Já no caminho de volta, vamos conhecer um pouco da história do futebol em Presidente Bernardes e do Estádio Dr Arthur Ramos e Silva Jr, a casa da AA Bernardense.
Presidente Bernardes foi o nome dado à antiga povoação de Guarucaia, em homenagem às árvores desta família que existiam por ali, e receberia o apelido de “cidade amizade” décadas depois.
Assim como as demais cidades do oeste paulista, os indígenas residentes na região foram surpreendidos com a chegada dos bandeirantes e acabaram mortos, expulsos ou dominados, expulsando de suas terras de origem e pondo um fim ao sistema de vida que existia até então.
O ato final dessa verdadeira guerra ocorre em 1º de novembro de 1919, com a inauguração da Estação de Trem da cidade. Foto da estação em 2016, do site Estaçoes Ferroviárias:
Junte-se ao cenário a chegada da igreja..
Embora nenhum time da cidade tenha participado de competições profissionais, um deles chegou bem perto disso: a Associação Atlética Bernardense, “O Leão da Alta Sorocabana”, fundada em 1º de maio de 1944.
Muitas das informações para este post eu li no site Osmardeamigos, vale a pena visitá-lo. Esse é o mascote da AA Bernardense:
A Associação Atlética Bernardense se tornou uma bastante conhecida nos campeonatos de Futebol Amador do Estado de São Paulo, como em 1956, sendo campeã do setor:
Ou em 1957, quando fez várias partidas para se preparar para o Campeonato:
Neste ano, um segundo time de Presidente Bernardes esteve nas disputas: o Ponte PretaEC.
Nas décadas de 60 e 70 disputou muitos amistosos com times que participavam de competições profissionais, de equipes locais como a Prudentina, até potencias do interior como o XV de Piracicaba, da capital como o Juventus e até equipes de outros estados como o Olaria e Operário de Campo Grande. Esse foi o time de 1960:
Em 1974, se tornou vice campeã do amador do estado.
Aqui, o time da Associação Atlética Bernardense de 1977, Campeão Amador Regional:
Aqui, a Associação Atlética Bernardense de 1978.
Aqui, o time de 1980:
Em 2005, a AA Bernardense terminou em 3º lugar no Campeonato Amador Regional.
O primeiro campo da Bernardense era localizado na Vila São Vicente, onde atualmente está localizada a Casa da Lavoura, mas graças a Arthur Ramos e Silva Júnior, que doou um terreno no bairro Village, surgiu o novo estádio, construído através de um mutirão, por isso, o Estádio leva seu nome.
Primeiro, fomos conhecer a entrada da sede social da AA Bernardense:
Na mesma rua, mais acima, está a entrada do Estádio Dr. Arthur Ramos e Silva Jr.
Inicialmente achamos que não seria possível entrar o campo, como se as imagens por cima do muro fossem ser tudo o que iríamos conseguir…
Mas…. o portão estava aberto permitindo o nosso registro:
O gol do lado esquerdo:
O do lado direito:
E o meio campo:
Ao fundo uma estrutura que dá suporte nos dias de jogo:
Ali, um espaço onde seria a entrada tradicional:
E um registro oficial da nossa presença em mais um lindo estádio do interior paulista!
Vale ressaltar que atualmente a cidade possui também o Estádio Municipal Manoel Inácio Cavalcante. Imagem do Google Maps da rua Dr Arthur Falcone:
Sigamos a estrada, feche a porteira depois de passar e vamos em frente!
Vamos mostrar como foi o caminho de volta, começando pelo Estádio Municipal José Francisco Abegão, em Presidente Venceslau.
Presidente Venceslau é uma cidade do interior de São Paulo, distante 600 km da capital e com cerca de 40 mil habitantes.
Foi ocupada por muitos anos (talvez milhares) por indígenas Kaingangues, dizimados, primeiro pelos bandeirantes e depois pela estrada de ferro e a agricultura.
Nunca entendi porque depois de dizimar os indígenas locais as cidades decidem homenageá-los … Por muito tempo chamou-se o povoado de “Coroados” (um outro jeito de chamar o povo kaingangue), em memória ao povo que ali viveu. Também foi chamado de Perobal, por causa das grandes árvores de Peroba que existiam e que foram transformadas em trilhos para a Ferrovia Sorocabana.
Por fim… O nome da cidade acabou sendo homenagem a um dos presidentes do país: Wenceslau Brás, em 1921.
A cidade foi emancipada de Presidente Prudente ainda na década de 1920 e recebeu imigrantes alemães, depois italianos e espanhóis, mais tarde, japoneses, que desenvolveram a lavoura. A Estrada de Ferro Sorocabana foi fundada em 1872, mas apenas em 1922 chegou ao rio Paraná, passando por Presidente Venceslau.
A cidade tem crescido, mas mantém muitas casas antigas como verdadeiro registro histórico.
