O futebol profissional em Palmital

No feriado de 15 de novembro de 2022, fizemos um incrível rolê de Santo André até Bataguassu-MS.
Veja os posts já feitos sobre as 6 primeiras cidades dessa viagem:
1) Estádio Municipal Tonico Lobeiro, na cidade de Óleo
2) Estádio Gilberto Moraes Lopes, em Piraju
3) Estádio Municipal Clube Ferroviário em Bernardino de Campos
4) Estádio Municipal Arnaldo Borba de Moraes, em Ipaussu
5) Estádio do Clube Atlético Ourinhense e o Estádio Djalma Baia, em Ourinhos
6) Estádio Romeirão, em Ribeirão do Sul

Agora é a vez de dividir a nossa passagem por Palmital, mas vale lembrar que já estivemos lá em 2010. Veja aqui como foi!

Vamos conhecer um pouco da cidade !

Durante muito tempo, a região do Paranapanema foi ocupada por indígenas Coroados, Cayuás, Xavantes e Kaingangues.
Vi uma publicação que descreve a descida do rio do Peixe, de onde tirei a imagem do xavante abaixo, leia mais clicando aqui.

No século XVII, chegam os bandeirantes para escravizar indígenas e só 2 séculos depois, começa a se estabelecer um povoado, pra isso, muito sangue indígena foi derramado.
Surgem cidades como Santa Cruz do Rio Pardo (1876) e Piraju (1880), com foco na plantação de café e cana de açúcar, no início do século XX, a chegada da Estrada de Ferro Sorocabana ajudou a criar uma segunda onda de cidades como Ipauçu (1915), Assis (1917) e Palmital (1919).

Em 18 de dezembro de 1919, Palmital foi elevado à categoria de Município.

Nesses 101 anos, muita coisa mudou, mas ainda existe tempo pra um joguinho de dominó na praça da cidade…

A cidade ainda tem no agronegócio seu maior motor econômico, mas aos poucos se vê obrigada a investir na diversificação de serviços para seguir oferecendo possibilidades de emprego à sua população.

Hoje, Palmital tem várias possibilidades de lazer na região, mas por muito tempo, o xodó da cidade foi o futebol, e esse amor ganhou cara em 19 de dezembro de 1929, com a fundação do Operário Futebol Clube:

O Operário Futebol Clube incluiu a cidade nas competições que já incendiavam a região naquela época.
Em 1930, a diretoria comprou o terreno onde seria construído o Estádio Manoel Leão Rego.

A partir de 1942, o Operário FC passou a disputar o Campeonato do Interior, e disputou ainda em 44, 45 e 46.

O time de 1946 que jogou em Paraguaçu Paulista, contra o ABC:

Também disputou em 1949 e 50, mas em 1954, a cidade mal pode acreditar na notícia…
O Operário FC se inscreveu para a disputa da Terceira Divisão!!!
Ainda que não tenha sido uma campanha exemplar, valeu pela experiência de estrear no profissional.

O time acabou não disputando as edições seguintes, mas nesse período sagrou-se campeão amador regional em 1957 e 1959 e voltou à Terceira Divisão em 1958, com uma campanha próxima da realizada em 54.

A Gazeta Esportiva apresentou o time daquele ano:

Novamente o Operário FC se licencia do profissionalismo e passa a disputar os campeonatos amadores.
As partidas se transformam em uma verdadeira mobilização da cidade: a turma se reunia na sede social e caminhava até o estádio, sendo que os próprios jogadores tomavam parte da brincadeira, uniformizados em meio aos torcedores.
Em 1960, o primeiro portal de entrada do estádio foi inaugurado, na gestão de Miguel Assad Taraia (que daria nome ao futuro estádio).

Ainda no início dos anos 60, o estádio foi batizado de Manoel Leão Rego, prefeito daquela época, que dizem haver perdoado uma dívida do clube com ele, referente a um empréstimo para a construção da sede social. Vamos dar uma olhada na fachada nos dias de hoje:

É sempre bom poder estar em um lugar com tanta história e se conectar com isso diretamente.

Em uma das laterais, uma arquibancada descoberta.

Será que no passado ela foi maior?

Aparentemente o gramado está muito bem cuidado.

Aqui pode se ver as duas arquibancadas:

Voltando aos anos 60, o Operário FC volta ao profissionalismo em 1964 para a disputa da 4ª divisão do Campeonato Paulista e terminou a primeira fase como líder do seu grupo:

Na segunda fase terminou em terceiro no seu grupo e acabou eliminado das finais (o EC São José fez a final com a Associação Bancária de Esportes de Fernandópolis e foi campeão).

Novamente o disputa a Quarta Divisão em 1965 e mais uma boa primeira fase:

Na fase final, o Operário FC acabou perdendo a vaga na final por um pontinho…

Chegamos em 1966 e mais uma participação na Quarta Divisão (que era chamada de “Terceira Divisão, já que a primeira era a “Especial”).

Na segunda fase, apenas uma derrota!

Vem a fase final e… O Operário FC acaba sendo vice-campeão da quarta divisão.

Em 9 de maio de 1967, a diretoria decide mudar o nome do clube para Palmital Atlético Clube, homenageando a cidade e assim buscando maior identificação com a população, sendo carinhosamente chamado de “Galo do Planalto” e “PAC“.

Com o vice campeonato do ano anterior, e com seu novo nome, o Palmital AC disputa a Terceira Divisão em 1967, terminando a primeira fase em 4º lugar, sem se classificar para a fase final.

Em 1968, nova campanha ruim na primeira fase, mas há de se considerar que o time agora jogava uma divisão acima daquela que costumava jogar.

Começa o campeonato de 1969 e o Palmital AC simplesmente desiste da competição e se licencia do futebol profissional.
Durante quase 10 anos o time se ausenta e só retorna na Quinta Divisão de 1978, quando faz uma campanha terrível…

Disputa ainda a Quinta Divisão de 1979, com o time abaixo:

Mais uma campanha fraca:

Em 1980, a Federação resolve diminuir o número de divisões e com isso o Palmital FC volta à Terceira e mais uma campanha fraca…

Mais uma vez o time se licencia e só retorna em 1985 na terceira divisão, e faz uma campanha intermediária, assim como em 1986. Mas em 1987, sagra-se campeão do seu grupo na primeira fase…

E na fase final, chegamos a dois grupos, onde a Esportiva Sanjoanense venceu um (e acabou sendo considerada campeã da Terceira Divisão) e o Palmital AC venceu o outro.

