Sábado, 22 de março de 2025. Escolhemos como palco da última rodada da primeira fase da série A4 o Estádio Municipal Anacleto Campanella.
Já faz algum tempo que eu não ia para o Anacleto, e foi legal rever alguns itens que atualmente estão no setor dos visitantes.
São recordações de um tempo que todo torcedor do Azulão tem saudades…
E tem também material da mais antiga torcida caetanista: a Bengala Azul.
Foi bacana ver que o pessoal de Bebedouro acreditou no time e veio até o ABC para apoiar o Lobo!
Fiquei ali olhando estes detalhes e quando vi, os times já estavam vindo ao campo. O espetáculo está próximo de começar!
Público pequeno para um São Caetano já classificado e que luta pelo retorno às divisões mais altas do Campeonato Paulista…
O time da AA Internacional fez questão de agradecer à presença da sua torcida, afinal, não é fácil acompanhar o time em uma viagem como esta:
Destaque para a Torcida Organizada Sangue do Lobo que se fez presente para apoiar a Inter!
Olha aí as faixas dos caras:
Lá no fundo, o ônibus da AA Internacional!
Sente o clima do Anacleto Campanella depois da reforma:
Mais uma partida acompanhando o futebol paulista! E que vença o melhor!
Pra um jogo da 4ª divisão, até que tinha bastante gente no lado visitante, principalmente se considerarmos a distância…
A conta para o time de Bebedouro se classificar é simples: vencer o São Caetano e torcer para no mínimo um empate do Colorado Caieiras contra o Osasco Audaxou por uma derrota do Joseense frente ao Barretos.
Com a bola rolando, o time visitante atacava explorando o lado esquerdo do campo e quem se destacava era o Kiko, que ia pra cima da zaga caetanense mesmo que nem sempre levasse a melhor.
Pra torcida visitante era um olho no jogo e outro no celular acompanhando os demais resultados.
Quem achava que o São Caetano iria amolecer por já estar classificado, se enganou, o time entrou ligado e pensando em manter a segunda colocação que ocupava no início da rodada.
Pena que a torcida do São Caetano ainda não abraçou o time nesse difícil momento, na 4ª divisão. O público da partida não chegou a 700 torcedores e apenas o setor coberto estava mais movimentado.
Aos 14 minutos, em um cruzamento meio despretensioso, Fábio Azevedo apareceu sozinho para cabecear e marcar o gol do São Caetano:
Festa na arquibancada local do Anacleto!
O jogo melhorou com o gol e a Inter se jogou com ainda mais empenho em busca do empate!
A maioria das jogadas saiam pelo lado direito do ataque da Inter e principalmente com bolas paradas.
Bom para a torcida visitante que pode acompanhá-las de perto!
Mas a missão ia se tornando cada vez mais difícil já que o Joseense seguia empatando e o Colorado Caieiras ia vencendo sua partida.
O intervalo veio e foi hora de bater um papo com o pessoal de Bebedouro, afinal é pra isso que serve o futebol!
Olha que legal essa família que compareceu à partida, com suas 3 gerações!
Os bancos de reservas estão lá do outro lado e agora não sofrem mais pressão da arquibancada.
O segundo tempo começa e a ideia é dar tudo em campo para buscar a virada e assim classificar a Inter para os mata-matas. Sangue, suor e lágrimas!
O plano começa a dar certo quando Gênesis empata para a Inter:
Mesmo sendo difícil, a torcida volta a acreditar na classificação!
Voltam as contas, os olhares na tabela e pra ajudar, mas o Colorado faz 2×0…
Aos 23 minutos, escanteio para a Inter e Vinicius Pequeno vai para cobrança… E marca um gol olímpico!
O melhor momento da tarde da torcida da Inter foi esse.
O time vencia e lá em Osasco o Audax diminuiu para 2×1, ou seja… Um gol do Audax colocaria a Inter na próxima fase!
E a Inter seguiu apertando…
Mas, como o futebol não tem coração, e segue uma lógica bastante ilógica, o São Caetano empatou!
Para a alegria dos que assistiam em sua singela arquibancada!