E sim… Tá lá a igreja matriz!
Mas, por hora, esqueçam as orações… Nosso objetivo em Presidente Venceslau era registrar o Estádio Municipal José Francisco Abegão, e também relembrar os times que disputaram os Campeonatos Profissionais da Federação Paulista.
Infelizmente o Estádio Municipal José Francisco Abegão não possui mais nenhuma identificação na sua entrada…
Apenas essa inscrição em seu muro lateral.
O Estádio Municipal José Francisco Abegão tem capacidade para 14 mil torcedores.
Hora de dar um rolê e conhecer o campo:
Se atualmente o Estádio Municipal recebe partidas de competições da região, em 1942 ele era chamado de Estádio Antônio J. Andrade e era a casa da Associação Atlética Venceslauense!
A AA Venceslauense nasceu para representar a cidade no reconhecido Campeonato do Interior, que era a competição mais importante para os times do interior. Por ser o time mais antigo, era conhecida como a veterana”. Aí está o seu grupo em 1942:
Não disputa em 1943, mas retorna em 1944, quando sagra-se campeão da 17ª região (muitos times consideravam isso um título!) e classifica-se para os mata-matas. Pena que logo de cara pega a forte Ferroviária de Assis e perde como visitante por 4×1 e em casa por 2×1:
Em 1945, o FADA (de Santo Anastácio) sagra-se campeão do grupo.
Em 1946, novamente o FADA sagra-se campeão:
Aqui, o grupo de 1947 que teve o Paulista de Álvares Machado como campeão.
A AA Venceslauense segue nas competições do interior, honrando seu manto, como o faz na foto abaixo o atleta “Toco”, Carlos Alberto dos Santos, em 1956!
Até torcida organizada eles tinham!
Em 1957, segundo a Gazeta Esportiva, o Estádio Antônio J. Andrade passou por uma grande reformulação:
Em 1966, a AA Venceslauense faz história e disputa o Campeonato Paulista da 4a divisão, sua única aventura no profissionalismo. 16 partidas inesquecíveis para a torcida local.
A AA Venceslauense volta ao amadorismo e por fim doa o terreno do clube e do então Estádio Antônio Andrade à Prefeitura para ser construído o “Centro Esportivo José Francisco Abegão. Mas Presidente Venceslau teve outro importante time em sua história: o Esporte Clube Corinthians, fundado em 26 de novembro de 1946.
Claro… O time foi uma homenagem ao seu homônimo da capital, mas mesmo assim fez história, com 9 participações em Campeonatos Estaduais.
Junto à sua sede eles construíram um estádio que também homenageia o Corinthians paulistano: o Parque São Jorge.
O time começou disputando o Campeonato amador do Interior como em 1950:
Em 1957, organizou um torneio quadrangular:
No mesmo ano também houve a construção do. seu estádio:
Em 1965, foi vice campeão do quadrangular da cidade, jogando no Parque São Jorge.
Ainda em 1965, o EC Corinthians estreia na Quarta divisão com uma campanha mediana (5 vitórias, 5 derrotas e 2 empates).
Manteve-se na Quarta Divisão em 1966, quando se licenciou do profissionalismo.
Aqui o time de 77:
Volta ao profissionalismo em 1986, jogando a Terceira Divisão e novamente terminando na sexta colocação.
Na Terceira Divisão de 1987, termina em terceiro lugar do grupo.
E em 1988, joga a Quarta Divisão, classificando-se em terceiro lugar para a segunda fase.
A segunda fase é um triangular de onde apenas um time se classifica e a vaga acaba com o Riolândia.
Em 1989, mais uma vez o Corinthians se classifica para a segunda fase, dessa vez em segundo lugar.
