Dando sequência à nossa viagem pelos estádios da região noroeste de São Paulo, agora é hora de dividir com você um pouco da nossa experiência na cidade de Pindorama, mais um belo lugar do interior, onde o tempo ainda anda um pouco mais devagar…
Pindorama é uma palavra Tupi, que significa “terras das palmeiras”, e era também o nome dado ao Brasil pelos índios tupis.
A cidade possui cerca de 15 mil habitantes e ainda tem ruas com poucos carros, muitas árvores e residências com cadeiras nas ruas…
Em Pindorama, a arquitetura do início do século passado ainda está de pé, misturando-se ao dia a dia da cidade e das pessoas, juntando passado e futuro nas mesmas ruas…
Sem dúvida a padaria ficou muito mais charmosa do que as que vemos nos grandes centros urbanos…
E, claro, a igreja matriz e a praça no centro da cidade!
Mas, nosso objetivo era conhecer o Estádio onde o time local, o Pindorama E.C. mandava seus jogos.
O time foi fundado em 2 de março de 1939 e nos anos 40 participou do Campeonato do Interior.
Disputou ainda duas edições do campeonato paulista da segunda divisão (em 1958 e 1959).
E o campo em que o Pindorama E.C. mandava seus jogos é o Estádio Municipal Rufino Rodrigues e após poucos minutos de procura, lá estávamos nós, pra conferir como ficou a reforma feita em 2011!
A frente do estádio sofreu muitas modificações desde sua inauguração, mas segue muito bacana e imponente.
O estádio fica na região central da cidade, especificamente na rua…
É mais uma importante marca para o nosso blog. Um estádio histórico, que ja chegou a abrigar uma final da terceira divisão (em 1958, Expresso São Carlos e Monte Aprazível disputaram a final e após uma vitória de cada time nos dois primeiros jogos, o time de São Carlos sagrou-se campeão ao derrotar por 3 a 2 o time de Monte Aprazível, no Estádio Rufino Rodrigues, campo neutro para os dois times).
Mas o estádio estava fechado e para conseguir entrar, tivemos que dar uma pequena volta, passando pela “cancha de bocha” (esporte predileto do amigo Betão, de Mauá).
E lá vamos nós a mais um estádio perdido do interior paulista!
O gramado segue muito bem cuidado, para as equipes amadoras que seguem jogando no estádio.
A cidade ao fundo ainda é 100% horizontal. Nenhum prédio ao fundo, imagine isso daqui alguns anos ou décadas…
E o estádio possui iluminação, mas pelo que ouvimos dos cidadãos, poucos jogos foram disputados a noite.
Aliás, ouvir as histórias dos moradores mais antigos sobre o futebol nos anos 30, 40, 50 e 60 é um presente único… Por exemplo, soubemos que embora o time tenha se aventurado no profissionalismo somente no fim dos anos 50, os times da década de 40 eram considerados imbatíveis na região, onde rivalizavam com times das cidades vizinhas como Catinguá, Catanduva, Ariranha e Santa Adélia.
E as torcidas vizinhas compareciam e lotavam as arquibancadas do estádio, em um misto de rivalidade e amizade.
Um detalhe curioso, e provavelmente único do estádio é essa “arquibancada especial” ao fundo do gol.
Vale ressaltar, que em 2011, a então prefeita de Pindorama, Maria Inês Bertino Miyada, assinou convênio de R$ 180 mil com a Secretaria Estadual de Economia e Planejamento (SEPLAN), para reforma do Estádio Municipal “Rufino Rodrigues” e segundo o pessoal que conversou com a gente, as obras se concentraram nas arquibancadas e na entrada do estádio.
O goleiro pode contar com a sombra das árvores pra dar uma refrescada caso o jogo fique muito quente.
O banco de reservas também…
Tantas ofertas de descanso e tranquilidade trazem ao estádio mais do que times e torcedores…
Eu, saudosista desde que me conheço, fiquei pensando nos times que passaram por ali em 1958: Barretos, Francana, Rio Preto, Taquaritinga, Catanduva EC, Batatais, Jaboticabal, Fortaleza (Barretos), Tanabi e GE Monte Aprazível.
Muitos desses times também não existem mais, outros mudaram de nome e outros seguem nessa luta cultural até os dias de hoje. Mas pensar que há quase 60 anos, eles já disputavam partidas nesse campo, é demais!! O único problema pro Pindorama é que o time terminou em penúltimo lugar nessa chave.
Em 1959, foi a vez de enfrentar o Batatais, Catanduva EC , Barretos, Francana, Internacional de Bebedouro, Taquaritinga, Fortaleza (Barretos), Jaboticabal, e o Nevense. Dessa vez, o Pindorama ficou em último…
Mas, como eu sempre digo, mais do que resultados, o que importa é história.
Claro que é sempre melhor uma história vitoriosa, mas imagine quantos escanteios já devem ter sido batidos nesse canto?