Esse foi o time de 1987:

Porém, com a reformulação do Campeonato Paulista, o Palmital AC não recebe o acesso à segundona (nem a campeã Sanjoanense) e segue na terceira em 1988, se ausentando do profissionalismo em 1989.
Volta à Terceira Divisão em 1991, mas seu Estádio Mário Leão Rego encontra-se em condições ruins e para apoiar, o município reforma o Estádio Miguel Assad Taraia.

E lá fomos nós conhecer o segundo estádio do PAC!

Dá uma olhada como os dois estádios até que são próximos (o Miguel Taraia é o do canto esquerdo superior e o Mário Leão o da direita inferior) :

O Estádio Miguel Assad Taraia fica no final da cidade, já próximo à sua área rural, mas é sem dúvida um lindo estádio.

Olha que linda a parte coberta da arquibancada:

Os bancos de reserva compõe um lindo cenário a frente da arquibancada.

Vamos dar um role pelo estádio:

Pra quem olha da arquibancada, esse é o gol da esquerda:

Esse é o meio campo:

E aqui o gol da direita, nessa foto fica mais fácil ver que existe um lance grande de arquibancada que acompanha o campo:

Junto da outra arquibancada existe um painel homenageando o time.

Aliás, os painéis espalhados pelo Estádio Miguel Assad Taraia dão um caráter informativo e único ao local.

É sem dúvida o estádio que receberia os jogos de um time que fosse disputar o profissional, hoje.

E ali ao fundo existe o ginásio municipal, tornando o lugar o pólo esportivo da cidade.

Mas, voltemos no tempo à nossa história, quando em 1991 o PAC não passou da primeira fase, assim como em 92 e 93. Somando os maus resultados a uma nova mudança na configuração do Campeonato Paulista e temos o Palmital AC na Sexta Divisão (a série B2).
Pra piorar, o time abandona o campeonato pouco antes do seu início.
O retorno se dá em 97, na Quinta Divisão, em uma campanha decepcionante que selou a participação do time e da cidade no futebol profissional, pelo menos até hoje (2022).

Pra piorar, em 2004, um incêndio destruiu a sede social, que acabou desapropriada pela Prefeitura em 2012. O prédio foi demolido dando lugar à Farmácia Municipal em 2014.
Tanto o Estádio Manoel Leão Rego quanto o Estádio Miguel Assad Taraia seguem em ordem para competições amadoras.

Será que um dia Palmital voltará ao profissional?

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

O Estádio Mário Milani em Itupeva – SP

Bem vindo a Itupeva, no interior paulista, mais uma cidade cujo nome tem origem no tupi antigo: “Ytupeba“, que significa “cascata lisa”.

Existem registros de encontros de europeus com indígenas desde o século XVII, já que aparentemente, o lugar era uma ótima opção para pesca, para ambos os povos.

A atual cidade só foi fundada em 21 de março de 1965, ao se emancipar de Jundiaí. Mas mesmo enquanto distrito, o futebol fazia parte de Itupeva desde o início do século XX, com destaque para o time do Itupeva FC, nos anos 30. Fotos da Fanpage Memórias de Itupeva.

Em 1955 foi fundada a Sociedade Beneficente Recreativa Itupeva, que também viria a ter uma história bacana no futebol local.

O que nos levou até Itupeva foi o desejo de conhecer e registrar o “Estádio Mário Milani”, localmente conhecido como “Campão”.

Segundo a placa informativa o local foi inaugurado em 1984.

Iríamos aproveitar para acompanhar uma partida da Paulista Cup, entre a AD Mantiqueira e o Sumaré AC mas infelizmente o jogo acabou adiado e só nos restou um role pelo campo.

A entrada do Estádio se dá pela rua Prefeito José Carlos, como pode se ver no mapa abaixo:

Olhando por essa entrada na lateral do campo, esse é o meio campo :

Ali, atrás dos bancos de reservas existe uma estrutura de vestiários lá do outro lado:

Aqui, o gol do lado direito:

Aqui, o gol do lado esquerdo. Aliás, uma curiosidade sobre o Campão é que sua única arquibancada fica atrás do gol, e não na lateral como tradicionalmente ocorre nos estádios.

E é uma arquibancada bem bacana, com uma cobertura mínima nos degraus de cima além de uma boa cobertura verde feita pelas árvores.

Essa é a vista de quem está na arquibancada. Ao fundo, se vê o morro do Quilombo, região que teve participação no período das lutas antiescravagistas e que segundo historiadores locais serviu de abrigo aos escravizados que fugiram.

Vamos dar um role pelo Estádio Mário Milani e ouvir meus lamúrios sobre o cancelamento do jogo..

Olhando o banco de reservas mais de perto:

E também a estrutura do estádio que fica ali na lateral, tem dois vestiários e uma pequena área que dá pra reunir uma galera pegando no pé dos reservas hehehe:

E essa cena? Lembro de quando os atacantes faziam seus gols e comemoravam nos orelhões do Maracanã, que ficavam ali próximos do campo.

Já que viemos até aqui, vale uma olhada de dentro do campo:

Olhando do outro lado (estando ali em frente o vestiário) esse é o meio campo:

O gol da esquerda:

E o da direita com a linda arquibancada anil ao fundo:

Enfim… Missão meio cumprida, já que não vi nenhum jogo, mas valeu conhecer mais um estádio. Espero que a presença das partidas da Paulista Cup possam incentivar o futebol local a ter uma iniciativa em torno de um time local.

Antes de terminar, vale conhecer a pessoa que dá nome ao Estádio. Vindo de uma família industrial da região de Jundiaí, Mário Milani se dedicou ao futebol, iniciando sua carreira em 1932 no futebol amador de Jundiaí, chegando ao São Paulo FC, em 1937. No ano seguinte, com a ajuda de um amigo ilustre, o meia Romeu, fechou contrato com o Fluminense. Aqui, uma ilustração dele que saiu na revista “O Globo Sportivo”, número 55, de setembro de 1939.

Em 1941, foi contratado pelo Corinthians jogando até 1948. Além de ter sido artilheiro no timão, outro fato chamava a atenção: pra não perder tempo, Mário Milani chegou a ir de Jundiaí para São Paulo pilotando seu próprio avião!!

Nessa época, chegou a jogar pela Seleção Paulista.