Mais uma vez o time foi mal no triangular da segunda fase:
E eis que chega o momento mágico do time: o ano de 1990! E a primeira fase é mais uma vez ultrapassada, com a seguinte campanha:
1º turno 18 de março:EC Corinthians 0x2 Palmeiras (Franca) 25 de março: São Simão 2×2 EC Corinthians 1º de abril:EC Corinthians 2×1 Ituveravense 8 de abril: Monte Azul 1×4 EC Corinthians 15 de abril:EC Corinthians 0x0 Severínia 22 de abril: Cravinhos 0x2 EC Corinthians 29 de abril:EC Corinthians 1×0 Estrela da Boa Vista 6 de maio: Palmeirinha (Porto Ferreira) 0x1 EC Corinthians 12 de maio: Palmeiras (Franca) 3×1 EC Corinthians 20 de maio: EC Corinthians 1×1 São Simão 27 de maio: Ituveravense 0x1 EC Corinthians 3 de junho: EC Corinthians 1×0 Monte Azul 17 de junho: Severínia 0x0 EC Corinthians 24 de junho: EC Corinthians 2×0 Cravinhos 1 de julho: Estrela da Boa Vista 0x0 EC Corinthians 8 de julho: EC Corinthians 0x0 Palmeirinha (Porto Ferreira)
2º turno: 22 de julho:EC Corinthians 2×0 Nevense 29 de julho: José Bonifácio FC 0x4 EC Corinthians 5 de agosto:EC Corinthians 4×0 São Paulo (Avaré) 12 de agosto: Guariba 1×3 EC Corinthians 19 de agosto:EC Corinthians 1×0 Ranchariense 26 de agosto: Andradina FC 0x1 EC Corinthians 9 de setembro: Nevense 2×0 EC Corinthians 16 de setembro: EC Corinthians 3×0 José Bonifácio EC 23 de setembro: São Paulo (Avaré) 0x2 EC Corinthians 30 de setembro:EC Corinthians 4×0 Guariba 7 de outubro: Ranchariense 2×1 EC Corinthians 14 de outubro:EC Corinthians 2×0 Andradina FC
A segunda fase foi um quadrangular e o EC Corinthians terminou como líder, com a seguinte campanha:
11 de novembro: Palmeirinha (Porto Ferreira) 0x2 EC Corinthians 15 de novembro: EC Corinthians 3×2 Monte Azul 18 de novembro: São Paulo (Avaré) 1×0 EC Corinthians 24 de novembro: EC Corinthians 2×0 São Paulo Avaré) 2 de dezembro: Monte Azul 0x0 EC Corinthians 9 de dezembro: EC Corinthians 2×1 Palmeirinha (Porto Ferreira)
O Campeonato daquele ano não teve final, foram somados os pontos das duas fases e o líder (o EC Corinthians) sagrou-se campeão
Aí está o time campeão!
Com o título, em 1991 voltou para a Terceira Divisão, mas a diferença de nível técnico ficou clara e o time terminou em último lugar.
Por fim, faz sua última participação na Terceira Divisão em 1992, com uma campanha mediana, abandonando o profissionalismo.
Em 1994, até se anima para voltar ao profissional, mas desiste da 4a divisão antes do início do campeonato deixando o Estádio Municipal José Francisco Abegão com suas portas abertas apenas ao futebol amador…
Os bancos de reserva…
E aí, a visão do meio campo:
O gol da direita:
E o gol da esquerda:
E a linda (e receptiva) arquibancada:
A arquibancada coberta:
Sempre bom reforçar quando temos arquibancada atrás do gol.
E o grande charme do dia: a coruja que vive em pleno campo!
Um último registro do campo e….
Calmaaaa! Antes de nos despedirmos de Presidente Venceslau, vale a menção a um terceiro time que embora não tenha chegado ao profissional, mexeu com a cidade nos anos 60: a Sociedade Esportiva Mariana.
Severínia surgiu em 1914 com terras doadas por um criador de porcos chamado José Severíno de Almeida (daí o nome da cidade). Sua ideia era apostar no café, e para isso criou a fazenda “Bagagem”. Aos poucos a cidade foi crescendo até que a estrada de ferro chegou na cidade, porém, no dia da inauguração, para surpresa de todos, mudaram a placa indicativa da localidade e o nome passou a ser Luís Barreto.
A própria cidade passou a se chamar Luis Barreto por quase oito anos quando voltou a se denominar Severínia.
Atualmente a população de Severínia é de pouco mais de 17 mil pessoas, que vivem basicamente da agricultura e dos empregos gerados pela Usina Guarani, pelo comércio e pela Prefeitura Municipal.
E Severínia tem também seu destaque no esporte, mais particularmente no futebol graças à Associação Atlética Severínia, time que conseguiu chegar a disputar o Campeonato Paulista de Futebol (distintivo do site História do Futebol).
A Associação Atlética Severínia foi fundada no dia 2 de janeiro de 1987 e 3 anos depois estreou na Quarta Divisão do Campeonato Paulista de 1990, com o time abaixo:
O campeonato contou com poderosas equipes do interior paulista:
Naquele ano mágico até a categoria de base se movimentou!
Achei curioso o fato do distintivo da camisa ser diferente daquele tradicional… Ainda estou pesquisando pra saber o motivo, mas por hora, vamos dar um pulo no Estádio Municipal de Severínia!
E mais uma vez vamos registrar um estádio que foi palco das divisões de acesso do futebol paulista.
Abaixo, uma foto da entrada no dia da inauguração do estádio, em 17 de outubro de 1976 (foto do site Onda do Esporte):
E nessa época, quem mandava aí seus jogos nos campeonatos amadores era o EC Severínia, que inclusive perdeu o jogo de inauguração do estádio por 5×1 para o Rio Preto (distintivo do site História do Futebol).
Vale lembrar que antes do Esporte Clube, houve ainda um outro time, o Severínia FC.