E para a bronca e a tristeza da torcida visitante…
E por pouco a Inter não sai com os 3 pontos, metendo uma bola no travessão já na parte final do jogo…
Fim de jogo e a torcida do São Caetano manda aquele “E-li-minado!!!” para o time e torcida da Inter…. Faz parte…
Sábado, 19 de agosto de 2023. Estamos em Jahu, cidade do interior paulista muito conhecida pela comercialização de calçados, pelo agronegócio e também pelo seu time de futebol: o XV de Jaú. Quem não se lembra do time de 1988, com Kazu e Nílson no ataque!
Muito antes da chegadas dos bandeirantes, a região era ocupada por diversos povos indígenas, principalmente pelos Kaingangues (foto abaixo “recortada” do Projeto Museu Ferroviario). O próprio nome da cidade veio da língua Tupi-Guarani: Ya-hu que significa peixe guloso. Aliás, desde 2011, existe uma lei que oficializa o nome da cidade como Jahu (com “h”).
A chegada dos bandeirantes se deu pelos rios estabelecendo-se na Barra do Ribeirão do Jaú (ribeirão que atravessa o município), e os primeiros povoadores chegaram por volta de 1840. Logo surgem as moradias e até o Mercado Municipal, inaugurado em 1899, recentemente reformado e reaberto!
A cidade atualmente tem como grande atrativo o Shopping “Território os Calçados” e conta com mais de 150 mil pessoas. Escolhemos o Restaurante Ítalo Libanes para almoçar, pouco antes do jogo…
Logo após o almoço, nos dirigimos para o Estádio Zezinho Magalhães onde ocorreria o embate que definiria a classificação do time local para a fase seguinte do Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
Estava esperando uma movimentação maior em frente ao Estádio, pelo fator decisivo, mas mesmo assim, dava pra sentir um clima diferente!!
Bacana ver a fachada do estádio tão bem cuidado!
A cidade tem disponibilizado esses “totens” informativos que fala um pouco de pontos históricos de Jahu.
Também vale reforçar a linda loja oficial do clube, pena que no dia do jogo ela estava fechada… Meu bolso agradece kkkk.
Comprei meu ingresso via o site Sou da Liga. Confesso que achei um pouco salgado o preço do ingresso: R$ 40 a inteira e R$ 20 a meia. Não sei o quanto isso impactou o público, mas sem dúvidas foi um ponto negativo…
Como só tinha o ingresso digital, fiz a foto com um que encontrei no chão, curiosamente esse se apresentou com valor de R$ 0…
Antes do início da partida fiz o tradicional registro do estádio, começando pelo meio campo:
O gol da esquerda:
E o gol da direita, onde fica o portão de entrada:
Sente um pouco do clima do estádio:
Logo de cara, parabéns à Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Jahu que em uma linda ação de inclusão levou os assistidos do Centro de Inclusão Social e Convivência (CISC) para acompanhar a partida. Confesso que um dos momentos que fiquei mais emocionado foi vê-los indo embora no fim do jogo e enquanto uns ainda gritavam “Gaaaloooooo”, outros pediam desculpas por não terem dado sorte ao time…
E prepare o seu coração, porque lá vem os times!
Os times se apresentam à torcida e se preparam para o embate!
E a torcida se põe ao seu lado!
Sente o clima:
Antes de me preocupar com o jogo em si, fiz alguns vídeos de olhar geral do estádio:
Mas agora é hora da faca nos dentes, os times se unem em suas últimas palavras. Confesso que queria ouvir o que cada time comentou entre si, porque o fim dessa história é no mínimo estranho… Afinal, o Joseense chegou sem ter chances de se classificar mas o que se viu foi um time com mais vontade do que o próprio XV…
E começa o jogo!!!
O Galo da Comarca começa deixando claro que seria o time a propor o jogo!
Mas desde cedo faltava sorte e carinho nos detalhes finais, mesmo nas chances mais claras, como faltas e escanteios.
Isso trouxe dois problemas: o nervosismo do time que claramente começou alto e cresceu a cada minuto e… o reflexo na arquibancada… Infelizmente muitos lembravam dos últimos anos, temendo que o mesmo filme ocorresse…. Isso se traduzia a muitos gritos de reclamações durante o jogo…
Nessas horas, a organizada faz a diferença, a Galunáticos apoiou sem parar desde o início da partida!
