A3. Em 2010, o momento mais baixo da história do clube: rebaixamento à série B do Paulista, equivalente à quarta divisão estadual, onde permanece até o ano de 2013. O time manda os seus jogos no “Estádio Municipal Pedro Marin Berbel“, ou “Pedrão”, com capacidade para 18.000 pessoas. Já estivemos por lá, confira aqui como foi. Antes, a casa do BEC era o Estádio Roberto Clark. Confira aqui como foi. Alguns nomes de peso já passaram pelo Bandeirante, como Paulinho McLaren, Palhinha, Esquerdinha (ex-São Caetano e Botafogo), André Cunha entre outros. Maiores informações no excelente site do time: www.bandeiranteec.com.br .

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153- Camisa do Guangzhou Evergrande F.C.

A 153a camisa da coleção deste blog vem do outro lado do mundo, da terra que tem revolucionado (não sei se para bom ou para mal) os tempos contemporâneos. Trata-se da camisa do Guangzhou Evergrande Football Club (ou simplesmente 广州恒大足球俱乐部 se você preferir).

O time defende o futebol da cidade de Cantão, na China.

O time nasceu em 1953 com o nome apenas de Guangzhou F.C. , o atual nome veio quando a Evergrande Real Estate Group adquiriu o time e passou a fazer contratações milionárias, como a do argentino Darío Leonardo Conca, na busca por transformar o time no “Chelsea Asiático”.

Seu principal rival é o Shanghaï Shenhua.

O time entrou pra história ao tornar-se o primeiro clube de futebol profissional na China, em 1993. Mesmo antes do profissionalismo, o Guangzhou venceu a segunda divisão da liga chinesa por 5 vezes, em 1956, 1958, 1981, 2007 e 2010. Em 1991, chegou à final da China FA Cup. Pela primeira divisão, o time chegou ao vice campeonato em 1992 e 1994. Em 2007, ganhou pela primeira vez, a China League One. Entretanto, em 2010, foi rebaixado para a “League One” por participar de uma manobra de manipulação de resultados. E foi nesse cenário, que a Evergrande Real Estate Group assumiu o clube. Um dos craques do time, e ídolo da torcida é o brasileiro Muriqui. Em 2011, o time voltou para a primeira divisão, conquistando o título da liga. Em 2012, Guangzhou Evergrande venceu o campeonato pela segunda vez consecutiva e ainda levou a Chinese FA Super Cup, no mesmo ano, consagrando se como principal equipe chinesa.

É com esse ânimo de campeão que o time inicia o ano de 2013 em busca de novas conqusitas!

Manda seus jogos no Estádio Tianhe com capacidade para mais de 60 mil torcedores. 

E pra quem acha que chinês não curte futebol, olha aí a torcida dos caras!

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Em busca do Estádio perdido em Cariacica – ES

Mais um rolê em busca de estádios, histórias, amigos e memórias.

Dessa vez, embora frustrado por não poder acompanhar um jogo, fui ao menos conhecer o Estádio da Desportiva Ferroviária de Cariacica, time que tenho ouvido muito falar, nos últimos anos, principalmente pelo amigo e torcedor Thiago Nunes Abikahir.

Cariacica é um município da “Grande Vitória”, mais ou menos como as cidades do ABC em relação a São Paulo. Você nem percebe que saiu e já está lá.  O nome da cidade vem da expressão “Cari-jaci-caá”, utilizada pelos índios para identificar o porto onde desembarcavam os imigrantes. Sua tradução é “chegada do homem branco”.

E assim como no ABC, Cariacica também tem suas quebradas…

Estivemos lá no carnaval de 2013 e pudemos conhecer diversos Estádios da região de Vitória, e um deles foi o Estádio Engenheiro Alencar de Araripe, ou simplesmente Engenheiro Araripe, como é mais conhecido.

Atualmente este é o principal estádio do Espírito Santo, com capacidade para mais de 15 mil torcedores.