Segundo a placa na entrada, o nome oficial é “Estádio Municipal Jovelino José Lopes“.
Mais uma bilheteria para nossa coleção!
No vídeo abaixo, acabei dizendo que o Severínia foi campeão, mas na verdade, o time apenas disputou as competições de acesso. A emoção do momento falou mais alto, acontece!
O forte calor da região somado ao tempo seco deixou o gramado em condições prejudicadas, mas mesmo assim, nota-se que a prefeitura tem cuidado do estádio e do campo.
Aparentemente haviam feito a poda da grama naqueles dias.
O campo ainda possui alambrado e sistema de iluminação.
E uma mini estrutura na lateral para banco de reservas e de arbitragem,
A impressão é que essa área na lateral onde existe a maior parte da arquibancada foi coberta no passado. Provavelmente se deteriorou e acabaram a retirando
O que deverá acontecer em breve com os alambrados de traz do gol.
Para quem gosta de ter uma ideia geral do campo, seguem as 3 tradicionais imagens, começando pelo meio campo:
O gol da esquerda:
E o gol da direita:
Sem dúvidas um estádio que está registrado eternamente na história do futebol paulista e que merece ser preservado até para que possibilite num futuro, o retorno do time ao profissionalismo.
E não é que mais um ano conseguimos cumprir a tradição de ir até Assis para ver um jogo do VOCEM?? O VOCEM é um time que sempre povoou meu imaginário fosse pelas histórias que meu pai contava, ou pelas tantas férias que passei na casa da vó Luzia, tendo como “vizinho de frente” a Igreja da Vila Operária, onde o Padre Belini fundara a equipe local. Abaixo uma foto do Padre com meu vô Tonico, meu primo Gustavo (sãopaulino) e eu, armado, de cuecas e sandálias.
Ir pra Assis quase que anualmente significa refazer uma peregrinação que mistura a história da minha família ao futebol local e à ferrovia, aproveitando ainda para conhecer novas cidades ao caminho (dessa vez passamos por Cerquilho, São Manuel, Pirajú).
Também gosto de fotografar alguns locais para ver como as coisas vão mudando, e mesmo pixações que tenham a ver com meu jeito de pensar e viver, assim, seguem algumas dessas fotos:
Dói demais ver tantos trilhos, tanta estrutura pronta simplesmente abandonada… A Ferrovia faz parte da história do interior e cruzou muitas vezes com o futebol.
E o Osvaldo Gimenez Penessor, meu pai, entrou no clima do rolê, passeando com sua camisa da Ferroviária!
O interior paulista tem uma vida social e cultural riquíssima, que mistura passado e presente.
Outro detalhe que sobrevive na cidade são as casas de madeira que resistem ao tempo e mantém-se lindas!
Aqui, a praça na Vila Operária, onde ficava a Paróquia, hoje reformada e bem ajeitadinha:
Aqui a imagem do padre Aloísio Belini junto da escola de samba da Vila Operária (mesmo local de onde nasceu o VOCEM).
Tivemos tempo de dar um pulo em Cândido Mota (tomar um sorvete na praça é passeio obrigatório!) e visitar o campo do CAC (Clube Atlético Candidomotense), o Estádio Municipal Benedito Pires!
No sábado, deu ainda pra acompanhar um pouco do dérbi de Assis, pelo sub 20, final de jogo VOCEM 0x0 Asssissense…
Também fomos dar um alô no campo da Ferroviária!
E no Clube São Paulo de Assis, completando o ciclo dos times que disputaram as competições oficiais da Federação representando Assis.
Enfim, o fim de semana passou corrido, e quando me dei por conta, já era domingo de manhã, hora do jogo, e lá fomos nós, de volta à Vila Operária, para o Estádio Municipal Antônio Viana da Silva, o “Tonicão”.
O jogo era a última rodada da segunda fase da série B, de onde se definiriam os 8 times a disputar as quartas de final. O VOCEM enfrentaria a AD Guarulhos do amigo Rapha!
Essa é a fachada do Tonicão. Acanhada né? Merecia um letreiro com nome da cancha…
Chegamos cedo, e pudemos acompanhar a entrada da torcida local, animada, mas ainda em pequeno número perto do potencial que a cidade tem.
O Estádio tem duas arquibancadas, onde cabem 5 mil pessoas em cada. O público do jogo foi de 2 mil torcedores.
Como tudo isso aconteceu há quase um ano, o fim da história eu já posso resumir pra vocês… Nem o VOCEM nem o AD Guarulhos (dos nossos amigos Francisco e Cabelo) subiram pra A3…
Se há alguns anos atrás, nosso companheiro nessa aventura foi o tio Zé (já falecido), dessa vez foi o Tilim (filho do Tio Zé) que nos fez companhia!
Destaque pra tradicional pipoca de estádio, sempre presente!