Pior que chances não faltaram… Foram muitos escanteios e incrível como nenhum deles foi transformado em gol…
E o Joseense se fechava com 11 jogadores lá atrás, tornando necessário voltar a jogada para o próprio campo de defesa do time da casa, o que tornava a irrita a torcida…
A Galunáticos se divide entre o apoio incondicional e ao mesmo tempo o nervosismo… Tudo o que eles não queriam era passar novamente por uma eliminação em casa…
Só pra lembrar, o XV dependia apenas de si mesmo para se classificar. Uma vitória simples classificaria o time, independente do outro jogo (Uniao São João x Nacional) e por isso, a torcida segue passando energia para o time!
E desce o time… e nada de gol
E o reflexo é a decepção da torcida…
E o tempo passa rápido pra quem precisa construir o resultado…
O primeiro tempo chega ao fim em um 0x0 com muitas críticas…
O intervalo permitiu analisar a Culinária de estádio, com dois destaques: os churros…
E a turma da pipoca:
Aproveitei pra dar uma caminhada pelo estádio e fotografar outros ângulos:
Aqui, um olhar lá do outro lado, pelo caminho de entrada do portão principal:
Outro momento emocionante foi reencontrar o craque Paulinho Mclaren, cuja entrevista, por coincidência eu repostei essa semana (clique aqui e veja!):
O clima na arquibancada começava a dar sinais de que a torcida já não aguentava mais esperar… Era o momento ideal pro XV ter aberto o placar e conquistado novamente a confiança de sua torcida!
O segundo tempo começa e o XV continua pressionando, sem grande efetividade, pecando principalmente na última bola…
O time precisa ganhar, a torcida tá pilhada, vem um escanteio e …
Pra piorar, o Joseense começa a ameaçar a meta do bom goleiro Romário…
Fiquei chateado também porque gosto do trabalho do Campagnolo como treinador, e vê-lo ficando cada vez mais irritado (isso também no jogo de 4ª feira passada contra o Nacional) me deixou mal… Claro que vários torcedores colocaram nas costas dele a eliminação que ainda viria…
O jogo foi chegando à parte final e o clima ficando mais quente…
O time desperdiça mais uma falta:
E o que parecia ruim conseguiu ficar pior… Aos 27 minutos, um chutão pra frente se transformou em um incrível lançamento que encontrou Júlio livre na entrada da área que apenas encobriu o goleiro Romário marcando o gol que eliminou o XV.
Depois do gol, o XV desabou… E a própria torcida também…
É o fim do jogo…
Outra coisa me deixou triste além da eliminação do XV, foi o público cada vez menor que tem acompanhado o time, mesmo em um motivo decisivo como este… Foram apenas 551 torcedores e sem dúvidas, a derrota de hoje só atrapalha ainda mais a relação do clube com a cidade…
O jeito foi terminar a noite com uma pizza incrível na Don Filippi …
Também demos um pulo na Catedral central…
Estava rolando a Festa das Nações e tava bem legal!
Agradecemos a todos com quem conversamos e foram tão bacana conosco…
A história de São José dos Campos como a de todo Brasil é anterior à chegada dos europeus. Há milhares de anos, a região era habitada por diversos povos indígenas, como os Guayanases, Guainás, Aimorés e Puris (retratados abaixo por Van de Velden), entre outros. Cada um com sua cultura, língua e modo de vida em harmonia com a natureza.
A chegada dos europeus efetivou um processo de desapropriação das terras indígenas, resultando em conflitos e até mesmo no extermínio de comunidades inteiras. Os sobreviventes tiveram que aceitar a política de aldeamento implementada pelos jesuítas.
Com a chegada da ferrovia (olha aí a estação), em 1876 potencializou-se a expansão da cafeicultura no Vale do Paraíba, e São José dos Campos se desenvolveu economicamente.
Curiosamente, o futebol não se desenvolveu junto da Ferrovia como estamos acostumados a ver, mas sim, junto às indústrias. Entre os anos de 1920 e 40, São José dos Campos recebeu indústrias de cerâmica (como a Cerâmica Weiss) e tecelagem (Tecelagem Parahyba e a Cia. Rhodosá de Rayon, do grupo Rhodia, fabricante de fios sintéticos). A cidade ainda iria passar por outras fases mais modernas de industrialização (lembre-se que aí fica a sede da EMBRAER), mas foram as fábricas do início do século que movimentaram o futebol local.