Desejamos com toda a nossa força que os portões do estádio estejam sempre abertos e quem sabe para um dia voltar a uma competição profissional?
Dando sequência à nossa turnê de inverno de estádios, partimos para Taquaritinga, mais uma linda cidade do interior, à beira da Rodovia Washington Luiz, depois da cidade de Matão.
Possui uma população de aproximadamente 54 mil pessoas, com uma economia que gira em torno do agronegócio.
Um ilustre morador nos chamou a atenção logo na chegada à cidade…
A cidade possui uma paixão no esporte: o Clube Atlético Taquaritinga, fundado em 1942 e que infelizmente encontra-se licenciado desde 2014. Já escrevemos sobre o time e sua camisa, quem quiser, pode ler mais aqui.
E não muito distante da estrada, encontramos o Estádio Dr Adail Nunes da Silva, ou simplesmente “Taquarão”.
O Taquarão está localizado na avenida João Periassinotti e é sem dúvida um dos campos com a história mais bacana do futebol paulista.
Tentei resumir essa história nesse vídeo…
Pra quem não quer me assistir ou ouvir falando, a história é a seguinte, em 1982, o CAT conseguiu o acesso à “Primeira Divisão” do Campeonato Paulista do ano seguinte, com o time abaixo:
Entretanto o estádio não possuía as condições exigidas pela Federação Paulista para abrigar jogos deste campeonato.
Com medo de uma possível exclusão do campeonato por não cumprir essas obrigações regulamentadas pelo estatuto da Federação, a população local se mobilizou, e em uma incrível prova de amor à cidade, ao clube e ao futebol, construiu em sistema de mutirão, um estádio para 35 mil pessoas em tempo recorde: três meses.
O resultado você vê abaixo:
No jogo de abertura, um amistoso de força: Taquaritinga 2×5 Cruzeiro. O leão mostrava suas garras para a raposa, deixando claro que seria um time difícil de ser batido no paulistão.
E as bancadas estão ali até hoje, resistindo a todos os problemas que o time e o próprio futebol passou.
O Paulista de 1983 foi inesquecível para time e torcida (com direito a recorde de público de 25.500 na vitória diante do Corinthians por 2×0). A campanha do time:
E olha o estádio naqueles dias…
Aqui, um registro do time de 1985:
Mas, para a Federação, só as bancadas ali, de pé não bastam e em junho de 2014, o estádio foi lacrado, impedindo o retorno do CAT ao futebol profissional, pela série B do campeonato paulista.
O presidente do clube, Bento Previdelli não conseguiu os documentos que regularizassem as obras realizadas (laudo do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária e da Polícia Militar, além da vistoria dos engenheiros da Federação), segundo ele, não houve empenho por parte da prefeitura, permitindo que o estádio fosse lacrado, com direito a multa caso o estádio fosse utilizado.
Triste visão das bancadas agora vazias…
Tantas histórias, sentimentos, emoções… Tudo mais uma vez paralisado, no mínimo até 2016… Lembrando que o time até 2010, estava na série A2.
As seguintes quedas do time prejudicaram na atração dos torcedores nos últimos anos, e agora os anos “paralisados” parecem perder cada vez mais a conexão com a cidade…
E dessa vez, não houve comoção entre a população, não houve mutirão, nem grandes apoios…
Os últimos torcedores do time sofreram calados…
Será que conseguiremos voltar em 2016 para enfim assistir um jogo do CAT?
Até quando as portas do Taquarão estarão fechadas?
Estou sem ver o meu time, o Santo André, há alguns meses e sei como tenho sofrido. Mais do que isso, sei o que é imaginar que não estarei acompanhando o Ramalhão até o início da série A2 do ano que vem (com exceção do sub 20…). Fico imaginando a dor que os torcedores locais tem sentido ao passar em frente ao estádio e vê-lo assim, fechado…
A nossa parte está aí. Registrando em imagens, palavras e sentimentos a realidade do Taquarão… Será que ainda há o espírito do leão presente no coração e mente das pessoas da cidade? A mesma cidade que fez o milagre acontecer em 1983? Será só culpa dos dirigentes e políticos da região? Ou a população também deixou essa tragédia acontecer?
Ainda no momento a cidade não passe por um boom imobiliário tão forte quando outras cidades, não custa lembrar que várias outras cidades estão passando por um processo de demolição e venda dos estádios para a construção de novos empreendimentos habitacionais…
Ou seja… A morte do futebol do interior.
Torcedor, na real, estamos em guerra… Contra o sistema, contra o Estado, contra nós mesmos… Somos nós que vamos definir o futuro de nossas cidades. De que lado você está?
APOIE O TIME DA SUA CIDADE!!!
Enquanto isso, nós seguimos adiante, para a próxima cidade: Pindorama!
Nossa primeira parada nesse rolê de inverno, foi a cidade de Ibaté, que fica às margens da Washington Luiz, logo após São Carlos.
O nome significa “no cume” em Tupi e remete ao fato da cidade estar no alto de uma colina.