Aí, já com 30 anos, Milani foi jogar no Juventus da capital, por onde disputou mais 2 temporadas. Em 1951, encerrou sua carreira jogando pelo time da sua cidade: o Paulista de Jundiaí. Linda história nas páginas do futebol que estão eternizadas no livro “Mário Milani, o artilheiro aviador”:

Eae? O Estádio tem um nome importante?

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

]]>

O futebol em Paraty – RJ

Em mais um registro interestadual, o rolê dessa vez foi por terras fluminenses: a histórica cidade de Paraty!

Foram cerca de 3 horas daqui do ABC até chegar nesta linda cidade, ocupada durante tanto tempo por tribos tamoios, até a chegada dos portugueses (e franceses) no século XVI (com expedições de Martim Afonso de Sousa, e ainda antes a de Martim Correia de Sá).

Povos Indígenas Brasileiros: Tamoios

A atual cidade começou a surgir em torno do rio Perequê-Açu, o atual Morro do Forte. Ali bem próximo dele está o Forte Defensor Perpétuo.

Atualmente, além da relação com o mercado literário (graças à FLIP), Paraty é cada vez mais conhecida como um recanto de praias e passeios incríveis.

Águas limpas, cenários deslumbrantes …

E a certeza de nunca estar nadando sozinho…

Nadadeiras podem levar o seu passeio a um outro nível. Se você está pensando em viajar pra lá, acrescente esse item na sua mochila!

Ah, uma coisa que precisa ficar claro é que pra se acessar as praias mais bonitas é necessário ir de barco, então leve uma grana pra investir nesses deslocamentos (mas vale a pena!)

A cidade oferece muitas comidinhas gostosas… E o preço nem é tão absurdo pra quem está acostumado aos custos de viver no ABC.

Em terra firme, a cidade é cheia de artistas, inclusive indígenas que expõe suas obras por ali.

Várias igrejas históricas de séculos atrás também estão pela cidade.

Além disso, dá pra se deliciar com um passeio desestabilizado nas ruas de pedra do centro.

Estivemos em Paraty para viver todas essas aventuras e também para registrar o Estádio Municipal Antônio Mário Pompeu Nardelli.

O Estádio fica bem próximo do centro na Avenida Roberto Silveira.

Dá uma olhada no mapa e perceba o estádio ali na parte esquerda e como fica próximo do mar.

Olha aí a lateral do estádio que fica na Avenida:

O Estádio Municipal Antônio Mário Pompeu Nardelli é a casa do futebol da cidade! E como em quase todo lugar, o futebol nasceu em Paraty com os times amadores, dos quais destacou-se o Pontal Esporte Clube, que fez história nas décadas de 50 e 60.

https://scontent.fcgh3-1.fna.fbcdn.net/v/t1.18169-9/26993229_1727473667303738_7737835395625227013_n.jpg?_nc_cat=102&ccb=1-7&_nc_sid=730e14&_nc_ohc=XwBCo6R2-McAX9mvnUL&_nc_ht=scontent.fcgh3-1.fna&oh=00_AT9QdJq4dLOfltwDlcJwZiuOiwwZu-nDp6ZKG7-lVIkUXA&oe=6353A706
Nenhuma descrição de foto disponível.

Outro que nasceu no futebol amador foi o Paratiense Atlético Clube, fundado em 9 de setembro de 1944 e grande rival do Pontal EC.

Depois de ter feito história no futebol amador, o Paratiense AC se filiou na FERJ e disputou a Terceira Divisão de 1998, classificando-se para a segunda fase, na vice liderança, atrás do Rodoviário Piraí Futebol Clube, mas no hexagonal final acabou em último lugar.

Em 1999 , fez uma péssima campanha terminando em último no seu grupo sem vencer uma partida e preferiu se licenciar do futebol profissional. Em 2008, o clube deixou de existir.

Em 2013, surge a Associação Esportiva Independente Futebol Clube.

ESCUDOS DO MUNDO INTEIRO: NOVO CLUBE PROFISSIONAL NO RIO DE JANEIRO: S.E.  PARATY

Em setembro de 2021, alterou seu nome e identidade visual para o atual: Sociedade Esportiva Paraty.

Pra se integrar à cidade, o clube realizou uma peneira com a molecada da região para as categorias Sub-15, Sub-17 e Sub-20.

E com a SE Paraty, a cidade voltou a ter uma equipe disputando as competições profissionais do Rio de Janeiro, disputando a Série C do Campeonato Carioca (o quinto nível do futebol carioca).

O time terminou a competição de 2022 em 6º lugar.

Mas nem todas as partidas foram disputadas no Estádio Municipal Antônio Mário Pompeu Nardelli, a maior parte das partidas foram mandadas lá em Angra.

Dê uma conferida no estádio por dentro:

O Estádio Municipal Antônio Mário Pompeu Nardelli temcapacidade para cerca de mil torcedores.

Olha que bacana as arquibancadas em madeira.

Aí está o sistema de iluminação:

O gramado estava um pouco sofrido no dia da nossa visita, mas provavelmente enquanto o campo não se tornar o campo de jogo oficial, ele ficará um pouco de lado.

Ali atrás do gol, o clube mantém uma estrutura pra sua organização.

Mais um lindo campo que registramos encravado na Mata Atlântica!

Aqui, o meio campo:

Gol da direita:

Gol da esquerda:

Olha aí os vestiários:

Uma última foto do gol…

Após muitas praias e aventuras, já era tempo de pegar a estrada…

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

]]>

O futebol em Santa Bárbara d'Oeste – Parte 2: o Clube Atlético Usina Santa Bárbara

Há pouco mais de 130 km da capital paulista está a cidade de Santa Bárbara d’Oeste, muito conhecida por ter sido o primeiro município brasileiro fundado por uma mulher, Margarida da Graça Martins,

Foi ela quem doou o terreno para a construção da Igreja matriz, que deu origem à cidade.

Mas Santa Bárbara d’Oeste também tem grande importância quando falamos do futebol profissional, afinal foram 4 times participando das competições oficiais da Federação Paulista:

Já falamos da história do UA Barbarense (veja aqui como foi) e agora vamos para o 2º post dedicado à cidade e nosso ponto de partida é a antiga Usina Santa Bárbara.

Aqui, uma imagem do Google Maps para se ter ideia da área geral da antiga usina, ela bem próxima à área urbana da cidade:

Foi na Usina Santa Bárbara que nasceu o CAUSB – Clube Atlético Usina Santa Bárbara!

A Usina Santa Bárbara surgiu em 1877, quando o Major João Frederico Rehder comprou a Fazenda São Pedro (que já possuía uma equipe – o 7 de Setembro) e passou a cultivar a cana-de-açúcar.