A cidade teve nada menos que 9 times disputando as competições profissionais do futebol paulista:
Vamos relembrá-los por ordem cronológica de fundação. O mais antigo deles é a Associação Esportiva de São José, fundada em 15 de agosto de 1913 com o nome de “São José Futebol Clube“, rebatizada como Associação Esportiva São José em 23 de maio de 1918.
Seu campo ficava no local onde hoje está o Ginásio Poliesportivo Linneu de Moura.
Sua estreia no profissionalismo se deu em 1922 quando disputou a Divisão do Interior da APSA (Associação Paulista de Sports Athléticos) e terminou em último lugar, as se torna o primeiro time de São José a figurar nas competições oficiais.
A Esportiva de São José termina na mesma colocação em 1923, mas segue fazendo história no futebol paulista.
Em 1927, disputa o Campeonato do Interior da LAF (Liga dos Amadores de Futebol) jogando a Seção Sul da Zona Central do Brasil. Em 1930 e 31 disputa o Campeonato do Interior da APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos). Aqui, o time de 1942 que também jogou o Campeonato do Interior:
A Esportiva de São José disputou ainda os campeonatos de 1943, 44 e 1946 quando foi campeão da 1ª Zona do Campeonato do Interior (grupo com os times abaixo), perdendo o título da região para o Cruzeiro FC:
Em 1957, a Associação Esportiva São José decidiu extinguir seu departamento de futebol. Mas o clube social segue vivo!
A Associação Atlética Santana do Paraíba é o segundo time mais antigo, tendo sido fundada em 10 de outubro de 1913, poucos meses depois da AE São José.
O campo da AA Santana do Paraíba ainda está de pé, mas acabamos não o visitando desta vez, até porque atualmente o time manda seus jogos no AD Parahyba (que vamos mostrar mais abaixo):
O time disputou uma única edição oficial do futebol paulista: o Campeonato do Interior da LAF, em 1928, jogando a Seção Sul da Região Central do Brasil. Naquele ano, o time era denominado Sant’Anna FC.
Aqui, a AA Santana do Paraíba nos anos 40. Em 1942, 43 e 44 disputou o Campeonato do Interior.
Na sequência, foi fundado o Esporte Clube São José em 13 de agosto de 1933.
Até por levar o nome da cidade, o time logo ganhou o carinho dos torcedores, ainda que tenha se mantido por décadas disputando apenas as competições amadoras. Como São José dos Campos tinha muitas formigas, o time ficou conhecido como “Formigão“.
Duas equipes da cidade, o Klaxon Clube e o Internacional FC, se fundiram para fortalecer ainda mais o São José, o que acabou aumentando a rivalidade com o outro time da cidade, a Associação Esportiva São José. Na foto abaixo, um encontro entre os dois times.
Em 1943, estreou no Campeonato do Interior, jogando até 47. Em 1957, o time faz a estreia no futebol profissional, jogando a 3ª divisão, com o time abaixo:
Após aquela aventura, o EC São José se licenciou e só retornou ao profissionalismo em 1964, desta vez na 4ª divisão, da qual foi campeão, obtendo o acesso para a Terceira Divisão do ano seguinte.
Em 1965, o Formigão do Vale brilhou na fase inicial da Terceira Divisão, liderando a sua série:
Mas o time foi mais longe, sagrando-se Campeão da Terceira Divisão de 1965, garantindo o acesso para a segunda divisão do Campeonato Paulista. Aqui, a fase final do Campeonato:
Esse é o time de 1965:
Assim, em 1966 disputa a 2ª divisão do Campeonato Paulista.
Aqui, o time de 1967 que disputa a segunda divisão:
Foi nesse período que o clube revelou o goleiro Emerson Leão, que veio das categorias de base.
De 1970 a 76 disputou a 2ª divisão, sendo que em 1972, conquistou o título do Campeonato, classificando-se em 2º na primeira fase, atrás do SAAD…
Na segunda fase, vingou-se do time de São Caetano chegando à final contra o Garça FC:
O Formigão venceu por 3×0 em casa e empatou por 0x0 em Garça mas não subiu pra primeira, porque o acesso estava suspenso pela Federação Paulista.