Com pouco mais de 33 mil habitantes, a cidade é bastante arborizada e ainda mantém o aspecto interiorano de tranquilidade, com ruas largas e ainda pouco movimentadas. Para maiores informações, clique aqui e acesse o site da Prefeitura.
Não podíamos deixar de fotografar a praça central da cidade, onde encontra-se a igreja local e um pessoal que colocava o papo em dia embaixo das frondosas árvores.
A cidade possui vários monumentos, esse é uma obra de Adélio Sarro.
O futebol ainda tem importância no dia a dia da cidade. Para se ter noção, entre os dias 11 e 18 de julho,teremos a Copa Pan-Americana de Futebol 2015, com delegações de 5 países: Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.
Nossa missão em Ibaté era chegar até a antiga Usina da Serra e logo encontramos algumas placas indicando o caminho.
A Usina manteve um time que em 1986 chegou a disputar a terceira divisão. Falamos do G.R.E. Usina Açucareira Serra, ou simplesmente “Grêmio da Serra”, do distintivo abaixo:
O Grêmio mandava seus jogos no estádio da própria usina, ou seja, para chegar até lá, tínhamos que chegar até a sede, e assim fizemos, porém, agora a Usina pertence à Raizen e eles não permitem fotografar a sede, então, segue essa foto da estrada onde pode se ver um pouco da usina…
Ao chegar lá, fomos informados que, para nossa sorte, poderíamos fotografar o estádio porque ele se localiza no lado externo da Usina, e para chegar lá, basta pegar aquela estradinha de terra ali. Detalhe, havia chovido bastante nos dias anteriores…
Chegando no posto de gasolina, vire à esquerda e pronto…
Lá vamos nós para o primeiro estádio desse rolê!
O Estádio atualmente serve aos funcionários da Usina, e embora mantenha a arquibancada ao fundo, o gramado já não é mais o mesmo de outrora.
O grande momento do estádio foi em 1986, quando o Grêmio disputou a terceira divisão do Campeonato Paulista, ao lado de equipes como Palmeiras (Santa Cruz das Palmeiras), Vargeana (Vargem Grande do Sul), Sanjoanense (São João da Boa Vista), União (Tambaú), Santa-Ritense (Santa Rita do Passa Quatro), Descalvadense (Descalvado), Estrela da Bela Vista (São Carlos), Botafogo (Barra Bonita) e Pirassununguense.
Ao lado do campo é possível ver um pedaço da mata que outrora deve ter sido maior e que atualmente ocupa uma área pequena, dando espaço cada vez maior à cana.
Os vestiários e demais espaços também seguem muito bem cuidados.
Sem dúvida, ficamos muito contentes em poder registrar imagens de um estádio que está na história do futebol paulista e que provavelmente jamais verá uma disputa profissional novamente.
No caminho para o estádio, paramos em um posto para perguntar o caminho da usina e ouvimos uma história muito doida de um senhor que trabalhou lá.
Ele disse que várias vezes, quando passou a noite ali por perto, ouviu ruídos como se alguém estivesse assistindo o jogo e gritando com os jogadores. Segundo ele conta, seriam gritos de um ex treinador que trabalhava na usina e morreu em um acidente. Confesso que de noite deve dar muito medo estar por ali…
Com a missão concluída, e com sucesso, fizemos uma foto que mostra uma visão mais completa do Estádio, a arquibancada, que fica à esquerda da imagem abaixo, comporta cerca de 2 mil pessoas:
Um gol em dose dupla! Um campo que nunca estivemos antes e além disso, de um time que surgiu e desapareceu como mágica…
Ao mesmo tempo em que ficamos contentes e orgulhosos por mais esse registro histórico, fica certa tristeza ao imaginar que estádios como esse e times como esse dificilmente voltarão a enfrentar clubes por uma competição oficial, enchendo de orgulho sua cidade e população, ou no caso, os trabalhadores da Usina.
A partir de hoje, dividiremos com você os relatos de nossa última viagem em busca de estádios perdidos, dessa vez, pelo Noroeste Paulista.
Foram 20 estádios visitados e fotografados em mais de 1.600 km percorridos, chegando até o Mato Grosso do Sul, na cidade, e no estádio, de Aparecida do Tabuleiro.
Há algum tempo atrás, vi a chamada para esse documentário, que acompanha um campeonato de várzea mostrando como, ainda que espremidos nas metrópoles, os campos do subúrbio mantêm a comunidade unida em torno de competições, despertando paixões e rivalidades.
Mais um post para ajudar a romper fronteiras e fortalecer amizades e bons sentimentos!
Em meio a semanas e mais semanas de trabalho que já estavam me deixando louco, decidimos ir até Florianópolis rever meu irmão e curtir um pouco da natureza do sul da ilha.