Se você nunca esteve andando em uma usina, dê uma volta no nosso Mobi:

Existe um marco próximo à entrada que identifica a Usina e que, espero, permaneça por lá por muito tempo, ao menos para fazer lembrar de uma parte importante do passado da cidade.

Essa é a atual aparência do cenário da Usina Santa Bárbara. Bonito, não?

A Usina desenvolveu sua estrutura para que seus trabalhadores tivessem autossuficiência, e por isso havia mais do que edificações industrial e administrativa em torno do Engenho.

Assim, se construiram as casas onde moravam os trabalhadores, além de toda infraestrutura necessária como escola, mercadinhos, igreja, farmácia e até mesmo um cinema

Provavelmente essa era a casa do chefão…

Mas, a estrutura que nos levou até a Usina Santa Bárbara foi o Estádio Cel Luiz Alves de Almeida, que infelizmente não existe mais…

Mas vem comigo dar uma olhada na área onde ficava o “Estádio Cel Luiz Alves de Almeida,também chamado de Estádio “Luizinho Alves” .

Tudo fica na “suposição”, já que não encontrei registros oficiais que garantam o que de fato existia ali. Mas… Por um momento fiquei pensando que essa pequena construção talvez servisse de bilheteria no passado…

Aqui é a entrada do que seria o campo, e respeitando a placa, apenas fotografamos do lado de fora.

Essa seria a área do campo. Será que ali à direita estava a arquibancada?

Haveria outra arquibancada do lado esquerdo?

O que recentemente foi uma espécie de borracharia… teria sido um vestiário?

Aqui dá pra ter ideia do campo como um todo. Seu nome era homenagem ao proprietário da fazenda, o “Coronel” Luiz Alves de Almeida.

No início do século XX, haviam várias fazendas na região e era comum os times de futebol de cada uma delas se enfrentarem. Mas essas disputas atrapalhavam o bom andamento da sociedade, e foi decidido que na Fazenda São Pedro haveria apenas um time para unir todos os trabalhadores. Assim, em 2 de janeiro de 1936, nasce o Clube Atlético Usina Santa Bárbara, o tricolor usineiro.

Porém o CAUSB só foi oficializado em 14 de fevereiro de 1942, quando disputou o Campeonato do Interior daquele ano ao lado de outros times de Santa Bárbara d’Oeste.

Esse foi o time daquela disputa:

Aqui o time da Tecelagem e Fiação Santa Bárbara FC:

Em 1943, sagrou-se campeão da 15a região, mas no mata mata contra o Guarani, uma derrota por 4×1 em casa e outra por incríveis 9×2 em Campinas eliminaram o CAUSB.

Em 1945, nova participação:

O time segue nas disputas amadoras com grandes conquistas (como o bicampeonato do setor em 1951/1952, até que em 1961 fez sua estreia no profissionalismo disputando a Terceira Divisão, o quarto nível do campeonato paulista, um campeonato todo estranho, com dois grupos. O CAUSB liderou o dele, a “Série Presidente Jânio Quadros”:

O outro grupo classificou o GRE Cultura para a final e para definir o classificado da série houve uma decisão entre os 2 primeiros colocados:

Assim, o CAUSB chega a final contra o o GRE Cultura de Mirassol e perde no segundo jogo extra, com uma arbitragem bem esquisita.

Assim, o GRE Cultura de Mirassol sagrou-se campeão!

Esse foi o time de 1961 do CAUSB, e olha aí ao fundo o Estádio “Coronel” Luiz Alves de Almeida:

Em 1962, mais uma campanha incrível, liderando a primeira fase:

Uma foto do Estádio “Zezinho” (o”Coronel” Luiz Alves de Almeida) neste ano:

A fase final reuniu os melhores times dos 4 grupos e o CAUSB terminou em primeiro, sagrando-se campeão da Terceira Divisão do Campeonato Paulista de 1962.

Esse é o time campeão:

Assim, em 1963, o CAUSB passou a disputar a Segunda Divisão, o terceiro nível do futebol paulista.

Esse era o time de 1964:

O time permaneceu nessa divisão até 1967, sempre com campanhas medianas, quando se despediu do futebol profissional, com a campanha abaixo:

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

União Barbarense 1×3 Grêmio Novorizontino – O futebol em Santa Bárbara d'Oeste – parte 1

Sábado, 10 de setembro de 2022, 9hs da manhã. Em um horário quase “escolar”, fomos até o Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães registrar a molecada do UA Barbarense e do Grêmio Novorizontino pela terceira fase do Campeonato Paulista sub 15 da Federação Paulista de Futebol.

Já se vão 10 anos desde nosso último rolê por este incrível estádio. (Veja aqui como foi aquele União Barbarense x Palmeiras B, em 2012).

Dessa vez, aproveitei pra dar um pulo na entrada do clube que fica ali ao lado do Estádio.

E 10 anos depois, o Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães segue por lá… E, de verdade, revê-lo foi o principal motivo para ter vindo até Santa Bárbara d’Oeste.

O UA Barbarense vem numa fase difícil, licenciado das competições profissionais desde 2021, disputando apenas as categorias de base. Mas nem sempre foi assim, e torço pra que o futuro seja melhor! E essas glórias e histórias justificam a identificação do time com a cidade.

Emocionante registrar o Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães recebendo dois importantes times para uma partida que apresenta as futuras peças para ambos!

Aí o time do Grêmio Novorizontino:

E aqui, os meninos do União Agrícola Barbarense Futebol Clube:

Vou aproveitar esse registro para iniciar uma série de 4 posts sobre a história do futebol em Santa Bárbara d’Oeste, afinal foram 4 times participando das competições oficiais da Federação Paulista:

Assim, começamos pelo União Agrícola Barbarense, fundado em 22 de novembro de 1914, sob o nome de União Foot-Ball Club, conhecido como Leão da 13 já que o Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães fica localizado na rua 13 de maio, em Santa Bárbara d’ Oeste.

Em 1918, o time adotou o nome de Athlético Barbarense Foot-Ball Club, já em 1919, Sport Club Athlético Barbarense e em 1920 após fusão com o 7 de Setembro da Fazenda São Pedro adotou o nome Sport Club União Agrícola Barbarense. Mas no fim de 1920, o time adota o nome atual União Agrícola Barbarense Futebol Clube. Para saber mais sobre o time, acesse o link da Fundação Romi.