Infelizmente, o time custava mais do que arrecadava e passou a se afundar em dúvidas. O time permaneceu jogando a segunda divisão até 1976, quando para vencer as dívidas encerrou sua existência, mudando seu nome e dando origem ao atual São José EC (já já falaremos dele).
O EC São José mandava seus jogos no antigo “Estádio da Rua Antonio Saes“, que desde 1942 era oficialmente denominado Estádio Martins Pereira, que viria a ser também o nome do Estádio atual.
Tentei fazer uma sobreposição imaginando onde seria o Estádio nos dias atuais…
Não resistimos e fomos até a atual Igreja que ocupa o espaço imortalizado pelo futebol, pra imaginar como era…
Antes que crucifiquem a Igreja Universal (que trocadilho hein?), vale dizer que a área foi ocupada por um supermercado Jumbo Eletro depois do Estádio.
No site do Museu do Futebol encontrei essa foto da torcida do Esporte Clube São José no 0 X 0 contra o Fernandópolis, em 1960:
Sua capacidade era de apenas 5 mil torcedores, motivo pelo qual a cidade se organizou para a construção do novo Martins Pereira. O Museu do Futebol tem também uma foto que registra a última partida disputada no Estádio da Rua Antonio Saes: o amistoso EC São José 2X0 DERAC, de Itapetininga.
O time seguinte a ser fundado foi o Rhodosá Atlético Clube, em 13 de fevereiro de 1948.
O time foi formado por trabalhadores da Companhia Rhodosá de Rayon SA, indústria química, instalada no bairro de Santana.
O time se filiou à Federação Paulista de Futebol (FPF) e passou a disputar o Campeonato Amador pela Zona de Lorena. Aqui, o time de 1949 que disputou competições e torneios amadores e com outras indústrias.
O Rhodosá Atlético Clube se tornou bicampeão amador em 1959 e 1960, levando o time a se tornar o 1º time profissional de São José dos Campos, disputando a 4ª divisão em 1965, ainda que sem conseguir realizar uma grande campanha:
De qualquer forma, o time fez história no futebol e isso não se apaga jamais!
O Rhodosá AC teve até um time feminino!
Mandava seus jogos no Estádio Dr Roberto Moreira (nome do presidente da Rhódia na época) construído junto à fábrica, no bairro de Santana, e inaugurado em 1956.
Como o endereço em mãos fomos até lá para ver se o Estádio ainda existe, mesmo com o fechamento da indústria. Próximo do local, encontramos esta linda e gigantesca árvore:
Olha aí a frente do Estádio:
Olhando do lado de fora, deu pra ver que o que encontraríamos não era mais um estádio de futebol…
A entrada para o antigo estádio é esse portão:
Pedimos permissão para o “caseiro” da atual área e fomos tentar encontrar algo do antigo estádio. Olhando assim, parecia apenas uma casa, mas… o que parece aquilo no andar de cima?
Subi essa escada, sabendo onde chegaria…
Aí está a arquibancada do Estádio Dr Roberto Moreira, o Campo do Rhodosá!
Presença registrada em mais uma arquibancada histórica!
Agora, olhando da arquibancada, aqui está (está ???) o gol da esquerda:
O gol da direita:
E o meio campo:
Encontrei uma imagem que mostra o campo algumas décadas atrás:
Missão cumprida, ainda que os registros não sejam muito animadores…
Dando sequência, é vez de falar do Corinthians Futebol Clube de São José dos Campos, fundado em 3 de janeiro de 1954.
Lá no Mercado Municipal já havia visto (e registrado) esse poster do time, no bar em que ouvimos aquele senhor cantar.
Inicialmente, o Corinthians FC usava um campo que ficava na Praça Duque de Caxias, 48, no bairro do Jardim Paulista. Esse é o time de 1961, vice campeão local:
Em 1976, decide disputar a 3ª divisão, mas infelizmente acaba abandonando a competição ao fim do primeiro turno.