Já estávamos no outono e não tinha sol, mas mesmo assim, deu pra vermos algumas praias e principalmente andar e ouvir algumas histórias sobre uma Florianópolis que a cada dia mais vai desaparecendo…
Ah, se você pensa em ir de São Paulo até Florianópolis, de carro, vale lembrar que a viagem é longa e infelizmente, a estrada está sempre repleta de acidentes, então, jamais inclua álcool na brincadeira e vá sempre bem atento pra você curtir a vida como ela merece.
Uma vez na ilha, sugerimos o lado menos badalado, o sul, onde você vai encontrar praias mais tranquilas e um pessoal mais ” reservado” e alguns locais mais bucólicos, ideal pra relaxar e repensar a vida, ainda mais com a proteção de Iemanjá.
Jogos envolvendo arremessos de objetos para possíveis rebatidas são bem vindos…
Um role pelo bairro Ribeirão do sul pra apreciar as construções antigas…
E enfim, aproveitar a calma e a serenidade que só a natureza tem para oferecer nesses dias de tanta correria…
Da série “dicas gastronômicas”, fica a pizzaria do Cica, tradicionalíssima na ilha e misturando a culinária integral as pizzas (conheça mais aqui: www.pizzariadocica.com.br).
Mas… Antes de chegarmos à Floripa, decidimos dar uma paradinha em outra cidade, para registrar mais um “Estádio perdido”, dessa vez, na cidade de Brusque.
Logo na entrada da cidade, uma cena única… O Chaves diria que é um estacionamento da bruxa do 71….
E se bruxas não fossem suficientes, que tal uma mistura de gorila gigante, ao Hulk, tudo para promover o vinho local?
A cidade de Brusque é sede de várias empresas e profissionais da área têxtil. Mas, o dia era de conhecer o O Estádio Augusto Bauer e lá fomos nós!
O estádio pertence ao Clube Atlético Carlos Renaux.
Foi inaugurado em 7 de junho de 1931 e depois de algumas reformas, chegou a atual capacidade que é de 5.000 pessoas.
Vamos conhecer um pouco desta cancha?
O estádio está muito bem preservado e é muito aconchegante!
A arquibancada leva o nome do time dono do campo (CA Carlos Renaux).
Mais um gol pra fazer parte da nossa história e que, esperamos, siga fazendo história…
Um fato inusitado foi que na hora de irmos embora, encontramos com 3 torcedores do Blumenau EC, que foram ao estádio pra acompanhar o sub 18, que pelo visto fora mudado pra outro campo, sem informar. Já agendamos com eles, que na nossa próxima visita à Santa Catarina, passaremos por Blumenau,
Hora de ir embora. Tempo de fazer umas últimas fotos…
E pegar a ponte, digo, a estrada!
Ficam mais uma vez os agradecimentos para a nossa família em SC, a começar pelo gato:
A 178ª camisa do blog vem da nossa amada Buenos Aires, e é uma camisa que comprei em frente o estádio para nos ajudar a escapar de possíveis problemas, no dia em que fomos assistir Lanús x Olmedo do Equador, pela pré-libertadores de 2008. Assim, apresento-lhe o Club Atlético Lanús:
O time foi fundado em 1915, seu nome provem de “Anacarsis Lanús“, um rico comerciante do século XIX, que deu nome ao bairro de origem do time, que é relativamente próximo à Avellaneda, mas não se sentia atendido culturalmente por um time de futebol.
O Lanús manda seus jogos no Estádio Ciudad de Lanús, conhecido como La Fortaleza, que tem capacidade para 47.027 torcedores.
Como disse anteriormente, estivemos no Estádio em 2008, para assistir a uma disputa de pré-libertadores entre o time local e o Olmedo do Equador.
O bairro estava tomado. Todas as lojas, as ruas e até os cachorros estavam uniformizados!
Estávamos tranquilos até avistar um grupo de brasileiros, torcedores do Grêmio que agiam com uma dose de “autoconfiança exagerada”. Fardados dos pés à cabeça, andavam em meio aos torcedores locais sem sequer olhar para as pessoas, o que começou a despertar alguns comentários de desagrado entre os argentinos.
Nossa experiência em canchas deixava claro que aquilo não iria acabar bem e para nos precaver… Nos transformamos em torcedores locais:
Devidamente “uniformizados”, adentramos ao estádio para ver o show da torcida local.
Os gremistas ficaram bem no meio da barra local e, vale lembrar, o futebol não é um meio violento, porém, tem que saber chegar e saber se portar…
Uma pena que mesmo sendo um jogo de grande importância, o estádio não recebeu um público capaz de lotar as arquibancadas.
E aqui uma imagem histórica, do Gui (do www.expulsosdecampo.blogspot.com) na fase “cheia”.
Na primeira partida, com o apoio de sua torcida, o Olmedo vencera o Lanús, em Riobamba, por 1 a 0, ou seja, era necessário uma virada para classificar o time argentino para a fase de grupos da Libertadores.