A partir de 1921, o União Barbarense se associa à APSA (Associação Paulista de Sports Athléticos) e passa a disputar a Divisão do Interior daquele mesmo ano.

Em 1922, novamente disputa a Divisão do Interior com uma campanha mediana.

Em 1923, também não se classifica para a fase seguinte.

Ausenta-se em 1924, e em 1925, nova participação na Divisão do Interior agora da APEA.

Em 1927, lá estava no agora Campeonato do Interior da APEA:

Apenas em 1930, uma nova participação, ao lado dos rivais regionais.

Além do Campeonato do Interior, também havia o foco na LBF (Liga Barbarense de Futebol). Mas em 1942, já pela Federação Paulista de Futebol, o União Barbarense disputou o maior dos grupos (a 15ª região) do Campeonato do Interior (o campeão do grupo foi o XV de Piracicaba), ao lado de outros times da cidade: O CA Usina Santa Bárbara, a Fiação e Tecelagem Santa Bárbara FC, o Usina Furlan FC e o Cillos FC.

Em 1943, nova participação no grupo que teve como campeão o outro time da cidade: o Clube Atlético Usina Santa Bárbara – CAUSB.

Aqui, o grupo de 1944:

E em 1945, com mais três times de Santa Bárbara d’Oeste no grupo: o CAUSB, o Cillos FC e o time da Usina Furlan FC:

Esse é o time do Cillos FC:

Assim, o União Barbarense seguiu na disputa do Campeonato Paulista do Interior até que em 1964 fez sua estreia no profissionalismo jogando a 3ª divisão (que equivalia ao quarto nível do futebol). O primeiro jogo foi uma derrota de 3×0 frente à Associação Atlética Alumínio. Mesmo assim, terminou em 3º lugar (o Palmeiras da Usina Furlan foi o líder).

Em 1965, seu grupo teve também outros dois times da cidade: o Palmeiras da Usina Furlan e a Internacional, mas não conseguiu se classificar para a segunda fase.

Em 1966, o time classifica-se para a segunda etapa, ao terminar em 3º lugar do grupo:

Na fase seguinte, embora tenha terminado na segunda colocação, não se classificam para o hexagonal final.

Em 1967, liderou seu grupo na primeira fase, sofrendo apenas 2 derrotas.

Segundo o livro “125 anos de Futebol” da Federação Paulista, a fase final teve apenas jogos de ida, onde o União Agrícola Barbarense sagrou-se campeão da Segunda Divisão Profissional,!o terceiro nível do futebol paulista.

Estes foram os campeões:

Assim, a partir de 1968, passa a disputar a Primeira Divisão Profissional (que equivalia à atual série A2 do Campeonato Paulista). Em 1971, vem a primeira campanha de destaque, classificando-se para a segunda fase.

Mas na segunda fase, não fez uma boa campanha.

Não disputa o profissional de 72, e permanece na Primeira Divisão de Profissionais até 1976, com destaque para a campanha de 1975, quando termina a primeira fase em segundo lugar.

Na segunda fase, o time perde a chance de chegar na final nos critérios de desempate… Lembrando que naquele ano não houve acesso.

O time se licencia e só retorna em 1979 para jogar a Terceira Divisão (equivalente ao 5º nível do futebol) classificando-se para a segunda fase:

Na segunda fase o time acaba desclassificado nos critérios de desempate…

A partir de 1980 o União Barbarense disputa a Segunda Divisão, com destaque para o time de 1983 que por um ponto não chega na fase final do campeonato, com este time:

Em 1984, lidera seu grupo nas duas primeiras fases… Mas caí no quadrangular final…

Esse foi o time daquele ano:

Em 85 sequer passa de fase e em 1986 mais uma vez só é eliminado no quadrangular final…

A fraca campanha de 87 leva o time ao terceiro nível do futebol em 1988, a “Segunda Divisão”, e por pouco o acesso não vem logo no ano de volta. O time para na penúltima fase do campeonato.

O Barbarense repete a campanha em 89, não chegando ao triangular final, mas em 1990, conquista o acesso após classificar-se em 2º no seu grupo.

E liderar seu grupo na fase final! Só perde o título para o Jaboticabal porque naquele ano o time de melhor campanha foi declarado campeão

De volta ao segundo nível do futebol paulista, agora denominado Divisão Intermediária, disputa a edição de 1991 e 92 sem grande sucesso, mas em 93 chega ao quadrangular final e pela diferença de 1 ponto perde o título para o Paraguaçuense!

A partir de 1994 disputa a série A3, sem grandes campanhas até 97, quando após liderar seu grupo na primeira fase…

O Barbarense chega à última partida precisando vencer o Mirassol, em casa, para sagrar-se campeão, mas perde o jogo por 1×0 e vê o título dizer adeus…

Passa a disputar a série A2 em 1998, e logo na sua estreia, classifica-se para o quadrangular final…

E no quadrangular final deixa pra traz outros times importantes e sagra-se campeão paulista da série A2!

Estes foram os campeões:

Em 1999, a série A1 só inseria os chamados “grandes” na segunda fase, e o Barbarense até chegou a disputar a segunda fase, mas sem grandes resultados, mas foi considerado o Campeão do Interior.

A mesma coisa ocorreu em 2000:

Em 2001, foi vice-campeão da Copa Federação Paulista de Futebol mas quase caiu para a A2. Em 2002 acabou no meio da tabela, mas em 2003, já disputando a primeira fase com os grandes, classificou-se para as quartas de final mas perdeu para o Corinthians em jogo único por 2×1.

Em 2004, novamente chega aos mata matas mas perde as quartas de final para o Santos.

No mesmo ano, sagrou-se Campeão Brasileiro da Série C, classificando-se em primeiro no grupo inicial.

Depois, o Barbarense eliminou nos mata-matas Portuguesa Santista, Rio Branco e Iraty-PR chegando ao quadrangular final, de onde saiu campeão.

O ano incrível de 2004, desmoronou em 2005 com o time sendo rebaixado para a série A2 do paulista …

E para a série C do Brasileiro.

Em 2006 a queda continuou, agora para a série A3.

Em 2007, ficou em uma posição intermediária, mas em 2008 consegue voltar para a série A2, como vice campeão.

Em 2009 termina a A2 em uma posição intermediária, e em 2010 chega à segunda fase, mas não consegue o acesso.

Em 2011 quase cai para a série A3, mas em 2012, consegue novamente o acesso para a série A1, sendo vice campeão após dois empates contra o time do São Bernardo FC.