Falemos agora do Grêmio Olimpico Futebol Santanense, fundado em 5 de setembro de 1975. Distintivo direto do site Escudos Gino:
O clube surgiu por iniciativa de atletas da equipe juvenil do Esportivo Futebol Clube, que queriam levar o futebol adiante, fazendo surgir o Grêmio Olímpico de Futebol Santanense. Aqui, o time de 1981:
Depois de muitos campeonatos amadores e locais, o time decidiu se profissionalizar e disputar o Campeonato Paulista da Terceira Divisão em 1986.
De 1986 a 92 disputou a 3ª divisão.
Destaque para a campanha de 1988, quando se classificou em segundo lugar na primeira fase:
Liderou a fase 2:
E só acabou desclassificado na penúltima fase.
O Grêmio Santanense mandou seus jogos no campo da ADC Parahyba, o campo que surgiu junto à Tecelagem Parahyba presente em São José de 1925 até 1995. Hoje ainda há produção de cobertores por meio de uma cooperativa de ex- funcionários. Ficou conhecida com a marca CobertoresParahyba.
Como o Estádio ADC Parahyba, também conhecido como o “Campo da Tecelagem”, ainda está lá, fomos fazer uma visita para registrá-lo:
Diferente do estádio do Rhodosá, confira que lindo está o Campo da Tecelagem:
Então, vamos eternizar mais este lugar com nossa humilde câmera digital kkkk
Olha que charmosa a arquibancada que lembra a geral dos tradicionais estádios brasileiros:
Lä do outro lado também existe um lance de arquibancada, o que totaliza mais ou menos 5 mil lugares para a torcida.
A manutenção do local garantiu mais um momento histórico para o futebol local, ao receber jogos da Copa Libertadores de América de Futebol Feminino de 2011 a 2014.
Aqui o gol da esquerda:
Aqui, o meio campo:
Aqui, o gol da direita:
Ali ao fundo, os bancos de reserva e vestiários:
A arquibancada é única e realmente inesquecível!
Agora, é a hora de falar do time mais expressivo e tradicional da cidade: o São José Esporte Clube.
Pra isso, devemos voltar a 1976, com o antigo EC São José completamente endividado. A solução para a situação foi “encerrar” o antigo clube e realizar uma reformulação da identidade, fazendo surgir um novo São José. O Formigão deixava de existir para em seu lugar surgir a Águia do Vale. O preto e branco deram lugar ao azul, amarelo e branco, as tradicionais cores da cidade.
Assim, em 24 de dezembro de 1976, surge o São José EC e que logo no ano seguinte, passa a disputar a 2ª divisão (a Intermediária) e logo no primeiro ano, termina em 3º lugar:
Mesma posição do ano seguinte (1978):
E também a de 1979:
Finalmente em 1980, chegou a vez do São José EC realizar uma campanha quase perfeita e finalmente subir para a Primeira Divisão. Essa foi a primeira fase:
Liderou também a segunda fase:
Depois vieram as semifinais contra o Aliança de São Bernardo (0x0 no ABC e 2×1 em São José), depois as finais com o Grêmio Catanduvense (ganhando como visitantes por 1×0 e 4×0 em casa) e sagrando-se assim campeão, com o meu ídolo Tonho, no gol.
Sua estreia na 1ª divisão em 1981 foi incrível! Em um campeonato maluco, chegou à fase final, após 2 turnos, em um grupo ao lado de Palmeiras, Santos e Ponte Preta, mas não se intimidou…
Assim, fez a final do turno com o São Paulo, vencendo em São José por 1×0 e perdendo por 3×2 no Morumbi, em um jogão!
Em 1982, o São José realizou uma campanha mediana, mas em 83, acabou rebaixado, e acabou se licenciando até 1985 quando voltou a disputar a segunda divisão, mas teve uma campanha fraca, assim como em 1986. Mas, em 1987, novo bom momento: com o vice campeonato da 2ª divisão, o São José estava de volta à elite!
Assim de 1988 a 93, a Águia voou pela 1ª divisão, com campanhas interessantes, um 3º lugar em 88, um vice campeonato em 1989, com o time abaixo (olha o goleirão Rafael no time!):
Em 1990, 91e 92, novamente campanhas medianas, culminando no rebaixamento de 1993. Assim, em 1994 o São José EC jogava mais uma série A2. Mas, em 1996, um terceiro lugar devolvia a Águia à principal divisão do futebol paulista.