O jogo em Lanús começou truncado, e virou 0x0. No segundo tempo,a torcida começava a ficar enraivecida, xingando o juiz (brasileiro pra piorar hehehe) quando veio o primeiro gol. Junto com o gol, revimos os gremistas, dessa vez, saindo do estádio de maneira estranha (pareciam fugir…) e foram falar com dois policiais que estavam por ali também…
A história acabou sem fotos hehehe. O Lanús fez 3×0 e quando íamos embora escutamos algumas pessoas comentando sobre “pegar los brasileros” e como achamos que seria difícil explicar que nós éramos outro grupo de brasileiros… Fomos apressados até a estação.
Dessa forma, o Lanús chegou à sua primeira Libertadores de América.
Vale citar que o time conquistou a Copa Conmebol de 1996, com o time abaixo:
Também venceu o Torneo Apertura de 2007:
E faturou ainda a Copa Sul-Americana de 2013 :
O time venceu ainda a segunda divisão em 1919, 1950, 1964, 1971, 1976 e 1991/92.
Assim, ficamos orgulhosos em participar de um pedacinho da história do clube, nesse acesso à Libertadores!
Seguimos no resgate da memória do futebol brasileiro, revisitando estádios que outrora foram palcos de importantes duelos e hoje em dia estão escondidos dos holofotes midiáticos.
Hoje, falaremos do Estádio Doutor Horácio Antônio da Costa, que também foi chamado de Centro Recreativo e Esportivo de Campinas (“Estádio Cerecamp”), ou Estádio da Mogiana, mas, nada de comprar ingressos para adentrarmos!
Que tal uma olhada sobre o atual estado do Estádio?
Vale lembrar que esse estádio fica na Rua Engenheiro Cândido Gomide, Nº, 196, no centro de Campinas, no bairro Guanabara, e é um equipamento do Governo do Estado.
Sua capacidade atual é de 4.033 pessoas, segundo a placa indicativa.
Chegou a ser um dos principais campos do interior, no século passado. A obra foi entregue em 17 de junho de 1940, época em que poucos estádios possuíam estruturas bem desenvolvidas.
O apelido de “Estádio da Mogiana” deve-se à antiga estação de trens Guanabara da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que ficava ao lado do campo o que o levou a se tornar e sede do time de futebol da associação esportiva dos ferroviários daquela empresa, o Esporte Clube Mogiana (ECM) de Campinas.
O EC Mogiana foi fundado em 7 de junho de 1933, por funcionários da contadoria da antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e por isso suas cores seguiam as da ferrovia: azul, vermelho, amarelo e branco.
O time disputou a série A2 por 6 vezes: em 1947, 1948 (jogando a série preta), 1949 (terminando a série vermelha em 3l lugar, atrás dos outros 2 times de Campinas: Ponte Preta e Guarani), 1950 (jogando a 4a série), 1958 (no grupo branco) e 1959 (Série Vicente Feola).
Aqui, partida contra o rival Rigesa, de Valinhos:
O site História do futebol apresentou algumas fotos do estádio em dia de jogo:
Trouxe ainda uma linda foto de uma camisa do EC Mogiana:
O primeiro jogo do Estádio foi entre Esporte Clube Mogiana e Uberaba Sport Club.
Esse era o time do EC Mogiana de 1958:
Infelizmente, a crise que acabou fazendo a ferrovia ser adquirida pela FEPASA, também fez o Mogiana dar adeus ao futebol profissional. O time sobreviveu mais alguns anos no amadorismo, mas finalmente… teve o seu fim.
Depois, o Estádio foi a casa do Esporte Clube Gazeta de Campinas.
Aqui, o Esporte Clube Gazeta de Campinas que disputou a 3a divisão de 1986:
Com o fim do clube, o Estádio da Mogiana acabou abandonado.
Quando tudo parecia perdido, em 1998 o Campinas Futebol Clube voltou a utilizar o estádio e para isso desenvolveu uma série de reformas.
O Campinas FC mandou seus jogos no estádio até o ano de 2009, porém em 2010, problemas financeiros levaram o time para Barueri, e ele acabaria encorporado pelo Barueri SC.
É… O tempo passa mesmo. E o que é de interesse num momento, no outro, não é mais. O CERECAMP atualmente serve a comunidade local de Campinas, talvez não volte a ter um time profissional jogando em suas dependências…
Pra deixar a memória do Dr. Horácio Antonio da Costa ainda mais triste, não é só o futebol que mudou e deixou pra traz suas memórias. Os trens também já não fazem parte da realidade do interior paulista como fizeram outrora.
Talvez seja uma fase de transição. Talvez venha coisa melhor pela frente. A única certeza é de que nunca mais seremos os mesmos.
Pessoal, tenho que fazer um “mea culpa” sobre o blog… Confesso que tenho vivido muito mais experiências com o futebol do que as que tenho postado… Espero que entendam e sigam acompanhando o blog apesar disso. E com o passar do tempo, eu vou dividindo essa experiências com vocês, ainda que com certo atraso, como é o caso da postagem de hoje, de uma história que vivemos no início de 2013, em terras portuguesas.