Em 2013, foi rebaixado para a Série A2.

Em 2014 e 2015 ficou em posições intermediárias no campeonato, mas em 2016 chegou ao mata-mata, mas perdeu as quartas de final para o Mirassol. Porém, a partir de 2017, o sonho vira pesadelo: o Barbarense cai para a série A3, e no ano seguinte, para a série B. Em 2019 e 20 sequer classifica-se para a segunda fase, levando o time a se licenciar em 2021 e apenas manter-se nas competições das categorias de base, o que nos leva de volta à partida entre o Barbarense e o Novorizontino.

O Estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães foi inaugurado em 21 de maio de 1921.

E logo na entrada, vc se depara com o leão da 13!

O estádio passou por várias melhorias e reformas, trocando as antigas arquibancadas de madeira para as de concreto e o lance que hoje pertence as cadeiras numeradas.

Pela proximidade entre as arquibancada e o gramado o estádio é chamado de “jaula do leão” e “caldeirão da 13 de Maio.”

Além disso, existe uma linda área coberta.

Em campo, o time da casa abriu o placar e dominou o primeiro tempo.

A arquibancada atrás do gol é simplesmente incrível!

O outro gol, na entrada do estádio também possui uma arquibancada bem próxima dele.

Aqui, um olhar pelo outro lado.

Ainda que a parte de baixo seja um pouco assustadora …

Por se tratar de uma partida sub 15, o público era pequeno…

Mas o Barbarense possui duas organizadas: a TUSB (Torcida Uniformizada Sangue Barbarense), de 1984 e a Torcida Inferno Barbarense.

O Estádio está muito bem cuidado e com pequenos detalhes que dão orgulho pra qualquer torcedor…

O segundo tempo trouxe más notícias para a torcida local… O Novorizontino virou o jogo para 3×1.

Nosso tradicional olhar do meio campo:

Do gol da direita:

E do gol da esquerda:

Um último olhar antes de nos despedir da casa do União Agrícola Barbarense FC e de toda a história que está enterrada junto desse gramado…

Que os torcedores locais possam continuar enxergando mais do que simples arquibancadas…

Ficar sem seu time nas disputas profissionais significa perder um pouco da cultura do povo de Santa Bárbara d’Oeste a cada dia. É um risco muito alto, ou como o próprio estádio ilustra… perigo de morte!

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

Paulista Cup sub 20: Comercial de Tietê x Rezende de Piracicaba / União Tambaú

Sábado, 10 de setembro de 2022. Estávamos em Santa Bárbara d’Oeste, pouco mais de 60 km de Tietê e decidimos aproveitar a estrada e dar um pulo até esta cidade.

A missão era registrar mais uma partida da Paulista Cup, com duas equipes que nunca vi em campo, desta vez na categoria sub-20.

A partida aconteceu no belo Estádio José Ferreira Alves, a casa do Comercial Futebol Clube, de Tietê.

Vale reforça que já estivemos por lá, apenas para registrar o estádio e para contar a história do Comercial FC, veja aqui como foi!

Estádio José Ferreira Alves - Comercial Futebol Clube - Tietê

Vamos dar uma olhada no estádio que em 2022 possui capacidade para 3.771 torcedores.

Olha aí as “cadeiras numeradas”:

Aliás, o estádio está todo identificado e muito bem cuidado.

E aqui, uma visão olhando de baixo essa arquibancada coberta:

O adversário do Comercial FC foi o EC Rezende de Piracicaba em parceria com o União Tambaú, que já disputou várias edições dos campeonatos da Federação Paulista.

Pra não ficar dúvidas, vamos dar uma olhada nas camisas, começando pela do Comercial FC:

E aqui, a da parceria EC Rezende e EC União Tambaú, com direito à presença dos dois distintivos na camisa. Lembrou até uma velha canção do Golpe de Estado.

Aqui, o registro da parte central do campo, tendo ao fundo, ali junto daquelas árvores, o rio Tietê.

Aqui, o gol da esquerda:

E o da direita:

Em campo, embora bastante disputado, o Comercial se fez superior técnica e fisicamente e ainda no primeiro tempo fez 2×0.

Mas, o jogo manteve a competitividade independente do placar.

E aí um registro para o futuro, pra lembrar que um dia eu estive aí no Estádio do Comercial de Tietê acompanhando o time local.

Durante o intervalo, aproveitei pra bater um papo com o Denílson, um dos profissionais que tem se dedicado ao time de Tietê, e também ver a sala de troféus.

Fui dar uma olhada nos bancos de reservas também.

Atrás dos bancos está o rio Tietê, dá uma olhada:

E já que estávamos do outro lado, fizemos alguns registros da arquibancada:

Olhando para o lado esquerdo da arquibancada:

E aqui, o lado direito.

Pra quem gosta de futebol, a Paulista Cup tem oferecido diversas opções nesse fim de ano. Caso queira saber mais, acesse o site deles. Fiquemos com mais alguns lances do jogo:

Assim, finalizamos uma manhã com 2 partidas, muitos quilômetros e vários papos com apaixonados pelo futebol! Deu tempo de uma última recordação do Estádio José Ferreira Alves e do Comercial FC!

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

]]>

Santo André 2×1 São Caetano (Jogos Regionais 2022)

Olha que bacana, nessa 4a feira, 24 de agosto o Estádio Ulrico Mursa (a casa da Portuguesa Santista) recebeu a semifinal dos Jogos Regionais de 2022.

Em campo, tivemos o clássico do ABC sendo jogado mais uma vez fora da nossa região (veja aqui como foi o clássico jogado em Suzano pela Copa Paulista)

O Ulrico Mursa segue charmoso como sempre! Só faz falta a tradicional torcida da Portuguesa Santista, que transforma esse estádio em um verdadeiro caldeirão.

E vamos ao jogo, que mesmo tendo pouco prestígio para os anais esportivos, para a torcida do Ramalhão, é a competição em que podemos conhecer um pouco dos novos rostos da nossa base!

Falamos de um os jogos entre as duas cidades, mas vale lembrar que ambas utilizam os quadros das categorias de base para esta representação, o que deixa a competição com um nível mais bacana!

E se você perguntou “E o Santo André teve torcida presente pra apoiar?”, o Ovídio e o Marques respondem: Sim! Essa torcida é mesmo impressionante…

O belo estádio (parece que finalmente de posse definitiva da briosa) viu um jogo pegado, com o Santo André saindo na frente…

O São Caetano empatou de penalty, num lance esquisito… Mas, gol é gol… 1×1

Mas a raça do time de Santo André está presente sempre e no finalzinho do jogo, o segundo gol saiu…

Daí foi só esperar o apito final e comemorar a chegada em mais uma final!