De volta à primeira divisão, o São José EC conseguiu se segurar até 1999 quando acaba rebaixado mais uma vez. Mas dessa vez, após 4 anos na A2, a águia foi parar na A3. Daí em diante, o time passou por muito sobe e desce, jogando a A3 em 2005 e 06, a A2, de 2007 a 2014, a A3 em 2015 e 16, a Segunda Divisão de 2017 a 2020, a A3 de 2021 a 23, quando finalmente volta à série A2.
Vale reforçar a importância e o sucesso do time feminino do São José, criada em 2001. O time foi vice campeão Paulista de 2010. Em 2011, garantiu vaga na Copa Libertadores por ser sede do torneio, do qual sagrou-se campeã!
Em 2012, conquistou seu primeiro título da Copa do Brasil e o Campeonato Paulista. Em 2013, o bicampeonato da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.
Em 2014, além da Libertadores, o São José conquistou o Torneio Internacional de Clubes, derrotando o Arsenal.
Desde 2017, infelizmente, vive um período de declínio na modalidade.
Mas a cidade de São José dos Campos ainda tinha inspiração para mais times e em 1º de outubro de 1998 foi fundado o Clube Atlético Joseense.
O time nasce com foco nas categorias de base, participando dos campeonatos sub-20, 17 e 15, além da Copa São Paulo de Futebol Jr, a partir de 2001, quando também participa da Série B3 do Campeonato Paulista. Termina em 5º lugar e consegue o acesso para a Série B2, onde ficou até 2004, quando subiu para a Série B (a quarta divisão, na prática).
Aqui, o time de 2010:
Em 2012, garantiu acesso à Série A3 do Campeonato Paulista, a ser disputada pela primeira vez em sua história no ano de 2013. Em 2014 mudou seu nome para São José dos Campos Futebol Clube, mas a ideia não foi muito bem aceita pela população local que considerou que o time estava tentando tomar o lugar do tradicional “São José EC”.
Em 2017, decidiram voltar ao nome de origem. Em 2018, acaba rebaixado para a Segunda Divisão, onde está até os dias de hoje. Este é o time de 2022:
O último time fundado na cidade foi o Futebol Clube Primeira Camisa, fundado em 2 de março de 2007.
O time surgiu de uma iniciativa do zagueiro Roque Júnior em parceria com as categorias de base do São José.
Em 2008, o time se profissionalizou e passou a disputar a 4ª divisão, onde ficou até 2011, quando se licenciou.
Em 2007, fez uma parceria com o São José EC e os atletas do Primeira Camisa representaram a Águia do Vale na Copa São Paulo, tendo a melhor campanha de um time de São José dos Campos na Copa São Paulo, chegando nas quartas de final, quando perdeu para o Cruzeiro, em um Martins Pereira, com mais de 20 mil torcedores e com gente do lado de fora.
30 de julho de 2023. Em uma manhã de domingo de inverno, com tempo encoberto, mas com momentos de sol que permitia nos aquecer, estivemos no Estádio Martins Pereira, para acompanhar a partida válida pelo Primeiro Turno da 3ª fase da Segunda Divisão do Campeonato Paulista.
A placa logo na entrada reforça a história do local em que estamos pisando. Seja bem vindo ao Estádio Martins Pereira!
Esta será nossa primeira partida acompanhando o Clube Atlético Joseense como mandante no Estádio Martins Pereira!
O time foi fundado em 1º de outubro de 1998, e já teve participações nas extintas Séries B3, B2, na atual Segunda Divisão do Campeonato Paulista, chegando também à A3, além de jogar a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2001 a 2004. Essa é sua camisa:
Em 2014 em uma tentativa de se aproximar da população, mudou de nome para São José dos Campos Futebol Clube, mas a repercussão foi desastrosa, uma vez que tratava-se praticamente do mesmo nome do tradicional São José EC…
Assim, em 2017 o time voltou a se chamar Joseense, mas o estrago já estava feito: ao invés de ser adotado como segundo time da cidade, passou a ser tratado pelos torcedores locais como “genérico“.