A torcida local compareceu, não em tantas pessoas como eu esperava, pra um jogo decisivo, mas… Lá estavam os apaixonados pelo futebol!
O time local venceu a partida por 4×1, eliminando qualquer esperança pro Guarulhos.
As cerca de 20 mil pessoas que vivem em Miguelópolis tem na agricultura e nos serviços decorrentes sua principal riqueza.
Ainda dá pra encontrar o pessoal tranquilo, curtindo o feriado sentado na calçada, sem a agitação que estamos acostumados aqui no ABC.
Mas, quando falamos de futebol, a agitação é a mesma!
E por isso, vamos mostrar um pouco do Estádio Waldemar de Freitas.
Acreditávamos que o estádio fora a casa do Miguelópolis FC na sua única participação em competições oficiais da Federação Paulista, em 1964, pela quarta divisão, conforme descrita pelo Livro “125 anos de História – A enciclopédia do futebol paulista“.
O mesmo livro cita o time como Associação Esportiva Miguelópolis.
O time havia participado de edições do Campeonato Amador do Interior, como mostra a Gazeta Esportiva de 1958:
Aqui o grupo do time em 1964:
Voltemos assim para o Estádio Waldemar de Freitas!
O Estádio estava fechado e o dia acabando…
Já estava me conformando em só registrar a parte externa do estádio.
Ao menos dava pra ver uma placa celebrativa. Mas ela só me deixou em dúvida. A placa não diz se é sobre a inauguração, mas sua data é de 1982… O que me leva a perguntar se existiu um outro estádio na época do profissionalismo, ou se a placa é apenas de alguma reforma…
Conversei com um ex jogador que fez parte do time que jogou a terceira divisão, chamado Fábio Ribeiro (tio do amigo Paulo) e ele confirmou que não foi neste estádio que o Miguelópolis mandou suas partidas. E mais, ele garante que o time que jogou era mesmo o Miguelópolis FC e não a AE Miguelópolis.
Estávamos quase indo embora quando cruzamos com o amigo Valdomiro Pinheiro que mora literalmente colado ao estádio, e adivinhe onde o quintal da casa dele termina…
Assim, após cruzar a casa do Valdomiro…
E assim, tendo o sol como companheiro, adentramos ao Estádio Waldemar de Freitas.
O belo gramado mesmo no gol é para poucos…
Ao fundo a arquibancada coberta.
O alambrado cerca o campo todo!
As árvores atrás do gol completam o charme local!
Não existem arquibancadas nas laterais, além da coberta.
E assim, mais um capítulo da nossa aventura chega ao fim, graças ao amigo Valdomiro.
A cidade viveu dias de glória com o futebol e o futsal. Mas, nem mesmo com muita reza na Paróquia São José, as coisas se sustentaram 🙁
A cidade de Orlândia fazia parte de Batatais até 1890, e sua história tem muito a ver com a produção agrícola da cidade e com o fato da Cia Mogiana de Estradas de Ferro permitirem seu escoamento para outros mercados.
A cidade foi planejada para colaborar com a circulação dentro dela, por isso, existem várias avenidas largas, nem sempre comuns nas cidades do interior.
E é possível encontrar diversas lembranças arquitetônicas do passado da cidade!
E aí você se pergunta: Por que estávamos em Orlândia? Simples, por causa da Associação Atlética Orlândia.
A Associação Atlética Orlândia foi fundada em 5 de Maio de 1920 e mandava os seus jogos no Estádio Municipal Virgílio Ferreira Jorge, o “Virgilhão”.
Essa já não é a atual cara da entrada do estádio (e aí começamos a desenrolar a triste história do futebol local). Se você for até lá hoje, encontrará a seguinte imagem:
Pois é, já não tem a placa indicando o nome do Estádio e nem sequer uma entrada… Está tudo bem fechado. E o motivo? R$ 3 milhões de motivos… Que fizeram o terreno ser agora da propriedade do Grupo Colorado.
Pra quem não conhece a história de sucesso do time local, vale lembrar que a AA Orlândia disputou 27 Campeonatos Paulistas entre a A2 (de 1949 a 52, 1967, 1969, de 1971 a 74, 1976, de 1982 a 84 e 1986). E pela terceirona, foram 11 disputas (de 1961 a 66 e depois de 1977 a 1981).
Um pouco do registro fotográfico desses times encontra-se em fotos aqui e acolá distribuídas pela Internet, a começar por um time da década de 60 (que tinha no gol, Carlão, que jogou aqui no Santo André, também):
Olha o Carlão em uma bela imagem da época:
Essas são do site do Milton Neves, da seção “Que fim levou”. O jogador em destaque é José Augusto Lopes da Silva, o Zé Augusto (ou Guto).
É , a AA Orlândia tem mesmo um passado glorioso, com destaque para o título do Torneio Matheus Marinelli, de 1982 e o título de 1994, da Quinta Divisão (campanha abaixo):
O campeonato foi decidido em um hexagonal final e a AA Orlânidia sagrou-se campeã!