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

]]>

O Estádio do Arruda – A casa do Santa Cruz FC

Ainda no rolê por Recife, sob a paixão do seu litoral, lindo durante o dia e mesmo durante a noite…

Como a grana anda curta, não deu pra trazer nada de grandes lembranças, apenas esse singelo boné de Pernambuco que acabou nem chegando em Santo André… Perdi entre o aeroporto e nossa casa 🙁 Que esteja feliz em uma nova cabeça.

No post anterior (sobre o Estádio dos Aflitos) falei um pouco do valor cultural do rolê para Recife e reforço a importância de conhecer ao menos o Museu do Homem do Nordeste (machista essa generalização da “raça humana” né?).


Algumas obras retratam o início da colonização em Pernambuco e o importante papel dos indígenas e africanos na formação da capital e do estado como um todo.

Importante reconhecer as celebrações (algumas delas religiosas) africanas e afro-brasileiras.

E também para poder ter acesso a objetos importantes da nossa história como essa urna, onde provavelmente eram guardados os restos mortais dos indígenas.

E sim, a gente fez todos os rolês de turista não só no litoral da capital como nas cidades ainda mais turísticas. Vale banho de lama? Vale! Da lama ao caos, do caos à lama!

E os vários roles pela cidade mostraram como podemos ter uma cidade importante integrada aos rios que a cortam, de uma maneira diferente do que nos acostumamos em São Paulo.

Em suma… Se possível, visite e conheça Recife, sua cultura, sua gente, suas praias etc… E não deixe tampouco de conhecer seu futebol! Pra isso, depois de falarmos do Estádio dos Aflitos (o campo do Náutico), fomos conhecer a casa do clube das multidões, do mais querido: o Santa Cruz Futebol Clube!!!

Falamos do Estádio José do Rego Maciel, o Estádio do Arruda!

Vale lembrar que já falamos da história do clube pernambucano no post sobre a sua camisa:

hino ramalhao 030

O tricolor pernambucano tem uma casa que impõe respeito e que atualmente capacidade para 60.044 torcedores, sendo assim o maior estádio do estado e entre os dez maiores da América Latina.

O Arruda já foi palco de vários jogos internacionais, entre eles eliminatórias e amistosos da Seleção brasileira.

O próprio José do Rego Maciel foi quem captou os investidores que bancaram a construção do estádio e em 1954 começou a se projetar a construção do “Alçapão do Arruda“, mas, apenas em 1965, a construção teve início, o que na época seria o quarto maior estádio particular do mundo.

Foi graças a muitas doações da própria torcida que o Santa Cruz Futebol Clube conseguiu construir seu estádio. Em 4 de junho de 1972, em um amistoso 0x0, contra o Flamengo, o Estádio do Arruda foi inaugurado oficialmente, frente a 64 mil torcedores.

Em 1º de agosto de 1982 foi inaugurado o anel superior, tendo a capacidade elevada para 110.000 torcedores. Em 2000, os os estádios brasileiros tiveram sua capacidade reduzida quase à metade pela nova legislação da CBF, e a capacidade do estádio caiu para 65.000 torcedores.

Aqui, o pessoal da gestão do Santa que nos recebeu para conhecermos esse lindo estádio por dentro!

Como sempre digo, é uma verdadeira honra poder registrar um estádio tão importante para o futebol brasileiro como o Arruda!

O anel superior deu ao estádio um visual ainda mais impactante. Agora em 2022, o Santa tem disputado a série D e tem levado grande público às arquibancadas!

Aqui um olhar sob o gol da esquerda:

O gol da direita:

E o meio campo:

Aqui, o banco de reservas:

Emocionante, não?

Importante reforçar que, mesmo vestido a camisa do Ramalhão, tivemos todo respeito com o time e torcida do Santa, afinal este é um templo do futebol!

Gostaria muito de poder voltar ao estádio do Santa Cruz para acompanhar uma partida…

Ah, vale ressaltar também os grafites na parte interna do estádio! Lindos e históricos!

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

O futebol profissional em Araras – parte 2 de 2

No post #1, falamos de dois estádios, o Estádio Engenho Grande onde a SER Usina São João e o União São João mandaram seus jogos, e o Estádio São Joaquim, a casa da AA Ararense. Veja aqui como foi!

Mais recentemente, estivemos no Estádio Doutor Hermínio Ometto, a atual casa do futebol profissional de Araras para acompanhar o União São João contra o Amparo (veja aqui como foi) e contra o Paulista de Jundiaí (veja aqui como foi).

No post #2, vamos falar do Estádio Joel Fachini, onde os outros 3 times da cidade (o CA Ararense, o Comercial FC e o Araras CD) mandaram seus jogos nas disputas de Campeonatos profissionais!

Comecemos com o mais antigo deles, o Comercial FC, fundado em 26 de agosto de 1929 no extinto Bar do Lima, na rua Tiradentes, por um grupo de comerciários e que somente em 24 de novembro fez sua estreia contra o Cordeiropolense empatando em 0 a 0.

Apelidado de “Leopardo da Paulista“, o Comercial disputou várias competições amadoras.

Em 1932, o filiou-se à APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos) e participa pela primeira vez do Campeonato do Interior da APEA.

O Comercial obteve grandes resultados em competições importantes como o título de Campeão Amador da Região do Interior em 1933, e do Estado em 1949, além de ser Campeão Amador do Setor em 1950, 55, 56, 57, 58, 59, 1963 e 1972 e Vice-Campeão do Interior em 1956 e 57.

Foi ainda Campeão Ararense em 1947 (derrotando a AA Ararense por 3×2 na final), 1957, 1963, 1970 e 71. A foto abaixo (do site História do Futebol) retrata o time campeão de 47:

Sua estreia no profissional foi na 2ª Divisão do Campeonato Paulista em 1950, terminando em 8º lugar no seu grupo.

Em 1951, tem sua segunda e última participação na segunda divisão do Campeonato Paulista de profissionais, ficando novamente em 8º lugar no seu grupo (o outro time da cidade, a AA Ararense terminou na última colocação).