Enquanto não se termina o novo Estádio Estadual Kleber Andrade, o Engenheiro Araripe vai se consagrando como casa do futebol capixaba.

O Estádio também está passando por obras e melhorias nas arquibancadas atrás do gol.

Mas nada que interrompa a rotina de receber jogos. Chegamos numa sexta feira de noite, quase sábado, e no final da tarde o campo já havia recebido mais um jogo da Desportiva Ferroviária. Um estádio muito bacana, pra calar a boca de quem acha que o Espírito Santo não tem uma cultura futebolística interessante. O Estádio foi fundado em 1966, e teve sua partida de estreia entre a Desportiva Ferroviária e o América do Rio de Janeiro, jogo vencido pelos cariocas por 3 a 0. Naqueles tempos a capacidade era de cerca de 28.000 torcedores.

O Estádio tem uma parte coberta bem grande e um anel de arquibancada descoberta que envolve todo o campo. Encontramos uma relação dos jogadores que disputaram a partida da tarde anterior… Resquícios do futebol pré carnaval em terras capixabas… Pra quem achava que o Espírito Santo não tinha uma cancha forte… Ta aí!

Ficamos satisfeitos pela oportunidade de conhecer esse Estádio e de poder apoiar um dos estados que, na minha opinião, teria que ser muito mais valorizado do que é.

Nesse momento em si, falamos da casa da Desportiva Ferroviária, mas esperamos, dentro da nossa humilde força e alcance, contribuir para o fortalecimento do futebol capixaba.

Vale contar que em 2011, a Desportiva Ferroviária conseguiu adiar o leilão do estádio para pagamento de dívidas acumuladas.

O Engenheiro Araripe recebeu o único jogo oficial da seleção brasileira, no estado do Espírito Santo, em 1996, na vitória contra a Polônia, por 3 a 1.

O estádio foi ainda o local de mando de jogo da Desportiva Ferroviária, no Brasileiro Série B de 1994.

Independente de resultados, a cultura da cidade e região merece seu valor!

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152- Camisa da AD Guarulhos

A 152a camisa de futebol da nossa coleção vem da cidade de Guarulhos e consegui graças à ajuda do amigo e incentivador do futebol local Francisco Tardivo Neto.

O time dono da camisa é a Associação Desportiva Guarulhos!

O time nasceu em fevereiro de 1964, como Associação Desportiva Vila das Palmeiras, referência ao seu bairro de origem. Suas cores iniciais eram verde e branco.

O Francisco tem até a camisa deles, olha só:

Durante os primeiros anos do clube, o foco eram as competições amadoras.

A partir de 1981, o clube passou a disputar as competições profissionais da Federação Paulista de Futebol.

Porém, o time enfrentou as velhas dificuldades do futebol brasileiro, principalmente porque no início estava muito mais ligado ao seu bairro e o Brasil ainda está longe de conseguir ter times de bairro brilhando nos campos…

Para melhorar essa situação, a partir de 1994, passou a se denominar Associação Desportiva Guarulhos e utilizar as cores da bandeira da cidade: azul, branco e vermelho.

Esse movimento ajudou a identificar mais o time com a cidade e nesse ano, a AD realizou sua melhor campanha ao chegar ao vice-campeonato da Série B1-A.

Esse é o time de 2009, fotografado pelo pessoal do Jogos Perdidos, num jogo contra o Jabaquara, em Santos.

Seu mascote é um índio!

Já estivemos acompanhando uma partida do time, num “clássico da grande SP” contra o Nacional.

Para maiores informações, acesse: http://adguarulhos.blogspot.com.br

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Em busca do Estádio perdido em Cusco!

Nem parece, mas logo vai fazer dois anos desse rolê.
Foi em Novembro de 2011, no meu aniversário, que tive a oportunidade de conhecer um dos lugares mais bonitos e diferentes do mundo. A cidade de Cuzco, no Perú (em quíchua Qosqo ou Qusqu).