Mas, seu presente é uma lacuna…
Logo após o título de 1994, o clube se licenciou e hoje, o estádio aguarda o início de sua demolição… Que tal uma espiada?
Ao fotografar o lado externo fomos orientados por um morador que evitasse demonstrar muito interesse, porque segundo ele, a Polícia Militar e a segurança privada do local costumava ser um tanto rígida ao não permitir qualquer registro sobre o local.
Respeitamos o conselho e obviamente não adentramos à área do estádio, agora particular, mas pelo menos as fotos da bilheteria, foram feitas!
Decidimos dar uma volta ao redor do quarteirão para ver se ao menos alguma fresta permitiria um registro mínimo da parte interna do estádio.
E encontramos! Um furo no portão permitiu trazer luz a um dos campos mais misteriosos da atualidade. Ele segue lá! Mas… E aquele ônibus?? O que faz lá?
A arquibancada coberta resiste, como que implorando uma segunda chance…
Encontrei uma foto que parece ser dessa mesma arquibancada, alguns anos atrás:
Aqui, uma imagem do gol:
E consegui fazer uma foto dos fundos da arquibancada coberta.
Ainda encontrei algumas imagens da parte de dentro do Estádio Municipal Virgílio Ferreira Jorge:
Mas o registro mais marcante é o que foi feito pelo artista Nuno Ramos, em sua performance “Placar final”, de 2007, que parecia antever um triste futuro da cidade, enterrando o futebol profissional…
E além disso, contamos com a ajuda dos nossos amigos que seguem acompanhando o blog, e graças ao Naressi, torcedor do CAP (Pirassununguense) da Malucos do Vale, conseguimos algumas imagens internas:
Acho que mesmo sem conseguirmos entrar, deu pra ter uma ideia da grandiosidade do estádio e sua importância pro futebol local.
Uma última olhada via buraco…
Ah, e pra quem se pergunta por quê a tristeza também no futsal, é que o time que outrora teve Falcão como principal jogador / embaixador, acabou vendo o final dessa parceria deixando a cidade órfã.
Depois de passar por Bariri, a terceira parte do nosso rolê nos levou até Ibitinga, cidade onde vivem cerca de 50 mil habitantes, e que é bastante conhecida como a capital nacional dos bordados, tanto que em julho de 2017 acontecerá a 44a edição da feira do setor!
A cidade ainda está cercada de natureza e acabamos ficando numa pousada no meio de toda essa vida!
Acordamos com o cantar do galo, e curtimos a neblina da manhã!
Chegamos na cidade bem no dia da festa da igreja local, em comemoração ao Corpus Christie.
Aí não teve outro jeito, se não… curtir a festa.
Com destaque para as deliciosas goiabas vendidas na rua, no meio de uma feira que oferecia de tudo!
Sempre achei que já tinha ouvido falar de Ibitinga, e não achava que era por causa dos bordados. Só quando voltamos para Santo André é que lembrei da polêmica fonte restaurada! Por sorte, tinha tirado uma foto dela!
Essa é a foto que compara como é e como ela era.
Um outro registro importante que fizemos foi de algumas construções que mantém a arquitetura do início do século passado.
Essa era a antiga estação de trem da cidade:
A noite fomos jantar na “La Bella Pizzaria”.
Mas, nosso objetivo na cidade era conhecer a casa dos times locais, o Estádio Manoel Martins, onde o Americano e o Rio Branco mandaram seus jogos nas disputas oficiais da Federação Paulista de Futebol.
O Americano Esporte Clube participou de apenas um campeonato profissional estadual, a quarta divisão, em 1977, o ano de sua fundação.
Já o EC Rio Branco teve uma história mais completa, tendo iniciado no amadorismo e depois chegando a disputar as divisões de acesso até suspender as atividades por problemas financeiros.
Atualmente só o EC Rio Branco segue existindo, no futebol amador e ainda usando o Estádio Manoel Martins.
O time entrou pra história ao se tornar campeão paulista da terceira divisão, em 1970. Na disputa, o time só perdeu uma partida (para o Nevense). Na final venceu o Sertãozinho por 2 a 0. Este foi o time campeão:
Mas, a história do time é antiga. Foi fundado em 1926 como Rio Branco Futebol Clube, recebendo a atual denominação em 1946. É bacana ver o time ainda vivo, nos dias atuais. E claro, fica o sonho de ver o time de volta no profissionalismo…
Outro time da cidade fez história nesse estádio, foi o América EC.
O time disputou o Campeonato Amador do Estado. Aqui, foto do time de 1948, lá do site do Bandeira Paulista, administrado pelo amigo Luis Marcos:
O América Esporte Clube conquistou o título do Campeonato de Futebol Amador do Interior, em 1950.