Já falamos de um jogo do Atlético Portugal contra o Tondela que acompanhamos nessa mesma viagem, lembra? Clique aqui e relembre a história. .
Bom, mas agora vamos falar de um role que fizemos ali próximo da Torre de Belém, um tradicional ponto turístico de Lisboa.
O local é mundialmente conhecido por ser de onde surgiram os deliciosos “pastéis de Belém”, aquele doce português que você já deve ter provado.
Ah, mas tem também a “Torre de Belém“, que tal dar uma olhada:
A torre fica às margens do rio Tejo e começou a ser construída em 1514…
De lá de cima se tem uma linda vista da cidade, em especial da “freguesia” de Belém.
E logo em frente à torre vc já encontra um monte de feirinhas e vendedores.
Mas, caso você não se comporte bem, a Torre tem também outras funções…
O rio Tejo é de onde saiam as embarcações portuguesas rumo às índias e às novas terras.
Por isso, ali, próximo à torre está o monumento aos descobrimentos:
Infelizmente, pelo que ouvimos das pessoas que ali trabalham vendendo, principalmente peças de tecido como véu, existe um grupo de “patrões” que mandam em todas as mulheres que passam o dia oferecendo os produtos aos turistas. Não sei o quão justa é a relação, mas elas não parecem muito felizes…
Mas, vamos ao foco da nossa visita: o lugar onde o time do bairro manda seus jogos, o “Estádio do Restelo“. Perceba que não é qualquer um que entra…
É aí nesse campo que o Clube de Futebol Os Belenenses, time fundado em 1919, manda seus jogos.
O Estádio foi construído onde antes era uma pedreira, numa encosta de onde se pode ver o rio Tejo.
Aí temos mais uma tradicional foto da Mari em uma bilheteria!
Aqui, alguns adesivos da torcida local, que chama o time de “Azulão“.
O Estádio do Restelo foi inaugurado em 23 de Setembro de 1956. Antes dele, os azuis já haviam ocupado o “Campo do Pau de Fio“, o “Estádio do Lumiar” e o Estádio das Salésias, também chamado de Estádio José Manuel Soares, de 1928.
Enfim, que tal um rolê pela casa do time azul?
No final da década de 30, o Estádio José Manuel Soares era a casa da Seleção de Portugal.
Tudo parecia bom, até o governo local avisar o clube que em 6 anos eles deveriam deixar aquela área, uma vez que aquela região interessava para novos empreendimentos. Em troca, o clube receberia uma área no mínimo difícil de ser trabalhada: uma pedreira!
E a pedreira foi o berço para o estádio que além de vários jogos recebeu também muitos shows, como o de comemoração dos trinta anos da banda Xutos & Pontapés, pra quem quer conhecer algo do rock português:
No jogo de inauguração, o Belenenses venceu o Sporting por 2 a 1.
As arquibancadas são muito bem cuidadas e coloridas, sempre em azul!
Uma pena não termos experimentado um jogo com a torcida ao vivo…
Embora grandioso, a capacidade total não é tão grande, o estádio comporta 20 mil torcedores, confortavelmente, mas antes das obras de modernizações que também passaram pelos estádios portugueses, teve jogo com mais de 60 mil pessoas presentes.
As arquibancadas contam com cadeiras em quase todo o estádio.
Só em alguns espaços existe um tipo de “geral”, no cimentão mesmo.
O Belenenses já venceu 3 Campeonatos de Portugal e 3 Taças de Portugal, e durante décadas fez parte do quarteto dos “Grandes”, juntamente com o Porto, Benfica e o Sporting.
A torcida local também é Fúria!
Enfim, mais uma obra de arte do futebol, visitada por nós!
Mais um gol que pudemos conhecer!
E fica aí mais um time contando com seu bairro e vice e versa, para juntos escreverem um pouco sobre a cultura das pessoas que vivem ali.
Mais um final de semana de aventuras no mundo do futebol. Dessa vez, pegamos a Ayrton Senna / Dutra e fomos até Taubaté.
Nossa missão: acompanhar a final da série A3, entre o time local e o Votuporanguense, no tradicionalíssimo Estádio Joaquim de Morais Filho, o “Joaquinzão”.
Mesmo tendo perdido o primeiro jogo, em Votuporanga por 3×0, alguns amigos da torcida local disseram que a cidade estava confiante na reversão desse placar. Eu e a Mari acreditamos e pra poder aproveitar o rolê, fomos um dia antes pra Taubaté, pra sentir o clima da final.
Ainda no sábado, demos um pulo no Joaquinzão para comprar nossos ingressos!
O time tinha acabado de treinar e deu pra bater um papo com alguns jogadores. Encontramos também diversos torcedores do Taubaté que foram até lá pra apoiar o time, ou mesmo pra pegar autógrafos do time que poderia entrar pra história!