Cuzco fica no Vale Sagrado dos Incas, na região dos Andes e tem uma população de 300.000 habitantes, com uma cultura local bastante rica e bem diferente do Brasil. Uma dessas diferenças são as Lhamas que acabaram virando mascote local.

A cidade é a capital da província de Cuzco e é uma cidade muito alta, com mais de 3.400 metros de altitude. Cuzco significa “umbigo”, no idioma quíchua, por ser o mais importante centro administrativo e cultural do Tahuantinsuyu (o Império Inca).

Existem muitas lendas sobre a fundação da cidade e sobre o povo que habitou há séculos o lugar: os incas.

Da história, real e triste, que se sabe é que em 1532, o espanhol Francisco Pizarro, invadiu e saqueou a cidade, acabando com a maior parte da cultura (e das vidas) Inca, como o alfabeto inca.

Vieram as pedras e tijolos e as igrejas cristãs, normalmente construídas sobre as construções incas.

Vale visitar os sítios de arqueologia, como o de Saqsaywaman.

Além de muita cultura histórica, a viagem ajuda a gente a conhecer coisas do dia a dia, como o famoso “Cão peruano” considerado um dos mais estranhos do mundo!

As roupas e feições do povo local, os mais tradicionais, são bastante típicos. Infelizmente, como o turismo é um negócio muito forte para a cidade, qualquer bate papo com a criançada gera pedidos de “PROPINAAAAA”!

As mulheres que vivem em bairros mais distantes vêm até o centro da cidade para vender suas “tramas com fios de Lhama”.

Para os vegetarianos, como a gente, fiquem tranquilos, há muitas opções de comilanças!

Além disso, existe a Chicha, bebida feita com milho, especiarias e que é uma delícia!

Mas, a bebida mais tomada, ao menos nas primeiras horas em que você chega é mesmo o Chá de Coca!

Aos amigos nóias de plantão, não fiquem animados, não dá grandes baratos, só ajuda a aguentar a altitude e evitar a dor de cabeça que pode acabar com o role, não é não, “Mari Legalize”?

Ah, e não se assuste com tonturas, cansaço e até em acordar com o nariz sangrando. Tudo faz parte e não é assim tão ruim.

A cidade é super preparada para receber visitantes. Tem uma rede hoteleira mais que suficiente e diversas atividades para entreter. O ideal é encontrar alguém preparado e com cultura suficiente para te fazer entender o role. E aí está o Ever, que nos ajudou a visitar os lugares mais “escondidos” da cidade!

A cultura inca (ou inka) tenta sobreviver e está presente seja em imagens ou símbolos em quase todos os lugares, como nessa pizzaria!

Os trajes também podem ser vistos pela cidade, em alguns casos mais como “folclore para turista” mas em outros como cultura mesmo.

Essa é a principal praça da cidade.

E aqui, uma foto pra se ver como são as ruas do centro da cidade.

Fizemos ainda um rolê lindo até Machu Pichu, via um trem até o povoado de Águas Calientes e de lá um busão até o parque!

Enfim, tem muita coisa pra se falar sobre a cidade, mas falando de futebol, Cuzco possui dois times: o Cienciano e o Asociación Civil Real Atlético Garcilaso.

Ambos mandam seus jogos no Estádio Inca Garcilaso de la Vega. O pai da Mari fez essas fotos la de cima do morro!

Chegamos no dia do clássico entre Cienciano e Universitário, mas o jogo foi num horário “exótico” e não tivemos tempo de assistir. Acredite, você precisa de algumas horas pra se acostumar e ir ao estádio com sol na cabeça não era a melhor maneira de começar o dia em Cuzco, uma pena…

Mas, no dia seguinte, fomos conhecer o Estádio Inca Garcilaso de la Vega!

Até meu pai foi com a gente nesse rolê!

É engraçado que embora próximo do centro, não tem muito movimento ali nas redondezas…

E deu pra ver que ele tem uma cara bem legal! Um pouco desleixado, mas com alguns grafites bacanas…. Eu gosto de estádio assim!

O Estádio foi inaugurado em 1950, na época com uma capacidade para 22.000 torcedores.