Mas o distintivo na parede do estádio pertence ao alvinegro Rio Branco.
O Rio Branco disputou 18 Campeonatos Paulista de Futebol, marca de respeito, que permanecerá imbatível por muito tempo na história de Ibitinga.
O estádio segue lá…. Com suas bancadas esperando a volta da torcida…
Fizemos um vídeo na parte interna do estádio, pra se ter uma melhor ideia de como ele é, dá uma olhada:
Com o título de 1970, o Rio Branco disputou a divisão de acesso para a elite do futebol paulista (equivalente a A-2 atual), mas no ano seguinte, afastou-se dos gramados.
Pausa para o momento “natureza” no estádio, com o pouso dos pássaros no alambrado.
Em 1976, o Rio Branco retornou aos gramados profissionais, na Terceira Divisão, e disputou mais 12 temporadas nos campeonatos da Federação Paulista de Futebol, quando finalmente licenciou-se até os dias atuais.
Restam a memória e as lembranças. E um estádio que já teve dias de glória, com a torcida fazendo parte integrante do dia a dia e da cultura da cidade.
Agora, o time sobrevive no amador, mas acredite, as dificuldades são maiores do que se pode pensar.
Em 2014, o vestiário do time foi incendiado, queimando boa parte de sua memória, incluindo troféus do passado…
Aparentemente, tudo já foi reformado e as coisas parecem seguir dentro do possível…
Fica nossa esperança de que o time continue a existir, enfrentando todas as dificuldades que surgirem.
Antes de seguir nossa viagem, também tivemos tempo para dar uma parada no Estádio Municipal de Ibitinga e registrar algumas imagens.
Não encontrei registro de partidas oficiais disputadas neste estádio, apenas amadoras. Mas fica um vídeo pra conhecermos também este estádio.
Mais uma vez na estrada, mais uma chance de conhecer uma nova cidade e um novo estádio. Dessa vez, fomos até Cerquilho!
A cidade fica há cerca de 140 km da capital e é a residência de quase 45 mil pessoas.
A cidade, embora próxima de São Paulo, ainda mantém seu ar de interior e os clássicos lugares, como a igreja central:
Fomos até lá pelas ótimas estradas paulistas! (comentário com cara de merchandising pró governo né? A gente não fecha nem apoia governo nenhum hehehe mas não se pode negar que as estradas do interior de São Paulo ajudam muito quem pode viajar no fim de semana).
E chegamos até Cerquilho para conhecer o Estádio onde a Associação Esportiva São José, o time local, mandou seus jogos nas duas disputas que fez pela Federação Paulista.
Fundado em 4 de outubro de 1926, o São José licenciou-se há tempos da Federação mas ainda mantém um belo clube social, e anexado a ele, seu antigo estádio.
Aqui, uma foto antiga da fachada, mas… ela parece diferente, com casas ao lado, quem saberia identificar?
A Gazeta Esportiva noticiou boa parte dos jogos do Campeonato do Interior de 1955, onde a AE São José disputava o Setor 38:
E a AE São José decidiu o título de campeão com o Rafard, XI de Agosto de Tatuí e ECSão Martinho de Tatuí!
A mídia dava boa atenção ao futebol do interior, como mostra essa singela nota da Gazeta Esportiva de 1957, quando a AE São José foi jogar em Tietê:
E aqui, em 1958:
Pudemos adentrar ao campo e conhecer um pouco das arquibancadas do São José.
Veja só que linda arquibancada coberta!
O campo permanece muito bem cuidado.
Este é um lugar mágico, afinal, em 1966, o time desafiou as probabilidades e aventurou-se no futebol profissional.
Em 1966, a AE São José disputa a Terceira Divisão, o quarto nível do futebol paulista e logo em sua estreia fez uma boa campanha classificando-se para a segunda fase como vice-campeão do grupo.
Infelizmente na segunda fase, não sei qual o motivo levou o time do São José de Cerquilho a abandonar a competição:
Em 1967, mais uma boa campanha, mas apenas o campeão do grupo se classificava, então a segunda colocação acabou não adiantando muito. Aqui terminava a participação da AE São José no futebol profissional.
Mas, o campo, e o gol, ainda estão por lá!
Atualmente, a AE São José segue com atividades em sua sede, focadas nos esportes amadores.
Mais um estádio visitado, registrado e eternizado para a memória do futebol!
Sim, a estrada é longa, mas não tão deserta… Depois de tantas horas dirigindo, chegamos a uma das últimas cidades do estado de São Paulo na direção Noroeste, sentido Mato Grosso do Sul: falamos de Santa Fé do Sul, uma estância turística que é tão bacana e surpreendente quanto longe, estávamos a mais de 650 km de casa!
A cidade possui uma população de pouco mais de 30 mil habitantes, que vivem bem por suas ruas largas, várias praças temáticas e monumentos que contam sua história e cultura em plena rua.