Vale lembrar alguns dados do Estádio Joaquinzão: atualmente sua capacidade é de 9.600 torcedores, diferente dos mais de 20 mil lugares disponibilizados desde sua fundação, em 1967.
Antes dele, o Taubaté mandava seus jogos no Estádio Praça Monsenhor Silva Barros, “O Campo do Bosque”. E para a construção do novo campo, em 1958 houve uma grande campanha de arrecadação de tijolos. A partida de estreia foi contra o São Paulo que venceu o time local por 2 a 1.
Atualmente,o time do Taubaté vem superando as dificuldades e se posicionando cada vez mais como o time da cidade, lutando contra a massificação dos jovens que cada dia mais se deixam levar pela mídia e notoriedade dos times da capital.
O recorde de público do estádio aconteceu no jogo contra o Corinthians, em 11 de junho de 1980: 21.272 torcedores, e embora a realidade atual seja diferente, o público esperado para o jogo é um dos maiores dos últimos anos.
Mas… Antes do jogo, fizemos o tradicional rolê pela cidade, conhecendo um pouco dos lugares tradicionais da cidade, de restaurante até a antiga estação de trem, sem deixar de conhecer a Feira da barganha, em frente o Mercado Municipal, nos domingos pela manhã (deu pra ir antes do jogo)…
A boa surpresa foi que ficamos no mesmo hotel que o time do Votuporanguense, o que nos permitiu vivenciar um pouco da sensação de disputar uma final, quase como parte do grupo.
Além disso, tivemos a sorte de conhecer o Émerson, que coordena o VotuNews, portal muito bacana que leva à Internet as informações sobre a cidade de Votuporanga, em especial o esporte.
O time do Votuporanguense chegou confiante graças ao placar elástico no jogo de ida, mas em momento algum, percebemos qualquer sentimento de “já ganhou”. Ao contrário, sabiam da dificuldade que seria enfrentar o Taubaté no Joaquinzão.
Eu e a Mari demos uma volta pela região e após muitas atividades, o sábado foi chegando ao fim. Chegamos ao hotel, prontos pra descansar pro dia seguinte. Por volta das 23hs quando começamos a pegar no sono… Uma surpresinha… Um barulho ensurdecedor praticamente na nossa janela do hotel…
Na mesma hora, percebemos como seria aquela noite. E assim foi até as 6 horas da manhã. De hora em hora os rojões despertavam aqueles que tentavam dormir e têm o sono mais leve. No dia seguinte, levantamos cedo, pra aproveitar o momento do café da manhã com os atletas do Votuporanguense e não se ouvia outra coisa entre eles, e também entre os demais hóspedes do hotel: a noite do sábado fora um “mini Iraque”. Aparentemente os jogadores levaram numa boa, mas alguns hóspedes estavam mesmo bravos com todo o barulho gerado pela torcida do Taubaté.
Confesso que achei engraçada aquela situação, afinal, em tempos de “futebol moderno” onde qualquer coisa é considerada radicalismo, o pessoal de Taubaté soube aproveitar uma oportunidade, sem ofender ou agredir ninguém. Saímos cedo pra conhecer a feira da barganha e quando voltamos estranhamos a presença do ônibus dos jogadores ainda no hotel. Ficamos sabendo que além dos rojões, a torcida local furou (ou murchou) alguns pneus do ônibus, atrasando a saída do time e obrigando o Votuporanguense a utilizar o ônibus dos torcedores para levar os atletas ao estádio.
É mole??? Pra quem acha que as boas histórias do futebol morreram, aí está mais uma que pode acompanhar os torcedores por alguns anos. Bom, mas vamos ao jogo, que é pra isso que estivemos em Taubaté!
A torcida local pareceu ignorar a forte garoa que molhou a cidade desde a noite do sábado e colocou quase 6 mil torcedores no Joaquinzão.
Público formado por torcedores organizados, mas também muitas famílias e torcedores comuns.
Deu orgulho de poder fazer parte dessa história, mesmo não sendo torcedor de nenhum dos dois times.
Aliás, olhando lá para o outro lado, dava pra ver que a torcida visitante também compareceu em um bom número, principalmente se considerarmos a distância entre as duas cidades.
Outro ponto que vale a pena citar é que não vimos nenhum tipo de incidente entre torcedores e olha que demos umas duas voltas em torno do estádio pra sentir o clima do jogo. Sem dúvida, a chuva reduziu em boa parte o número de torcedores presentes, com certeza em um dia sem tanta água caindo, teríamos quase 10 mil pessoas no campo.
Que fique registrado: choveu durante os 90 minutos. E isso prejudicou o público, mas também a qualidade do gramado e consequentemente o nível do jogo. Só que o time do Taubaté decidiu passar por cima de tudo isso. Das poças, do frio, do jogo truncado… E foi pra cima do Votuporanguense. Resultado? Escanteio batido e Lelo marca. Taubaté 1×0, em menos de 10 minutos.