Talvez por isso, a presença da torcida local não seja muito representativa mesmo num jogo importante como o de hoje…
Além disso, o Joseense acabou assumindo um perfil mais moderno, focado na formação de atletas, tendo mais cara de empresa e menos de “time”.
Mas, aí está a turma que tem acompanhado o Joseense nesta edição do Paulista da Segunda Divisão.
Como o time é conhecido por muitas parcerias, os camarotes acabam mais cheios que a própria arquibancada local.
Do outro lado, o XV de Jaú promete ser um visitante indesejável já que tem lutado há anos para sair da Segunda Divisão e voltar a atuar nas divisões acima.
Sua torcida sabe que representa um time bastante tradicional e se fez presente apoiando o XV de Jaú!
Pude ver diversas faixas em apoio ao Galo da Comarca, além da presença da Galunáticos, sua principal torcida organizada!
Vale citar que a gente trombou o pessoal do XV de Jaú por termos nos hospedado no mesmo hotel que eles…
O jogo segue a tradição da Segunda Divisão: muita correria e marcação, mas ambas as equipes mostram qualidade acima das que temos acompanhado nessa divisão.
Sendo o mandante, o CA Joseense começou melhor, com segurança na sua defesa…
…e com seguidas descidas principalmente pela esquerda.
Olha aí mais um escanteio para o time local, apertando os visitantes em busca do primeiro gol:
Mas os joseenses não contavam com a ousadia do treinador Marcos Campagnollo, o mesmo que conquistou o acesso à A3, pelo Grêmio Prudente, em 2022.
Sem medo de mudar o que não parecia estar certo, Campagnollo realizou duas mudanças com 20 minutos do primeiro tempo.
A torcida local até pegou no pé de Campagnollo e dos jogadores que foram substituídos, mas o XV de Jaú mudou de postura com as alterações.
Tanto que aos 39 minutos, veja o que aconteceu…
Gol do XV de Jaú…
Era tudo o que a torcida visitante queria!
A torcida local até tentou animar uma reação logo após o revés…
Mas o primeiro tempo terminou com os visitantes à frente do placar.
Na volta para o segundo tempo, fiz um rolê pelo estádio pra poder fazer umas fotos de outros lugares e registrar a grandeza do Estádio Martins Pereira.
A atual capacidade do Estádio Martins Pereira é de 16 mil torcedores, também, o campo possui arquibancadas em todo seu entorno. Registrei o Estádio, primeiro da arquibancada local. Aqui, o meio campo:
O gol da direita (onde fica o portão de acesso principal):
E o gol da esquerda, onde fica o portão de acesso dos visitantes.
Agora, registrando do lado oposto, aqui, a arquibancada central, onde ficam os camarotes:
O gol da direita:
E o gol da esquerda, onde está o portão de acesso principal:
Aqui, a parte que fica logo na entrada do estádio, atrás do gol:
Nossa última visita ao Estádio foi em 2010 (veja aqui como foi) e muita coisa mudou desde então. Vale comparar as imagens, começando com a de 13 anos atrás:
E a de hoje:
Em 2013, o Estádio ganhou nova fachada, além de novos vestiários (aquele prédio lá no fundo, na foto acima). Até o gramado foi reformado, atendendo as recomendações da FIFA. Hoje, vemos um estádio completamente pronto para receber jogos até mesmo da série A1.
Bom, mas o segundo tempo começou e ambas as equipes sabem da importância de se pontuar nessa primeira rodada e por isso o jogo volta com tudo!
No começo do segundo tempo, fui surpreendido por esse sobrevôo em cima do estádio…
O jogo no segundo tempo acabou ganhando em emoção porque o Joseense passou a adiantar seu time e tentar retomar o domínio do jogo. Mas mais uma vez, Campagnollo mexeu em dose dupla e, embora não tenha conseguido fechar o jogo com o segundo gol, criou mais chances que o próprio time local.
O juiz, nada menos que Vinícius Furlan deu 7 minutos de acréscimos, mas mesmo tentando com todas as suas forças, o Joseense não obteve o empate… Muito disso por conta do bom goleiro Romário!
O XV de Jaú perdeu várias chances já no finzinho da partida…
Mas não era preciso mais nada para os visitantes… A partida se encerrou com a vitória do XV de Jaú por 1×0.