Pelo que pudemos ler, trata-se de uma cidade de clima quente, com sol na maior parte do ano, aumentando ainda mais a ideia de qualidade de vida e sossego do interior.
Você pode passear pelo parque das Águas Claras, Mata dos Macacos, museu a céu aberto ou se divertir entre um barzinho e outro.
Ah, e claro, tem a igreja da cidade!
Nosso objetivo era conhecer o estádio onde o time local mandava seus jogos: o Santa Fé F.C.:
O Santa Fé Futebol Clube atualmente está licenciado do futebol profissional, mas desde sua fundação, em 8 de março de 1966, até sua última participação (na 4a divisão de 1994) foram 15 participações no Campeonato Paulista de Futebol. A partir de 1969, o time passou a disputar o futebol profissional disputando a série A3, com o time abaixo:
Ainda disputaria a A3 em 1970, 80, 81 e de 1988 a 1991. E no meio dessa aventura, ainda conseguiu disputar a série A2 de 1982 a 87. Em 1982 fez uma campanha histórica, chegando muito perto do acesso! Em um campeonato com uma fórmula bem maluca, jogou o primeiro turno em duas fases, onde o Santa Fé FC não se classificou para a decisão do turno:
O campeão do primeiro turno foi o AE Araçatuba. E o segundo turno também foi em duas fases:
A boa campanha fez com que o Santa Fé FC disputasse a decisão do turno com o Dracena.
Passando pelo Dracena o Santa Fé FC conquistou o direito de disputar a decisão do grupo com o vencedor do primeiro turno (o Araçatuba). O vencedor iria para um quadrangular final de onde sairia o acesso à primeira divisão, mas infelizmente não deu pro time do Santa Fé…
Por fim, nos anos 90, o time aventurou-se com um novo distintivo e ainda jogou uma edição da 4a divisão paulista, em 94:
Em 2021, surge um novo Santa Fé FC na cidade e desde então passa a disputar as competições da categoria de base da Federação Paulista e até mesmo a receber a Copinha.
Recentemente, entrevistamos a atual gestão do time:
Esse é o time sub20 de 2025:
Nesse tempo todo, mandou seus jogos no Estádio Municipal Evandro de Paula, que infelizmente não tem mais uma identificação visual que o caracterize…
Mas, o estádio segue vivo, firme e forte, vamos conhecê-lo melhor?
Suas arquibancadas têm capacidade para cerca de 3.500 torcedores.
O gramado está muito bem cuidado, para a alegria dos times amadores que utilizam o campo.
A arquibancada é sempre uma imagem mágica… E merece estar aberta e, preferencialmente, cheia!
Ficamos orgulhosos em poder vivenciar alguns minutos nesse local que já gerou tanta energia e alegria para a população local.
Que as portas sigam abertas para os times, as torcidas….
E que as estradas também estejam prontas pra nós e sempre nos tragam novas amizades, experiências e permita dividir a felicidade que encontramos com aqueles que conhecemos!
Ah, a estrada… Incrível como existem opções de fugir, de viver, de viajar…
Dessa vez, a tal estrada nos levou à cidade de Porto Ferreira, para enfim conhecermos o belo Estádio Municipal, conhecido como Vila Famosa.
É lá que a Sociedade Esportiva Palmeirinha manda seus jogos.
O Estádio pertence à prefeitura municipal e já teve capacidade para mais de 8 mil pessoas, atualmente esse número foi reduzido para 5 mil torcedores.
O estádio pode ser pequeno, mas faz questão de ressaltar o time em todos os espaços possíveis, coisa que é difícil de se ver em muitos estádios.
Assim como toda a cidade de Porto Ferreira, a região do Estádio é bastante arborizada.
Infelizmente, não encontramos ninguém pra conversar sobre o campo ou sobre o time, mas pesquisando, descobrimos uma história bem bacana. Mas antes, sente o clima do role:
Em 1991, o Palmeirinha convidou o Corinthians, para um amistoso. O jogo serviria de inauguração da iluminação do estádio.
O time do Corinthians vinha com o goleiro Ronaldo, o volante Ezequiel e o meia Neto e demais jogadores, mas não é que o Palmeirinha honrou a rivalidade e venceu por 1 a 0?
O sistema de iluminação segue por lá…
As arquibancadas totalmente old school também seguem firmes. Quase firmes… A espera de novos desafios e torcedores.
E como esse mundo do futebol é cheio de coincidências, além do time ter o nome do principal rival do Corinthians, ainda é sede do Centro de Formação Chelsea, time que possivelmente enfrentará o alvinegro paulistano no mundial de clubes.
A bilheteria também parece ter saudades dos dias em que disputavam-se os ingressos…
Para maiores informações sobre o time, visite: www.sepalmeirinha.com.br.