E pra quem achava que era só um “aperto inicial” o Burrão seguiu no pique e logo aos 15 minutos, marcou o segundo gol.
Os rojões teriam conseguido efeito? O forte time do Votuporanguense sucumbiria ainda no primeiro tempo, por uma noite mal dormida? O torcedor local tinha certeza disso, mas… O primeiro tempo acabou em 2×0, mesmo, sob aplausos da torcida local.
O intervalo foi ótimo para nos permitir conhecer pessoalmente o pessoal da Comando 1914, com quem já trocávamos mensagens na Internet.
Fica aqui um grande abraço ao Ronaldo e todo mundo que fez uma linda festa na arquibancada, não somente na final, mas em cada jogo do Taubaté.
O 2º tempo começou, a chuva não deu trégua, e o time visitante apertou a marcação, mostrando que não entregaria um terceiro gol facilmente.
A torcida local seguia em seu transe quase hipnótico de apoio ao time, torcendo como se estivessem em campo, jogando junto.
Que fique claro, o Taubaté não é uma exceção entre os times do interior paulista. Acometido por dificuldades financeiras (não é fácil manter um time pagando em dia, na série A3) a diretoria conseguiu reunir a Prefeitura, as empresas locais e só assim o envolvimento entre cidade e futebol voltou a se acender.
Por volta dos 25 minutos, decidi dar uma volta pelo estádio e foi incrível perceber que não havia um único torcedor do Taubaté que parecia ter desistido do título.
Dava pra ver nos olhares, nos abraços, nos gritos e na própria postura de cada torcedor o sentimento de dedicação e amor ao time da cidade. O estádio estava feliz, pela conquista do acesso, mas queria mais. Entre tosses e espirros, os ensopados, pré-gripados torcedores queriam o título.
O grito de campeão estava preso e sufocado, por anos de convivência com os demais cidadãos que abriram mão do time da cidade para torcer pelos times da capital. Eram 6 mil pessoas que queriam gritar aos sãopaulinos, corinthianos, palmerenses e santistas nascidos na cidade um “ACORDEM, SOMOS CAMPEÕES, O TIME DA NOSSA CIDADE!!!”
Sem desmerecer, ao mesmo tempo, o excelente time e torcida da Votuporanguense. Pra nós, que assistíamos a essa verdadeira ópera como meros espectadores (Se é que era mesmo possível) doía ver o esforço de um time jovem e tão correto caindo em solo molhado.
Mas ainda não havia nada perdido, para nenhum dos times. Afinal, os 2×0 dava o título ao time visitante. Passava dos 30 minutos, mais água ainda e o placar igual. Senhores, senhoras e crianças sofriam nas arquibancadas tanto ou mais do que os atletas em campo. Havia um sentimento de estafa emocional, lágrimas sendo preparadas para o choro, de tristeza ou felicidade.
O gramado chorava da sua maneira. As chuteiras não perdoaram, arranharam, machucaram, fizeram o sangrar terra viva, mas esse foi o sacrifício feito pelo Joaquinzão para fazer parte dessa história. Times, torcidas, jornalistas, o campo, uniformes, as traves, a bola, cada pedaço de pano molhado amarrado na arquibancada. Todos sofriam por igual. Sério, parecia que em algum momento algo iria explodir e não eram os rojões da noite anterior. Foi aí que algo aconteceu. Em meio a tudo isso, um apito longo feito por um maquinista avisava… Se o trem não para, por que o Burrão iria??
Não sei se foi combinado ou não, mas o estádio começou a gritar o tradicional “EU ACREDITO”, e antes que alguém desmaiasse de tensão ou dor… Veio o fato que todos (os torcedores locais) aguardavam. Gol. Do Taubaté. E a explosão veio. De felicidade, de raiva, de amor, de orgulho…
O time da cidade estava presente de corpo e alma. Abraçad@s, vizinh@s, amig@s, namorad@s, pais e filhos, av@s…. Há tempos não víamos lágrimas tão reais e intensas em torno de uma partida. 46 do segundo tempo. Outro gol. Já não há o anormal. A certeza do título já é uma realidade. A felicidade em cada gota de chuva já pode ser ouvida dentro e for a do estádio.
Mais fogos de artifício. Esses vêm de longe. Houve quem preferisse acompanhar o jogo pela TV ou pela rádio e agora amaldiçoava o fato de perder essa festa queimando o céu. Eu a Mari saímos quietinhos. Contentes por poder vivenciar tudo isso tão de perto. Por ver os amigos do Taubaté levantarem a taça e mais uma vez colocar o nome do time na história.
Ao mesmo tempo, um pouco tristes por saber que o pessoal que havia tomado café da manhã conosco, há poucas horas, voltaria pra casa sem o troféu. Nos tranquilizamos pensando que o acesso seria um presente grande o suficiente para acalmar a cidade. Rapidamente estávamos no hotel, tomamos um banho quente pra tentar fugir da gripe e em pouco menos de uma hora estávamos deixando a cidade.