Conseguimos entrar e ver um pouco de perto esse monumento ao futebol peruano, em plena altitude (mais de 3500 metros acima do mar)…

Foi sede da Copa América 2004 e para tal, teve sua capacidade ampliada para 42.000 lugares.

Aos menores de 17 anos, fica o convite…

Aqui, uma vista geral do Estádio!

A arquibancada é o velho e bom cimentão!

Mas é um grande estádio, sem dúvida!

Uma cidade única, com um povo muito interessante e amigável, com um estádio desses! Cenário perfeito!

Fica o nosso tchau (dado pelo meu pai)!

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151- Camisa da Esportiva Santacruzense

A 151ª camisas de futebol do blog representa novamente a força do interior de São Paulo e foi presente do amigo Daniel, que trabalha na Heinz Brasil.
O time defende as cores e a cultura da cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, que já tivemos o prazer de visitar e que tem, uma história futebolística muito interessante, remetendo ao início do século XX (maiores informações, podem ser encontradas no excelente site: www.satoprado.com.br).

O time em questão é a Associação Esportiva Santacruzense, fundado em 1935, por funcionários da Estrada de Ferro Sorocabana.
Sim, mais um time que tem seu coração ligado aos trilhos dos trens que cortam o estado de São Paulo.

Graças a este início “ferroviário”, o time tem o apelido de “Locomotiva“, e seu mascote também nasce dessa história.

De 1935 até o início dos anos 50, o time se concentrou na disputa de campeonatos amadores.
Aqui, uma foto de 1936:

Esse é o time de 1948, em frente à “Maria Fumaça” da época:

Em 1954, fez sua estreia no profissionalismo, disputando o Campeonato Paulista da Terceira Divisão, e já em 1956, chegou ao vicecampeonato, com o time abaixo:

O time passou alguns anos afastado do profissionalismo, e só retornou, em 1962, na Segunda Divisão (equivalente à atual A3), onde sagrou-se campeão, com o time abaixo.

Com essa conquista, passou a disputar, a segunda divisão.
Encontrei essa foto de um jogo contra a Ferroviária, em 1963:

Ficou na segunda divisão até 1967, quando novamente ficou longe dos gramados. Isso seria uma constante na vida do time.
Esse é o elenco de 1964:

Em 1969, voltou para disputar a Segunda Divisão, mas novamente parou suas atividades, retornando apenas em 1979, na Quinta Divisão estadual.
A década de 80 foi marcada por novas paralisações.
Mas montou times que marcaram a cidade!

Em 86, 88 e 89 disputou o Campeonato Paulista da Terceira Divisão.
Em 1991, voltou a disputar as competições oficiais e em 1994 chegou à série A2. 
Mas novamente se licenciou até 2004, quando voltou para a disputa da então chamada série B2.
Em 2010, conseguiu o acesso à série A3.

Em 2011, foi vice campeã da série A3, dando acesso à série A2, onde está até atualmente (2013).
O pessoal do JOGOS PERDIDOS esteve por lá e fez uma bela cobertura, confira aqui!

Em 2013, tive a oportunidade de assistir ao jogo da Esportiva Santacruzense, contra o Santo André, algumas fotos podem ser vistas no link: FOTOS.

O time manda seus jogos no Estádio Leônidas Camarinha.
Estivemos lá e uma das coisas mais legais, é sua entrada estreita, tão comum nos campos do interior antigamente.

A capacidade do Estádio é de mais de 10.000 torcedores.

O estádio foi inaugurado em 1950, com o nome de Estádio Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo.

O jogo inaugural foi entre o Santos e a Santacruzense.
O placar é daqueles bem tradicionais…

O site ainda está em construção, mas é o www.esportivasantacruz.com.br/ . O hino do time pode ser ouvido neste vídeo:

Agora, pra conhecer a torcida tem que topar “quebrar o puleirão“!!!

Para os mais sossegados, pode torcer pra Locomotiva, da laje mesmo…

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