Em 1956, o S.C.Corinthians esteve no Estádio Joel Fachini para enfrentar o Comercial FC, mas quando o placar estava 2 a 0 pros paulistanos uma chuva interrompeu a partida. Santos, São Paulo e Palmeiras também viriam visitar Araras. Para maiores informações sobre o time visite o site União Mania!
E olha que beleza a matéria de 1958:

O Comercial FC passou a perder sua força e em 1984, foi aprovada a concessão do Estádio Joel Fachini para o poder Executivo. Em 1996, o Comercial FC volta ao cenário futebolístico ararense com as equipes de base e em 2001 se funde com o Atlético Ararense.

O time tem utilizado um novo distintivo:

O segundo time que mandou seus jogos no Estádio Joel Fachini foi o Araras Clube Desportivo.

O Araras Clube Desportivo foi fundado em 5 de maio de 1966, para tentar suprir o amor da cidade pelo futebol. O time da Usina São João abandonou o futebol profissional em 1965, assim como a AA Ararense. Além disso, o Comercial FC também desistiu de voltar ao profissionalismo. Assim, a “ACD” representou Araras na 3ª Divisão do Campeonato Paulista (quarto nível do Campeonato) em 1966.

Por pouco o time não avançou para a terceira fase…

O site União Mania apresenta a foto do time de 1966:

Em 1967, mais uma boa campanha, desta vez no 3º nível do Campeonato, então denominado 2ª Divisão Profissional, ocupando a vaga que era do time da Usina São João.

Esse foi o time daquele ano:

Em 1968, mais uma vez disputou o 3º nível do Campeonato, a 2ª Divisão Profissional.

Ainda em 1968, o Araras CD conquista seu único título: o do Torneio Início Campeonato Ararense, com o time

Por fim, falemos do Atlético Futebol Clube, time fundado em 13 de março de 1971.

O clube nasceu como uma homenagem ao Clube Atlético Mineiro. E seu primeiro campeonato profissional foi a Quinta Divisão do Campeonato Paulista em 1979, onde classificou-se em primeiro lugar na fase inicial.

A segunda fase foi mais complicada e o time acabou desclassificado.

Em 1980, disputa mais uma edição da Terceira Divisão do Paulista.

Em 1981, terminou a primeira fase em 4º lugar, com uma foto bem mal feita:

E na segunda fase, terminou em 5º.

Em 1982 o Atlético iniciou a disputa da Terceira Divisão do Campeonato, mas acabou desistindo no meio da competição, licenciando-se até 1986, quando retorna com o nome de Clube Atlético Ararense, mas foi seu único e último ano de existência.

Sua participação no Grupo Vermelho terminou na 6a colocação.

E como disse, todos estes times jogavam no Estádio Joel Fachini daí a importância de uma visita para um registro!

E finalmente encontramos suas portas abertas!

Aí estão suas bilheterias que receberam torcedores de tantos times nas disputas relatadas acima!

E vamos finalmente conhecer a parte interna do Estádio?

Essa área da cidade sempre foi ocupada por um campinho de futebol, mas na década de 30, o Comercial FC oficializou sua compra e transformou o lugar no Estádio Joel Fachini.

Olha que bacana na parte interna do estádio a descrição de alguns dos títulos do Comercial FC.

No dia da nossa visita, estava rolando uma rodada dupla do Campeonato Amador de Araras!

Foi bacana poder ver o campo ocupado.

O gramado está muito bem cuidado.

Ainda existe uma estrutura de vestiários bem bacana!

Aqui, um olhar da parte de traz do gol. Quer apostar que nos próximos anos veremos surgir vários prédios no horizonte?

Olha que linda a arquibancada do estádio ali no lado direito:

Vamos dar um rolê e conhecer mais do Estádio Joel Fachini:

E além da arquibancada, perceba o charme da mureta que a separa do campo, e logo ali, os bancos de reservas:

A arquibancada é toda pintada em alvinegro:

Aí o meio campo:

O gol do lado esquerdo:

O gol do lado direito:

E a bela arquibancada!

Lá dentro, alguns quadros enaltecem os feitos históricos do Comercial FC, como a conquista do Setor do Amador de 1949:

E essa visão da arquibancada coberta na época de ouro do time… Dá uma comparada com a atualidade:

Atrás do outro gol, ainda existe um lance de arquibancada descoberta:

Também existem algumas imagens de times históricos:

Voltando aos dias atuais, é bom ver que o futebol amador tem ocupado o estádio e feito a realidade futeboleira da cidade mais feliz!

Que arquibancada linda hein?

APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!

Final da 7ª Copa Cidade dos Meninos – Santo André

Domingo 22 de maio de 2022. O futebol amador da cidade está em festa. Enquanto aguardamos a final do Campeonato Municipal (confira aqui, como foram as semifinais!), que ocorre no próximo domingo 29/5, tivemos a oportunidade de acompanhar a final da 7ª Copa Cidade dos Meninos, entre o EC Mutirão e a AA São Paulo, o “SãoPaulinho de Santo André”.

Aí o time do EC Mutirão frente à sua barulhenta torcida!

Mas o jogo era na casa da AA São Paulo. E sua torcida também se fez presente!

Em campo, um jogo bastante aguerrido, difícil apostar em quem seria o campeão.

Mas, ainda no primeiro tempo essa resposta ficou fácil, com o gol muito comemorado pela torcida visitante!

Estamos em um lugar histórico e muito importante para o futebol de Santo André. O local possuía 3 campos: este (da AA São Paulo), do Nacional (que fica ali em cima da arquibancada) e do Barcelona (que acabou desativado). E uma das edições da Copa São Paulo de Futebol Junior teve partidas acontecendo aí!

Quem vê o atual terrão, tão tradicional na várzea, não imagina que no passado o campo foi gramado e por isso, bastante utilizado.

Vamos acompanhar um pouco do jogo:

Quem nos acompanha em mais um rolê pelo futebol amador é o Gó

Olha aí o EC Mutirão chegando em mais um ataque!

E a pressão dá resultado! O EC Mutirão chega ao segundo gol!

A torcida local dá uma desanimada, mesmo estando em casa…

Olha a bandeira da AA São Paulo em meio à arquibancada!

Olha a visão pra quem está do outro lado (era ali nesse lado que ficava o campo do Barcelona):

A várzea em Santo André segue viva e presente na vida de muitas pessoas!

Aliás, a festa não para na torcida do Mutirão!!

Vale reforçar a proximidade entre as torcidas do Mutirão e da Fúria Andreense!

E a festa do título veio com direito à tirantes e tudo!

O troféu entregue veio do Insta do Mutirão:

APOIE O TIME DA SUA QUEBRADA!!!

]]>